2. FUI OBRIGADA

Sandy

Meu inferno está começando, aliás, começou quando minha mãe foi levada para o hospital sem vida, pois havia tido um enfarte fulminante, eu mal sabia o que estava acontecendo, desde então meu pesadelo começo.

Eu morava com minha mãe e meu padrasto em uma casa muito refinada na Inglaterra, essa casa era do meu padrasto. Ele e minha mãe estavam juntos a mais de 8 anos, confesso que nunca gostei muito dele, pois achava seu olhar muito sombrio.

Tudo se confirmou após o falecimento de minha mãe Diana Benedct Corbyn, agora esse homem chamado Robert Corbyn acha que é meu dono, eu não sabia até então que ele fez minha mãe colocar o nome dele como meu tutor, caso ela falecesse antes que eu completasse 18 anos, e para meu desespero completo dezoito anos só daqui três meses.

Quando soube dessa triste notícia fiquei sem chão.

Sou Sandy Montseny, tenho 17 anos, perdi meu pai quando tinha 5 anos de idade, pois ele foi vítima de choque elétrico na empresa em que trabalhava. Nasci na Inglaterra onde morávamos atualmente.

Não tínhamos muitas posses e quando meu pai morreu minha mãe começou a trabalhar como costureira e a sustentar a casa, como não estava conseguindo se manter ficamos com muitas dívidas, então ela conheceu o Robert, os dois acabaram se envolvendo, ele pagou todas as dívidas da minha mãe, inclusive o aluguel e fomos morar com ele em uma casa que ambos escolheram e ele comprou. Vivíamos, nós três, nessa casa, até Deus recolher minha mãe.

Agora Robert está me levando a força para Madri, não sei o motivo real, que o fez retornar para esse país. A única coisa que ele me disse, foi que vamos morar lá, porque os seus negócios mais lucrativos, estão na capital da Espanha. Pois ele tem algumas revendas de peças de carro espalhadas pela Espanha.

Nesse exato momento entramos em um navio, em direção a está cidade, onde eu não conheço, nada nem ninguém. Também não entendi o porquê de ter que viajar de navio, visto que ele tem muito dinheiro.

Estou arrasada por dentro, mas tento manter a pose de boa moça.

***

Assim que nos acomodamos no convés, onde ficam os quartos, Robert fala:

— Vamos tomar café no restaurante do navio.

— Eu não estou com fome.

— Ande, estou mandando. Agora vamos.— Ele me força a ir tomar café.

Quando chegamos no restaurante, sento em uma cadeira a contra gosto, olhando assustada para ambos os lados, preciso encontrar uma forma de fugir. Não gosto como esse homem tem me olhado, nem como ele me toca, às vezes sinto seus olhos sobre mim, com uma certa maldade. Sempre eu via algo diferente nele, mas não sabia ao certo o que era, mas agora estou começando a desconfiar. Minha mãe sempre me protegeu, pois trabalhava em casa de costureira e nunca me deixou sozinha com Robert.

— Eu não queria tomar café, eu te disse.— tento soar natural.

— Não me faça passar vexame aqui dentro do restaurante, eu já te falei que quero tomar café e ponto final. — Ele me empurra para que eu me sente na cadeira.

Olho ao lado de nossa mesa e vejo um rapaz e uma moça nos observar discretamente. O sorriso do rapaz loiro de olhos verdes me encantam, ele parece ser muito simpático, sua beleza me encantou, seus olhos cruzam os meus, eu sinto algo especial naquele momento e correspondo com um sorriso tímido, pois estou me sentindo envergonhada com a forma que meu padrasto está me tratando.

Gostaria de levar uma vida normal, ter um namorado, poder sair, mas estou achando que Robert vai me privar de tudo isso. Não consigo reagir de outra forma a não ser sair de perto do meu padrasto. Ao menos por um momento, quero me sentir livre. Pois mal consigo olhá-lo nos olhos, sua frieza me faz mal.

