Ao acordarem na manhã seguinte, Amélia percebeu que Alex não estava na cama, mas notou uma flor de girassol ao seu lado e sorriu, imaginando ser obra dele.Quando desceu para o andar de baixo, escutou a movimentação na cozinha e o barulho de risadas, encontrando Alex, Ethan, Benjamin e o pai deles sentados à mesa tomando café.— Bom dia? — Ela falou, cruzando os braços ao recostar no portal da cozinha.— Bom dia, Abelhinha. — O pai respondeu ao sorrir.Quando ele se levantou, Amélia viu diversos álbuns de fotos em cima da mesa, todos espalhados com todos dela e dos irmãos.— O que vocês estão aprontando aqui? Cadê o Bernard e o Will? E o Dylan? — Ela questionava, passando por Benjamin e Ethan e indo sentar ao lado de Alex.— Foram trabalhar. — Benjamin respondeu, tomando um gole de café. Ele estava arrumado demais, trajando terno e gravata, assim como Ethan.— E aonde vocês vão? — Ela questionou curiosa.— Trabalhar. — Eles responderam ao mesmo tempo, levantando-se e se despedindo de
Amélia o olhava sem entender.— Como assim? O que você fez? — Ela questionou.— Fiz uma oferta generosa para o Bill e ele aceitou. — Alex respondeu ao dar de ombros, beijando a face de Amélia. — Se quiser, depois podemos levá-lo para a marina de New York ou do Hamptons para você. — Ele sugeria.Amélia o abraçou, beijando os lábios dele carinhosamente.— Obrigada. — Ela sussurrou contra a boca dele, fitando seus olhos. — Eu te amo.Alexander sorriu, beijando a testa dela.— E eu amo você. — Ele respondeu.Amélia levou a chave em seguida a ignição do barco e ligou. O motor logo começou a roncar e o barco ia saindo do píer da casa do Bill, seguindo para a baía de Charleston. Alex caminhava até Amélia, parando atrás dela e abraçando-a pela cintura. Ele logo começava a perceber que ela sabia o que estava fazendo. Conforme o barco ia se afastando mais, Alex ficava admirado ao passarem pelas ilhas que cercavam a marina e a baía, observando os prédios se distanciando. — Você já velejou ante
As pessoas no restaurante comentavam sobre a notícia do prefeito Rhodes sendo preso, as vozes altas se tornavam fofocas terríveis que se espalhavam pelo salão do restaurante. Amélia olhava para Alex, vendo o telefone dele tocar em cima da mesa e ele atender logo em seguida.— Alô. — Ele respondeu. — Estamos no restaurante da marina, paramos o barco aqui para almoçar. — Ele informava a pessoa do outro lado da linha.— Sim, está em todos os canais. — Ele respondeu à pessoa do outro lado ligação. — Ela está comigo. — Dizia ao olhar para Amélia. — Está bem, dentro do possível.Ele comentava sobre Amélia que se levantava de imediato e em seguida sentava. — Vamos terminar de almoçar e o Bruce está vindo nos buscar. Até mais tarde. — Alex desligou.— Quem era? — Amy perguntou curiosa.— Benjamin, ele estava preocupado. — Alex falou, tentando não continuar o assunto.— Com o quê? — Ela questionou, tremendo o pior.— Amy, você precisa comer. — Ele alertou, segurando a mão dela em um carinho
Os olhos furiosos de Barth brilhavam com o que Amélia havia dito. A mão livre dele agarrava o pescoço de Amélia com força, apertando os dedos ali ao roubar-lhe o ar.— É mentira. — Ele rosnava contra ela.Amélia balançava a cabeça negativamente.— O bebê é seu. Faça as contas. — Ela sussurrou sem ar, lutando para puxar o ar. — Eu estou com quatro meses.Barth a olhou confuso, como se estivesse realmente calculando em sua cabeça enquanto algumas pessoas passavam por eles rapidamente. Ele mantinha a arma contra a barriga de Amélia, porém escondendo-a com o casaco.— Vamos sair daqui. — Ele soltou o pescoço de Amélia e agarrou seu braço, começando a caminhar com ela para fora do restaurante.Eles seguiam pela parte de trás do restaurante, passando próximo da cozinha e saindo pela porta dos fundos.Amélia tentava não chorar, mas seu corpo inteiro tremia de medo. Não fazia ideia de para onde Barth estaria lhe levando, e o pior, o que ele iria fazer com ela.Quando eles chegaram ao estacio
