Quarta feira, 22h00.
Eu estava deitado de bruços em minha cama enquanto mexia em meu f******k pelo not book. Busquei pelo nome do Phelippe, e apareceu vários, de tudo que é tipo, e de tudo que é lugar. Depois de tanto procurar, finalmente havia encontrado o perfil dele, pensei em m****r solicitação de amizade, mas fiquei em dúvida se devia ou não fazer isso, afinal, ele podia estranhar um garoto que ele falou apenas uma vez, m****r convite pra ele no face, resolvi não m****r. De repente, escutei os gritos de minha mãe.
''Ai, não acredito, aquele desgraçado chegou.'' - Pensei.
Sai correndo e fui até a sala onde mamãe e o homem que se dizia meu pai estavam. Aquele ser abominável estava batendo em minha mãe. O empurrei fazendo o cair, ele cai no chão, porém infelizmente não se machucou, juro que se ele tivesse batido a cabeça na mesinha de centro e morrido, eu não ficaria com um pingo de remorso. Ele me olhou, e eu pude ver o ódio em seus olhos, ele partiu com tudo pra cima de mim e se pôs a me bater. Mamãe tentou me defender, mas eu pedi que não o fizesse, preferia apanhar do que ver minha mãe ser espancada. Fiquei muito machucado, meu corpo todo doia. Estava morrendo de ódio, sei que esse sentimento é o pior que uma pessoa pode ter, mas eu não conseguia me controlar, era mais forte que eu. Isso acontecia desde que eu me entendia por gente, estava farto disso tudo. Quando as agressões acabaram, o mostro saiu de casa, e mamãe e eu nos abraçamos e choramos muito.
- Perdão, filho. - Ela me diz.
- Não tenho o que te perdoar. - Falei.
Quinta – feira, 10h00.
Recém havia me acordado. Não fui à aula naquele dia, estava muito machucado, meu corpo todo doía por conta das agressões do dia anterior, e eu não queria que ninguém visse meus hematomas, mamãe concordou em eu não ir ao colégio nesse dia. Me levantei, e fiz minhas higienes matinais, em seguida, fui tomar café. Mamãe já está posta à mesa, me sentei com ela.
- E cadê aquele infeliz? - Perguntei.
- Não voltou, graças a Deus, e espero que nem volte. - Ela respondeu.
Pouco depois, o infeliz chegou para nossa infelicidade, mas ele parecia sóbrio, o que também não era garantia de segurança pra gente.
- Bom dia. - Ele falou calmamente.
Não respondemos.
- Eu disse ''bom dia''. - Ele falou firmemente.
- Bom dia. - Respondemos seriamente.
- Que delicia de café da manhã. - O homem diz se sentando à mesa.
Mamãe e eu nos olhamos, mas não falamos nada.
- Não foi à aula hoje? - Ele me perguntou.
- Não. Não queria que meus amigos vissem a sua obra prima.
Ele olhou para os meus machucados e não disse nada.
- Por quê? - Perguntei.
- Porque eu sou doente. - Respondeu.
- Busque tratamento. - Falei.
- Você sabe que eu já tentei, mas não consigo.
- Então nos deixe em paz, por favor. Não aguentamos mais ser vítimas de suas bebedeiras.
- Não, vocês são a única família que eu tenho. - Ele fala ao dar um tapa forte na mesa.
Mamãe e eu apenas nos olhamos novamente, e voltamos a ficar em silêncio. Não queria falar mais nada, pois tinha medo que ele se exaltasse e batesse na gente de novo.
Quinta – feira, 14h00.
Estava mexendo em meu not book, e quando resolvi entrar em meu f******k vi um pedido de amizade, era do Phelippe. Aceitei quase que imeditamente.
''Oi''. - Ele me mandou no b**e papo.
''Oie'' - Respondo.
''Por que não foi à aula hoje? Está doente?''
''Mais ou menos, não acordei muito disposto''. - Respondi.
''Está se sentindo melhor agora?''
''Sim'' - Respondi sem pensar muito.
''Quer dar uma volta?''
''Ai, que droga! O que faço?'' - Pensei.
Queria muito ver Phelippe, e sair me faria muito bem, mas tinha tanto medo que ele visse os meus hematomas. Era verão, mas resolvi pôr uma roupa de inverno, coloquei uma calça jeans e uma camisa de manga longa, sei que morreria de calor, mas era o jeito para esconder as marcas da agressão daquele ser. Após aceitar o convite do garoto, marcamos de nos encontrar em uma praça, cheguei primeiro e aguardei por uns dez minutos, e então ele chegou.
