Não havia muito no topo, mas era simplesmente perfeito estar ali.Danna olhou ao redor e viu um par de lojas de artigos esportivos, vários salõezinhos de treinamento para crianças pequenas e um aconchegante restaurantezinho.Ia a caminho de comprar um café quente quando algo em frente a uma das portas a deteve: um pequeno cartaz que anunciava que procuravam funcionários.—Olá —disse empurrando a porta—. Olá?—Aqui atrás, ouviu-se a voz de um homem e Danna pensou por um longo momento antes de se aproximar de uma pequena porta para ver um grande depósito atrás.Dele saiu um homem de um metro e oitenta, corpulento e muito loiro de olhos cinzentos.—Olá. Em que posso ajudá-la? —perguntou-lhe com um sorriso amável—. Viu algo que gostou na loja?—Não, na verdade venho pelo cartaz onde solicitam funcionário —disse Danna—. Eu... bem, preciso trabalhar.O homem a olhou com curiosidade, ela parecia muito magra e frágil, então acabou negando.—Sinto muito, mas o trabalho que tenho é para organiza
Loan se jogou da cama, vestindo-se enquanto corria para a sala. Calçou os sapatos e saiu de casa sem sequer se dar tempo para refletir, só sabia que se sua mãe o chamava àquela hora era porque algo havia acontecido com Danna ou seu filho. Seu coração batia a mil por hora enquanto dirigia apressado para a casa de seus pais.Quando chegou, encontrou sua mãe na porta, olhando para a rua com uma expressão de angústia. A esperança de Loan de que não fosse algo grave se desvaneceu quando viu o rosto de sua mãe.—O que está acontecendo, mãe? —perguntou Loan, ansioso, chegando até ela.—Não conseguimos encontrar Danna —disse Luana com um suspiro—. Mauro chorou de madrugada por sua mamadeira. Normalmente Danna logo o pega, mas quando percebi que o bebê não se acalmava fui ver. Quando dei a mamadeira pensei que talvez os comprimidos que a doutora deu a ela a tivessem feito dormir profundamente, mas quando fui ao quarto dela não a encontrei.Loan afrouxou os cordões da calça enquanto perguntava:
—Bom dia, chefe —cumprimentou animada ao entrar na loja e Levi caiu na gargalhada.—Chefe eu? Eu não sou chefe nem do meu núcleo familiar! —replicou—. Mas você pode elevar meu ego porque já está comprovado que ninguém mais o fará. Começamos?—Claro. Oh, chefe, o impressionante, o temível...!—Ao trabalho, Danna, eu quis dizer: ao trabalho! —riu Levi e poucos minutos depois estava ensinando a ela tudo o básico relacionado à loja.No final, nem precisavam dividir as obrigações, porque os dois eram absolutamente responsáveis. Onde havia algo desorganizado, o primeiro a ver arrumava.Danna se sentia confortável, e o fato de Levi ter um caráter leve e afável realmente ajudava muito. No entanto, ficar tanto tempo em pé iria acabar lhe custando caro.Deixou escapar um grunhido desconfortável quando um movimento errado lhe lembrou da dor no quadril e a poucos metros dela Levi levantou a cabeça.—Você está bem? —perguntou-lhe e Danna assentiu imediatamente.—Sim, não é nada.O homem franziu a t
Antes que Luana pudesse reagir, Loan pegou um cobertor do baú da sala e saiu correndo atrás de Danna. Ele podia fazê-la voltar ali mesmo, acordá-la, mas uma curiosidade especial o animava. Ela podia fazer qualquer coisa, no entanto seu subconsciente a empurrava para fora.Ele a seguia a certa distância, sem se aproximar demais por medo de acordá-la. Finalmente, depois de várias voltas pelo jardim, chegaram novamente à borda do bosque. Loan olhou ao redor, examinando a paisagem escura e fria que se estendia diante dele, mas Danna parecia perfeitamente confortável.De repente, ele a viu se dirigir a uma árvore próxima, deitar-se sobre o enorme monte de folhas avermelhadas que havia perto de sua base. Ela estava profundamente adormecida e sua respiração era profunda e regular.Loan sentou-se no chão, tentando compreender o que a fazia voltar ao mesmo lugar. Aproximou-se devagar e a cobriu com o cobertor antes que ela começasse a tremer de frio. Envolveu-a com cuidado e a aconchegou contra
