—Só preciso de um nome. Apenas um —sentenciou Zack em sua próxima ligação com o advogado Gazca—. Todos os homens temem alguém, Doutor, o senhor Rizzuto não é exceção.E Gazca tinha conseguido aquele nome: Jhon Hopkins.Quatro horas depois, lá estava ele, sentado em um escritório completamente branco e cheio de luzes no quartel-general de Langley, na Virgínia. Só tinha precisado pronunciar aquele nome e o de Rizzuto na mesma frase para que o levassem imediatamente àquele homem.—Tem certeza de que quer fazer isso? —perguntou o agente com desconfiança e Zack entendia: não é todo dia que alguém bate à porta da CIA dizendo que quer ajudá-lo a capturar o maior chefão da máfia de Montreal—. Por que não é honesto comigo e me diz o que tem contra Vito Rizzuto?Zack pegou um pequeno bloco de notas e anotou apenas duas palavras: "Andrea Brand".—Investigue-a e lhe direi por que estou aqui.Jhon Hopkins se levantou e começou a falar ao telefone imediatamente. Era um homem de uns trinta e oito ano
Pouco depois Zack voava de volta a Vancouver. Ia mais tranquilo, mas ainda assim quando chegou àquela prisão seu coração acelerou.—Sinto muito, não conseguimos mantê-la na delegacia —desculpou-se Gazca—. Por enquanto ela está em uma prisão de segurança mínima aguardando o julgamento. Consegui uma visita como advogado dela, vamos.Zack não disse uma palavra enquanto se registravam para entrar, só estava tentando conter a raiva que tudo aquilo lhe provocava.Quando chegaram à sala privada de visitas, Zack se surpreendeu com o que encontrou. Ela estava sentada na cadeira com a cabeça entre as mãos e o rosto totalmente exausto, mas quando o viu seus olhos se iluminaram. Levantou-se e correu até ele abraçando-o com força e chorando.—Shhh... —disse ele acariciando seu cabelo enquanto a apertava contra seu peito—. Já passou, já está tudo bem. Adriana está a salvo, eu prometo.Andrea assentiu enquanto continuava soluçando. A presença de Zack era tudo o que ela precisava para finalmente desab
A gente encoberta e os espiões só têm uma regra: "Prepare-se para tudo". A qualquer momento, em qualquer lugar, certifique-se de estar pronto.E Zack estava.Quando uma das caminhonetes os ultrapassou, cortando-lhes o caminho, ele já estava muito certo do que viria.—Fique aqui —ordenou a Gazca enquanto ele descia de sua caminhonete.Dois homens desceram de cada carro e ele deu a volta no seu para se apoiar no capô. Quase sorriu quando viu que abriam a porta para Mason e o sujeito descia como se fosse um rei feudal, de terno e gravata e muito seguro de si.—O que você quer além de desfilar como um pavão e latir como o cachorro que é? —disparou Zack sem se conter.Mason encaixou a ofensa e levantou o queixo com um gesto desafiador.—Queria saber se seu suposto amor por Andy não era suficiente para você ficar. Mas me disseram que você fugiu há dois dias e vejo que está fazendo o mesmo agora —riu Mason.—Bem... tenho que fazer algo para resolver a merda em que você nos meteu. Andrea já me
Zack assentiu e se preparou para cair como o convidado menos desejado na mansão Rizzuto.Chegar lá não foi difícil, apresentar-se e ser investigado levou uma hora. Uma longa hora em que esteve impassível em um quarto de segurança até que verificassem que realmente era o multicampeão e milionário Zack Keller.—Siga-me, o senhor Rizzuto o receberá em seu escritório —disse um dos guardas, armados até os dentes, e Zack o seguiu sem emitir nenhum som.A mansão Rizzuto era enorme, cheia de corredores e galerias, e por todas elas o levaram até terminar em uma biblioteca. Revistaram-no para ver se não levava armas ou microfones e depois o deixaram passar.Vito Rizzuto era um homem baixo e gorducho de uns sessenta anos, com o semblante mais amável que um ser humano podia imaginar, mas era só um engano, porque de boa fonte Zack sabia que o mafioso era um assassino a sangue frio.—Senhor Keller, um prazer conhecê-lo —cumprimentou-o com um forte aperto de mãos—. Posso lhe oferecer algo?—Um copo d
