PARTE 2

A moça desta vez demonstra alguma simpatia, expressando um sereno sorriso e se apresenta, estendendo as mãos;

_Me chamo Pamela Orson!

_ Sou Ferris! Derek Ferris! Prazer!

_Eu me chamo Paul! Apresenta-se ele encarando a moça que deixou de esboçar o mesmo sorriso que havia dado a Ferris; enquanto ela pegava o troco e Pamela apenas responde com a cabeça agradecendo. Após os cumprimentos Pamela continua olhar pensativa, até se despedir com um aceno. Dar meia volta e vai se virando em direção a pilha restante, para colocar junto às outras caixas no furgão, guardar e ir embora. Ela ainda antes de entrar no furgão, observa Derek e seu amigo se virando para seguir em frente. No console do veículo ela retira um pendrive e coloca em seu aparelho de som. Quando começa tocar uma canção bem peculiar aos ouvidos de Derek, que já haviam dado alguns passos em direção ao carro deles. Vira-se para trás e ao reconhecer a canção, ele grita para a garota. No instante que já havia acionado a ignição e ameaçara partir;

_Ei espere! Ela freia o veículo;

_Pois não! 

_Esta música eu conheço!

Pamela da uma risadinha mais uma vez desconfiada;

_Conhece de onde?

_Na verdade eu apenas ouvi. Só não sei quem é cantora e nem o nome da música!

Pamela Orson da outro sorrisinho. Desta vez, sarcástico e responde;

_É talvez você já tenha visto no you-tube. Um fã anônimo postou e depois retirou, mas não acredito que seja você o fã e tenha ouvido em outro lugar! Mas se você for mais convincente e me disser por que está interessado na música, eu posso lhe dizer quem é a cantora ou o nome da música.

Derek pensa!

_Você não acreditaria se eu lhe contasse!

_E por que não tenta! Responde Pamela.

_Foi no meu sonho, uma garota estava num palco e tocava esta mesma canção, segurando um violão...

_Num sonho? Há há!

_Sim!

_Ta na cara que você deve ter visto a postagem no you-tube. Sonho! ...Corta esta!

_Mas eu lhe juro que não me lembro de ter visto em postagem! Ei... espere!...A moça deu outra rizada e pisou fundo no acelerador e saiu deixando o rapaz parado na calçada.

Se questionando que ele pudesse ter mesmo visto num canal da internet Derek ficou ali pensativo por alguns instantes e Paul ficou bem curioso com o fato de o amigo questionar a canção. E o fora que a garota deu no colega que explica;

_Aquela é a canção que a loura cantava nos meus sonhos;

_Que loucura! Ela é muito doida! (risos).  Você acha que viu na internet? Porque pode ser possível e justifica suas visões e sonhos. Comenta Paul;

O amigo volta a explicar ao colega, crendo ainda que  fosse por conta de um vídeo na internet, havia os encontros e os momentos com ela. Isso, seguindo sua linha de pensamento, não estaria no you-tube e que ele jura que esteve ou estaria com ela um dia.

Paul discute a possibilidade de o amigo ter visto mesmo um vídeo e imaginar o resto. Por conta de ter se apaixonado. Derek insiste que jamais teria motivos para se imaginar com alguém que nunca viu. Segundo suas crenças. se ele a vê constantemente acordado ou enquanto dorme, algo aconteceu, irá acontecer. E ambos ficam dialogando sobre o assunto, enquanto Paul gesticula a cabeça para os lados contestando as explicações de Ferris.

O amigo supõe; que talvez as férias na casa de seus pais, o ajudaria refrescar a cabeça. Quem sabe até poderia voltar de lá com uma namorada de San Diego, desistindo de ficar esperando alguém que está apenas na cabeça dele. Derek opta por não prolongar aquele diálogo. Porque quanto mais falava do assunto, mais ficava incomodado.

Ao cair da noite, depois de aproveitar à tarde para um bom cochilo. Já que não teria dormido suficiente, Derek fez as malas, jogou na traseira da pick-up, no instante que Nick e Paul vão a casa dele se despedir. Após uns pedidos de desculpas pelas brincadeiras, recebe os abraços dos colegas e segue seu curso.

Ferris partiria as 11;00. De acordo com o programado. Por já estar descansado e pretendia viajar a noite toda, chegando somente ao amanhecer em San Diego.

Antes de seguir seu curso Derek para num posto abastece, confere o nível de óleo e água. Pega uns itens básicos como algumas latas de refrigerantes, água mineral e biscoitos na loja de conveniência. Paga com seu cartão e segue viagem. Com a noite tranquila e agradável, no caminho o pensativo rapaz se perde em algumas lembranças, projetando se aos momentos que teve na casa dos seus pais durante os anos de férias ou folga.

