Estava decidida a ficar, a me entregar àquela noite de prazer e mistério. E algo dentro de mim ansiava por explorar os limites desconhecidos da luxúria. Então, com uma voz trêmula, mas decidida, murmurei: — Eu... — Minha voz saiu mais firme do que eu esperava. — Eu fico. Ele sorriu, um sorriso que carregava a promessa de tantas coisas que eu mal podia imaginar. Era como se, naquele momento, eu estivesse embarcando em uma jornada desconhecida, guiada pela atração magnética que existia entre nós. — Muito bem, Barbara. — Sua voz era suave, mas carregada de uma intensidade que fez meu coração acelerar ainda mais. — Então prepare-se, porque esta noite será inesquecível. Então, de repente, ele inclinou a cabeça, seus lábios se aproximando dos meus com uma urgência avassaladora. Eu mal tive tempo para processar o que estava acontecendo antes que ele me envolvesse em um beijo feroz e voraz. Seus lábios eram quentes e exigentes, explorando cada canto da minha boca com uma fome insaciável.
Os primeiros raios de sol filtravam-se pelas cortinas, criando padrões de luz e sombra na parede. Eu acordei sozinha, sentindo o calor suave do sol na minha pele. Ainda meio adormecida, virei-me na cama, mas Henrique não estava lá. O lençol estava emaranhado ao meu redor, e eu me vi enrolada nele como se fosse um casulo.Senti uma dor moderada que me lembrava das intensas atividades da noite anterior. Sentei-me na beira da cama, tentando processar tudo. A realidade começou a entrar lentamente na minha mente, como a luz matinal que invadia o quarto.As paredes de um branco puro. A cama king-size no centro do quarto, com sua cabeceira estofada em veludo cinza. Os lençóis de algodão ainda estavam amassados, testemunhas silenciosas da nossa noite.No canto oposto à cama, havia um espelho grande, com uma moldura dourada. Ao olhar meu reflexo, vi meu cabelo desarrumado, a pele levemente marcada pelos beijos e toques dele. Levantei e me aproximei das portas de vidro que davam para uma varanda
Henrique caminhava à minha frente, e eu o segui, tentando controlar a ansiedade que se instalava em mim. Descemos lances de escadas, cada passo ecoando no silêncio da casa.Chegamos a um corredor, e ao final dele, ele parou diante de uma grande porta de madeira escura. Ele abriu a porta com facilidade e fez um gesto para que eu entrasse. Hesitei por um momento, mas acabei entrando.O escritório era completamente decorado em tons escuros. As paredes eram pintadas de um cinza profundo, quase negro, e uma estante cheia de livros antigos ocupava uma das paredes.No centro do cômodo, uma mesa de madeira maciça e polida dominava o espaço. Sobre ela, havia vários monitores gigantes, dispostos de forma estratégica, que iluminavam o ambiente com suas telas de alta definição. Cada monitor mostrava algo diferente: gráficos, câmeras de segurança, e-mails... tudo organizado meticulosamente.As janelas, cobertas por pesadas cortinas de veludo negro, deixavam entrar apenas um fino raio de luz, que co
Sempre tive tudo o que quis. As coisas vêm até mim com facilidade, como se o mundo estivesse ao meu dispor. Não preciso nem estalar os dedos. Um olhar meu, um movimento sutil, e as pessoas se dobram, temendo a sombra que minha presença lança sobre elas. Desde jovem, descobri que gostava de violência. Há algo visceral e puro no medo estampado nos olhos de alguém. Eu não sou apenas um homem poderoso; sou o Capo da Ndrangheta. Meu nome sussurrado em qualquer canto escuro é suficiente para paralisar corações e congelar o sangue nas veias. O poder corre em minhas veias, intoxicante e absoluto. No meu mundo, a lei é moldada pela força, e a justiça é entregue pela ponta da lâmina ou pelo som de um disparo. Não há lugar para fraqueza.Não me importo com as pessoas. Elas são ferramentas, meios para atingir meus fins. Suas vidas e seus destinos são irrelevantes para mim, meros detalhes em um panorama maior que eu construo e controlo. O medo é minha arma mais afiada. O terror é uma obra de arte,
