O rosto de Vito Rizzuto se tornou uma máscara de raiva quando viu aquele microfone arruinado dentro do copo d'água e ouviu o nome do seu pior inimigo.—Você definitivamente não é um homem inteligente, senhor Keller! —sibilou—. Está me ameaçando trazendo Jhon Hopkins à minha porta?Zack ajustou o paletó e sentou-se.—Não, senhor Rizzuto, não estou ameaçando, já o trouxe. O diretor Hopkins de Crime Organizado da CIA está no quarto 2301 do hotel Le Blanc, a menos de cinco minutos daqui —sentenciou—. Pedi ajuda para libertar minha mulher, e ele me pediu que a trocasse por você. Infelizmente, ele é um pouco intransigente e não se pode negociar com ele em muitas coisas, não entende o valor do dinheiro como você e eu.—E não podia vir até aqui sem trazê-lo!? —rosnou o velho furioso.—Depende de quão idiota você acha que eu sou. Acha que eu me meteria na casa do maior narcotraficante do Canadá sem um respaldo?Durante um minuto o velho o olhou com um ódio que pouco a pouco foi se convertendo e
Rizzuto abriu seu computador novamente e verificou sua conta, na qual todo o dinheiro havia sido depositado imediatamente.—Parece que você é um homem muito determinado, senhor Keller.—É verdade.—Precisa de alguma garantia? Uma parte do corpo, talvez? —perguntou o velho com frieza.—Basta-me sua palavra, senhor Rizzuto, estou pagando por ela —disse Zack com um sorriso—. A partir de agora estamos tristemente vinculados, então trate de não ser pego, porque não tenho nenhuma vontade de ir para a cadeia por um assassinato encomendado.Vito Rizzuto levantou-se sorrindo. Isso era o melhor de tudo, saber que agora Zack Keller menos que ninguém podia traí-lo, porque tinha uma transferência de um milhão de dólares que provava sua cumplicidade.—Cumprirei minha parte do trato, senhor Keller —disse Rizzuto enquanto apertava sua mão com força—. Quando voltar a Vancouver sua mulher já estará em liberdade e Mason Lee nunca mais o incomodará.—Espero que sim, e espero que nunca mais nos vejamos.E
Andrea acordou com a luz da manhã entrando pelo pequeno quadrado de trinta por trinta centímetros que era a janela de sua cela. Ao esticar os braços e as pernas, o ar frio e úmido a envolveu como um casulo. Olhou confusa ao seu redor antes que as lembranças da noite anterior a invadissem. Haviam-na trancado naquela cela solitária. Não sabia o que tinha feito para merecer aquilo e uma onda de medo a invadiu.Seus olhos se encheram de lágrimas ao pensar em Zack. Algo teria dado errado? Ele estaria em perigo? Desejava desesperadamente sair daquela cela e encontrá-lo, mas estava confinada sem poder fazer nada.Tentou relembrar se havia feito algo errado, mas as detentas ali eram todas bastante tranquilas.O som de uma bandeja batendo na porta da cela a sacudiu de seus pensamentos.—O café da manhã! —anunciou a voz fria de uma guarda e uma pequena abertura se abriu na porta.Andrea se aproximou lentamente e se agachou para receber a bandeja. Enquanto comia, sentiu algo embaixo do prato. Olh
—Eu adoro! Juro que levaria a loja inteira! —riu Chiara carregando Adriana e balançando-a para que ficasse quietinha—. Você está linda, menina, é uma bonequinha e sua tia vai te deixar bem "fashion"! Não é mesmo?Noémi sorriu e negou com condescendência.—Quem perdeu todo o "fashion" fomos nós —murmurou—. Não sei há quanto tempo não saía de casa sem saltos. Ei, será que não existem saltos para bebês!?—Claro que não, o que uma bebê faria com saltos!?—Se fantasiar? —Noémi deu de ombros—. E se a fantasiássemos?E lá foram as duas procurando todas as fantasias de princesa que havia na loja em tamanho de seis meses. Logo a deitaram em seu carrinho e começaram a encher uma cesta de compras.—Isso sim que eu não esperava! —ouviram uma voz atrás delas e as duas se tensionaram ao mesmo tempo.Viraram-se bem a tempo de ver aquela mulher pegar a menina no colo e Chiara soltou tudo o que tinha nas mãos.—Me dê a bebê, Giselle —exigiu e Noémi também deixou tudo de lado.—Eu pensei que vocês não g