Em meio estas lembranças também invadida pelas rotineiras visões que ao longo do caminho iam ficando mais nítidas do que as de costume. As mesmas visões da mulher com quem ele tanto sonhava. Talvez o fato destes sonhos e alucinações tiver começado quando ele acabara de voltar, a última vez que teve na casa dos pais, este retorno fez com que as lembranças vessem, bem mais relevantes em sua mente.

Em outro lugar nem tão distante dali numa praia em San Francisco, num pequeno píer ao fundo de uma residência. Um homem fazia uma pequena faxina em seu barco, até que sua neta vem chamá-lo para jantar;

_Vovô vamos entrar! O jantar está pronto.

Avisa Pamela ao senhor Orson, que se sentia um pouco solitário aquela noite. Depois é perceptível que ele não estava somente a fazer a limpeza rotineira.  Ela o vê tão pensativo; Vai até sua direção sentando na beira do barco ao lado de seu avô, que olhava para o céu estrelado;

_Sabe vovô eu não consigo lembrar muito do rosto dela! Mesmo olhando as fotografias, mas é como se eu escutasse aquela voz doce dela em meu ouvido.

_Você era muito criança na época.

_Quando eu morrer eu vou encontrá-la. Não é mesmo vô?

Orson abraça sua neta beija sua cabeça e tenta de alguma forma consolá-la com suas palavras;

_Se eu pudesse escolher entre mim e você, eu me escolheria obviamente! Mas Deus tem lá seus propósitos. Ele já me atendeu quando pedi que você ficasse viva daquela outra vez. Não sei se é pedir demais esperar que eu vá primeiro ou que eu troque de lugar com você.

Pamela abraçada ao seu avô, pergunta se ele sentiu esta mesma vontade de morrer quando perdeu sua avó e depois pela mãe dela. Pois já teria ouvido seu lamento com relação a sua mãe durante toda sua vida, mas nunca entendeu porque ele evitava tocar naquele assunto. Ou mesmo, quando mudava a conversa como fez em seguida. Perguntando sobre a venda na feira e se o dia teria sido produtivo; _Eu voltei mais cedo, porque havia esquecido os remédios! Seu avô a alertou que ela não poderia ficar sem eles e que não queria vê-la novamente tendo crises. _Está bem vovô! Vou me cuidar! Depois sorriu; mais um caloroso abraço e outro beijo em sua testa, o levantado e estendendo a mão para a neta seguir com ele para dentro.

 

A chegada em San Diego...

 

Depois de quase sete horas de viagem já amanhecendo o dia Derek chega a San Diego. Seguindo pela orla apreciando o mar e aquele belo dia de sol. Ferris coloca sua mão para fora, deixando a brisa entrar entre suas mãos. Sua profissão é dirigir todos os dias, mas sentir aquele cheiro do mar no lugar onde ele nasceu e criou-se, a sensação era outra. Para ele tudo era muito diferente, apesar de também gostar muito de São Francisco.

Anos atrás quando Derek saiu definitivo da cidade, foi uma decisão repentina, sentia a necessidade de outros ares, novos amigos e menos pessoas que lhe conhecesse, para ficar lhe questionando-o, pela decisão que tomou, ao trocar sua atividade por outra. Mas depois dos sonhos a que vinha tendo, parecia que vínculos surgiram com sua cidade natal e que sua vida estava voltada a cidade de origem. Ainda no trajeto ele percebera o tempo que não olhava como local ainda estava bonito, o clima quente e gelado ao mesmo tempo. Como se o sol estivesse em brasa e pudesse sentir o friozinho do ar-condicionado num carro novo fechado. Julgando o clima ameno do lugar! E não, referindo-se a sua camionete sem acessórios.

Depois de 34 minutos rodando, quando havia passado pela entradada cidade, coferidos no relógio. Ferris faz um desvio no próximo viaduto passa, por debaixo dele e chega à segunda avenida. Dava-se para observa a casa de seus pais ao longe. E pelo que se via, teria alguma surpresa para ele. Pois a casa estava com uma pintura nova também.

A frente da residência, na região sul em Coronado, também havia de fundos o mar. Neste instante ele buzina. Toben Ferris vem abrir o portão da única casa com cercas de moitas daquela rua. Era uma linda e antiga casa de veraneio, adaptada para morar definitivo. Julgando-se pela escolha do marido de Sarah Ferris. Com boa parte em ladrilhos ao chão e a outra com areia e grama, que às vezes sentira-se vontade de caminhar descalço entre às árvores.

O filho pródigo estaciona e recebe o longo e apertado abraço de seu pai, que parecia vibrante, estampando sorrisos ao deparar-se com o filho querido. Só não tão emocionante quanto à outra pessoa na bela e atraente varanda, posicionada em pé. Sarah sua mãe, já estava esperando de braços abertos o filho, que trocou o abraço para erguê-la no colo;

_Cuidado! Você vai me derrubar! Sentimos muito a sua falta meu filho!

_Oh mãe! Que saudades!

_Como foi de viagem filho? Pergunta Toben;

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