Ele agradeceu à doutora e saiu dali apressado, diretamente para o escritório do governador.Enquanto isso, no alto da montanha, Danna olhava horrorizada para seu chefe, que colocava diante dela aqueles esquis.—Sente-se para eu ajustá-los —ele ordenou.—Nãoooooo, não, não, não... —replicou ela e Levi apontou para a pista pela qual desceriam. Não estava muito inclinada e parecia segura—. Mas... mas...—Mas nada. Eu sou excelente esquiando e dou aulas para crianças pequenas. Com esse tamanho que você tem, quase entra nessa categoria.Danna fez três beicinhos, mas ninguém deu atenção aos seus protestos enquanto Levi ajustava os esquis e dava as primeiras indicações.—Mantenha os joelhos flexionados, os pés separados e as costas retas —ele explicou.—Mas e se eu cair? —perguntou ela com preocupação.—Não se preocupe, é um fato que você vai cair, mas se você ver que está indo muito rápido, só coloque seu traseiro na neve. A única forma de aprender é praticando, então corra o risco. Além dis
Tinha que ser uma brincadeira, uma brincadeira muito ruim do destino, porque o homem que estava com Danna não tinha nada de feio. Pelo contrário, parecia saído de um catálogo de revista desses de modelos super especiais. Era quase albino, de olhos cinzentos e fortão como o maldito desenho animado do Hércules, e Loan o odiou em um só segundo.Observou Danna com o canto do olho durante todo o tempo que seu chefe esteve treinando-a. Incomodava-o que ele se inclinasse para ela para falar, incomodava-o que segurasse sua cintura quando ela perdia o equilíbrio, odiava que rolasse pela neve junto com ela quando os dois caíam.Loan observava como o sol iluminava Danna, seu cabelo, seu sorriso, amava ouvi-la rir, mas odiava que ela risse para ele. A cada segundo, sentia que seus ciúmes e sua insegurança cresciam, e isso era algo que não podia permitir.Durante os últimos dias, havia temido que ocorresse o inevitável: que Danna encontrasse outra pessoa. Alguém que fosse mais interessante, mais em
—De acordo.—Bem, nesse caso, Danna está segura aqui, e você se esforce para que ela não olhe para mais ninguém —concluiu Levi.—Anotado.Loan saiu dali com um sorriso satisfeito até que depois de dez passos percebeu que o cara tinha se livrado dele sem aceitar nem uma advertência.—Droga! Realmente tenho coração de galinha —resmungou com frustração e se dirigiu à base da montanha.Uma hora depois estava sentado no escritório do governador, assinando os papéis correspondentes à parcela que acabava de comprar, e contatava uma das construtoras mais famosas da França por seus projetos especiais.—Escritório da senhora Craven, em que posso ajudá-lo? —perguntou uma amável recepcionista.—Boa tarde, meu nome é Loan Keller. Já estive em contato com a senhora Sabrina Craven por e-mail, preciso fazê-la saber que o projeto vai se concretizar e que preciso de uma data e um orçamento.—Claro, senhor Keller, me dê só um segundo e o transfiro, a senhora Craven tem esperado sua ligação.Um momento de
Danna acordou de repente quando o aguaceiro começou a cair. Seu grito acordou Loan e o instinto a fez recuar até que suas costas bateram contra a árvore. Ela não estava totalmente consciente do que acontecia ao seu redor, apenas de que a chuva batendo com força a havia acordado.Gritou assustada, sem poder entender por que estava nesse lugar estranho, rodeada de floresta, no meio da noite e abraçada a um homem...—Sou eu! Sou eu, ruiva! Calma, você está segura, está comigo.Os olhos de Danna se encheram de lágrimas ao ver Loan agachado na frente dela tentando tirar a chuva do rosto.—Onde estou? —perguntou com pânico—. O quê...? O que estou fazendo aqui?!—Acalme-se, querida, por favor —pediu ele—. Não está acontecendo nada de ruim, posso explicar, mas por favor, acalme-se.Seus gestos eram suaves e a lua estava cheia demais para que ela pudesse ver a angústia em seus olhos.—Loan... —murmurou e ele estendeu uma mão devagar.—Sim, ruiva, sou eu. Acalme-se. Posso tocar em você? —pergunt