O rosto de Vito Rizzuto se tornou uma máscara de raiva quando viu aquele microfone arruinado dentro do copo d'água e ouviu o nome do seu pior inimigo.—Você definitivamente não é um homem inteligente, senhor Keller! —sibilou—. Está me ameaçando trazendo Jhon Hopkins à minha porta?Zack ajustou o paletó e sentou-se.—Não, senhor Rizzuto, não estou ameaçando, já o trouxe. O diretor Hopkins de Crime Organizado da CIA está no quarto 2301 do hotel Le Blanc, a menos de cinco minutos daqui —sentenciou—. Pedi ajuda para libertar minha mulher, e ele me pediu que a trocasse por você. Infelizmente, ele é um pouco intransigente e não se pode negociar com ele em muitas coisas, não entende o valor do dinheiro como você e eu.—E não podia vir até aqui sem trazê-lo!? —rosnou o velho furioso.—Depende de quão idiota você acha que eu sou. Acha que eu me meteria na casa do maior narcotraficante do Canadá sem um respaldo?Durante um minuto o velho o olhou com um ódio que pouco a pouco foi se convertendo e
Rizzuto abriu seu computador novamente e verificou sua conta, na qual todo o dinheiro havia sido depositado imediatamente.—Parece que você é um homem muito determinado, senhor Keller.—É verdade.—Precisa de alguma garantia? Uma parte do corpo, talvez? —perguntou o velho com frieza.—Basta-me sua palavra, senhor Rizzuto, estou pagando por ela —disse Zack com um sorriso—. A partir de agora estamos tristemente vinculados, então trate de não ser pego, porque não tenho nenhuma vontade de ir para a cadeia por um assassinato encomendado.Vito Rizzuto levantou-se sorrindo. Isso era o melhor de tudo, saber que agora Zack Keller menos que ninguém podia traí-lo, porque tinha uma transferência de um milhão de dólares que provava sua cumplicidade.—Cumprirei minha parte do trato, senhor Keller —disse Rizzuto enquanto apertava sua mão com força—. Quando voltar a Vancouver sua mulher já estará em liberdade e Mason Lee nunca mais o incomodará.—Espero que sim, e espero que nunca mais nos vejamos.E
Andrea acordou com a luz da manhã entrando pelo pequeno quadrado de trinta por trinta centímetros que era a janela de sua cela. Ao esticar os braços e as pernas, o ar frio e úmido a envolveu como um casulo. Olhou confusa ao seu redor antes que as lembranças da noite anterior a invadissem. Haviam-na trancado naquela cela solitária. Não sabia o que tinha feito para merecer aquilo e uma onda de medo a invadiu.Seus olhos se encheram de lágrimas ao pensar em Zack. Algo teria dado errado? Ele estaria em perigo? Desejava desesperadamente sair daquela cela e encontrá-lo, mas estava confinada sem poder fazer nada.Tentou relembrar se havia feito algo errado, mas as detentas ali eram todas bastante tranquilas.O som de uma bandeja batendo na porta da cela a sacudiu de seus pensamentos.—O café da manhã! —anunciou a voz fria de uma guarda e uma pequena abertura se abriu na porta.Andrea se aproximou lentamente e se agachou para receber a bandeja. Enquanto comia, sentiu algo embaixo do prato. Olh
—Eu adoro! Juro que levaria a loja inteira! —riu Chiara carregando Adriana e balançando-a para que ficasse quietinha—. Você está linda, menina, é uma bonequinha e sua tia vai te deixar bem "fashion"! Não é mesmo?Noémi sorriu e negou com condescendência.—Quem perdeu todo o "fashion" fomos nós —murmurou—. Não sei há quanto tempo não saía de casa sem saltos. Ei, será que não existem saltos para bebês!?—Claro que não, o que uma bebê faria com saltos!?—Se fantasiar? —Noémi deu de ombros—. E se a fantasiássemos?E lá foram as duas procurando todas as fantasias de princesa que havia na loja em tamanho de seis meses. Logo a deitaram em seu carrinho e começaram a encher uma cesta de compras.—Isso sim que eu não esperava! —ouviram uma voz atrás delas e as duas se tensionaram ao mesmo tempo.Viraram-se bem a tempo de ver aquela mulher pegar a menina no colo e Chiara soltou tudo o que tinha nas mãos.—Me dê a bebê, Giselle —exigiu e Noémi também deixou tudo de lado.—Eu pensei que vocês não g