Zack apertou a mão de Andrea por um momento e lhe assegurou que cuidaria de Adriana, então a moça saiu correndo atrás de sua vizinha, atravessou o corredor e entrou na casa da senhora Wilson. A pobre idosa respirava com dificuldade, como se tivesse asma ou algo assim, mas Andrea sabia que não era isso.—Calma, senhora Wilson, já chamamos a ambulância, os paramédicos estarão aqui em breve —disse ela suavemente, segurando sua mão.Pouco depois, ouviu-se o som da sirene da ambulância e logo a colocaram em uma maca enquanto lhe administravam oxigênio.Tanto Mildred quanto ela estavam nervosas porque não queriam que ela fosse sozinha, mas a verdade era que a senhora não tinha família para acompanhá-la.—Alguém sabe suas alergias? —perguntou um paramédico e Andrea imediatamente começou a preencher o formulário—. Temos que levá-la ao hospital. Quem vai acompanhá-la?Andrea e Mildred se entreolharam, preocupadas.—Tenho todas as crianças em casa e duas delas com gripe forte, não posso sa
— Seu idiota, isso não é urgente! Quase me matou do coração! Procure "Urgente" no dicionário e me deixe transar em paz! Me ligue amanhã! — gritou Ben antes de desligar. Zack olhou para o telefone.— Bom, ele deve estar mal transado pra estar tão mal-humorado... — zombou, e ele mesmo pôs mãos à obra.Naquela mesma noite, revisou os registros da empresa. Havia sete mães que precisavam de apoio de creche, então, quando Ben chegou no dia seguinte, Zack já estava mergulhado nos trâmites.— E não seria melhor incluir a creche no seguro e pronto? — perguntou quando viu que ele estava procurando o espaço perfeito para montar a creche no andar.— Não, porque assim as mães poderão ter os bebês por perto. Te garanto que todas vão se sentir mais tranquilas.— Todas ou a Andrea? — perguntou Ben, disfarçadamente.— Já sei seu horário de transar, Ben. Quer que eu interrompa todo dia? — ameaçou Zack, e o outro negou.— Não senhor, muito obrigado! OK, então mãos à obra.Claro que tudo se agiliz
Andrea sentia uma opressão no peito difícil de descrever. Normalmente não se importava com o que as pessoas pensavam dela. Mas a verdade é que doía que mulheres que haviam trabalhado com ela por mais de quatro meses, pudessem falar tão superficialmente sobre o que tinha acontecido com Trembley ou o que ela fazia com Zack.—Continua sendo prostituição laboral —riu outra mulher—. Embora eu fizesse de graça com o dono!—Isso é bem verdade, eu não quero uma promoção, me basta ficar com esse gato —disse outra.—Pois a Andrea levou a promoção e o gato! No final, não é nada diferente de se ela tivesse dormido com Trembley, o fato dele ser atraente não prova que ela não fez isso para subir na carreira.Andrea cerrou os punhos com frustração. Todas as mulheres sentadas ali haviam recorrido a ela mais de uma vez para pedir favores, e Andrea as tinha ajudado com prazer. Não esperava que retribuíssem, mas pelo menos se contentaria se não falassem mal dela pelas costas.—Todas achávamos que el
Zack bufou irritado, mas quando Ben colocava as coisas daquele jeito realmente parecia algo muito estúpido.—Então eu pisei na bola —murmurou.—E como, já te falei. Principalmente porque você atacou ela por não reagir como você queria. Isso não foi legal.Zack apertou os lábios, fazendo uma careta.—Droga! Até com namoradas falsas tem que pedir desculpas. Bom... melhor eu passar numa floricultura ou algo assim...—Ela não é sua namorada de verdade, seu idiota —murmurou Ben—. Melhor passar numa lanchonete.Zack respirou fundo antes de sair dali, foi para seu apartamento e tomou o banho que precisava para refletir e logo em seguida ligou para Andrea.—Desculpa, me desculpa mesmo —foram suas primeiras palavras—. Só quero o melhor pra você, você sabe, me irrita que pessoas que não te conhecem falem mal de você, mas se você decidir que...—Desculpa, Zack, mas não posso falar agora! —Andrea o interrompeu e ele percebeu que atrás dela se ouviam os gritos do bebê.—Está tudo bem? —per
