—Você fez isso por Niko —lembrou.—Exato, fiz por ele —admitiu Milo e depois se aproximou dela com um movimento suave—. Mas você sabe que é verdade que não vou fazer de novo, e isso sim é por você.—Porque você não é mais solteiro —murmurou Anja.—Não, não sou mais. Sou um homem fisgado com f de fó você pra mim.—Só é com s.—Você me entendeu! Ou preciso te colocar nesse capô e demonstrar publicamente?Anja soltou uma gargalhada satisfeita.—Não. Não precisa, eu acredito em você —respondeu—. Mas vamos embora daqui, porque essa especificamente não é uma empresa que eu pretendo trabalhar.—Entendi, amor —sorriu ele dando um beijo leve e entrando no carro.Se afastaram dali rapidamente e Milo tratou de ocupar a conversa com qualquer outro assunto mais agradável.—Querida, tenho algumas coisas pra resolver com o CEO Cage, não posso descuidar da empresa por muitos dias e você vê que estamos absortos com o projeto —disse ele—. Tudo bem se eu ficar no escritório e você levar o carro pra busca
—Anja!Milo vestiu a primeira calça que encontrou e correu atrás dela, tentando alcançá-la antes que saísse de casa. Não fazia ideia do que diabos estava acontecendo, e muito menos por que Alina estava em sua casa e em sua cama. E certamente ele não tinha nada a ver com isso!—Anja, espera! Não é o que você está pensando! —gritou e depois resmungou pra si mesmo—. Que frase mais clichê. Anja!O coração de Milo batia disparado enquanto descia as escadas e via Anja parada na porta principal, prestes a ir embora. Seus olhos estavam cheios de dor e traição, e Milo podia ver o quanto aquilo a estava afetando. Mas ela não se movia, nem saía nem entrava.—Anja, por favor, espera! —gritou desesperadamente—. Você precisa me ouvir, isso não é o que parece!Anja fechou os punhos com um gesto de impotência. Estava tremendo e os olhos brilhavam pelas lágrimas contidas, mas por mais que quisesse sair dali naquele mesmo instante, não estava disposta a fazer isso sem seu filho, e o menino não tinha que
—Desculpe, eu não queria deixar ela entrar mas ela... Ela me disse que era sua convidada especial, e... bem... como já veio outras vezes na casa —gaguejou confusa.Milo revirou os olhos e a interrompeu com um tom autoritário.—Quando? Quando foi a última vez que ela veio nesta casa?A moça quase começou a tremer e se Anja não estivesse tão concentrada em seus próprios sentimentos, até teria sentido pena.—Faz... mais de um ano, senhor.—E eu te disse que tinha convidado ela de novo? Te disse que podia deixar ela entrar como se fosse dona da casa!? —exigiu furioso, mas a voz irritada e orgulhosa vinda da escada o fez virar a cabeça.—Já chega, Milo, não precisa brigar com a moça —resmungou Alina, descendo completamente vestida e arrumada—. Ela só fez o que já tinha feito muitas outras vezes, abrir a porta e me deixar subir até seu quarto. Ou já esqueceu que isso era normal há um tempo atrás?—Há um tempo atrás eu te convidava! —replicou Milo—. Agora você invadiu minha casa, meu quarto,
Milo se virou para Anja com o olhar cheio de arrependimento e preocupação. Aproximou-se dela e acariciou seus ombros nervosamente enquanto falava num tom suave. Em seu olhar havia uma mistura de confusão e raiva impossível de conter.—Sinto muito mesmo, Anja. Juro pela minha vida que nem sabia que ela estava aqui, isso era a última coisa que eu queria... —se interrompeu irritado e olhou para a empregada—. E você, está demitida, junte suas coisas.A moça sufocou um gemido de surpresa e antes que começasse a chorar Anja negou.—Não está demitida, só... nos deixe sozinhos, por favor —disse ela.—Sim, está! —rosnou ele.—Não, não está, Milo, você não pode sair por aí demitindo pessoas que talvez precisem muito do trabalho, só porque cometeram um erro —sentenciou Anja e ele cruzou os braços.—Bom, depende das consequências do erro, ou você acha que não percebo o quanto vai me custar este e nem é minha culpa?Anja suspirou cansada. Era evidente que a mulher tinha entrado sem permissão e esta
