Antes que Luana pudesse reagir, Loan pegou um cobertor do baú da sala e saiu correndo atrás de Danna. Ele podia fazê-la voltar ali mesmo, acordá-la, mas uma curiosidade especial o animava. Ela podia fazer qualquer coisa, no entanto seu subconsciente a empurrava para fora.Ele a seguia a certa distância, sem se aproximar demais por medo de acordá-la. Finalmente, depois de várias voltas pelo jardim, chegaram novamente à borda do bosque. Loan olhou ao redor, examinando a paisagem escura e fria que se estendia diante dele, mas Danna parecia perfeitamente confortável.De repente, ele a viu se dirigir a uma árvore próxima, deitar-se sobre o enorme monte de folhas avermelhadas que havia perto de sua base. Ela estava profundamente adormecida e sua respiração era profunda e regular.Loan sentou-se no chão, tentando compreender o que a fazia voltar ao mesmo lugar. Aproximou-se devagar e a cobriu com o cobertor antes que ela começasse a tremer de frio. Envolveu-a com cuidado e a aconchegou contra
Ele agradeceu à doutora e saiu dali apressado, diretamente para o escritório do governador.Enquanto isso, no alto da montanha, Danna olhava horrorizada para seu chefe, que colocava diante dela aqueles esquis.—Sente-se para eu ajustá-los —ele ordenou.—Nãoooooo, não, não, não... —replicou ela e Levi apontou para a pista pela qual desceriam. Não estava muito inclinada e parecia segura—. Mas... mas...—Mas nada. Eu sou excelente esquiando e dou aulas para crianças pequenas. Com esse tamanho que você tem, quase entra nessa categoria.Danna fez três beicinhos, mas ninguém deu atenção aos seus protestos enquanto Levi ajustava os esquis e dava as primeiras indicações.—Mantenha os joelhos flexionados, os pés separados e as costas retas —ele explicou.—Mas e se eu cair? —perguntou ela com preocupação.—Não se preocupe, é um fato que você vai cair, mas se você ver que está indo muito rápido, só coloque seu traseiro na neve. A única forma de aprender é praticando, então corra o risco. Além dis
Tinha que ser uma brincadeira, uma brincadeira muito ruim do destino, porque o homem que estava com Danna não tinha nada de feio. Pelo contrário, parecia saído de um catálogo de revista desses de modelos super especiais. Era quase albino, de olhos cinzentos e fortão como o maldito desenho animado do Hércules, e Loan o odiou em um só segundo.Observou Danna com o canto do olho durante todo o tempo que seu chefe esteve treinando-a. Incomodava-o que ele se inclinasse para ela para falar, incomodava-o que segurasse sua cintura quando ela perdia o equilíbrio, odiava que rolasse pela neve junto com ela quando os dois caíam.Loan observava como o sol iluminava Danna, seu cabelo, seu sorriso, amava ouvi-la rir, mas odiava que ela risse para ele. A cada segundo, sentia que seus ciúmes e sua insegurança cresciam, e isso era algo que não podia permitir.Durante os últimos dias, havia temido que ocorresse o inevitável: que Danna encontrasse outra pessoa. Alguém que fosse mais interessante, mais em
—De acordo.—Bem, nesse caso, Danna está segura aqui, e você se esforce para que ela não olhe para mais ninguém —concluiu Levi.—Anotado.Loan saiu dali com um sorriso satisfeito até que depois de dez passos percebeu que o cara tinha se livrado dele sem aceitar nem uma advertência.—Droga! Realmente tenho coração de galinha —resmungou com frustração e se dirigiu à base da montanha.Uma hora depois estava sentado no escritório do governador, assinando os papéis correspondentes à parcela que acabava de comprar, e contatava uma das construtoras mais famosas da França por seus projetos especiais.—Escritório da senhora Craven, em que posso ajudá-lo? —perguntou uma amável recepcionista.—Boa tarde, meu nome é Loan Keller. Já estive em contato com a senhora Sabrina Craven por e-mail, preciso fazê-la saber que o projeto vai se concretizar e que preciso de uma data e um orçamento.—Claro, senhor Keller, me dê só um segundo e o transfiro, a senhora Craven tem esperado sua ligação.Um momento de