Ela escutou o barulho do tiro e em seguida, o som de algo caindo no chão com força.Quando abriu os olhos, viu Barth há poucos centímetros dela com os olhos abertos e a boca sangrando. Amélia também viu o buraco do tiro na testa dele, o sangue se espalhando pelo feno aos poucos.O mesmo sangue corria até ela e ela tentava se arrastar para se afastar, não queria sentir o sangue dele em sua pele, não queria que aquela fosse a última lembrança daquele demônio impregnada em sua pele. Conforme fechava os olhos em exaustão, ela escutava diversos passos tomando conta do galpão e vozes que gritavam e ao mesmo tempo chamavam por ela.A última coisa que Amélia viu antes de desmaiar, foi um par de olhos azuis desesperados olhando para ela. Olhos que ela reconheceria em qualquer lugar, onde quer que fosse.Quando abriu os olhos novamente, sentiu sua cabeça doer violentamente. Ela puxou o braço, mas sentiu sua mão presa a alguma coisa e doer. Olhou para a mão e viu que estava conectada por uma ma
Amélia sentiu seu coração apertar com as palavras de Alexander. Lágrimas inundaram seus olhos enquanto uma mistura de tristeza e choque tomava conta dela. Ela levou as mãos ao ventre, como se buscasse confirmar aquela perda irreparável. Benjamin se aproximou, colocando uma mão gentilmente em seu ombro em um gesto de consolo. A dor e o vazio pareciam consumir Amélia, enquanto ela tentava assimilar a notícia. — Eu sinto muito, Amélia. Eu queria poder fazer algo para mudar isso, para evitar essa dor que você está sentindo. Era o nosso bebê. — disse Alexander com a voz embargada, segurando a mão dela em seguida. Amélia olhou para ele, seu olhar cheio de tristeza e questionamento. Ela sentia como se o mundo tivesse desabado ao seu redor. A esperança e a alegria que haviam preenchido seus dias nos últimos meses haviam sido arrancadas de forma cruel e abrupta. E o pior, quando ela achou que Barth não poderia mais machucá-la, ele arrancou dela a única coisa que ela queria, a única coisa pur
Quando acordou horas depois, Amélia viu Alexander ainda deitado no sofá ao seu lado dormindo. Ela ficava olhando para o teto, os olhos esverdeados meio opacos e sem vida depois de tudo o que havia acontecido. Apesar dos remédios que entravam em sua veia através dos tubos, seu corpo ainda estava dolorido pelas agressões de Barth.Amélia levou a mão a boca ao pensar em Barth, sentindo o soluço sair de sua garganta quando chorou baixinho. Ele estava morto. Ele tinha lhe sequestrado e agora estava morto, e por pior que ele fosse, por mais que ele fosse aquela pessoa podre que ele era, jamais ela desejou a morte dele. Ela esticou a mão até a barriga, mas recuou no momento em que se lembrou que não havia mais um bebê crescendo ali dentro. E mesmo que tentasse chorar, as lágrimas não desciam mais.Amélia suspirou pesadamente, buscando o botão da cama que chamava a enfermeira e apertando-o. Em seguida ela acionou o botão que erguia parte da cama, sentando-se com um pouco de dificuldade.
Todos ficaram em silêncio por um momento, processando as palavras de Amélia. Dylan foi o primeiro a quebrar o silêncio.— New York? Mas a sua família está aqui em Charleston? — ele perguntou, confuso. — Agora acabou, ninguém mais vai te fazer mal.— Eu sei que é difícil de entender, mas eu preciso recomeçar. Preciso de um novo começo, longe de todas as lembranças ruins que essa cidade traz. — Amélia respondeu, olhando para cada um deles com determinação. — E eu já estava construindo uma vida lá.O Xerife suspirou e se aproximou da filha, segurando sua mão com carinho.— Filha, nós só queremos o seu bem. Se é isso que você acha que é melhor para você, então nós iremos te apoiar. — ele disse, olhando-a nos olhos.Amélia sentiu um misto de alívio e gratidão ao ouvir as palavras de seu pai. Ela sabia que nem todos entenderiam sua decisão, mas ter o apoio de sua família significava muito para ela.— Obrigada, pai. Significa muito para mim ter o apoio de vocês. Eu prometo que vou cuidar de