Anja olhou para ele sem entender, estava confusa com tudo aquilo e queria perguntar o que significava, mas honestamente tinha medo da resposta.—Milo... do que você está falando?—Que aparentemente não estou sendo explícito o suficiente então... Toma, isso é para você.Abriu a mão de Anja e colocou nela a sacolinha. A moça negou inconscientemente mas acabou despejando o conteúdo sobre sua palma, e uma linda aliança de casamento, antiga e valiosa, caiu em sua mão.—Eu sei que não é um anel de noivado —murmurou ele—. Na verdade é uma relíquia de família e pertencia ao meu tataravô. Acho que teriam que adaptar muito para você... porque na verdade era para eu usar... então se você quiser pode colocar neste dedo já que...—Milo! —Anja o interrompeu com um gesto de incompreensão—. Eu estou ficando louca ou você está me pedindo para te pedir em casamento?—Nãããão! Não não não não não! Eu estou pedindo você, só que preciso comprar um anel mais bonito —gaguejou ele nervosamente—. Mas o princípi
Milo estava dentro de um elevador, desesperado para sair, porque antes que as portas se fechassem tinha conseguido ver aquela mulher se aproximando rapidamente de Anja, mas infelizmente, não tinha conseguido detê-las a tempo.—Maldita porta, abre! —rosnou irritado mas o elevador já estava em movimento.Justo nesse momento, Anja se virou e ficou cara a cara com a mulher, que já lhe era desagradavelmente conhecida.A expressão de Alina revelava um profundo ressentimento enquanto acusava Anja com fúria:—Como você pôde fazer isso? Tudo é culpa sua! Você é a responsável pela minha demissão!Anja, desconcertada pela acusação repentina, franziu a testa e tentou entender a situação.—Não entendo do que você está falando, não tenho nada a ver com... nada relacionado a você. De que demissão você está fal...?No entanto, um lampejo de memória apareceu em sua mente enquanto as palavras de Milo ecoavam em sua cabeça. Lembrou claramente suas palavras alertando Alina sobre as consequências de mexer
—E o quê!? —interrompeu Alina com atitude desafiadora, mas Milo apenas respirou fundo e deu um meio sorriso.—Você está cometendo um erro. Não confunda o enorme domínio que tenho sobre meu temperamento com fraqueza. Não preciso encostar um dedo em você pra te machucar, porque conheço muito bem sua fraqueza. Você é uma mulher ambiciosa, e eu posso fechar cada porta antes mesmo que você tente bater nela. Então não se engane, me culpe se quiser, mas se você se aproximar da minha mulher de novo, tudo de ruim que possa acontecer na sua vida a partir deste momento, será sua responsabilidade.Aproximou-se de uma das mesas daquele andar, atrás da qual havia uma assistente com cara de espanto, e discou uma extensão que atenderam imediatamente.—Estou no elevador norte do sexto andar. Preciso da segurança aqui. Agora mesmo.Alina rosnou com raiva e passou por Anja para entrar no elevador. Olhou para Milo com ódio, mas finalmente desapareceu da vista dos dois.Com o coração ainda acelerado, Anja
Milo estava tomado por uma mistura de raiva e frustração ao saber que Hamish havia sido libertado sob fiança. Embora seu julgamento estivesse marcado para poucos dias, Milo não conseguia evitar a inquietação com a possibilidade de Hamish se aproximar deles. No entanto, decidiu manter a calma e confiar que as medidas de segurança adicionais seriam suficientes.—Não acredito — resmungou, andando de um lado para o outro do escritório, com as mãos fechadas em punhos ao lado enquanto falava.Anja assentiu. Sabia como Milo se sentia, mas isso não mudava a lei.—Olha, Milo, é tentativa de roubo, não é assassinato. Era lógico que ele saísse sob fiança.—Sim, mas isso não deixa de me preocupar. É melhor ele não se aproximar da gente, porque eu juro que não respondo!Anja tentou pensar em algo reconfortante para dizer, mas finalmente se aproximou dele e o abraçou.—Meu amor, isso não é nada — disse com voz tranquilizadora. Falta muito pouco para o julgamento. Tenho certeza de que ele não vai se