—Bem, eu posso confirmar, mas não os tenho —murmurou preocupada—. Todos os backups estavam com Trembley ou estão na...!Os dois se olharam assustados.—Na sala dos servidores! —gritaram ao mesmo tempo e saíram correndo do escritório.Provavelmente ninguém esperava ver o novo dono e sua secretária correndo como crianças pelo andar e derrapando na frente do elevador, antes de subirem que nem loucos pro último andar, mas foi exatamente isso que aconteceu.—Me diz que jogaram o Trembley direto na rua! —exclamou Andrea.—Tomara que sim! —replicou Zack subindo os degraus de dois em dois.Chegaram ofegantes e nervosos, torcendo pra que Trembley não tivesse mexido nas cópias de segurança. O chefe dos servidores do prédio negou ter visto Trembley naquele dia e entregou pra eles as cópias dos arquivos de uma semana atrás.Com a mesma velocidade que subiram correndo, desceram e colocaram o disco rígido no computador de Zack pra verificar. Dois minutos depois, ele tava puxando os cabelos e
Zack sentiu um nó na garganta ao ouvir a voz da sua mãe, que tava chorosa e alterada, e logo sacou que era porque algo ruim tinha acontecido.—O que aconteceu com o papai? —perguntou enquanto se sentava, ou suas pernas falhariam.—Seu pai teve outra crise cardíaca, filho —disse sua mãe com voz trêmula—. Tivemos que trazê-lo às pressas para o hospital...—E como ele está?—Bem... estável por enquanto, mas o médico decidiu colocá-lo na lista de transplantes.Zack ficou mudo de choque. Não era que não esperassem por isso, seu pai estava doente do coração há muito tempo, mas ainda era um homem jovem que mal chegava aos sessenta anos.—Estou indo para aí... —disse, levantando-se imediatamente.—Não —sua mãe o deteve—. Vamos ficar aqui alguns dias e depois o levaremos para a cabana nos Alpes. Ele quer estar lá para o Natal, você sabe que é nossa tradição. Só peço que você venha. Venha e traga sua família para que seu pai a conheça de uma vez, filho. Ele quer que estejamos todos reunid
—Sim, aqui está... desculpe, não tem sido o melhor dia.—Tudo bem, é um prazer ajud... —atrás dela, ouviu-se aquele som característico e Zack escutou Andrea tentando acalmar o choro do seu bebê—. Desculpe, senhor Keller... O que o senhor estava dizendo?... Shshshsh, calma, meu amor...—Não, nada, me desculpe de novo por incomodar tão tarde e...—Claro, não tem proble... Sim, minha vida, já... mamãe vai te dar sua mamadeira, se acalme... vamos...Zack não conseguiu evitar sorrir sem querer pelo jeito que Andrea lidava com sua bebezinha. E aí aquela cabeça dele se iluminou que nem árvore de Natal!Ele se despediu apressadamente e desligou o telefone, depois se virou para Ben.—Você é um gênio! —gritou, e seu amigo o olhou assustado.—Isso eu já sei, mas continue alimentando meu ego e me explique por quê! —respondeu.—O que você me disse outro dia, sua piada de mau gosto é perfeita agora —exclamou Zack—. "Aviso urgente: Magnata aluga família para este Natal", parece uma loucura...—Porque
Andrea olhou ao redor, confusa, como se Zack tivesse acabado de bater nela com algo contundente.— O que você está procurando? — perguntou ele, franzindo a testa.— A câmera escondida... — respondeu ela. — Ou a camisa de força que deve estar por aí... porque não vejo você muito são neste momento.Ele respirou fundo, tentando se acalmar.— OK, desculpe se me expressei mal, é que estou nervoso...— E deveria estar! Não se pede algo assim a alguém, a ninguém na verdade! — sentenciou ela, arregalando os olhos.Zack se levantou e contornou sua mesa para sentar-se em frente a ela, numa cadeira mais próxima.— Escute, sei que isso pode parecer loucura, mas é realmente um favor importante para mim — declarou, olhando-a nos olhos. — Meu pai está doente, muito doente, e o médico disse que talvez seja o último Natal que ele passe conosco. Meus pais acreditam que tenho uma família, namorada e um bebê, e não quero chegar lá e ter que dizer que isso é mentira.A testa de Andrea se franziu e sua boca
