Todos os presentes naquela reunião, começando pelo CEO Cage, levantaram-se impactados.—Como assim detida? Não pode fazer isso! —exclamou o CEO, olhando para Milo que parecia frio e irritado.—A senhorita Lieben fez parte do golpe, então deve ir à delegacia —sentenciou o detetive.—Mas... isso é um erro!—Erro ou não, ela precisa ir depor. O que precisar ser esclarecido, será esclarecido na delegacia. Agora, por favor, saia do caminho se não quiser ser preso também por obstrução da justiça e desacato à autoridade.O detetive, com expressão séria e decidida, algemou Anja e a retirou da sala, escoltando-a até a viatura policial para levá-la à delegacia. Anja caminhava nervosamente, mas tudo piorou quando chegaram ao estacionamento e ela viu os outros detidos, cada um em um carro.Prestes a ser colocado em uma viatura, Hamish virou-se para Anja, gritando furioso.—Tudo isso é culpa sua! Não sei o que você fez, mas arruinou tudo!Soltou-se bruscamente do policial que o conduzia e se lançou
—Quem foi o primeiro a falar do golpe?O homem engoliu em seco e mal conseguiu articular uma palavra.—Foi o senhor Randall. Ele nos convenceu... —sua voz foi sumindo pelo nervosismo.O detetive assentiu olhando para o bloco com indiferença.—Escreva tudo, faça uma confissão coerente, e vou me encarregar de conseguir um acordo decente para você. Sabia muito bem que aquele homem não precisaria ouvir duas vezes. Em questão de minutos estava escrevendo apressadamente e depois bastou isso para que o supervisor de orçamento também despejasse sua confissão.Isso, mais as gravações que Anja tinha feito, eram mais que suficientes para apresentar acusações contra eles.—Pronto, senhor Keller, senhorita Lieben. Assunto encerrado —sorriu o detetive com satisfação atravessando a porta novamente—. Já temos duas confissões. Hamish Randall mantém-se firme em sua inocência mas os depoimentos de dois de seus cúmplices são mais que suficientes. Já podem ir para casa.—Então conseguiram apresentar as acu
—Obrigado, passaremos durante a manhã —disse Milo antes de desligar a ligação.Anja sentiu seu coração parar por um instante ao ver sua expressão preocupada.—Quem era? —ela perguntou.—Era da Clínica —respondeu ele—. Os resultados dos exames já chegaram. Precisamos ir buscá-los.A moça não disse nada, mas aquele era um momento que ela tinha esperado por muitos dias e que finalmente a colocaria no melhor ou no pior momento de sua vida. Levantou-se em silêncio e foi se preparar, naquela manhã cuidou de Niko com o mesmo carinho de sempre, mas cada vez que olhava para ele tentava encontrar uma característica que a fizesse se sentir mais segura de que ele era seu.Milo olhou para o relógio.—Precisamos sair agora, você está pronta? —perguntou.Anja assentiu embora não se sentisse pronta. Seu coração batia acelerado, como se tivesse uma ampulheta imensa que estivesse se esgotando.Os três subiram no carro e foram deixar Niko, como todas as manhãs, na creche. Depois continuaram em direção à
—O que eu quero fazer? — perguntou Anja sem entender.—Ver se você quer ficar aqui na Suíça, ou ir embora, ou... ir morar em outro lugar... — naquele momento ele também parecia ansioso por todas as possibilidades que tinham diante deles.—Não vou te afastar do Niko — assegurou Anja.—Você não poderia nem se quisesse — riu Milo nervosamente, e os dois ficaram em silêncio por alguns instantes.—E você? Digo... você quer alguma coisa? Já pensou em alguma coisa?Milo apertou os lábios e coçou a nuca como fazia toda vez que estava preocupado.—Eu vou te dar todas as desculpas possíveis para você ficar — sentenciou por fim, fazendo Anja engolir em seco. — Já te disse que gosto de você e isso não foi brincadeira. E também não estava brincando quando te disse que você e o Niko eram o mais importante para mim. Sei que agora você tem o direito de levá-lo, mas eu realmente gostaria que você ficasse, que vocês dois ficassem, que a gente tentasse...—Continuar assim — completou ela.—Desculpa?—Con
