«Seu coração é forte demais, pois este foi outro infarto... Não posso dar muitas esperanças, o senhor Pierre... está muito fraco... só podemos esperar...» A frase ecoava na mente de André desde ontem à noite, enquanto, uma noite depois, ainda estava encostado à porta da UTI, com as mesmas notícias desanimadoras. Apoiou a cabeça enquanto seus olhos arderam, tanto que ele os esfregou imediatamente.— Se meu pai... — François apertou as palavras em seu rosto, mas André caminhou, deixando-o sozinho no instante — Eu juro que deixará de ser meu filho, André... eu juro...Ele se afastou do corredor e foi para o terraço da clínica para se perder na escuridão da noite. Em sua mente, só conseguia lembrar dos sussurros de Samara, quando ela rezava todas as noites e pedia por uma família que não era a dela, especialmente pelo avô.«Por que ele não podia ouvir? Por que não queria?» Se a conhecesse o suficiente, perceberia que ela disse tudo isso para não parecer fraca diante de Connor, e embora já
Houve um silêncio angustiante quando Samara começou. Sophie ficou em silêncio, aguardando tudo o que ela tinha a dizer, e ambas se olharam diretamente nos olhos quando a frase saiu:— Minha virgindade ia ser leiloada, quando André apareceu naquele lugar... — Os lábios de Sophie tremeram, ela estava certa de que ouvira corretamente, mas queria perguntar, precisava ouvir de novo.— Samara... O quê? — Ela assentiu prestes a reafirmar, quando Michael chegou um pouco impaciente ao jardim. As duas mulheres levantaram os olhos na direção dele, enquanto Michael olhou para Sophie de uma maneira singular, indicando que precisavam conversar em particular.— Samara... Você me permite? — Ela assentiu rapidamente, mas Michael interveio.— Sophie, acho melhor levá-la para o quarto, talvez demore um pouco...Sophie assentiu rapidamente e instruiu a equipe treinada a levar Samara para o quarto, sem questionar a decisão de Michael. Ela se despediu rapidamente, entrando em seu quarto e, segurando sua mã
—Você deveria descansar... Já se passaram dois dias, e você não saiu daqui... Não comeu nada decente, André... Estou realmente preocupada com você... —André virou-se para sua mãe e negou com a cabeça. Não podia deixar seu avô até que ele abrisse os olhos, não podia descansar, comer ou fazer qualquer coisa até que o visse novamente.—Fique tranquila, estou bem...René se conteve; estava desesperada para ver seu filho praticamente como um morto, e não conseguia interpretar tanto silêncio. Tinha discutido tanto com seu marido que até o obrigara a sair da clínica para tomar um banho e descansar, e agora Albert e Armand estavam chegando à cidade, aumentando ainda mais a tensão para seu filho.O corredor estava vazio; eram onze da noite quando viu André olhando para o celular novamente e soube o que ele estava esperando. Uma resposta de Samara, mas tudo parecia em vão. E agora que Connor explicou que tinham tido uma discussão intensa, ela ainda não sabia por que Samara não estava lá, apoian
Os dias de espera chegaram ao fim. Samara estava ansiosa pela chegada de Sophie, e naquele dia ela se levantou muito cedo para vestir um vestido de flores bonito e uma sandália estilo romano, já que seu pé ainda estava se recuperando, embora ela já pudesse caminhar.Apesar da ansiedade de Samara e da intensa saudade do avô, ela preferiu silenciar o telefone e deixá-lo descarregar, pois Sophie tinha se comunicado nos últimos dias pelo telefone fixo da casa. Embora achasse estranho que ontem não tivesse feito isso durante todo o dia.Basicamente, os três dias de espera se cumpriram, e ela só queria saber o que faria a seguir em sua vida, ou se Sophie a ajudaria a deixar este país o mais rápido possível.Ela desceu para tomar café da manhã e compartilhou algumas informações com Marta sobre os Walton já estarem a caminho de casa.Eram dez da manhã quando as portas se abriram pelo mordomo, e Samara se levantou do sofá com um livro na mão, mas nem Michael nem Sophie cumprimentaram, passaram
