Noémi ficou de pé, petrificada naquela porta enquanto olhava para Zack, que estava na soleira com uma mala e um bebê nos braços.Quando Chiara chegou junto a ela com curiosidade, a impressão foi compartilhada.—Zack...? O que você está fazendo aqui? —balbuciou.—Será melhor que se sentem —disse ele entrando na casa—. Temos que conversar.As gêmeas se olharam, mas depois de reparar na porta que vinha só, fecharam e o seguiram até a sala.—Se estou aqui é porque preciso da ajuda de vocês.—O que você quer dizer? —perguntou Noémi—. O que está acontecendo?Contar-lhes tudo o que estava acontecendo, infelizmente, incluía uma história muito mais longa que não podia ser ignorada.—Viu? Eu te disse! —exclamou Chiara levantando-se—. Eu sabia que não era filha sua, e aí você foi mentir na nossa cara!—E quem diabos se importa se não é minha filha, Chiara!? —irritou-se Zack—. Continua sendo minha família e vou cuidar dela, por isso estou aqui, porque a mãe dela está na cadeia e precisa que alguém
—Está tudo bem? Aconteceu algo com Adriana? —perguntou assustado, mas assim que Chiara apontou a câmera do celular, pôde ver Adriana engatinhando por todo o apartamento.—Ela está bem, mas nós nunca teremos filhos... —balbuciou Noémi enquanto limpava a testa com as costas da mão—. Queria te perguntar algo muito importante... por que ela faz cocô tanto?Zack se segurou para não rir e preferiu não perguntar exatamente o que era aquela mancha que ela tinha sobre uma sobrancelha. Já bastava o quão desgrenhada ela estava.—É normal. Os bebês são assim, mas se as coisas ficarem muito difíceis, vocês podem contratar uma enfermeira especializada —respondeu Zack—. Ela tomou a mamadeira?—Bem... ela tomou mais ou menos a metade... —murmurou sua irmã.—E o que aconteceu com a outra metade? —perguntou Zack.—Essa a Chiara está usando no seu concurso de camisetas molhadas —disse Noémi e Zack entendeu perfeitamente que ela tinha jogado a mamadeira em cima dela.Ao fundo ouviu gritos e um minuto depo
—Só preciso de um nome. Apenas um —sentenciou Zack em sua próxima ligação com o advogado Gazca—. Todos os homens temem alguém, Doutor, o senhor Rizzuto não é exceção.E Gazca tinha conseguido aquele nome: Jhon Hopkins.Quatro horas depois, lá estava ele, sentado em um escritório completamente branco e cheio de luzes no quartel-general de Langley, na Virgínia. Só tinha precisado pronunciar aquele nome e o de Rizzuto na mesma frase para que o levassem imediatamente àquele homem.—Tem certeza de que quer fazer isso? —perguntou o agente com desconfiança e Zack entendia: não é todo dia que alguém bate à porta da CIA dizendo que quer ajudá-lo a capturar o maior chefão da máfia de Montreal—. Por que não é honesto comigo e me diz o que tem contra Vito Rizzuto?Zack pegou um pequeno bloco de notas e anotou apenas duas palavras: "Andrea Brand".—Investigue-a e lhe direi por que estou aqui.Jhon Hopkins se levantou e começou a falar ao telefone imediatamente. Era um homem de uns trinta e oito ano
Pouco depois Zack voava de volta a Vancouver. Ia mais tranquilo, mas ainda assim quando chegou àquela prisão seu coração acelerou.—Sinto muito, não conseguimos mantê-la na delegacia —desculpou-se Gazca—. Por enquanto ela está em uma prisão de segurança mínima aguardando o julgamento. Consegui uma visita como advogado dela, vamos.Zack não disse uma palavra enquanto se registravam para entrar, só estava tentando conter a raiva que tudo aquilo lhe provocava.Quando chegaram à sala privada de visitas, Zack se surpreendeu com o que encontrou. Ela estava sentada na cadeira com a cabeça entre as mãos e o rosto totalmente exausto, mas quando o viu seus olhos se iluminaram. Levantou-se e correu até ele abraçando-o com força e chorando.—Shhh... —disse ele acariciando seu cabelo enquanto a apertava contra seu peito—. Já passou, já está tudo bem. Adriana está a salvo, eu prometo.Andrea assentiu enquanto continuava soluçando. A presença de Zack era tudo o que ela precisava para finalmente desab
