—Tempo e espaço? —resmungou Chiara enquanto levantava Adriana em seus braços—. O idiota realmente te pediu tempo e espaço?—Me diz que você deu a ele um relógio e uma nave espacial para que ele fosse para a put@ merd@! —reclamou Noémi e Andrea ficou impressionada por um momento.As gêmeas tinham chegado para passar o fim de semana com seus pais e a primeira coisa que tinham feito foi passar para pegar a menina para levá-la com elas.—Eu achava que vocês não diziam palavrões —murmurou tentando conter o riso.—É verdade, não dizemos —murmurou Chiara dando uma cotovelada em sua irmã—. Mas é que não é justo! Zack lutou muito por você, é uma estupidez que ele vá embora agora.Andrea respirou fundo e se deixou cair no sofá com a cabeça entre as mãos.—Seu irmão é uma boa pessoa —murmurou sem rodeios, porque tanto as gêmeas quanto os Keller já sabiam—. E para as boas pessoas é difícil aceitar que foram capazes de machucar alguém. Se ele precisa ficar sozinho e... assimilar tudo o que acontece
Zack sorriu com desespero.—É claro que sinto falta dela, Ben...!—Então encontre seu jogador e volte para casa antes que a encontre vazia, Zack, não tente a sorte! —advertiu-o.Zack respirou fundo e olhou para o céu, repleto de estrelas naquele momento.—Você tem razão, assim que fechar este negócio vou voltar. Se tiver sorte amanhã ou depois poderei negociar um contrato com Ambasi e depois voltarei para casa —decidiu.—Está bem, me mantenha informado —pediu Ben só para ouvir uma explicação de Zack sobre por que definitivamente não o informaria de nada.No dia seguinte sairia para vilas e comunidades distantes onde se comunicar seria mais difícil.Nesse mesmo momento as gêmeas se despediam de sua mãe. Apenas o senhor Nikola não havia sido informado de tudo o que tinha acontecido no Canadá, mas agora tanto os rapazes Keller quanto as gêmeas estavam muito atentos a Andrea e à menina.Chiara e Noémi chegaram de volta à casa de Andrea com o bebê já jantado e dormindo, e bateram várias vez
Os irmãos de Zack, os quatro, pareciam desesperados com a forma como a situação se complicava.—Mamãe ficou com o bebê, não é? —perguntou Loan inquieto.Pelo menos estava em boas mãos enquanto eles se encarregavam de acompanhar Andrea.—Sim, e ela também tem tentado encontrar Zack a noite toda, mas o maldito nem sequer atende o telefone —respondeu Chiara.—Nenhum dos seus assistentes em suas muitas filiais conseguiu localizá-lo também —acrescentou Noémi.Desde que Andrea havia adoecido, todos pressentiam que as coisas piorariam se Zack não estivesse lá, mas por mais que tivessem tentado, nenhum deles tinha tido sucesso em falar com ele.Finalmente, o médico entrou no quarto de Andrea com os resultados do seu exame.—Ela tem uma forte infecção bacteriana nos pulmões —explicou-lhes.—Mas... como? Nós a vimos ontem de manhã e ela estava bem! —Milo desesperou-se.—Talvez parecesse estar bem, mas este tipo de bactérias se incuba por semanas e não são detectadas até que de repente aparecem —
Despediu-se de todos, e prometeu a Adriana que muito em breve traria o emocionalmente atrofiado do seu pai de volta. Subiu no avião privado e antes que tivesse tempo de perceber já estava aterrissando na costa oeste dos Países Baixos.Localizar o tribunal não foi difícil. Descobrir sobre o Diretor de Crime Organizado da CIA também não, mas chegar até ele era um assunto muito diferente.—Preciso falar com John Hopkins —disse ela a um dos guardas, mas este negou.—O senhor Hopkins está ocupado agora, você precisa marcar um horário.Chiara olhou além da corrente, o homem que parecia estar dando as ordens era imponente, dava para notar de longe que sabia como comandar e era extremamente atraente. Mas não era apenas um homem bonito, não. Ele carregava o charme na alma, assim como a escuridão e certo grau de maldade estratégica que Chiara sabia reconhecer muito bem.—Vá e diga a ele que há uma mulher que precisa dele com urgência, por favor.—Já disse que não posso...—Você está a três maldi