- Oi. - Disse Phelippe.
- Oi. - Falei meio tímido.
Caminhamos um pouco em silêncio, não sabia o que dizer.
- Está melhor? - Ele perguntou.
- Aham, estou. - Respondi.
- Legal. - Sorriu para mim.
Phelippe tinha um lindo sorriso, daqueles que a gente vê nos comerciais de creme dental, e possuia lindos olhos azuis, da cor do céu e do mar, os mais lindos que eu já havia visto. Não entendia o que estava sentindo, mas gostava de estar com Phelippe, nunca havia me sentido assim antes, e eu gostava disso, gostava muito embora não entendesse direito esse sentimento.
- O que houve com seu olho? - Ele perguntou se referindo ao roxo do meu olho.
''Droga, esqueci do rosto.'' - Pensei.
Ele ficou me olhando enquanto esperava pela minha resposta. E eu tentei pensar em algo, não queria que ele soubesse da verdade.
- Hã... Eu me bati na escrivaninha de meu quarto. - Menti.
- Olha, se você não quer me dizer a verdade, tudo bem, eu entendo, mas não minta, por favor. - Ele falou.
Não sei como ele percebeu que eu estava mentindo, não queria mentir, mas estava com medo, porém, resolvi falar a verdade, era estranho, pois eu o conhecia há pouco tempo mas confiava bastante nele.
- Meu pai...
- O quê? Teu pai te b**e?
Acenei positivamente com a cabeça.
- Ele bebe muito, e b**e em minha mãe e em mim desde que eu me entendo por gente.
- E por que vocês não fogem, ou sei lá? - Phelippe pergunta.
- Ah, se fosse fácil... Adoraríamos fugir, mas ele nos ameaça, diz que se a gente fizer isso, ele nos encontrará e nos matará, e eu não duvido disso, dele eu espero qualquer coisa.
- Puxa, que merda. E vocês nunca denunciaram ele?
- Uma vez a minha mãe denunciou, mas foi pior por que ele não tinha antecedentes criminais, aí acabou ficando pouco tempo preso, também não tínhamos provas concretas, pois quando mamãe denunciou, ela havia conseguido fugir antes de uma nova agressão, dai não tinha marcas para provas as agressões, e por isso ele acabou ficando preso apenas o tempo suficiente para investigação, mas infelizmente não conseguimos provar nada nesse meio tempo. E nossa, quando ele chegou em casa, ele espancou tanto a minha mãe, que eu pensei que ele fosse matá – la, eu devia ter uns nove anos, mas ainda lembro de tudo como se fosse ontem.
Phelippe ficou bem chocado com tudo que eu falara, parecia não crer, ele queria poder me ajudar, mas não podia, ninguém podia me ajudar.
- Você mora com quem? - Perguntei mais tarde.
- Sozinho. - Ele respondeu.
- E seus pais? - Perguntei curioso.
- A gente se mudou pra cá no ano passado, fiquei até dezembro morando com eles, mas aí em janeiro eu me mudei, pra uma casa próxima de meus pais. A casa era de minha avó materna, e quando ela morreu a casa ficou vazia, aí agora estou morando lá. - Phelippe fala.
- Ah, que legal. - Digo com um leve sorriso.
Sexta – feira, 7h10.
Assim que cheguei na escola fui até a minha sala, pois o sinal recém havia tocado e me sentei ao lado do Thomas.
- E aí, cara? O que houve? - Ele perguntou.
- Estava me sentindo meio ruim. - Respondi.
Ainda estava com os hematomas, porém estavam um pouco mais fracos, mas não podia perder mais aulas, então resolvi passar um pouco de base de minha mãe para disfarçar, odiava maquiagens, mas não tive muita escolha.
- Imaginei. - Falou Thomas.
Em seguida a aula começou e tivemos prova de matemática.
''Droga, não estudei.'' - Pensei.
A prova estava muito difícil. Nem lembrava os conteúdos, acho que de 15 questões, se eu fiz 3 sem usar o chutômetro foi muito. Cara, fui muito mal, acho que eu não ia tão mal assim numa prova desde o sétimo ano do ensino fundamental.
Sexta – feira, 12h10.
Eu estava com meus amigos na saída da escola. Não havia falado com Phelippe naquela manhã, e mal o tinha visto pelo colégio.
- Oi. - Diz Pietra parecendo toda animada.
- Oi. - Respondemos os garotos e eu.
- O que tá pegando? - Perguntou Bernardo.
- Meus pais estão viajando, então aproveitarei para hoje à noite fazer um esquenta lá em casa. Vocês estão convidados. - Diz Pietra.
