Danna mordeu o lábio inferior com um traço de dúvida.—Só Mauro e eu?—Só Mauro e você —confirmou Loan. Deu-lhe um beijo na cabeça e pegou Mauro nos braços para levá-lo, porque ela precisava de concentração para escolher.Danna olhou para cada uma daquelas fotos, havia desde mansões até casas relativamente médias, mas nenhuma era pequenina. Depois de muito ponderar, aproximou-se do quarto e o ouviu falando ao telefone.—Obrigado, irmãzinha. Sim, para amanhã... bem, se Danna quiser ir amanhã, então iremos amanhã, só tenha os documentos prontos por via das dúvidas. Combinado?Danna bateu na porta entreaberta e Loan virou-se para ela, fazendo um gesto para que entrasse enquanto terminava de falar.—Sim, perfeito... te amo muito, cuide-se.Desligou a chamada e Danna colocou uma mão na cintura.—Com quem você está me traindo, Keller? —fingiu ficar com ciúmes.—Com Noémi. Estou pedindo que me ajude com os documentos para reconhecer a paternidade de Mauro, e além disso precisamos tirar de uma
Os outros mortais tinham que fazer trâmites como para esta vida e a próxima, mas um Keller só precisava dizer: "quero isto", e três horas depois estavam entregando-lhe a chave da casa.Não era preciso comprar nem um móvel porque já tinha tudo.—Também não há muito para trazer —sorriu Danna—. Só as minhas coisas e as do bebê.—E temos que comprar um berço —lembrou Loan—. Como vou ficar no apartamento, prefiro deixar o que tem lá para quando quiserem ficar.Danna assentiu e pouco depois estavam entrando em uma loja de móveis. Dirigiram-se diretamente à seção de berços, admirando diversos designs e cores. Loan a olhava com um sorriso contagioso, esperando que encontrasse algo que gostasse. Finalmente, Danna apontou para um berço moderno azul com estrelas brancas entalhadas nas laterais.—É perfeito! —concordou Loan—. Vou pedir que nos enviem montado.Danna negou levemente com a cabeça.—Espere... E se montarmos em casa? Nunca montei um berço antes, mas acho que seria divertido fazermos ju
—Você se lembrou! —emocionou-se Loan pegando a colher.—Acontece que tudo o que havia na geladeira era de exibição, mas não era falso, e o sorvete está delicioso —disse Danna enquanto afundava a colher na sobremesa.—Imagino... talvez um dia desses voltemos a usá-lo como se deve —murmurou Loan sorrindo para si mesmo e não levantou os olhos porque sabia que ela tinha ficado corada.Não era difícil lembrar das coisas que ele tinha feito com sorvete e calda de chocolate... e todas tinham sido boas!Ele a ouviu tossir brevemente, mas continuou comendo até que a voz de Danna de repente se tornou séria.—Loan... você realmente quer mais?Ele a olhou nos olhos com uma expressão que variava entre determinação e serenidade.—Sim, eu quero —respondeu sem hesitar—. Gosto muito de você, Danna, sempre foi assim desde o primeiro momento e sei que para você foi igual... ainda é igual. Você tem razão, não nos conhecemos, mas temos tempo de sobra para fazê-lo, então se você concordar, eu tenho toda a i
Danna sorriu ao ouvir a palavra "trabalhar".—Bem... isso realmente me agradaria muito... mesmo que fosse algo de meio período... não sei... mesmo que fosse algo simples —assegurou olhando para Loan—. Você realmente ficaria com Mauro?Loan devolveu o sorriso.—Claro. Faria qualquer coisa para vê-lo todos os dias, então se você me der um tempinho, eu ficarei com ele —respondeu ele.Quando saíram do escritório, foram dar uma volta por uma praça familiar. Enquanto caminhavam, falavam sobre seus planos para o futuro. Danna estava entusiasmada com a ideia de ter um trabalho, e Loan com a possibilidade de que ela realmente fosse independente.—E você já pensou no que gostaria de fazer? —perguntou ele e ela fez um biquinho.—Na verdade... não sei. Passei toda a minha vida patinando, é o que sei fazer melhor. Na universidade estudava para ser professora, mas sempre soube que se chegasse a ensinar, só ensinaria sobre patinação —riu—. Agora percebo que foi um erro ficar apenas com uma opção, por
