Danna respirou fundo, com a mente cheia de perguntas sem resposta. O coração batia tão forte que seus ouvidos doíam. Teria coragem suficiente para perguntar aquilo? Como ele reagiria?Loan estava de pé na frente dela, olhando-a com uma expressão de curiosidade.—Claro, ruiva, tentarei dizer que sim —ele assegurou.Danna umedeceu os lábios e engoliu em seco, com o coração na boca.—Bem... eu queria saber se você... bem, se você... Quer ser meu namorado? —disse suavemente.Loan ficou surpreso, como se em vez disso ela o estivesse expulsando.—Hã?—Hã?Danna piscou nervosamente e Loan sorriu.—É sério? —murmurou.—Pareço ser o tipo de pessoa que brinca com isso? —ela protestou.—Não...! Mas é que não acredito, por que você quer me perguntar isso? —disse com cautela.—Bem... é que realmente acho que deveríamos tentar ter um relacionamento —disse ela olhando-o nos olhos—. E não digo isso só por causa do Mauro! É que... sinto sua falta quando você não está. Não sei se isso é apen
—Tudo parece indicar que ela deixou a Escócia —disse-lhe Sibar quase dez dias depois—. Comprou uma passagem de trem e embarcou, mas a verdade é que não podemos ter certeza, ela pode ter descido em qualquer lugar.—Então continuamos com o plano original. Até que não vejamos esse sujeito aparecer bem longe daqui, você continua sendo responsável pela segurança de Danna —declarou Loan.—Entendido, senhor.Isso também queria dizer que ele continuaria dormindo na casa de Danna. Ele tinha seu próprio quarto lá, mas a verdade era que sempre acabavam dormindo juntos, mesmo que fosse em cima do sofá.Naquele dia em particular, Danna e Ted estavam dando os últimos retoques na rotina e tudo parecia sair maravilhosamente bem. Ela ainda não dominava os saltos mais perigosos, mas era evidente que estavam no caminho certo. No festival haveria excelentes patinadores de toda a região, mas não era uma competição, e sim uma exibição.Ela estava prestes a se despedir de Ted e do treinador quando seus olhos
Danna se afastou patinando para o outro lado da pista de gelo e Loan tentou contorná-la para encontrá-la, mas a mão da senhora Ailsa agarrando sua jaqueta o deteve.—Por favor... Você é o marido dela agora. Não é verdade?—Ainda não, somos namorados —declarou Loan.—É a mesma coisa, você a procurou por céu e terra, enquanto eu não o fiz —disse a mulher com voz angustiada—. Sei que para Danna será difícil me perdoar, mas por favor, só me escute. Não quero ficar longe da minha filha e do meu neto, isso partiria meu coração de uma vez por todas.Loan respirou profundamente e assentiu.—Eu a compreendo, mas receio que este não seja o melhor momento para pressionar Danna.—Eu sei. A verdade é que nenhum momento será bom para incomodá-la, mas por favor, me ajude... Talvez eu lhe diga, se eu explicar... Realmente estou desesperada! Amo minha filha e me equivoquei, mas a amo mais do que qualquer coisa no mundo e ela é a única família que me resta.Ele apertou os lábios, estar no meio da
Loan continuou em direção ao seu escritório e não se surpreendeu ao ver que Ailsa já o estava esperando.—Senhor Keller... —cumprimentou, apertando sua mão antes de entrar com ele no escritório e deixar com ele uma longa história de arrependimento e lamentações—. Você não pode me dizer que sua mãe nunca cometeu erros —murmurou chorando—. Todas as mães fazemos coisas inomináveis pela felicidade de nossos filhos, e eu que errei, admito, mas só porque pensava que estava fazendo o melhor para ela. Era uma menina, pelo amor de Deus! Com outra criança nos braços! Ela ia perder todo o esforço de sua vida, todo o seu futuro...! Não queria isso para ela, não queria que ela terminasse como eu, servindo mesas ou limpando a merda dos ricos em suas casas de luxo!Loan suspirou, porque por mais que odiasse reconhecer, isso era exatamente o que Danna havia acabado fazendo.—Senhora Frasier, eu realmente gostaria de ajudá-la, mas não sei como. Danna está muito magoada e com razão, e ela não é uma m