— Me deixa em paz! — Falo brava e saio correndo. Com os olhos cheios de lágrimas, pois não sei o que fazer, não tenho dinheiro, e agora vou mudar para um lugar que não conheço ninguém.

Antes de entrar no navio, o Robert estava me mantendo presa dentro de casa, e quando embarcamos, ele me trouxe algemada em seu braço. Não sei como tive coragem de sair do restaurante correndo, pois ele pode me machucar, acho que criei coragem, por ver outras pessoas a nossa volta.

Eu não queria viajar então ele tomou essa atitude me obrigando a vir.

Olho para trás, nervosa, enxugando as lágrimas, e um pouco trêmula, não sei o que esse homem é capaz de fazer comigo nem o que pretende fazer, mas imagino.

Paro assim que percebo estar longe daquele homem e talvez mais segura. Quando continuo secando minhas lágrimas, vejo o jovem que estava sentado ao nosso lado na outra mesa se aproximar com os olhos curiosos. Sua aparência de gala de novela é de tirar o fôlego de qualquer garota.

— Você está bem, posso ajudar? Percebi que seu pai foi um pouco rude com você e me senti na obrigação de vim até aqui, ver se precisa de ajuda.

— Está tudo bem. — Enxugo as lágrimas e olho para ele com um leve sorriso de canto. — Ele não é meu pai.

— Desculpe a intromissão.— O rapaz de olhos verdes e cabelos loiro, tem um sorriso cativante.

— Tudo bem.— Enquanto fala, ergue as mãos ao alto, em rendição.

Ele está prestes a voltar para o mesmo lugar de onde veio, já de costas para mim.

Eu olho em sua direção, para ver se mais alguém vem ao nosso encontro, então como não vejo ninguém, penso que essa poderia ser a minha chance de escapar daqui.

Talvez esse rapaz possa me ajudar. Não sei por qu deveria confiar nele, mas minha intuição diz que ele é um bom rapaz. Talvez seja o desespero e o medo de meu padrasto fazer algo grave comigo.

Seguro seu braço, impedindo que ele continue caminhando. Então ele se vira novamente, olha na minha mão, que o segura com certa força e depois me olha nos olhos.

— Preciso de ajuda. Mas não sei por onde começar.— Exito em falar, pois não tenho certeza que posso confiar nele. Estou desesperada.— Você vai me achar um pouco louca.

— Que tal pelo começo? — Seu sorrido é lindo. Mas agora tenho que me contentar em uma maneira de escapar das mãos de Robert. Respiro fundo, pois continuo muito nervosa. — A propósito, qual o seu nome?

— Eu me chamo Sandy Montseny, e você?

— Muito prazer, sou o Giovanne Bonierski .— Ele estende a mão e sorri calorosamente e eu me esqueço um pouco do porquê estou aqui fora e me perco no seu sorriso. Como esse rapaz tem o poder de me desconectar das coisas ruins, tenho a sensação de estar protegida ao seu lado, parece loucura. Mas é minha intuição

Mas faço uma promessa a mim mesma de não me apaixonar. Principalmente porque minha mãe sofreu muito nas mãos do meu padrasto e eu não quero seguiu o mesmo caminho. Só preciso de alguém que me ajude a fugir e conseguir um dinheiro, para eu ir até a casa da minha tia, talvez lá eu esteja segura.

Se esse rapaz tiver boas intenções, terei sorte e assim que eu desembarca do navio, serei alguém livre e nunca mais nos veremos.

Começo a contar um pouco da minha história, mas as lágrimas persistem em descer, principalmente quando falo da minha mãe.

***

— Nossa, eu pensei que ele era seu pai. Que desgraçado. Mas ele tocou em você, ele te machucou?— Ele me olha preocupado.