Andrea não disse uma palavra enquanto iam para o apartamento de Zack. O bebê tinha se acalmado um pouquinho, mas eles não.— Pronto, temos os remédios, a fórmula, o bebê... e os nervos! — murmurou Zack assim que chegaram.Ele abriu a porta do apartamento, e Andrea tentou não se surpreender, mas era difícil. Só a sala da residência de Zack era três vezes maior que todos os cômodos do seu apartamentinho juntos.Deram um banho no bebê, e Zack preferiu deixar o teste da fralda para outro dia, porque era óbvio que o bebê não estava se sentindo bem. Já não chorava nem vomitava, mas não queria dormir; só queria que a segurassem no colo.Às três da madrugada os dois estavam como zumbis, completamente exaustos, mas Adriana não dormia. Cochilava um pouquinho, mas assim que tentavam deitá-la, começava a choramingar.Zack foi tomar um banho para se despertar, e quando tentou embalar Adriana para que Andrea também tomasse um banho, o bebê se recusou totalmente.— Vem comigo princesa! Eu gosto
—Filha, fico feliz que você e Adriana tenham alguém para cuidar de vocês, porque acho que não vou ficar por aqui muito mais tempo —disse a idosa.—Não diga isso, senhora Wilson, garanto que logo vão lhe dar alta —murmurou Andrea com o coração apertado.—De qualquer forma, não voltarei mais para o apartamento, filha. Uma assistente social muito gentil veio me ver e acho que vou aceitar aquela oferta que recusei há alguns anos, vou para um asilo.Os olhos de Andrea se encheram de lágrimas e Zack pôde ver o quanto ela estava lutando contra aquela decisão, mas no final, só lhe restava se despedir.—Prometo que iremos visitá-la com frequência, senhora Wilson —ela disse—. Você verá como vai se sentir bem junto com outros idosos.Quando saíram de lá, Zack viu que ela enxugava as lágrimas e abraçava sua filha como se fosse sua única defesa contra a tristeza.—Vocês são muito unidas, não é? —ele perguntou.—Bem... no dia em que cheguei em casa e a encontrei vazia, ela apareceu com um pot
Ben era um homem com um charme especial, mas desde que havia se reencontrado com a mãe de seu filho, esse charme havia se concentrado em desaparecer para as outras mulheres. Não era estranho então que ninguém mais lhe prestasse atenção naquele elevador cheio de gente, ainda mais quando ia com seu boné de turno, a cabeça baixa e resmungando com Zack pelo telefone.Sua atenção estava em seu melhor amigo até que ouviu aquela conversa à sua frente, então tanto ele quanto Zack ficaram em silêncio."Você tem que aceitar, garota, esses homens são do tipo que transam em privado e com quantas puderem, mas não pense que ele vai te reconhecer em público. O senhor Keller deve ter uma amante em cada filial e dizem que ele tem muitas... filiais".—Não me enche, Ben! Onde diabos é isso? —disparou furioso.—Sim, já estou no elevador... —disse Ben como quem não quer nada."Agradeço muito a preocupação, senhoras, mas o que acontece entre Zack Keller e eu é problema nosso", ele ouviu Andrea dizer e
Ela resmungou sete vezes baixinho e ficou emburrada.—Mesmo assim você não devia ter feito isso —disse ela—. Não vejo sentido em tirar a razão das bruxas agora, ou você acha que elas não vão saber em janeiro? O que você vai fazer? Vai me transferir de filial?—Olha, não seria má ideia —respondeu ele—. Ben ficará encarregado desta, mas eu tenho que voltar aos Estados Unidos. Se você quiser expandir seus horizontes, é bem-vinda para vir comigo.Andrea cruzou os braços e suspirou resignada. Ele era um bom homem, mas tinha um temperamento dominante que às vezes era desesperador.—É melhor eu ir trabalhar.—Sim, aproveite, porque só vamos trabalhar mais dois dias —avisou ele.E de fato foi assim. Dois dias depois, Zack se recusou a deixá-la ir trabalhar e se dedicou a contar-lhe quase tudo sobre sua família.Ele não se incomodou em contar sobre Giselle porque a verdade era que sua família nunca a tinha conhecido. Zack não estava certo do porquê, mas parecia que quando surgia a oportu