Gaby estava comendo sorvete, ela comia e olhava fixamente para mim. Que mania que ela tinha de fazer isso.
- Esquenta? - Perguntou Omar com um enorme sorriso. - Estamos dentro.
- Capaz que vamos perder uma festinha. - Diz Thomas super empolgado.
- Vai a turma toda? - Perguntei.
- A princípio sim. Convidamos todo o segundo ano também. - Falou Ruby.
- Legal. - Digo.
Pietra nos deu o endereço de sua casa. Estava meio indeciso se ia ou não, mas meus amigos insistiram tanto, que acabei topando.
Sexta – feira, 22h15.
Recém havíamos chegado à casa de Pietra. Tinha muita gente, conhecia quase todo mundo por conta da escola. Olhei para os lados e não avistei Phelippe.
''Será que ele não vem, ou só não chegou ainda?'' - Pensei.
Omar, Bernardo e Thomas sairam para pegar bebida, e eu fiquei ali sozinho, tentando encontrar Phelippe. De repente ele chegou, mas não como eu imaginava. Phelippe estava com uma garota, uma loura, alta e que de feia não tinha nada, não sei quem era a garota, obviamente não era de nossa escola, mas ambos estavam de mãos dadas, o que significa que provavelmente eles fossem namorados. Olhei para os dois ali juntos, Phelippe me olhou, e levantou as sobrancelhas em um ato de cumprimento, fiquei ali imóvel, não sabia o que pensar ou o que sentir, estava muito chateado, éramos amigos e Phelippe nunca havia mencionado que tinha uma namorada.
''Droga.'' - Pensei.
Estava sentado no sofá da casa de Pietra. Estava sozinho, pois havia perdido os meus amigos de vista. Observei Phelippe com aquela garota, os dois estavam felizes e se beijavam. Tentei olhar para os dois lados, mas voltei a olhar para Phelippe e a garota. O rapaz me olhou, os dois se levantaram e foram em minha direção.''Fudeu.'' - Pensei.- Oi. - Fala Phelippe.- Oi.- Juan, essa é Lizy, minha namorada. Lizy, esse é Juan, um amigo. - Disse Phelippe.- Prazer. - Diz a loura com um falso sorriso.- Prazer. - Falei.- Amor, tô com sede. - Diz Lizy para Phelippe.- Vou buscar algo pra gente beber. - Falou o garoto. - Juan, você quer algo?- Não, obrigado. - Respondi.Phelippe se retirou e a tal Lizy se sentou ao meu lado.- A quanto tempo vocês se conhecem? - Ela me perguntou.- Pouco tempo. - Respondi.- Imagi
- Licença. Vou ao banheiro. - Digo me pondo a me retirar.Passo por Phelippe, ele não diz nada, mas sinto ele indo atrás de mim. Entrei nos corredores da escola, e de repente...- Juan. - Ele me chamou.Me virei para ver o que ele queria comigo.- Como você está se sentindo? - Perguntou.- Ainda estou muito abalado com tudo isso. - Respondi. - E pensar que eu não fiz nada para salvá – la. Ah, se eu tivesse feito algo, talvez agora ela estivesse viva. É tudo culpa minha.- Sabe, quando eu tinha 12 anos, eu perdi um irmão mais novo, de 6 anos. Estávamos na piscina de casa brincando. Eis, que ele começou a se afogar, pensei que era brincadeira, as vezes brincávamos assim. Pedi pra ele parar com isso, mas ele não parou, continuou e continuou com aquilo, então eu vi que infelizmente ele não estava brincando. Mesmo com pouca idade eu
- E onde eu vou dormir? - Perguntei me pondo a quebrar o silêncio que havia se formado entre nós.- Na minha cama. - Ele disse me pegando de surpresa.- Como? - Perguntei um pouco assustado com a fala do mais velho.- Sim, você vai ficar com a minha cama e eu com o sofá. - Ele faloupara meu alívio.- Não, de jeito algum. Você fica com a cama e eu com o sofá. - Falei.- Não, Juan. Eu faço questão, e minha casa, minhas regras, e se você não aceitar, eu vou ficar muito bravo com você.- Ok. - Sorri timidamente.Nos arrumamos para dormir, e Phelippe arrumou minha cama, me ofereci para arrumar, mas ele não deixou, confesso que estava achando ele um fofo.- Boa noite, Juan. - Ele me disse.- Boa noite. - Falei ao me deitar na macia cama do garoto.Phelippe saiu do seu quarto, se pondo a ir pra sala.''Queria