Danna acordou de repente quando o aguaceiro começou a cair. Seu grito acordou Loan e o instinto a fez recuar até que suas costas bateram contra a árvore. Ela não estava totalmente consciente do que acontecia ao seu redor, apenas de que a chuva batendo com força a havia acordado.Gritou assustada, sem poder entender por que estava nesse lugar estranho, rodeada de floresta, no meio da noite e abraçada a um homem...—Sou eu! Sou eu, ruiva! Calma, você está segura, está comigo.Os olhos de Danna se encheram de lágrimas ao ver Loan agachado na frente dela tentando tirar a chuva do rosto.—Onde estou? —perguntou com pânico—. O quê...? O que estou fazendo aqui?!—Acalme-se, querida, por favor —pediu ele—. Não está acontecendo nada de ruim, posso explicar, mas por favor, acalme-se.Seus gestos eram suaves e a lua estava cheia demais para que ela pudesse ver a angústia em seus olhos.—Loan... —murmurou e ele estendeu uma mão devagar.—Sim, ruiva, sou eu. Acalme-se. Posso tocar em você? —pergunt
Ele se sentou ao lado dela em frente ao fogo, envolto em seu próprio cobertor.—Não sei. Mamãe me ligou assustada há alguns dias porque não encontrava você e quando cheguei te encontrei lá fora, mas acho que você tem saído desde antes —respondeu ele.—E há quanto tempo você não dorme me perseguindo? —perguntou ela olhando-o nos olhos e Loan negou como se não tivesse importância.—Desde o dia que você me mandou a mensagem, fiquei tão emocionado que quando percebi que você tinha escrito "fim de semana", já estava aqui.Danna riu baixinho e assentiu.—Imagino que sentia muita falta do Mauro.—E de você —respondeu ele e Danna mordeu o lábio inferior com nervosismo.Danna ficou pensando por um momento.—Como isso é possível? Nem percebi que estava saindo. Bem... na verdade, vi meus pés sujos uma vez, mas só uma vez —refletiu ela.—Isso é porque o resto do tempo eu limpava eles antes de colocar você na cama —disse Loan e a viu abraçar o próprio corpo—. Ei... não tem problema, você sabe que n
—Me diga que posso abraçar você —foram as únicas palavras que saíram da boca de Loan antes de puxá-la e sentá-la em seu colo.Havia dois cobertores no meio, mas mesmo assim o corpo de Loan estava ardendo e Danna se encolheu em uma pequena bola entre suas pernas.—Sinto muito, querida, se tentarmos ir para casa com essa chuva acabaremos pior —murmurou em seu ouvido e ela assentiu enquanto tremia.O problema era que aquele frio não era só externo, o resto de seu coração e de sua alma também se sentia assim.—Por que isso está acontecendo, Loan? —perguntou angustiada—. Você imagina se eu acabo trazendo o Mauro? Que perigo, meu Deus!—Calma, não pense nisso. Para isso estou vigiando você, Mauro está tranquilinho no berço dele —acalmou-a ele—. E quanto ao porquê está acontecendo, a doutora disse que é...—Espera, o quê? —Danna se virou entre seus braços para vê-lo—. Você falou com minha doutora?Loan engoliu em seco porque não queria que ela entendesse mal aquilo, mas tinha que fazê-lo.—De
Loan nem conseguia falar, mas a resposta dele foi empurrar a bochecha dela com o nariz, como um filhote, para que ela o olhasse.—Você não está grávida. E se estiver, é meu.—Loan...—Não estou dizendo isso só para te acalmar, mas sei que aquele homem não fez nada com você —ele disse, sentindo o corpo dela tremer—. Tenho certeza absoluta.Danna o olhou intensamente e pôde ver essa certeza em sua expressão, como se nada pudesse fazê-lo duvidar.—Como pode ter tanta certeza? —perguntou, vendo-o apenas sorrir.—Porque você já teria fugido daqui —sussurrou Loan, beijando-a novamente—. Você nem percebeu como estamos agora, só está curtindo.Ele deu uma olhada maliciosa para o corpo dela e passou o polegar sobre um de seus pequenos mamilos, fazendo-a sufocar um gemido de necessidade.—Viu? Isso soou muito como se você quisesse que eu continuasse te beijando —Loan murmurou sobre sua pele. Não quer que eu continue?Danna apenas assentiu e se levantou contra o peito dele, cruzando as mãos atrás