Samara ficou muito preocupada quando a palidez de Sophie ficou tão evidente que ela até se levantou com a intenção de buscar ajuda. No entanto, seu braço sendo agarrado de repente a devolveu ao seu lugar, fazendo-a olhar para Sophie de maneira assustada.— Não vá embora... — ela disse mais como uma ordem, então Samara tentou controlar sua respiração.— A senhora está bem? Sua cor... é preocupante... — Sophie tossiu um pouco, mas assentiu.— Não é nada... minha pressão caiu durante a viagem... tem sido... tem sido cheio de angústias, mas é só isso, a pressão.— Quer que eu chame seu marido? Posso trazer seus remédios, qualquer coisa...Sophie negou rapidamente.— Não, Samara, embora eu não possa negar que estou um pouco... impressionada com sua história... — Samara abaixou o olhar um pouco envergonhada, mas se precisasse da ajuda de Sophie, precisava contar a verdade.— Minha história é vergonhosa, e se você ficou assim com o começo, não posso imaginar quando...— Não... — Sophie inter
Samara estava à porta do quarto quando Sophie a despediu e desejou boa noite, e por alguma razão estranha, o sorriso não desapareceu do rosto da mulher que encontrara desfeita em seu quarto algumas horas antes.Ela fechou a porta e então girou pelo quarto inteiro, e embora na conversa literalmente tivesse desabafado um pouco de sua alma, e mesmo se sentindo um pouco mais leve por alguém, pela primeira vez, ouvir toda a sua verdade, ainda sentia o desejo de voltar para casa.E não, não estava dizendo "casa" se referindo à residência de André. Dizia casa, aos únicos braços que envolveram seu corpo, à única boca que a beijou; àqueles olhos que, apesar de tudo, estavam em sua mente olhando para ela o tempo todo, e à proteção que encontrou nele desde o primeiro dia.E assim era todos os dias, ela acordava pensando que seria um dia melhor, que seria forte e que superaria essa situação. Mas quando a noite chegava, ela se sentia mais vazia, mais seca e, acima de tudo, mais dolorida.Ela se de
Samara esfregava os olhos, quando se tornou impossível não sentir aquela ardência nas pálpebras, enquanto seu coração parecia prestes a explodir. Ela estava sentada à janela, com Sophie ao seu lado no meio, e no outro extremo estava Michael falando ao telefone.Insistiram em levá-la até a clínica onde o avô estava, embora apenas Sophie a acompanhasse.Suas bochechas doíam quando tentava chorar em silêncio. Tinha fugido daquela cena porque não conseguia suportar a dor, mas tinha sido egoísta. O avô não tinha culpa e, agora que refletia, ele adoecera desde aquele dia, e ela nem sequer tinha ido visitá-lo.Um desespero apertava sua garganta, mas quando o carro parou e o motorista anunciou que haviam chegado, viu Sophie se virar para o marido e dizer "Vou te ligar".A porta foi aberta abruptamente por Alex, o motorista de confiança dos Walton, e apressada, ela caminhou rapidamente, sabendo que Sophie a seguia.Entraram pela emergência, e foi Sophie quem perguntou na recepção para onde dev
André aproximou seu rosto para segurar suas bochechas contra as dele, e nesse instante sua respiração se chocou em seu rosto.Os olhos de Samara se fecharam por inércia, e então ela sentiu os braços que foram seu porto seguro por tanto tempo envolverem todo o seu corpo.—Samy... você precisa me ouvir... o que eu disse...Ela sabia que estava errada em ouvi-lo por apenas alguns segundos, mas ele iria embora deste país e de sua vida para sempre. Só... só precisava tocá-lo por um momento, só precisava vê-lo um pouco mais.Samara virou um pouco a cabeça, esfregando sua pele na dele, e no segundo seguinte sua boca se encontrou com a dele, interrompendo sua oração.O beijo foi faminto, André pressionou seu corpo totalmente contra o dela, e embora tenha sentido um aperto no estômago, ela segurou suas bochechas para beijá-lo com avidez.Sim, seu orgulho estava no chão, mas até mesmo a ansiedade dominou sobre todas as coisas, embora ela se repreendesse por isso um momento depois.Foi André que