Beatriz sentiu um aperto no peito ao ouvir Letícia falar.— Bia, você é uma mulher inteligente, linda, mãe dos filhos dele, que não consegue nem esconder o sorriso bobo quando ele está por perto. Marcos errou, mas já pagou pelo que fez. De uma chance para o amor. Você sempre colocou Ravi e eu em primeiro lugar, agora pense em você. Vocês merecem essa felicidade.Beatriz concordou com a cabeça como se não soubesse o que fazer e sorriu.— Vamos voltar para o apartamento! — disse ela, desviando do assunto.Beatriz olhou em volta do quarto, sentindo uma mistura de emoções. A fazenda, que havia se tornado um refúgio, agora parecia um local inseguro. Ela pensou na proposta de Marcos, mas algo dentro dela dizia que era hora de retomar o controle.— Tem certeza? Marcos não vai gostar. — questionou Letícia.— Eu sei que não. Mas eu preciso disso. Preciso retomar minha vida.— Ok, Beatriz, não tem quem faça você a mudar de ideia. Vou ajudar a empacotar as coisas dos bebês. — Letícia falou obser
O bandido comprimia brutalmente a cabeça de Beatriz contra a porta, seu hálito fétido envolvendo-a em pânico. Seus olhos arregalados refletiam desespero. — Você não vai tocar nos meus filhos! — gritou Beatriz, voz trêmula, mas firme. — Faça o que quiser comigo, mas eles estão fora de questão! Eu prefiro morrer aqui, agora, do que entregar meus bebês. O bandido soltou uma risada cruel, seus olhos brilhando com sadismo. — Você acha que é corajosa, não é? — sussurrou, seu hálito quente no rosto de Beatriz. — Vamos ver como você reage quando eu arranco sua dignidade, sua força... sua vida! — A voz dele era uma faca afiada, cortando o ar. O choro desesperado de Oliver e Elisa interrompeu sua ameaça, e Beatriz sentiu seu coração despedaçar. Seus olhos arregalados refletiam puro terror. Beatriz olhou para a porta, como se quisesse atravessar ela, sentindo um arrepio de medo e preocupação. O bandido, irritado, tentou tirar ela da frente, mas as pernas de Beatriz nem se moviam, era co
Beatriz acompanhou Marcos para a mansão, Letícia sempre ao seu lado. A mansão tinha mais de 20 quartos, mas ele escolheu colocá-la em um do lado do dele. Em poucas horas, o quarto que era vazio e sem vida se tornou colorido, com vários carrinhos e bonecas, um closet cheio de roupas infantis e, do outro lado, um exclusivo para Beatriz. Os berços com rosa e azul, uma cortina branca que balançava com o vento.Depois de cada um estar nos seus devidos quartos, Beatriz ficou com os filhos sozinha. Ela não conseguia se perdoar por ter sido tão inconsequente. Seus pensamentos a atormentavam, estava cada vez mais difícil se encarar no espelho. A promessa de que não iria ficar refém das ameaças quase fez com que uma tragédia acontecesse.Beatriz se lembrava como se fosse ontem do momento em que viu sua mãe ser brutalmente agredida bem na sua frente. As palavras da sua madrasta dizendo à ela que sua existência era tão insignificante que ninguém jamais sentiria falta se ela morresse naquele acide
Beatriz levantou o rosto, com os olhos vermelhos e com a voz embargada sussurrou: — Será que você ainda não entendeu? Eu não quero ser uma carga para você e sua família. Eu não quero dar motivos para que as pessoas falem que estou te usando, usando seu status e querendo o seu dinheiro. Eu não suporto os olhares das pessoas insinuando coisas que eu não sou. Marcos suspirou tristemente e olhou nos fundos dos seus olhos. — E eu lá me importo com o que os outros vão falar. Entenda! Você não é uma carga, Bia. Eu escolhi estar do seu lado, não só por que você é a mãe dos meus filhos. E sim por que eu te amo. — Ele segurou sua mão com carinho, fazendo ela se acalmar. — Me diz a verdade. Você não gosta daqui, não gosta da minha presença? — perguntou Marcos, notando sua expressão confusa e desesperada. — Não é isso... sua casa é linda, sua família é maravilhosa.... — respondeu Beatriz, forçando um sorriso. — Mas não sei se devo ficar aqui. Marcos se levantou com o coração pulsando fo