Loan olhou para Danna com inquietação, ela estava sentada em uma poltrona enquanto literalmente aos seus pés Ailsa estava chorando desconsoladamente. Seu corpo tremia enquanto lágrimas corriam por suas bochechas.—Danna!O nome foi mais que suficiente para que seus olhares se encontrassem e Loan só viu uma ira profunda neles, uma que ele não gostou nem um pouco. Ted e Roux desapareceram naquele momento, porque ficava bem claro que aquele era um conflito familiar e rapidamente Ailsa se levantou.—Sinto muito, sinto muito... não queria incomodar... Vi que ela se machucou e só estava tentando ajudá-la...—Não preciso que você me ajude. Por favor, vá embora —rosnou Danna com um tom mais controlado, mas só porque as palavras saíam por entre os dentes.—Danna, não a trate assim. Você não pode deixar sua mãe te ajudar só por uma vez? —repreendeu-a, mas depois da surpresa inicial a ruiva só lhe dirigiu um olhar assassino.Ailsa ergueu seu rosto para Loan, com seu olhar implorante.—Por favor,
—Onde está meu filho?—Danna o levou —respondeu Milo.—Levou...? Como assim...? Ela foi embora? —interrogou-o com incredulidade.—Disse que você estava ocupado com alguém e que ia com Lissa —contestou seu irmão—. Só te aviso, ela parecia bastante chateada.—Sim, bem, pois já somos dois! —resmungou Loan subindo no carro e dirigindo o mais rápido que podia até a casa.Viu o carro do guarda-costas na calçada da frente e pelo menos se sentiu aliviado porque estavam protegidos.—Danna? —chamou à porta e ela abriu pouco depois, já de pijama e pronta para dormir.Ela se afastou para deixá-lo entrar e ele respirou fundo para digerir aquela frustração.—Você poderia ter me esperado —recriminou-a—. Quase morri de preocupação.—Você poderia ter ficado do meu lado —replicou ela—. Parece que nenhum de nós estava com ânimo para apoiar o outro esta noite.Loan passou as mãos pelos cabelos.—Não é que eu esteja ficando do lado da Ailsa, Danna. Claro que estou do seu lado, mas por isso mesmo você tem q
Danna levantou a cabeça quando sentiu as batidas na madeira e cruzou a sala com passo decidido rumo à porta principal. Sabia que era Loan quem estava chamando porque ninguém mais chegaria àquela hora.Ela estivera tentando evitá-lo há dias, porque sua mãe não parava de ir à pista de patinação e quando ele chegava ela só esvoaçava ao seu redor como uma borboleta feliz, sem que ele fizesse nada para afastá-la. Então, eles tinham falado escassamente desde então, porque ela se mantivera firme em sua decisão de não voltar a confiar em Ailsa.Danna respirou fundo antes de alcançar a maçaneta da porta e ao abrir ele estava lá, de pé diante dela com suas mãos ainda enfiadas nos bolsos de sua jaqueta.—Olá —murmurou ele ao vê-la.—Olá —respondeu ela sem sorrir. Simplesmente se afastou para deixá-lo entrar—. Mauro já está dormindo, você pode subir para vê-lo.Ele assentiu e subiu as escadas enquanto Danna voltava ao sofá e ouvia todos aqueles mimos pelo monitor do bebê. A realidade era que
Queria Loan, mas não estava disposta a ceder quando se tratava da segurança de seu filho, e se Loan era do tipo que oferecia a outra face, bem... ela não era.Os próximos dois dias passaram depressa. Ela deixava Mauro com a babá na empresa de Loan e ele passava quase todo o tempo com o bebê até que Danna ia buscá-lo à tarde. Se trocavam duas palavras era só para falar de seu filho e Loan não podia negar que sentia muita falta de estar ali com eles, mas acreditava que devia fazer o possível para que Danna entrasse em razão.Finalmente chegou o sábado e a família se reuniu na igreja para o batizado de Mauro. Era um dia ensolarado e alegre, ideal para uma celebração como aquela. A pequena igreja estava sem dúvidas cheia de gente feliz, porque os Keller tinham muitíssimos amigos e é claro que haviam convidado a todos.Mauro foi batizado solenemente pelo sacerdote da paróquia, que lhe deu palavras de bênção antes de derramar em sua cabecinha a água benta.Danna tentava conter seus nervo