Chiara desceu do avião com elegância, com os olhos brilhantes e a cabeça erguida. Não havia um único fio de cabelo fora do lugar, nem uma única ruga em sua roupa. John, por outro lado, se apoiou na porta daquele avião como se um tornado tivesse passado por cima dele, com a gravata torta, o cabelo despenteado e o rosto corado como se tivesse levado um par de boas bofetadas. Estava mais do que claro quem tinha se agarrado a quem... e que certamente não foi ele quem ganhou aquele assalto.Mas mal teve tempo de assimilar o que acabara de acontecer antes que seu telefone começasse a tocar no bolso. Parou por um momento e percebeu que a mensagem era de um dos rapazes da sua equipe de tecnologia. Dava-lhe a informação que precisava sobre onde Zack poderia estar.Rapidamente olhou para Chiara, que assentiu com a cabeça como se estivesse esperando essa informação. Sem dizer uma palavra, dirigiram-se ao estacionamento. Os dois se moveram rapidamente, e logo encontraram um carro esperando por ele
Enquanto isso, Zack já entrava pelas portas do hospital com o desespero vibrando em seu corpo. Não demorou a encontrar o quarto de Andrea e quase deixou de respirar quando a viu ali deitada.Correu até ela e pegou sua mão com suavidade, acariciando seus dedos e beijando-a enquanto tentava conter as lágrimas.—Bolinho... amor —suplicou com voz embargada—. Por favor, acorde...Zack acariciou a bochecha de Andrea, tentando fazê-la reagir.Ela abriu um pouco os olhos e sorriu para ele, embora seus lábios se movessem lentamente tentando dizer algo. Não tinham passado nem dez segundos quando ela voltou a adormecer e Zack cerrou os punhos, assustado. Um par de enfermeiras entrou para ver o que estava acontecendo, mas quando viram seu rosto entenderam a situação e saíram imediatamente para buscar o médico.Um minuto depois o médico chegou para falar com ele. O doutor explicou os detalhes do diagnóstico e o que estavam fazendo para tratá-la, ao ver a preocupação nos olhos de Zack decidiu sair p
Já fazia tempo que o sol tinha se posto quando Zack parou na entrada e desligou o carro. A casa estava iluminada na escuridão e ele podia ver as silhuetas dos móveis nas janelas, iluminados pela suave luz amarela dos abajures. Abriu a porta do carro e saiu, com os pés rangendo no asfalto arenoso e o coração apertado no peito. Só ia tomar um banho, não havia tempo para mais antes de voltar a ficar com Andrea, mas o médico tinha sido claro: se queria estar com ela, precisava tirar de si o pó da África.Procurou não demorar muito e depois passou pela casa de seus pais, para dar um beijo em Adriana, que já dormia em seu bercinho.Quando ele chegou de novo ao hospital, seus irmãos aproveitaram para ir descansar também.—Você deveria ir, tem estado muitas horas viajando —disse Zack a Chiara e ela assentiu.—Irei daqui a pouco, mas primeiro vou me certificar de que você esteja bem —disse sua irmã acariciando seu cabelo.Zack sentou-se ao lado de Andrea e pegou sua mão, queria abraçá-la e dize
Zack assentiu com um suspiro. Ele sabia muito bem onde Andrea tinha pegado aquela doença, e o que mais lhe doía de tudo era que ainda estavam pagando as consequências do ódio de Mason.O médico se despediu e Zack passou toda a noite ali, rezando enquanto apoiava sua testa na mão de Andrea e repetia uma e outra vez o quanto a amava. De tempos em tempos vinham algumas enfermeiras para revisá-la, até que quase de madrugada uma delas saiu apressada e voltou com o médico.Zack sentiu que o coração subia à garganta quando o tiraram às pressas do quarto, e pouco depois o médico saiu com semblante sombrio.—Ela está bem?! Andrea está bem?!O doutor assentiu devagar, mas Zack podia sentir o cheiro das más notícias.—Sua esposa está bem... mas aconteceu o que estávamos esperando. Ela começou a sangrar e acabamos de fazer um teste para comprovar: o embrião se desprendeu —informou o médico—. Sinto muito, senhor Keller.Zack apertou os lábios e os punhos enquanto tentava assimilar aquela notícia, m