Milo se virou para Anja com o olhar cheio de arrependimento e preocupação. Aproximou-se dela e acariciou seus ombros nervosamente enquanto falava num tom suave. Em seu olhar havia uma mistura de confusão e raiva impossível de conter.—Sinto muito mesmo, Anja. Juro pela minha vida que nem sabia que ela estava aqui, isso era a última coisa que eu queria... —se interrompeu irritado e olhou para a empregada—. E você, está demitida, junte suas coisas.A moça sufocou um gemido de surpresa e antes que começasse a chorar Anja negou.—Não está demitida, só... nos deixe sozinhos, por favor —disse ela.—Sim, está! —rosnou ele.—Não, não está, Milo, você não pode sair por aí demitindo pessoas que talvez precisem muito do trabalho, só porque cometeram um erro —sentenciou Anja e ele cruzou os braços.—Bom, depende das consequências do erro, ou você acha que não percebo o quanto vai me custar este e nem é minha culpa?Anja suspirou cansada. Era evidente que a mulher tinha entrado sem permissão e esta
Anja olhou para ele sem entender, estava confusa com tudo aquilo e queria perguntar o que significava, mas honestamente tinha medo da resposta.—Milo... do que você está falando?—Que aparentemente não estou sendo explícito o suficiente então... Toma, isso é para você.Abriu a mão de Anja e colocou nela a sacolinha. A moça negou inconscientemente mas acabou despejando o conteúdo sobre sua palma, e uma linda aliança de casamento, antiga e valiosa, caiu em sua mão.—Eu sei que não é um anel de noivado —murmurou ele—. Na verdade é uma relíquia de família e pertencia ao meu tataravô. Acho que teriam que adaptar muito para você... porque na verdade era para eu usar... então se você quiser pode colocar neste dedo já que...—Milo! —Anja o interrompeu com um gesto de incompreensão—. Eu estou ficando louca ou você está me pedindo para te pedir em casamento?—Nãããão! Não não não não não! Eu estou pedindo você, só que preciso comprar um anel mais bonito —gaguejou ele nervosamente—. Mas o princípi
Milo estava dentro de um elevador, desesperado para sair, porque antes que as portas se fechassem tinha conseguido ver aquela mulher se aproximando rapidamente de Anja, mas infelizmente, não tinha conseguido detê-las a tempo.—Maldita porta, abre! —rosnou irritado mas o elevador já estava em movimento.Justo nesse momento, Anja se virou e ficou cara a cara com a mulher, que já lhe era desagradavelmente conhecida.A expressão de Alina revelava um profundo ressentimento enquanto acusava Anja com fúria:—Como você pôde fazer isso? Tudo é culpa sua! Você é a responsável pela minha demissão!Anja, desconcertada pela acusação repentina, franziu a testa e tentou entender a situação.—Não entendo do que você está falando, não tenho nada a ver com... nada relacionado a você. De que demissão você está fal...?No entanto, um lampejo de memória apareceu em sua mente enquanto as palavras de Milo ecoavam em sua cabeça. Lembrou claramente suas palavras alertando Alina sobre as consequências de mexer
—E o quê!? —interrompeu Alina com atitude desafiadora, mas Milo apenas respirou fundo e deu um meio sorriso.—Você está cometendo um erro. Não confunda o enorme domínio que tenho sobre meu temperamento com fraqueza. Não preciso encostar um dedo em você pra te machucar, porque conheço muito bem sua fraqueza. Você é uma mulher ambiciosa, e eu posso fechar cada porta antes mesmo que você tente bater nela. Então não se engane, me culpe se quiser, mas se você se aproximar da minha mulher de novo, tudo de ruim que possa acontecer na sua vida a partir deste momento, será sua responsabilidade.Aproximou-se de uma das mesas daquele andar, atrás da qual havia uma assistente com cara de espanto, e discou uma extensão que atenderam imediatamente.—Estou no elevador norte do sexto andar. Preciso da segurança aqui. Agora mesmo.Alina rosnou com raiva e passou por Anja para entrar no elevador. Olhou para Milo com ódio, mas finalmente desapareceu da vista dos dois.Com o coração ainda acelerado, Anja
Milo estava tomado por uma mistura de raiva e frustração ao saber que Hamish havia sido libertado sob fiança. Embora seu julgamento estivesse marcado para poucos dias, Milo não conseguia evitar a inquietação com a possibilidade de Hamish se aproximar deles. No entanto, decidiu manter a calma e confiar que as medidas de segurança adicionais seriam suficientes.—Não acredito — resmungou, andando de um lado para o outro do escritório, com as mãos fechadas em punhos ao lado enquanto falava.Anja assentiu. Sabia como Milo se sentia, mas isso não mudava a lei.—Olha, Milo, é tentativa de roubo, não é assassinato. Era lógico que ele saísse sob fiança.—Sim, mas isso não deixa de me preocupar. É melhor ele não se aproximar da gente, porque eu juro que não respondo!Anja tentou pensar em algo reconfortante para dizer, mas finalmente se aproximou dele e o abraçou.—Meu amor, isso não é nada — disse com voz tranquilizadora. Falta muito pouco para o julgamento. Tenho certeza de que ele não vai se
Milo riu e acariciou suas costas.—Bom, eu amo os dois, só pra você saber, e seus peitos também!Anja se aconchegou nele com carinho e Milo olhou para o teto com uma certeza enraizada na alma.—Acho que eu sempre estive destinado a encontrar vocês. Você e o Niko. Não me pergunte por quê, mas muitas coisas desviaram meu caminho e o da minha família para que eu chegasse naquela casa onde o Niko estava. Sei que parece estranho, mas acho que tudo em nossas vidas aconteceu por essa razão, para que pudéssemos estar juntos, nós três.Milo pressionou suavemente seus lábios contra os de Anja em um beijo terno e, embora ainda não soubesse que a amava com toda a alma, bastariam alguns dias para que percebesse.Ficaram assim por um tempo até que suas respirações se tornaram mais profundas, aquecidos pela luz suave da lua cheia e pelo calor de seus corpos, um no outro.O dia seguinte chegou agitado, então os dois se levantaram tentando deixar de lado qualquer preocupação que não tivesse a ver com o
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da
NOVEMBROVANCOUVER— Andrea! Na minha sala! Agora!O grito de seu chefe, um gerente médio na empresa SportUnike, a fez pular na cadeira, angustiada, porque sabia que ele estava de muito mau-humor naquele dia.— Isso é uma maldita piada? — rosnou, jogando uma pasta de documentos em seu rosto. — Eu disse claramente que precisava dos relatórios de orçamento da divisão de esportes aquáticos do mês passado!Andrea arregalou os olhos.— Mas... senhor Trembley... tenho certeza de que o senhor me disse que queria os deste mês...— Não discuta comigo, sua inútil! — vociferou o chefe. Aos cinquenta anos, Peter Trembley era tão desagradável quanto sua barriga inchada, mas Andrea tinha que suportá-lo porque mal tinha conseguido um emprego como sua assistente e disso dependiam ela e sua filha para viver. — Você não percebe o que está acontecendo? A SportUnike desapareceu! Um suíço filho da mãe a comprou e agora seremos apenas uma filial da empresa dele! Sabe o que isso significa?Andrea sab