Zack correu atrás de seu irmão e logo chegaram até onde Loan estava falando com dois dos homens que havia contratado.—estávamos vigiando a casa, como nos pediu —contou um deles—. O senhor Lee estava com uma escolta de alguns homens, como sempre nos últimos dias. Mas há cerca de uma hora chegaram duas caminhonetes. Vidros escurecidos, pretas, sem placa... você sabe, estilo traficante.—Ahã. E o que aconteceu? —perguntou Zack apressado.—Ouvimos agitação dentro, depois alguns tiros e tiraram um corpo da casa em um saco preto...—Eu digo que não era um corpo, juro que o vi se mexer —disse o outro homem.—Bem, você entende, dentro do saco ia um homem. A questão é que deram partida e foram embora imediatamente. A unidade móvel está seguindo eles, assim que chegarem ao seu destino vão nos informar.Zack assentiu devagar e seus irmãos o olharam como esperando que ele desse uma ordem.—Vocês verificaram a casa? —perguntou.—Preferimos informá-lo primeiro.—Muito bem, então chamem a polícia, e
Vito o olhava fixamente sem mostrar nenhum sinal de piedade.—Isso se chama "traição", Mason, você tem estado traindo nossa família...—Nãoooo... eu jamais...—Vamos Mason, você não tem nada a ganhar mentindo agora. Toda a prova está aqui e você sabe que não posso deixar isso passar, não é? —sentenciou Vito.Mason pareceu enlouquecer então.—Você não pode me matar! Eu sou um dos seus! Sou um dos seus homens...! Fiz tudo o que me pediu! Consegui portos seguros para o tráfico de mulheres em toda a costa leste! Consegui um mercado de compradores para os bebês que você sequestra! Como vai me matar?! Você precisa de mim!Vito negou com condescendência.—Esse é o seu erro. Você ainda não entende que nesta vida, ninguém precisa de ninguém —replicou—. Você ao menos sabe onde está? —perguntou.Mason olhou ao redor, desesperado, o que lhe havia parecido um buraco na terra mais parecia um vaso enorme, mas logo percebeu que era apenas a metade dele.—Você está em um molde —disse Vito—. Tenho uma f
Andrea estava com sono, sono e frio, e só sabia que ainda era noite pelo pedacinho de céu negro que via através de sua janela. Mas mal apareceu a primeira luz quando a porta de sua cela se abriu.—Vamos para fora. Hora de ir —disse a guarda e Andrea esfregou os olhos sem entender. Zack tinha lhe dito que ela ficaria uma semana para sua proteção. Por que queriam tirá-la agora?—. Vamos! O que você está esperando!? —rosnou a mulher da porta e apesar de seu medo Andrea não fez com que repetisse porque não queria que a golpeassem de novo.Aos tropeços a empurraram para um quarto e lhe entregaram a roupa que ela usava no dia em que a haviam prendido.—Troque-se se quiser sair daqui. Você tem cinco minutos.Com o coração na garganta Andrea se trocou imediatamente e pouco depois a mesma guarda a empurrava pelos corredores cercados de tela eletrificada em direção à saída da prisão. Ela sentia que ia desmaiar quando aquela porta se abriu e do outro lado estava Zack, apoiado na caminhonete, moven
Andrea assentiu mas não perguntou mais porque realmente não queria saber, e ambos caíram em um silêncio carregado de alívio. Se abraçaram com mais força, sabendo que a única coisa que restava fazer era se afastar, e Zack tentou fazer com que Andrea dormisse um pouco no caminho.Faltavam ainda um par de horas para chegar a Zurique quando Zack abriu os olhos, acalorado, e colocou sua mão sobre a testa de Andrea.—O que foi? —perguntou Milo ao ver a expressão preocupada de seu irmão—. O que ela tem?—Febre. Ela está com febre —respondeu Zack alarmado—. Está muito quente e suando. Chame o pessoal de voo e traga-lhes um comprimido para a febre.Milo assentiu e foi ao fundo do avião onde estavam os tripulantes para pedir ajuda. Depois de alguns minutos voltou com um comprimido, Zack o deu a Andrea junto com um copo de água e ela tomou o medicamento sem dizer nada.Um minuto depois uma aeromoça lhes trouxe alguns panos úmidos e Zack tentou fazer com que ela descansasse o máximo possível para