Zack bufou irritado, mas quando Ben colocava as coisas daquele jeito realmente parecia algo muito estúpido.—Então eu pisei na bola —murmurou.—E como, já te falei. Principalmente porque você atacou ela por não reagir como você queria. Isso não foi legal.Zack apertou os lábios, fazendo uma careta.—Droga! Até com namoradas falsas tem que pedir desculpas. Bom... melhor eu passar numa floricultura ou algo assim...—Ela não é sua namorada de verdade, seu idiota —murmurou Ben—. Melhor passar numa lanchonete.Zack respirou fundo antes de sair dali, foi para seu apartamento e tomou o banho que precisava para refletir e logo em seguida ligou para Andrea.—Desculpa, me desculpa mesmo —foram suas primeiras palavras—. Só quero o melhor pra você, você sabe, me irrita que pessoas que não te conhecem falem mal de você, mas se você decidir que...—Desculpa, Zack, mas não posso falar agora! —Andrea o interrompeu e ele percebeu que atrás dela se ouviam os gritos do bebê.—Está tudo bem? —per
Andrea não disse uma palavra enquanto iam para o apartamento de Zack. O bebê tinha se acalmado um pouquinho, mas eles não.— Pronto, temos os remédios, a fórmula, o bebê... e os nervos! — murmurou Zack assim que chegaram.Ele abriu a porta do apartamento, e Andrea tentou não se surpreender, mas era difícil. Só a sala da residência de Zack era três vezes maior que todos os cômodos do seu apartamentinho juntos.Deram um banho no bebê, e Zack preferiu deixar o teste da fralda para outro dia, porque era óbvio que o bebê não estava se sentindo bem. Já não chorava nem vomitava, mas não queria dormir; só queria que a segurassem no colo.Às três da madrugada os dois estavam como zumbis, completamente exaustos, mas Adriana não dormia. Cochilava um pouquinho, mas assim que tentavam deitá-la, começava a choramingar.Zack foi tomar um banho para se despertar, e quando tentou embalar Adriana para que Andrea também tomasse um banho, o bebê se recusou totalmente.— Vem comigo princesa! Eu gosto
—Filha, fico feliz que você e Adriana tenham alguém para cuidar de vocês, porque acho que não vou ficar por aqui muito mais tempo —disse a idosa.—Não diga isso, senhora Wilson, garanto que logo vão lhe dar alta —murmurou Andrea com o coração apertado.—De qualquer forma, não voltarei mais para o apartamento, filha. Uma assistente social muito gentil veio me ver e acho que vou aceitar aquela oferta que recusei há alguns anos, vou para um asilo.Os olhos de Andrea se encheram de lágrimas e Zack pôde ver o quanto ela estava lutando contra aquela decisão, mas no final, só lhe restava se despedir.—Prometo que iremos visitá-la com frequência, senhora Wilson —ela disse—. Você verá como vai se sentir bem junto com outros idosos.Quando saíram de lá, Zack viu que ela enxugava as lágrimas e abraçava sua filha como se fosse sua única defesa contra a tristeza.—Vocês são muito unidas, não é? —ele perguntou.—Bem... no dia em que cheguei em casa e a encontrei vazia, ela apareceu com um pot
Ben era um homem com um charme especial, mas desde que havia se reencontrado com a mãe de seu filho, esse charme havia se concentrado em desaparecer para as outras mulheres. Não era estranho então que ninguém mais lhe prestasse atenção naquele elevador cheio de gente, ainda mais quando ia com seu boné de turno, a cabeça baixa e resmungando com Zack pelo telefone.Sua atenção estava em seu melhor amigo até que ouviu aquela conversa à sua frente, então tanto ele quanto Zack ficaram em silêncio."Você tem que aceitar, garota, esses homens são do tipo que transam em privado e com quantas puderem, mas não pense que ele vai te reconhecer em público. O senhor Keller deve ter uma amante em cada filial e dizem que ele tem muitas... filiais".—Não me enche, Ben! Onde diabos é isso? —disparou furioso.—Sim, já estou no elevador... —disse Ben como quem não quer nada."Agradeço muito a preocupação, senhoras, mas o que acontece entre Zack Keller e eu é problema nosso", ele ouviu Andrea dizer e
