Parte 2...— Essa Odete é mais uma namorada?— Não. Amiga de Simone - Mexeu a cabeça — A que ligou antes. Com certeza queria me convencer a sair com ela de novo. Ando um pouco distante.— Ixi - fez careta — Está se metendo com coisa ruim assim? Tem que alguém o animar a sair? Ficou velho? - gargalhou.— Não - ele coçou o queixo — Talvez, nem sei. É só um caso que começou devagar e acabou rápido - a encarou — Vem cá, você é sempre ousada assim com seus chefes?— Quando trabalhava como secretária não, mas com você é divertido. É bom dar o troco.De verdade era divertido essa interação com Natália e não tinha porquê se preocupar com o que Odete e Simone diriam dele. Não dava mesmo importância às suas opiniões.Simone serviu para distraí-lo um tempo, mas acabou e os amigos dela eram todos fúteis como ela e não acrescentavam nada a ele. Logo estaria esquecida.— E faz tempo que eu sou a chefe - piscou o olho.— Mas ainda se lembra como é um escritório.— Claro que me lembro e até que o seu
Parte 3...— Não tire proveito - levantou o dedo.— Qual sua onda com essa Simone?Ele a encarou um instante. Estava falando solto com ela como se fossem amigos. Eram conhecidos, mas não tinham uma amizade de verdade, era muito mais nova do que ele, mas ainda assim se soltava. E o interessante é que nem com sua ex ele se soltou rápido dessa forma.— Não foi nada demais - estava se explicando, coisa que não fazia — Foi algo para curtir, passar o tempo.— Ah, tá... E ela sabia disso?— Se não sabe é porque quer se enganar. Eu nunca fiz promessas - disse seco.— Mas às vezes tem gente que precisa de mais dicas sabia? - ergueu as sobrancelhas de modo cínico.Ele era um que precisava de dicas. Se tivesse sido mais atento não teria nem mesmo se casado. Só perdeu tempo e dinheiro. Lívia só aproveitou de sua posição e o fez de passatempo, mas cobrou caro.Agora o que ele menos queria era se envolver e acabar se apaixonando de novo. Por isso estava só de curtição com Simone.— Isso aí não é pr
Parte 1...Júlio encheu a boca com a carne acebolada e o macarrão. Fazia tempo que não comia comida chinesa e quando Natália pediu, ele não recusou.A comida estava ótima, mas ele estava gostando mais da companhia, o que era até algo inusitado. A garota que antes ele irritava para se divertir agora o deixava intranquilo, meio sem jeito e cheio de imaginação.Ele encarava sua boca enquanto ela falava sobre a doceria.— Tem um cliente que vai literalmente todos os dias e compra a mesma coisa - encheu a boca de macarrão e cenoura.— Vai ver ele só gosta desse doce.— Não, eu já dei outros de amostra ele gostou de todos, mas diz que esse é especial. A mulher dele está grávida e só quer comer essa torta.— Nossa, deve ser uma delícia então.— Passa lá e eu te dou uma fatia pra provar.— Gosta do que faz Natália? - bebeu um pouco de vinho.— Amo - sorriu orgulhosa — Foi a melhor coisa que fiz. Trocar de profissão.— Pelo menos você sabe que está ajudando a uma mulher grávida - brincou.— As
Parte 2...— Eu sei...— Então a gente se vê na segunda-feira.— Natália - falou mais firme — Espera.— O que? - se voltou para ele.— Vou precisar de você esse fim de semana.Ela sentiu a perna ficar bamba. Como assim? Ele precisava dela? Em que sentido? Meu Deus!— Preciso de uma secretária sem falta.“Ah tá, só isso”.— Minha folga é fim de semana - foi saindo.— Espera - levantou — Tenho duas reuniões e preciso demais de você... Como secretária.— Iihh... Não vai dar - acenou.— Por favor, eu te pago hora extra.Ela parou. O salário estava ótimo para duas semanas apenas. Aumentar isso seria bom.— Depende.— Do que? - ergueu uma sobrancelha.— Essa hora extra vai ser normal, boa ou ótima?— Olha só, querendo tirar proveito de mim?— Claro, ué - riu segurando a bolsa — Você tem grana e precisa, precisa, precisa de mim - fez um biquinho.— Peste! - segurou o riso — Isso não é certo.— É sim, você é advogado, sabe como funciona.— Certo, pago hora extra dupla. Tá bem assim?— Está ót