— Tudo bem... — sussurrou. — O que eu preciso fazer?Zack suspirou aliviado.— Agora é hora de treinar! —exclamou. — Te convido para almoçar hoje e vemos os detalhes.E olha que tinha detalhes para discutir!Mais tarde, quando Zack a levou a um restaurante agradável e puxou a cadeira educadamente para ela, Andrea sentiu-se pequenina.— Que tal começarmos a nos ver depois do trabalho? — pediu ele. — Preciso passar mais tempo com vocês, senão minha mãe vai perceber que seu bebê não se dá comigo. Posso levar o jantar hoje.Andrea apertou os lábios. Da primeira vez, ela não tinha conseguido controlar a situação, mas não queria que Zack fosse à sua casa; ficava envergonhada pelo fato de não poder convidá-lo para sentar porque não tinha... nada.— Bem... senhor Keller...— Ai, não! Você não pode mais me chamar assim. Se escapar na frente da minha mãe, estamos fritos. Melhor Zack. Antes você me chamava de Zack...— Antes você não era meu chefe!— E agora vou ser seu namorado de ment
Chegou escondida, camuflada, camaleônica e tão silenciosa que quando ouviu aquele "Andrea" pulou da cadeira uns trinta centímetros de susto.—Aaaah! —sufocou um grito e depois se agarrou nos braços da cadeira, olhando para Zack.—Deve ser a consciência pesada —zombou ele—. É impressão minha ou você está me evitando?—Quem? Eu? Não! —murmurou ela ficando vermelha em um segundo.Ele se inclinou sobre Andrea e estreitou os olhos, porque não podia acreditar que ela realmente estivesse corando como uma menina de quinze anos... mas não custava nada confirmar.—Olha, se é por causa do beijo, não precisa ficar desconfortável —murmurou—. Pense nisso como um incentivo econômico. Esta boquinha —disse Zack apontando para seus lábios—, vale dez mil euros."E eu beijaria de graça", pensou ela, mas logo desviou o olhar.—Eu sei, é só que estamos no trabalho, não vejo necessidade de as pessoas começarem a fofocar, lembra que ainda teremos que conviver com eles quando voltarmos, né?Zack concor
— Sim, em macacões, mas nas roupinhas de menino — respondeu a vendedora.— Não me importo! Ela é uma bebê durona! Não é verdade, meu amor? Você vai usar um macacãozinho de snowboard! — exclamou, fazendo uma careta, e Adriana caiu na gargalhada.Andrea se apoiou em um dos cabides, observando aquilo. Não conseguia nem começar a expressar o quão feliz se sentia sabendo que sua filha teria tantas coisas bonitas, mas aquilo também era um lembrete de tudo o que faltava. Em janeiro, Adriana não teria um pai para abraçá-la ou mimá-la, e ela sentia que era sua culpa.A impotência subiu aos seus olhos enquanto os observava, e quando Zack se virou para ela, percebeu que ela estava limpando as lágrimas apressadamente.— Ei, me desculpe se estou exagerando... é que as coisas de bebê são tão lindas que quero tudo para ela — disse ele suavemente.— Relaxa, acho que tenho que aceitar que você é do tipo que exagera com frequência — ela sorriu.— Perfeito, nesse caso, você vai me perdoar pela últi
Zack apertou a mão de Andrea por um momento e lhe assegurou que cuidaria de Adriana, então a moça saiu correndo atrás de sua vizinha, atravessou o corredor e entrou na casa da senhora Wilson. A pobre idosa respirava com dificuldade, como se tivesse asma ou algo assim, mas Andrea sabia que não era isso.—Calma, senhora Wilson, já chamamos a ambulância, os paramédicos estarão aqui em breve —disse ela suavemente, segurando sua mão.Pouco depois, ouviu-se o som da sirene da ambulância e logo a colocaram em uma maca enquanto lhe administravam oxigênio.Tanto Mildred quanto ela estavam nervosas porque não queriam que ela fosse sozinha, mas a verdade era que a senhora não tinha família para acompanhá-la.—Alguém sabe suas alergias? —perguntou um paramédico e Andrea imediatamente começou a preencher o formulário—. Temos que levá-la ao hospital. Quem vai acompanhá-la?Andrea e Mildred se entreolharam, preocupadas.—Tenho todas as crianças em casa e duas delas com gripe forte, não posso sa