Ela resmungou sete vezes baixinho e ficou emburrada.—Mesmo assim você não devia ter feito isso —disse ela—. Não vejo sentido em tirar a razão das bruxas agora, ou você acha que elas não vão saber em janeiro? O que você vai fazer? Vai me transferir de filial?—Olha, não seria má ideia —respondeu ele—. Ben ficará encarregado desta, mas eu tenho que voltar aos Estados Unidos. Se você quiser expandir seus horizontes, é bem-vinda para vir comigo.Andrea cruzou os braços e suspirou resignada. Ele era um bom homem, mas tinha um temperamento dominante que às vezes era desesperador.—É melhor eu ir trabalhar.—Sim, aproveite, porque só vamos trabalhar mais dois dias —avisou ele.E de fato foi assim. Dois dias depois, Zack se recusou a deixá-la ir trabalhar e se dedicou a contar-lhe quase tudo sobre sua família.Ele não se incomodou em contar sobre Giselle porque a verdade era que sua família nunca a tinha conhecido. Zack não estava certo do porquê, mas parecia que quando surgia a oportu
Zack queria que a terra o engolisse. Não fazia ideia de quando sua irmã tinha conhecido Giselle ou se isso era verdade, mas se fosse, tinha que ter sido no último ano, quando eles já estavam separados. Sua mão apertou inconscientemente a de Andrea, e ela soube que algo estava errado, muito errado.— Bem, se você conheceu Giselle — disse ele com voz cortante —, então não entendo o porquê desse teatro, porque você sabe perfeitamente que a mulher ao meu lado não é ela. Giselle e eu nos separamos há um tempo. Esta é Andrea, minha namorada, então venha cumprimentá-la como se deve ou poupe-nos da cena.— Calma, maninho, não se irrite — disse Noémi, minimizando a situação —. Você precisa entender que estava há anos com Giselle. Quando você disse ao papai "minha namorada está grávida", todos assumimos que estava falando da Giselle.Na mente de Andrea, voltaram aquelas palavras de Zack como um golpe: "se a vida fosse justa, eu teria uma esposa e um bebê". Então, o que quer que tenha aconteci
—Sinto muito mesmo, dá pra ver que era algo muito importante pra você.—Eu devia ter te contado antes, mas... a verdade é que ninguém da minha família conheceu a Gisselle, não imaginei que minha irmã fosse tocar no assunto —murmurou ele.—É, você devia ter me falado. Agora pareço uma destruidora de lares, mas olha, vou ser uma destruidora de lares bem fofa —retrucou ela, e Zack ergueu a cabeça para olhá-la nos olhos.—Se minhas irmãs vieram com a intenção de encher o saco, isso só vai piorar —disse ele—. Talvez seja melhor irmos para um hotel, ou uma cabana...—Nem pensar! —declarou Andrea—. Viemos aqui pra você passar um Natal maravilhoso com seu pai, e se suas irmãs ficarem insuportáveis, problema delas. Qual é o pior que pode acontecer?Zack suspirou dando de ombros.—Não faço ideia, mas elas vão pensar em alguma coisa —murmurou impotente—. E por falar nisso, que história é essa de Thorzinho?Andrea soltou uma gargalhada e sorriu com ar travesso.—Você disse que eu devia te dar um a
Zack estava contagiado pelo espírito natalino, e embora alguns já se achassem grandes demais para essas brincadeiras, ninguém se atreveu a contrariar a senhora Luana. Eles se espalharam pelas cozinhas da mansão e Zack atacou a despensa de doces.Adriana estava mais que feliz nos braços do senhor Nikola, que a mimava como se fosse uma princesa, e logo depois Andrea batia a massa.—Tudo bem? —perguntou Zack chegando perto dela—. Não, espera, isso é muita massa e se você colocar muita farinha, vai ficar muito dura...—É isso que eu quero.—Mas depois ninguém vai conseguir comer —replicou Zack.—Acredite, quando eu terminar esta casinha, ninguém vai querer comê-la —declarou ela—. Além disso, sua mãe disse a casinha mais bonita, não a mais gostosa.Zack apontou o dedo para ela e riu.—Você é uma trapaceira! Gostei! Precisa de ajuda?—Na verdade, sim. A massa está pesada, meus dedos estão doendo —disse ela fazendo biquinho.Zack arregaçou as mangas do suéter e se posicionou atrás dela, enfia