Quinta – feira, 11h20.Último período de aula, graças a Deus. Estávamos na aula de História, sério, eu detestava essa matéria, e também não gostava nada de história, química, física, matemática, religião, sociologia, etc. O professor havia passado um trabalho em trio, fiz com o Thomas e com a Aisha. A garota era muito inteligente, não que Thomas e eu ficássemos pra trás, claro. O trabalho era sobre Mesopotâmia, matéria muito chata, na verdade, achava História em si, chata. Nunca gostei de trabalhar sobre o passado e todo o povo que já morreu, Sócrates, Aristóteles, Platão, etc. Preferia estudar sobre o presente, que é bem mais legal, do que algo que aconteceu 300 milhões antes de Cristo, ah, como alguém conseguia gostar disso.Entregamos o trabalho uns
Sexta – feira, 20h00.Eu estava na frente da casa de Nina, esperando por ela. A garota morava em um bairro vizinho, em uma casa grande, de dois andares, parecia ser bem de vida, não que eu ligasse ou me importasse pra isso, pois eu não gostava das pessoas por sua classe social, mas sim pelo seu caráter. Enquanto eu aguardava ela, fiquei olhando tudo ao redor. Vi uma senhora passeando com uma cadelinha, um pai brincando com duas crianças. Observei também um casal gay bem jovem se beijando, fique olhando para os dois, eles nem pareciam que estavam com vergonha, como se não ligassem para a opinião dos outros, e talvez não ligassem mesmo, confesso que de alguma forma isso havia chamado a minha atenção, só não sabia o porquê.''Como eles não tem vergonha?'' - Pensei.Continuei observando eles, estavam felizes, sorrindo, e dava pra ver pelo olhar de ambos, que
Segunda – feira, 17h00.- Hã... Phelippe, eu vou me mudar. - Falei.- Quê? Se mudar? Por quê? Pra quê? Pra onde? - Me questionou Even parecendo incrédulo.- Pra casa da Ruby. - Respondi.- Você e a Ruby? Mas e a Nina? Ela está sabendo disso?- Calma Phelippe. É uma casa compartilhada, lá mora também o John, que eu conheci hoje e mais uma garota. - Falei de forma calma.- A Nina não vai gostar nada disso. - Diz Phelippe ao se sentar no sofá.Terça – feira, 10h00.- Se mudar? Que legal. - Diz Nina ao me abraçar.- Então está tudo bem? - Lhe perguntei.- Por que não estaria?- Pensei que você pudesse ficar chateada porque morarei com duas outras garotas. - Falei.- Juan, eu confio em você. Do que serviria um namoro sem confiança?Quarta – feira, 1
- Juan?. - Me chamou Phelippe.Levantei a cabeça e o garoto se aproximou de mim, me deixando um pouco encabulado. Phelippe olhou bem nos meus olhos e eu fiz o mesmo.- Juan, a Marina está aí. - Disse Ruby ao abrir a porta rapidamente, e fazendo Phelippe se afastar de mim bruscamente.- Droga. - Falei. - Quero dizer, ótimo.- O que eu digo? - Me pergunta a loura.- Que eu morri. - Falei em tom de voz baixo.- Como? - Ela perguntou sem entender minha resposta.- Nada, vou atendê – la.Me levantei e fui até a sala, onde encontrei Nina toda sorridente, conversando com o John. Lhe falei que Phelippe estava em meu quarto, ela não pareceu muito ficar feliz com isso, mas tentou disfarçar, porém sem sucesso, acabamos indo para meu quarto, e Phelippe também pareceu não ficar muito feliz ao ver a minha namorada. Ela, como toda mulher, começou a falar
Fiquei sem crer que Phelippe e Lizy haviam terminado, pareciam tão apaixonados um pelo outro, ah, mil coisas estavam passando pela minha cabeça, pois isso me parecia tão estranho.- Hã... Por que vocês terminaram? - Perguntei sem conter a minha ansiedade.- Ah Juan, faz tempo que eu já não sinto nada por ela. Sei lá, o amor acabou.- Mas, e os seus pais? E os pais dela? E os pais de vocês? - Perguntei meio nervoso.- Os pais dela eu não sei, mas meus pais já vinham notando que eu já não estava feliz com esse relacionamento, falei que queria terminar, e para minha surpresa, eles falaram que só queriam minha felicidade. - Fez uma curta pausa - E você com a Marina?Por um momento havia pensado em mentir, dizer que estávamos bem e tal, mas resolvi não fazer isso e preferi dizer a verdade, que Nina e eu também havíamos termin