A gente encoberta e os espiões só têm uma regra: "Prepare-se para tudo". A qualquer momento, em qualquer lugar, certifique-se de estar pronto.E Zack estava.Quando uma das caminhonetes os ultrapassou, cortando-lhes o caminho, ele já estava muito certo do que viria.—Fique aqui —ordenou a Gazca enquanto ele descia de sua caminhonete.Dois homens desceram de cada carro e ele deu a volta no seu para se apoiar no capô. Quase sorriu quando viu que abriam a porta para Mason e o sujeito descia como se fosse um rei feudal, de terno e gravata e muito seguro de si.—O que você quer além de desfilar como um pavão e latir como o cachorro que é? —disparou Zack sem se conter.Mason encaixou a ofensa e levantou o queixo com um gesto desafiador.—Queria saber se seu suposto amor por Andy não era suficiente para você ficar. Mas me disseram que você fugiu há dois dias e vejo que está fazendo o mesmo agora —riu Mason.—Bem... tenho que fazer algo para resolver a merda em que você nos meteu. Andrea já me
Zack assentiu e se preparou para cair como o convidado menos desejado na mansão Rizzuto.Chegar lá não foi difícil, apresentar-se e ser investigado levou uma hora. Uma longa hora em que esteve impassível em um quarto de segurança até que verificassem que realmente era o multicampeão e milionário Zack Keller.—Siga-me, o senhor Rizzuto o receberá em seu escritório —disse um dos guardas, armados até os dentes, e Zack o seguiu sem emitir nenhum som.A mansão Rizzuto era enorme, cheia de corredores e galerias, e por todas elas o levaram até terminar em uma biblioteca. Revistaram-no para ver se não levava armas ou microfones e depois o deixaram passar.Vito Rizzuto era um homem baixo e gorducho de uns sessenta anos, com o semblante mais amável que um ser humano podia imaginar, mas era só um engano, porque de boa fonte Zack sabia que o mafioso era um assassino a sangue frio.—Senhor Keller, um prazer conhecê-lo —cumprimentou-o com um forte aperto de mãos—. Posso lhe oferecer algo?—Um copo d
O rosto de Vito Rizzuto se tornou uma máscara de raiva quando viu aquele microfone arruinado dentro do copo d'água e ouviu o nome do seu pior inimigo.—Você definitivamente não é um homem inteligente, senhor Keller! —sibilou—. Está me ameaçando trazendo Jhon Hopkins à minha porta?Zack ajustou o paletó e sentou-se.—Não, senhor Rizzuto, não estou ameaçando, já o trouxe. O diretor Hopkins de Crime Organizado da CIA está no quarto 2301 do hotel Le Blanc, a menos de cinco minutos daqui —sentenciou—. Pedi ajuda para libertar minha mulher, e ele me pediu que a trocasse por você. Infelizmente, ele é um pouco intransigente e não se pode negociar com ele em muitas coisas, não entende o valor do dinheiro como você e eu.—E não podia vir até aqui sem trazê-lo!? —rosnou o velho furioso.—Depende de quão idiota você acha que eu sou. Acha que eu me meteria na casa do maior narcotraficante do Canadá sem um respaldo?Durante um minuto o velho o olhou com um ódio que pouco a pouco foi se convertendo e
Rizzuto abriu seu computador novamente e verificou sua conta, na qual todo o dinheiro havia sido depositado imediatamente.—Parece que você é um homem muito determinado, senhor Keller.—É verdade.—Precisa de alguma garantia? Uma parte do corpo, talvez? —perguntou o velho com frieza.—Basta-me sua palavra, senhor Rizzuto, estou pagando por ela —disse Zack com um sorriso—. A partir de agora estamos tristemente vinculados, então trate de não ser pego, porque não tenho nenhuma vontade de ir para a cadeia por um assassinato encomendado.Vito Rizzuto levantou-se sorrindo. Isso era o melhor de tudo, saber que agora Zack Keller menos que ninguém podia traí-lo, porque tinha uma transferência de um milhão de dólares que provava sua cumplicidade.—Cumprirei minha parte do trato, senhor Keller —disse Rizzuto enquanto apertava sua mão com força—. Quando voltar a Vancouver sua mulher já estará em liberdade e Mason Lee nunca mais o incomodará.—Espero que sim, e espero que nunca mais nos vejamos.E