LiaEstou literalmente perdida, e a minha avó não sabe nem como me ajudar, sim, o meu teste de farmácia deu positivo, estou grávida do Miguel e a minha, avó chorou feito uma condenada quando viu, ela já sabe que o meu avô irá me matar, só estou a espera do meu momento.O estranho é que ele chegou ontem de viagem e ainda não chegou em casa, será que já cavou a minha sepultura? Meu Deus, estou um caos.Vigiei a porta do meu quarto durante toda a noite, estou com olheiras de tanto que chorei e mal dormi a noite, pedi até a deus para me livrar disso tudo, que ele enviasse o Miguel que pelo menos nome de anjo tem para me tirar daqui e irmos embora juntos, mas ainda vejo esperanças, quem sabe com essa gravidez o meu avô tenha piedade e desista dessa loucura de casamento, afinal não dá para esconder uma gravidez por muito tempo. Eu só queria poder ter paz, mas a perdi desde que meus pais morreram, e não vejo como recuperá-la agora, só vejo piora. Por medo da fúria do meu avô a Léa dormiu em
RubensFoi uma longa viagem até o Paraná para tratar dos negócios, conheci pessoas bem influentes que me ligaram a pessoas mais influentes ainda em minha cidade, foi melhor do que pensei. Estou sempre atrás de aliados, não gosto de ficar nas mãos de patrões como estou nas mãos dos irmãos Hernandez, já passei por isso antes e não me agradou em nada e quando encontro novos aliados sou certeiro. Mas na volta tive muitas surpresas, algumas péssimas e outras até boas.Lidar com os irmãos Hernandez nunca foi uma tarefa fácil, são aqueles caras que se acham autoridade diante dos outros e paciência 0, já lidei com piores, mas agora estou velho e não sou mais maleável como antes. Conheci Andrew quando me meti em uma enrascada. Participava de um cassino ilegal e fiquei a dever muito por lá, tinha o meu patrão que eu trabalhava para ele, fui esculachado e apanhei igual a um vadio devido à dívida no cassino, mas como sempre fui um funcionário fiel meu patrão pagou a minha dívida, mas não pagou
ANDREWEstava me arrumando para ir até o jantar, o meu irmão que não desgruda de mim até parece o noivo tamanha é sua arrumação, agora ele está de olho em tudo e vendo se o restaurante está mesmo fechado já que foi esse o meu pedido. Recebi algumas mensagens da minha prima perguntando se terá um quarto em minha casa para que ela possa visitar, ela está jogando charme, sabe que a casa é grande, mas ainda não sabe do meu casório e sei que isso a surpreendera.Estou com os ânimos aflorados, não sei se sorrio ou fico sério, se falo ou espero que ela se pronuncie, mal sei o que pensar e como agir, isso tudo porque ainda estou a caminho do jantar com a minha noiva. O meu irmão está ao meu lado, ele não abre mão de observar Lia, e saber se ela realmente obedece o velho avô em tudo, até queria que eu colocasse escutas, dá para entender?O medo do Marcus é a garota ser muito manipulável, e isso para mim também não é nada atrativo, já que pela minha percepção até o momento é que ela é uma jovem
Não demorou para sermos avisados da chegada dos atrasados, o meu irmão veio ao meu lado para esperamos na entrada do restaurante, avistei o velho Rubens entrando sorridente, com ele a sua esposa avó da minha noiva que parece bem simpática e nada tem a ver com o velho, e ao fundo de cabeça baixa Lia, ela mesma eu acho que em carne e osso, ou será uma visão minha? Não consigo não admirá-la, ela é de uma beleza natural, é linda, todos os seus traços me fascinam desde que comecei a reparar nela, quando ha vi pela primeira vez nem sabia que ela neta do velho Rubens, fico admirado, mesmo com vestes tão simples ela conseguiu elevar sua beleza. Para mim é meu anjo, agora planejo descobrir se é um anjo bonzinho ou malvado, espero de tudo. Respirei fundo notando que ela entrou e seguiu até nós de cabeça baixa como se estivesse sendo levada para a força, como da outra vez mal olhou-me.— Boa noite! Senhores Hernandez, perdoem a demora, não foi proposital. — Rubens fala erguendo a mão para nos cu
Assim que o Duque saiu, levantei-me e tentei pegar a garrafa. Lia ficou parada, mas logo me olhou confusa.— Não, não precisa, eu mesma pego! — disse, estendendo a mão até a garrafa, que estava mais perto dela do que de mim.— Não se incomode. Faço questão! — Lancei-lhe meu olhar mais vibrante e intenso para que ela não insistisse. Mas, ao invés de responder, simplesmente olhou para a porta por onde o chefe saiu, como se quisesse que ele voltasse para jantar conosco.Mesmo assim, peguei o vinho e caminhei devagar, rodeando-a do lado esquerdo até o direito. Abaixei-me e me aproximei o máximo possível.Derramei o vinho em sua taça. Ela estava completamente tímida, imóvel como uma estátua, mas pude sentir seu aroma. Segurei-me para não me distrair e acabar derramando a bebida. Queria pegar sua mão e convidá-la para dançar, mas, se já está tão arredia com a minha presença, imagino qual seria sua reação se fizesse isso. Por mais que eu não tenha medo de levar foras, sempre é constrangedor.