Parte 3...Ela cruzou os braços e o encarou cerrando os olhos. Sentiu o calor retornar.— Olha aqui Júlio, se vier com gracinhas pra cima de mim você vai levar. Já digo logo.— Que gracinhas? - segurou o riso.— Sei lá - bateu as mãos na lateral do corpo — Eu me lembro bem das palhaçadas que você aprontava comigo quando eu era mais nova.— E quem disse que eu vou aprontar?— Júlio, Júlio...Ele deu uma risada. Natália era muito mais interessante do que ele recordava. Deveria ter prestado mais atenção a ela desde sempre.— Acredite, será apenas trabalho. Não vou aprontar nada contra você. — Se tentar vai levar - apontou — Já aviso.— Ok - abanou a mão — Vai logo pegar essas reservas por favor. Aqui está o nosso horário - entregou um papel com as anotações.— Credo, parece um hieróglifo.— Minha letra é perfeita - reclamou.— É sim. Uma perfeita... - calou-se. Ia dizer uma bosta, mas ficaria feio — Já vou - saiu da sala.Ela ficou um instante com o telefone na mão. Não deveria, mas est
Parte 4...A entrada para o hotel já era linda. Cheia de flores e árvores no caminho até a entrada. O sol já estava de pé mostrando as belezas do lugar. O jeito como os raios de luz passavam entre as árvores deixava tudo muito romântico. E o cheiro que vinha do mar era delicioso, convidativo a um mergulho.Natália esperava poder ter tempo para isso, nem que fosse uma vez só. Estar em um lugar lindo como esse e não aproveitar seria até um crime.O hotel era famoso e agora entendia porquê. A paisagem se misturava com a imponência do lugar em estilo mediterrâneo. Era uma construção antiga, mas com traços modernos mesclados, talvez em uma reforma ou ampliação. Eram dois prédios grandes modernos e seguindo pela lateral várias casinhas com acesso ao mar, três piscinas enormes, parque aquático com brinquedos infantis e um restaurante no centro.Tudo muito bonito. Seria ótimo se fossem férias mesmo e pudesse aproveitar tudo ali. Júlio já conhecia o lugar, mas ela nunca tinha estado ali. Marc
Parte 5...— Sinto muito - segurou sua mão — Ela te chifrou?— O que? - ele quase engasgou.— Sei lá, de repente... Você encheu o saco dela também como fazia comigo.— Nada disso... Ela não foi legal comigo, mas eu não tive culpa da separação.— Isso é o que você diz - torceu o nariz — Quando um casal se separa sempre é culpa dos dois, não só de um - mexeu o garfo na frente do rosto dele.— Eu fiz o meu melhor.— Será? - mordeu o melão.— O que você sabe sobre casamento?— Nada - deu de ombro.— Então não fale bobagem.— Talvez você a tenha idealizado e isso é um caminho para a destruição sabia?— Meu Deus - riu — De onde isso saiu?— Daqui - bateu o dedo na cabeça — Sou muito inteligente - piscou o olho.— Estou começando a ver - e muito mais.— Eu prefiro ser fiel a mim mesma e reconhecer minhas imperfeições, assim não me engano e nem engano a ninguém.Por essa Natália ele não esperava. Diferente, sexy, divertida e inteligente. Algo fora do que ele lembrava da menina sapeca de antes
Parte 1...Júlio tinha respeito por Clovis, mas realmente estava incomodado com o jeito como ele olhava para Natália. Ela estava ali para trabalhar e não para receber cantadas dele.— Que pena que não é fixa no escritório do Júlio. Se fosse eu mesmo teria ido até lá - Clovis disse rindo.— Pois é, estou apenas dando uma ajudinha enquanto a secretária dele não volta. Mas só por mais uma semana mesmo - respondeu educada.Ela tinha notado que o cliente dele estava de olho nela, mas fez de conta que não entendeu. Além de não ser seu tipo, ela não estava interessada em ninguém mais... Quase na verdade.Eles já estavam há mais de três horas na casa dele e já tinha visto seus olhares, mesmo estando mais ligada na conversa para não perder nenhuma anotação.— Estamos quase acabando, Clovis - ele disse sério — Só falta você decidir sobre como quer o pagamento do processo após concluído. De resto já está resolvido.— Ah, mas que pena - ele se inclinou de lado, sorrindo para Natália — Gostaria de