Beatriz parou na frente de Marcos, olhos vermelhos e inchados de chorar, com uma mistura de tristeza e vulnerabilidade. — Sabe. Um dia, meu avô me disse que eu nunca conseguiria conquistar nada sem a ajuda das pessoas, que eu sempre teria que precisar de alguém para conseguir o que eu queria. E agora, vivendo tudo isso, percebi que realmente é verdade.— disse ela, com a voz trêmula de emoção. Lágrimas escorreram pelo rosto dela, refletindo a dor e a frustração. — A vida mais uma vez me mostrou que sozinha eu não sou ninguém!— exclamou, sentindo desespero e raiva misturados em sua voz. — Eu não podia imaginar que você passou por isso...— Marcos sussurrou acariciando seu rosto. Ela levantou a cabeça, secando as lágrimas que embaçavam sua visão e encarou fixamente os olhos de Marcos, com uma mistura de dor e sensibilidade. — Eu sei que sua vida também não foi fácil, mas em certo ponto você teve privilégios que eu sempre quis ter. Você cresceu em uma família linda, cercado de cari
Na manhã seguinte Beatriz desceu e encontrou todos a esperando na mesa, Clarie e Jess levantam rapidamente para pegar os bebês. Ela se aproxima de Letícia, abraçando a amiga apertado. — Bom dia, amiga.— Letícia disse aliviada ao receber os abraços de Beatriz. Marcos passou a noite pensando nas palavras de Beatriz, como seu passado a afetou tanto que hoje uma simples ajuda, faz com que ela se sinta mal. Ele olha para Beatriz, com um olhar cheio de amor, um amor que crescia cada dia que passava. Ele já não estava sabendo lidar com seus sentimentos. Beatriz sorri enquanto encontra seus olhos. O amor e a admiração que sentia por ela transbordavam em seu olhar. Com um gesto gentil, ele puxou a cadeira ao lado dele, convidando-a a se sentar. Beatriz sorriu, sentindo o rosto esquentar. — Obrigada — sussurrou, seus olhos brilhando de gratidão. Marcos sentiu seu coração acelerar, perdido no sorriso dela.— Uau, que mesa linda. A mesa farta e colorida brilhavam seus olhos, parecia que
Letícia sentia seus lábios tremerem. Ela cobriu o rosto com as mãos, como se tivesse com vergonha. Antes que ela tentasse inventar uma desculpa, Marcos entrou com um homem jovem e alto, vestido de branco. — Desculpa interromper a conversa de vocês. Letícia, esse é Kaleb Stone, ele é fisioterapeuta, amigo do Maicon, semana passada comentei sobre você e lembrei que hoje ele tinha uma visita perto daqui. Ele vai te examinar com mais precisão — Marcos falou, e Letícia arregalou os olhos ao reconhecê-lo. Kaleb percebeu seu nervosismo e sorriu com compreensão. — Boa tarde, senhorita Brown. Se me permitir, vou começar a te examinar — disse ele, encontrando os olhos dela. Kaleb examinou as pernas de Letícia com atenção. Seu rosto sério refletia preocupação. Após alguns minutos de silêncio, ele se levantou— Letícia, precisamos conversar seriamente — disse Kaleb, com voz calma e profissional. Beatriz e Marcos trocaram olhares preocupados. Letícia abaixou a cabeça, como se já soubesse o
Dias se passaram sem notícias verdadeiras ou ameaças de Dimitri. Ele parecia estar brincando de se esconder, sempre que Marcos e o investidor particular estavam perto de capturar Dimitri, ele descobria. A mansão de Marcos se tornou um refúgio seguro para Beatriz e os bebês. A rotina tranquila e a segurança rigorosa criaram uma sensação de normalidade.Apesar do medo, Letícia começou o tratamento, sempre supervisionado por Maicon. Desde o primeiro beijo, eles são se separaram mais. Onde Maicon ia, levava Letícia, orgulhoso por ter alguém como ela ao seu lado. Numa tarde ensolarada, Beatriz com os bebês no braços caminhava pelo jardim, admirando as flores vibrantes. Marcos se juntou a eles, oferecendo um sorriso e pegando Oliver nos braços. — Oii, garotão do papai.— ele sussurrou olhando nos pequenos olhos verdes de Oliver que sorri ao ouvir a voz do pai.— Tudo bem, Bia?— perguntou ele, observando sua expressão serena. — Sim, é fácil se acostumar com essa paz.— respondeu Beatriz