Capítulo 30 | Adeline

Eu só queria paz, mas Carlos parecia inimigo da minha paz, — e mesmo quando eu estava no fundo do poço, ele não conseguia me deixar sofrendo sozinha no meu canto.

Eu não me mexi de imediato. Permaneci ali, de pé no meio da sala, os braços cruzados sobre o peito, os olhos fixos na porta como se ela fosse de alguma forma me dar respostas.

Carlos tinha ido embora.

Pelo menos por agora, acompanhado da polícia, como eu disse a ele que seria se não fosse embora por vontade própria e sinceramente? Eu não me importava.

Queria que ele ficasse preso pelo resto da vida, mas sabia que ele mal receberia uma maldita multa, nem passaria uma noite na cadeia.

Tudo que eu conseguia pensar naquele momento, era que... tudo ficaria bem, se eu mantivesse ele longe da minha vida.

Soltei um suspiro longo, sentindo a tensão abandonar meu corpo aos poucos. Minhas pernas protestavam pela forma como eu as mantive rígidas durante todo o embate, e caminhei até o sofá como se estivesse atravessando um campo de bata
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