Anja estava ansiosa enquanto esperava Niko voltar da creche. Todas as dúvidas já tinham desaparecido, mas o relógio parecia avançar lentamente e cada minuto que passava se sentia como uma eternidade. Finalmente Milo abriu a porta e o colocou no chão, e imediatamente o menino saiu correndo em sua direção, com sua pequena mochila balançando nas costas.—Meu amor! —exclamou Anja com um sorriso radiante enquanto o abraçava—. Como foi seu dia, minha vida? Tudo bem?Ele apenas sorriu e Anja sentiu seu coração derreter.—Senti tanto a sua falta, meu amor! Sabe o que papai e eu fizemos hoje? Fomos saber de uma notícia! Que eu sou sua mãe, meu anjinho! Eu sou sua mãe!Ela realmente não queria chorar, mas não conseguia evitar que seus olhos ficassem marejados porque finalmente tinha seu bebê nos braços, não o tinha perdido e Deus estava lhe dando uma nova chance de tê-lo de volta.Niko olhou para Anja com seus olhos cheios de curiosidade. Embora fosse pequeno demais para entender completamente o
—Wafe, mamãe! Muuuuito wafe! —repetiu Niko e Milo não pôde evitar começar a aplaudir enquanto Anja fazia biquinho.—Claro que sim, meu amor! Waffles! Mamãe vai fazer waffles agora mesmo! Vamos! —exclamou ela saindo da cama empolgada.—E papai não está convidado? —fingiu protestar Milo.—Papai está super convidado! —replicou ela se inclinando para dar um beijo em seus lábios—. Papai leva o menino! Vamos, meu anjo!Os três pularam da cama e Milo levou Niko nas costas até a cozinha. Sorriu pensando o quanto ele tinha crescido em pouco tempo e na mudança tão grande que tinha acontecido desde que o encontrou até aquele dia. No entanto, não se atreveu a mencionar isso para não entristecer Anja. Em vez disso, fez uma pergunta que há muito tempo queria fazer.—Amor, em duas semanas temos a inauguração da instituição —disse ele enquanto colocava algumas fatias de pão na torradeira para fazer torradas para Niko.—Sim, isso está me deixando ansiosa. Mal posso esperar pelo evento! Tenho certeza qu
Anja e Milo passaram quase toda a manhã em busca do serviço de buffet perfeito para o evento. Não queriam que fosse algo extremamente refinado, mas também não tão simples. Tinham visitado várias empresas, provado diferentes cardápios e avaliado a qualidade do serviço. Algumas opções os tinham impressionado, mas ainda não tinham encontrado a escolha definitiva.Decidiram visitar uma última empresa de buffet recomendada pela assistente de Milo, que sempre estava ajudando nessas coisas na empresa. Ao entrar, foram recebidos por uma moça sorridente que os convidou a sentar e lhes ofereceu um folder com informações sobre os serviços disponíveis.Anja folheava o folder enquanto Milo observava o lugar com atenção, sentindo o ambiente estranhamente familiar. De repente, uma voz que acreditava ter esquecido se elevou às suas costas e uma sensação de reconhecimento o invadiu.—Milo Keller! —exclamou uma mulher alta e elegante enquanto se aproximava—. Não posso acreditar que é você!"Alina", pens
—Você fez isso por Niko —lembrou.—Exato, fiz por ele —admitiu Milo e depois se aproximou dela com um movimento suave—. Mas você sabe que é verdade que não vou fazer de novo, e isso sim é por você.—Porque você não é mais solteiro —murmurou Anja.—Não, não sou mais. Sou um homem fisgado com f de fó você pra mim.—Só é com s.—Você me entendeu! Ou preciso te colocar nesse capô e demonstrar publicamente?Anja soltou uma gargalhada satisfeita.—Não. Não precisa, eu acredito em você —respondeu—. Mas vamos embora daqui, porque essa especificamente não é uma empresa que eu pretendo trabalhar.—Entendi, amor —sorriu ele dando um beijo leve e entrando no carro.Se afastaram dali rapidamente e Milo tratou de ocupar a conversa com qualquer outro assunto mais agradável.—Querida, tenho algumas coisas pra resolver com o CEO Cage, não posso descuidar da empresa por muitos dias e você vê que estamos absortos com o projeto —disse ele—. Tudo bem se eu ficar no escritório e você levar o carro pra busca