— Não, só me algemou e me obrigou a subir nesse navio e fazer essa viagem. — Falo massageando os pulsos. — A única coisa que sei é que ele está levando muitas peças de automóveis para a Espanha no navio e tem negocio lucrativosno país. Tenho muito medo, pois ele é um homem muito influente lá, seu negócio são fonte na Espanha e eu posso sofrer ainda mais nesse lugar.

— Não sei como te ajudar agora, mais tarde vou te procurar e pensamos em uma maneira de você fugir. Vamos pensar em um plano. — O rapaz olha nos meus olhos e me analisa por completo, eu nunca namorei, não sei como seria e ele desperta um sentimento novo em mim. Sempre fui muito recatada, então não sei como me comportar diante de um rapaz tão elegante e sexy como ele.

— Certo, voltarei agora antes que ele me procure, já passei tempo de mais aqui. Não sei porque ele não veio atrás de mim ainda. — Olho assustada para os lados, pois algumas pessoas passam por nós e tenho uma sensação estranha, por estarmos em uma áreas pouco reservada.

— Deve ser porque ele sabe que não tem como você fugir.

— Pode ser. Mas estou com medo. Não queria ter que voltar. — Olho para o chão um pouco sem graça, pois ele me olha com um olhar carinhoso.

— Vou arrumar um punhal ou uma faca para você se defender, mas se cuide. — Ele pega na minha mão, me confortando. Seu toque e sua aproximação me deixam nervosa, de uma maneira diferente. — Não deixe ele se aproximar muito. Assenti com a cabeça, em seguida ele sai.

Fico mais um tempo ali, tentando me acalmar, então volto para o quarto do navio. Robert ainda não está no quarto e eu começo a andar de um lado para o outro. Ao mesmo tempo que agradeço por ele não estar aqui, fico preocupada, pois não sei a reação dele, quando me encontrar aqui, talvez esteja me procurando.

Ouço um barulho na porta, olho para todos os lados e faço a primeira coisa que vem na minha mente. Entro no banheiro e me tranco lá dentro.

— Sandy, você está aí. Ouço seus gritos do outro lado da porta, um tremor toma conta do meu corpo. Quero ficar em silêncio. Mas ele força a porta e agora parece que vai derrubá-la. — Sandy, eu sei que você está aí, abra essa porta agora. Pois se não abrir, vai ser pior para você.

Não acredito nas suas palavras, mas não consigo pensar em algo melhor e abro a porta.

Ele me olha furiosos, fecha uma mão em punho e com a outra ele começa a abrir o cinto.

[É agora] entro em desespero.

Ele vai partir para cima de mim. Só consigo olhar nos seus olhos, meus olhos se enchem de lágrimas e o medo cresce a cada segundo, parece que tudo está em câmera lenta. Fico apavorada, meu coração gela.

Ele retira a cinta e começa a falar:

— A partir de agora você vai me obedecer, você é minha, tem que me ouvir e fazer o que eu mandar, ou vai se arrepender. — Ele me j**a na cama e começa e me bater na bunda e nas pernas com a cinta e eu começo a me debater.

— Para seu louco, para, você não é nada meu, eu vou gritar. — Ele segura os meus pulsos para trás, com uma das mãos, enquanto eu tento chutá-lo com as pernas. Algumas cintadas ele consegue acertar. Mas quando eu falo a última frase ele para. Quase deita em cima de mim. Pavor e medo estão nítidos nos meus olhos, eu os comprimo bruscamente, quando sinto no meu pescoço sua respiração ofegante.

— Não me provoque ou será pior, você não sabe do que sou capaz. — Ele fala enquanto puxa os meus cabelos. E depois solta, seu corpo vai se afastando e ele levanta. Meu corpo não reage. Fico paralisada.

Ele se levanta e eu mantenho meus olhos fechados.

Ouço a porta do banheiro se fechar e agradeço a Deus por ele não continuar. Mas não sei até quando vou aguentar esse homem me maltratando. Lembro de Giovanne e começo a imaginar que ele é minha única esperança, não consigo parar de chorar e abafo o rosto com o travesseiro até conseguir me controlar.

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