Não sei o que se passa pela sua cabeça, mas já estou intrigado com as reações que Lia demonstra. Ela viu o avô e ficou sem cor, literalmente sem cor.— Quer água?— Vinho! — Ela pede, e de imediato vou até o vinho e trago uma taça para ela.— O que você tem? Está passando mal? Falta de glicose? — Pergunto, tentando entender.— Não é nada.— O que queria falar? — Pergunto, calmo.— Não, não posso! Terei que ir... — Ela colocou a mão na boca. Não entendi o que quis dizer com "terei que ir", mas fiquei intrigado.— Não quer ir embora? Pensei que sairia correndo ao ver o seu avô. — Comento, já que ela se dedicou a ficar calada a maior parte da noite. Ela parecia inerte em seus pensamentos. — Lia? Está tudo bem? — Pergunto, notando que ela respira pesado.Direcionei-me para a porta para pedir que seu avô entrasse e descobrir o que estava acontecendo, mas antes ouvi sua voz.— Não, não o chame, por favor!Olho para ela sem entender. O que ela quer de mim? Mas permaneço parado, ouvindo-a.— D
LiaRaiva. Estou com raiva neste momento. Como ele ousa dizer que eu me declararei a ele mais tarde? Não é possível uma pessoa ter tanto ego assim, como se fosse um homem amável, quando, pelo que sei, ele é exatamente o contrário disso. Notei, sim, que é muito educado e amigável, mas apenas de acordo com seus interesses, e deixou bem claro que sou só um negócio em sua vida. Não sei por que estou abismada com essa atitude, mas tenho certeza de uma coisa: eu jamais me declararei a um homem desse tipo.Não negarei que ele me atrai, mas agora nem sei por qual motivo. Talvez seja porque está muito, muito diferente de quando o vi pela última vez. Desde o momento em que noivamos, evitei ao máximo ir ao trabalho do vovô.Já não gostava de ir lá, e, a partir daquele momento, passei a evitar ainda mais. Mas, de vez em quando, era obrigada. Não queria ficar indo lá vê-lo, ainda mais porque ele mal aparecia no galpão. Na verdade, tomei raiva dele por ser obrigada a isso, mesmo sabendo que a culpa
Antes de entrar no carro, minha irmã se aproximou de mim.— Lembre-se, mana, daqui a dois dias estará livre dele. Livre do Bruno. Penso que seja o melhor acontecimento nesta altura do campeonato.— Sabe que não sou de entregar os pontos. Ainda penso que o senhor Hernandez pode desistir, e se ele fizer isso, o vovô não poderá me culpar.Penso na possibilidade. Não sei o que é pior para mim: casar-me com um sádico ou conviver com o meu avô. Ainda tenho medo do desconhecido, já que meu avô eu já conheço. Estou acostumada com seu modo de ser. São anos nessa vida. Por mais que não seja vantajoso, a gente se acostuma com o sofrimento.— Eu sei. Mas penso que, agora, seria melhor você estar longe dele. Por você e pela sua gravidez.Ela fala, e sinto o pesar em suas palavras. Até agora, não acredito que isso tenha acontecido dessa maneira.— Gravidez! Não me lembre disso! Que mãe serei eu? Como pude fazer isso? Meu Deus… mamãe e papai se envergonhariam de mim.Abraço minha irmã.— Não, Lia. Se