—A última vez que estive no gelo quase perdi Mauro —murmurou—. Não voltei a patinar desde então.—Você está com medo? —perguntou ele pegando sua mão.—Não, mas me sinto... me sinto um pouco instável —confessou ela—. Você me acompanha?Loan deu-lhe a mão sem hesitar e patinaram ao redor do rinque várias vezes. Danna podia sentir a confiança crescendo novamente nela e sobretudo lembrava o quanto havia sentido falta de patinar.A noite passou rápido e logo Danna ouviu um ruído que a fez virar a cabeça.—Alguém está com fome? —perguntou risonha.—Ou você me leva para jantar ou eu como você. Você decide —respondeu ele e ela fez um gesto sugestivo.—E que tal se fizermos os dois?Alguns minutos depois saíam do rinque para se dirigir a um dos restaurantes mais românticos da cidade.—Honestamente você me deixou tão impressionado quanto da primeira vez que te vi patinar —disse Loan aproximando-lhe uma taça de vinho.—Pois o que se aprende bem nunca se esquece —respondeu Danna.—E por que não fa
Danna estava nervosa, adorava a ideia de voltar a patinar, mas não era tão simples, porque para começar precisava de um bom treinador e nem todos estavam dispostos a investir tempo em uma atleta que tinha ficado tanto tempo fora da arena.—Pronta para isso? —perguntou Loan dois dias depois enquanto se sentavam em uma das salas de reuniões de seu escritório.Zack, o irmão de Loan, e sua cunhada Andrea, tinham espalhado a notícia e conseguido marcar entrevistas sérias com vários treinadores, e agora era hora de ver se Danna se dava bem com algum. Infelizmente, logo descobriu que isso era mais difícil do que imaginava.Durante as horas seguintes, Danna entrevistou vários treinadores, mas nenhum deles estava disposto a arriscar-se com uma atleta que estava há tanto tempo fora da arena. Alguns eram honestos e lhes diziam suas preocupações diretamente, enquanto outros tentavam ser mais sutis ao recusar.Danna estava cada vez mais desanimada. Nenhum deles estava interessado em aceitar o desaf
Estava prestes a sorrir porque reconheceu o novo número que Danna tinha, mas a voz que ouviu do outro lado era do senhor Roux.—Senhor Keller, é melhor que venha, algo aconteceu com Danna.Loan sentiu o coração subir à garganta ao pensar que Danna tinha se machucado, e dirigiu apressadamente para o rinque. Quando chegou, ela estava em um canto do gelo, chorando com os joelhos abraçados, mas seu treinador não se aproximava dela.—Que diabos aconteceu? —rugiu Loan—, mas antes que pudesse se aproximar, o treinador o deteve.—Calma, ela caiu em um giro, mas não se machucou.—Então o que há de errado com ela...?—Ela está tendo um ataque de pânico —explicou o senhor Roux e Loan ficou paralisado.—Um...? Por quê?—Isso eu queria te perguntar. Pedi que me mostrasse seus giros, nenhum complicado, só os básicos, mas quando chegou ao axel, ela caiu. Esperava qualquer coisa menos que ficasse assim, mas parece que há um assunto aí com o qual ela tem que lidar. Ou estou enganado?Loan respirou fund
Danna e Loan se entreolharam diante daquela sugestão.A patinação em dupla não era simples, mas segundo o treinador Roux, se duas pessoas se apoiassem mutuamente, tudo se tornava mais fácil.Mesmo que aquele não fosse o momento para pedir permissão, era óbvio que ela não sabia o que fazer e estava pedindo sua opinião.—Escute, se você não tem certeza de fazer isso, eu prometo que eu mesmo farei você engolir meio quilo de carne por dia até que se recupere —garantiu ele segurando sua mão—. Mas se você quiser tentar, então vamos procurar conseguir o melhor patinador para você, entende? Eu te apoio no que você quiser fazer... mesmo que eu tenha que encomendar uma tanga à prova de balas para você.Danna não pôde evitar rir e em poucos minutos comunicou ao seu treinador que estava disposta a tentar."Me engole, terra", pensou Loan, mas afinal não seria o primeiro homem cuja namorada fazia patinação artística em dupla. Então não restava nada além de se acostumar e aguentar o ciúme para desaba