Capítulo 28 | Adeline

O telefone tocava sem parar.

Clara estava ligando pela terceira vez naquela noite, mas eu simplesmente não tinha forças para atender. Eu sabia o que ela ia dizer. "Adeline, não desista", "Adeline, você vai encontrar um jeito", "Adeline, vamos beber até esquecer que o mundo é uma merda". E eu amava a minha amiga por isso.

Mas hoje? Hoje eu não queria ouvir nada.

Hoje eu só queria afundar no meu próprio fracasso e me permitir me sentir péssima pelas escolhas que eu fiz.

Olhei para a tela do celular e deixei a chamada cair na caixa postal. A notificação piscava junto com outras mensagens dela, todas com aquele tom otimista. E eu não queria ouvir otimismo. Eu queria socar uma parede, ou de preferência, o rosto do desgraçado do Carlos.

Eu queria queimar aquele maldito hospital, queria gritar para o mudno, o quanto nada disso era justo, — mas claro, além disso não ser possível, também não era algo a se fazer, então, eu engoli a droga da minha raiva e fiz tudo que eu podia fazer.

Me sentei n
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