Loan olhou para Danna com inquietação, ela estava sentada em uma poltrona enquanto literalmente aos seus pés Ailsa estava chorando desconsoladamente. Seu corpo tremia enquanto lágrimas corriam por suas bochechas.—Danna!O nome foi mais que suficiente para que seus olhares se encontrassem e Loan só viu uma ira profunda neles, uma que ele não gostou nem um pouco. Ted e Roux desapareceram naquele momento, porque ficava bem claro que aquele era um conflito familiar e rapidamente Ailsa se levantou.—Sinto muito, sinto muito... não queria incomodar... Vi que ela se machucou e só estava tentando ajudá-la...—Não preciso que você me ajude. Por favor, vá embora —rosnou Danna com um tom mais controlado, mas só porque as palavras saíam por entre os dentes.—Danna, não a trate assim. Você não pode deixar sua mãe te ajudar só por uma vez? —repreendeu-a, mas depois da surpresa inicial a ruiva só lhe dirigiu um olhar assassino.Ailsa ergueu seu rosto para Loan, com seu olhar implorante.—Por favor,
—Onde está meu filho?—Danna o levou —respondeu Milo.—Levou...? Como assim...? Ela foi embora? —interrogou-o com incredulidade.—Disse que você estava ocupado com alguém e que ia com Lissa —contestou seu irmão—. Só te aviso, ela parecia bastante chateada.—Sim, bem, pois já somos dois! —resmungou Loan subindo no carro e dirigindo o mais rápido que podia até a casa.Viu o carro do guarda-costas na calçada da frente e pelo menos se sentiu aliviado porque estavam protegidos.—Danna? —chamou à porta e ela abriu pouco depois, já de pijama e pronta para dormir.Ela se afastou para deixá-lo entrar e ele respirou fundo para digerir aquela frustração.—Você poderia ter me esperado —recriminou-a—. Quase morri de preocupação.—Você poderia ter ficado do meu lado —replicou ela—. Parece que nenhum de nós estava com ânimo para apoiar o outro esta noite.Loan passou as mãos pelos cabelos.—Não é que eu esteja ficando do lado da Ailsa, Danna. Claro que estou do seu lado, mas por isso mesmo você tem q
Danna levantou a cabeça quando sentiu as batidas na madeira e cruzou a sala com passo decidido rumo à porta principal. Sabia que era Loan quem estava chamando porque ninguém mais chegaria àquela hora.Ela estivera tentando evitá-lo há dias, porque sua mãe não parava de ir à pista de patinação e quando ele chegava ela só esvoaçava ao seu redor como uma borboleta feliz, sem que ele fizesse nada para afastá-la. Então, eles tinham falado escassamente desde então, porque ela se mantivera firme em sua decisão de não voltar a confiar em Ailsa.Danna respirou fundo antes de alcançar a maçaneta da porta e ao abrir ele estava lá, de pé diante dela com suas mãos ainda enfiadas nos bolsos de sua jaqueta.—Olá —murmurou ele ao vê-la.—Olá —respondeu ela sem sorrir. Simplesmente se afastou para deixá-lo entrar—. Mauro já está dormindo, você pode subir para vê-lo.Ele assentiu e subiu as escadas enquanto Danna voltava ao sofá e ouvia todos aqueles mimos pelo monitor do bebê. A realidade era que
Queria Loan, mas não estava disposta a ceder quando se tratava da segurança de seu filho, e se Loan era do tipo que oferecia a outra face, bem... ela não era.Os próximos dois dias passaram depressa. Ela deixava Mauro com a babá na empresa de Loan e ele passava quase todo o tempo com o bebê até que Danna ia buscá-lo à tarde. Se trocavam duas palavras era só para falar de seu filho e Loan não podia negar que sentia muita falta de estar ali com eles, mas acreditava que devia fazer o possível para que Danna entrasse em razão.Finalmente chegou o sábado e a família se reuniu na igreja para o batizado de Mauro. Era um dia ensolarado e alegre, ideal para uma celebração como aquela. A pequena igreja estava sem dúvidas cheia de gente feliz, porque os Keller tinham muitíssimos amigos e é claro que haviam convidado a todos.Mauro foi batizado solenemente pelo sacerdote da paróquia, que lhe deu palavras de bênção antes de derramar em sua cabecinha a água benta.Danna tentava conter seus nervo