Eu estava exausta. Cada músculo do meu corpo doía, e minha mente estava confusa A noite passada com Henrique tinha sido intensa, muito mais do que eu estava preparada para lidar. As palavras dele, os toques, tudo... Mas eu não podia deixar que isso me abalasse. Eu precisava manter a cabeça no lugar.Quando finalmente cheguei em casa, a luz suave da manhã já iluminava o céu. Destranquei a porta da frente e entrei silenciosamente, ansiando por um banho quente e talvez algumas horas de sono tranquilo. No entanto, assim que fechei a porta atrás de mim, notei algo fora do lugar. Havia um par de sapatos familiares no hall de entrada.— Emily? — chamei, minha voz ressoando na casa silenciosa.Ao entrar na sala de estar, lá estava ela. Emily estava sentada no sofá, segurando uma xícara de café fumegante, com uma expressão preocupada no rosto. Levantou-se assim que me viu, seu olhar percorrendo meu corpo em busca de sinais de que algo estava errado.— Barbara! — Ela exclamou, cruzando a sala
No dia seguinte, pedi um dia de folga no estágio, algo que nunca faço. Acordei com a mente pesada, mas decidida. Fui até a secretaria da unidade de ensino e, com o dinheiro que Henrique me pagou, quitei todo o curso que devia. Era um alívio saber que, pelo menos nesse aspecto, eu estava livre de preocupações. Mas ainda não tinha certeza se trancaria o curso e partiria para a Itália.Me vi na rodoviária do Rio de Janeiro, comprando uma passagem de ônibus para São Paulo. O destino era inevitável. Precisava conversar com meu avô, e se possível com a vó também. O longo trajeto de ônibus me deu tempo para pensar, algo que, ultimamente, eu estava evitando.Enquanto o ônibus atravessava a paisagem urbana e depois se aventurava pelas estradas sinuosas, meus pensamentos voltavam ao meu avô. Após a morte do meu pai, tudo tinha se tornado pior. Minha avó sempre me amou profundamente, demonstrando carinho e preocupação em cada gesto. Mas meu avô... ele sempre foi frio e indiferente. Isso era algo
Finalmente, cheguei à sala de tricô, o lugar preferido da minha avó.A sala era pequena e acolhedora, com uma poltrona de veludo desgastado no canto e uma mesa de centro repleta de novelos de lã e agulhas de tricô.. Minha avó estava sentada na poltrona, os cabelos brancos como a neve caindo suavemente sobre os ombros. Seus olhos, outrora tão vivos e cheios de sabedoria, agora pareciam distantes, perdidos em um tempo que só ela conhecia. Ela vestia um suéter de tricô que ela mesma havia feito, de um azul suave que contrastava com a palidez de sua pele.— Vovó... — sussurrei, enquanto me abaixava para abraçá-la. Senti seus braços frágeis envolverem-me em um abraço que, embora fraco, era repleto de amor.Ela me apertou contra si, como se temesse que eu pudesse desaparecer a qualquer momento. Senti o calor de seu corpo, o cheiro familiar de lavanda e um toque de algo agridoce que sempre a acompanhava. — Estava com tantas saudades, vovó — murmurei, minha voz embargada pela emoção. — Faz t
Eu ainda estava encostada contra a parede fria. Levantei a cabeça lentamente, apenas para encontrar os olhos cinzentos de Henrique Montebello fixos em mim. Eles estavam ardendo com uma intensidade fria e impiedosa.Henrique avançou em direção ao homem, que gemia de dor após o ataque. Com uma expressão impassível, começou a golpear o homem, cada soco acompanhado por um som sinistro. O agressor tentava se esquivar, mas Henrique era implacável, seus movimentos precisos e cheios de fúria.Não havia piedade nos golpes brutais, que acertavam o homem repetidamente, no rosto, no estômago, em qualquer lugar ao seu alcance. Os sons de ossos quebrando e os gritos desesperados do agressor ecoavam pelo beco, misturando-se ao som abafado do sangue derramado. Então, em um movimento rápido e quase imperceptível, ele agarrou o homem pelos cabelos, puxando sua cabeça para trás com força. Com a faca curvada em sua mão, cortou a língua do homem com precisão cirúrgica. O grito do agressor ecoou pelo beco