Jhon foi o primeiro a tirar seu celular e Loan o deteve.—O que você acha que está fazendo? —perguntou espantado—. Diz que não chamemos a polícia...—Todos dizem a mesma coisa, Loan! —rosnou Jhon em resposta—. Mas a última coisa que você deve fazer é obedecer esse tipo de ordens. Se você não quer os locais tudo bem, eu tenho minha própria gente, mas você não pode ficar de braços cruzados.Loan sentiu como se a terra estivesse se abrindo aos seus pés. O coração martelava em seus ouvidos. Tinham levado Danna, tinham sequestrado Danna. Seu primeiro pensamento foi para Sibar e onde diabos ele estava, mas depois lembrou que tinha lhe dado o dia de folga porque o guarda-costas não havia descansado em mais de uma semana e supostamente ele estaria com ela para cuidá-la.—Está bem —murmurou e deixou Loan seguir com sua ligação, mas se virou para sua irmã Noémi e a levou à parte—. Precisamos de cinco milhões com urgência. Para o que quer que seja necessário fazer, temos que tê-los disponíveis.—
—Temos uma ligação no telefone fixo da casa. Parece que é Emil Landou —disse-lhes e os dois saíram correndo em direção à sala.—Não dê informações, apenas pergunte o que ele quer, como, quando e onde. E peça uma prova de vida, peça para falar com Danna —explicou Jhon antes de colocar os fones de ouvido para escutar através da linha grampeada.Mal Loan levantou o telefone quando se ouviu a voz rouca e fria de Emil Landou.—Você está se fazendo de difícil, Keller? Ou é que não se importa tanto com a mãe do seu filho? —sibilou com tom venenoso.Jhon fez um sinal para um de seus homens, que imediatamente se puseram a rastrear a chamada.—O que você quer, Emil? —Loan tentou manter o controle.—Por acaso você não sabe ler? —cuspiu o homem com desprezo.—Sim, sei ler, mas só queria confirmar. Cinco milhões? —perguntou Loan e Jhon lhe fez um sinal para que continuasse falando para dar tempo ao rastreamento.—Exato, cinco milhões se você quiser receber sua mulherzinha inteira —rosnou Emil com e
Aquela discussão subiu de tom e de intensidade, até que não houve outra opção para o resto da família além de se meter.—Loan, por favor, escute-me! —desesperou-se Jhon—. Estou tentando te dizer que esta não é nossa melhor oportunidade. Se entregarmos o dinheiro, nunca recuperaremos Danna...—E se não o entregarmos, também não! —replicou Loan—. Ele nem está pedindo muito, Jhon, são apenas cinco milhões. Talvez não seja nossa melhor oportunidade, mas é uma! Danna está em algum lugar lá fora, sozinha e vulnerável, à mercê de um psicopata e sem nenhuma esperança de ser resgatada. Não suporto pensar no dano que ele pode causar a ela! E se eu tiver qualquer oportunidade de chegar a Emil Landou, vou aproveitá-la.Jhon se afastou de Loan e respirou profundamente caminhando até o outro cômodo.Enquanto isso, Jhon revisava a mala e se aproximava da senhora Ailsa.—Sei que isso é pedir muito, mas preciso de sua ajuda —disse-lhe—. Emil só quer que você entregue o dinheiro... e isso significa que
Loan abriu a boca, mas nem sabia o que dizer. Era a nota que tinham encontrado no quarto, a nota de resgate, a que pedia o mesmo que Emil pedia, mas se ele não a tinha escrito então que...—Maldição! —rugiu Jhon antes de colocar o fone de ouvido—. Detenham a senhora! Tirem-na do trem! Não a percam de vista nem por um segundo! Detenham-na!Loan sentiu que seu coração endurecia só de ouvir aquilo. Jhon tinha chegado à conclusão antes dele. Se Emil não tinha escrito a nota de resgate, só havia outra pessoa naquele quarto que podia fazê-lo:—Ailsa... —saiu-lhe em um fio de voz enquanto nas caixas de som se ouvia todo tipo de gritos."Estão se movendo""Quem tem olhos nela?""Acho que a tenho""Droga, ela saiu do vagão!""Fiquei dentro!""Não a vejo!""Está atravessando!""Maldição!"...O silêncio se fez angustiantemente longo depois disso até que um dos homens de Jhon pronunciou a sentença."Nós a perdemos. Ela saiu do vagão no último momento e pegou o trem da outra plataforma"Jhon tirou