Cap. 47: Essa é sua nova casa?Lavínia acordou mais cedo que o habitual, se arrumou e saiu sem avisar a Zara ou Samuel. Também não podia pegar o carro, então chamou um táxi e seguiu viagem. Seguiu até um bairro que ela já conhecia um pouco.— Siga um pouco devagar. — Pediu enquanto analisava o bairro de forma minuciosa, até avistar Zen. Ele já estava arrumado, e ela continuou apenas o observando, vindo em direção contrária ao que ela estava. — Pare o carro, por favor! — Pediu com a voz baixa, em seguida se abaixando para que ele não a visse.Ela o acompanhou com os olhos, percebendo que ele balançava uma chave no dedo, até que ele parou em frente a uma casa e entrou.— Parece que não está tão mal agora. — Ela suspirou, encarando ao redor. Não havia mais móveis; eles tinham limpado a casa completamente naquela mesma madrugada, enquanto todos dormiam.— Não está tão mal? — Lavínia entrou, deixando-o sem reação, ao mesmo tempo em que olhava ao redor com curiosidade.— Você? — Ele murmuro
Lavínia o esperou do lado de fora, sem conseguir conter a ansiedade. Afinal... o que ele tinha conseguido? Também não conseguia deixar de sorrir, cética, pensando que ele estava tentando se aproveitar de alguma forma. — Está pronta? — ele perguntou, descendo da varanda e mostrando-lhe o envelope pardo, ao mesmo tempo que o portão da casa ao lado abria, saindo uma senhora encurvada. — Bom dia, senhor... — ela disse com a voz arrastada, aproximando-se dos dois. — A menina que morava nessa casa até ontem, o que aconteceu? — perguntou, e o pomo de Adão de Zen subiu e desceu agressivamente, mas ele logo se recompôs. — Ah... a moça que perdeu a irmã em uma fatalidade? — Você a conhece, eu te vi na casa dela duas vezes. — Sim, sim. Depois da morte da irmã, ela queria se mudar e vender a casa, você sabe... Era de se esperar que ela não quisesse continuar nesse bairro, na mesma casa onde vivia com a irmã. — Mas como isso é possível? — a mulher perguntou, indignada. — Ela nunca sentiria r
- Cap. 49: caso será ganho.— Onde comprou esses ternos? Eles são bem bonitos, feitos sob medida e... tão trabalhados. — Ela comentou, analisando-o.— Meu amigo comprou eles em um brechó.— O relógio de trinta mil também? — Ela perguntou com ironia no tom.— A verdade é que é tudo emprestado. Acha que eu teria essas coisas? Ele está feliz que eu estou em uma empresa tão importante e disse que a aparência importava, então me emprestou.— O que ele é? Bilionário?— É... acredito que sim. — Ele comprimiu os lábios, dando de ombros.— E ainda fala de mim? Porque sou beneficiada pela minha amiga rica?— Ele não me deu essas coisas, ele me emprestou. Mas não vivo às custas dele, eu ainda trabalho e cuido das minhas coisas. Além disso... pensei que você estivesse interessada em ler os documentos que eu consegui obter.— Claro! — Ela confirmou, sentando-se na cama e tirando as provas que estavam no envelope, jogando-as sobre a cama. Logo de cara, Lavínia ficou sem reação ao ver tudo o que Zen
Cap. 50: Você não se lembra?— O que você quer? — Lavínia perguntou, sentindo as mãos tremerem. — Eu sou a única que cuida dela. Se não fosse por vocês, a doença dela não teria avançado tão rápido. Sabe quantos milhões eu gasto em tratamentos e estudos para que, pelo menos, a doença não avance? — ela perguntou com a voz contida. — Tudo que você está tentando é lutar contra o inevitável. Apenas deixe isso pra lá, filha... Não é como se eu não me importasse com ela, mas todo esse dinheiro gasto é em vão. — E por isso você decidiu suspender o tratamento e deixá-la definhar sem meu consentimento? — ela perguntou, irritada. — Você está gastando tudo sem necessidade. Eu vou descobrir onde ela está e suspender esse tratamento absurdo e sem sentido! Não vê a sua situação? Vai perder aquele caso contra o promotor, sua empresa vai cair na mídia, e você será acusada de difamação. Ninguém mais vai te dar a mesma credibilidade! — ele asseverou. — Se você não acredita que eu posso vencer, entã
- Cap. 51: Uma doença cruel.Zen ficou em silêncio, seguindo para dentro acompanhado de sua mãe, que ainda estava surpresa. — Como você se lembra dela se você perdeu a memória naquele dia em que foi atacado? — sua mãe insistiu. — Não é como se eu me lembrasse de quem são meus pais, eu só lembro dela porque, antes de eu apagar, ela foi a última pessoa que eu vi. Ainda assim, ela não se lembra que era eu aquele rapaz que ela salvou um dia. — O que vamos dizer? O que exatamente vocês têm agora? — seu pai perguntou, preocupado. — Ainda nada, por enquanto. Entendo que ela não se lembre de mim. Foi apenas um encontro infeliz, e já se passaram dez anos, mas nunca pensei que a encontraria assim e que ainda trabalharíamos juntos. — ele comentou, sorrindo satisfeito. — Como o caminho de vocês se cruzou? — perguntou Lilian, demonstrando preocupação. — É muito irônico. É como se estivéssemos destinados a nos encontrar. Eu estava indo para um trabalho de meio período quando a encontrei, e ti
Cap. 52: Você não vai ter nada.— Que merda está acontecendo? Quem é essa senhora Bayer? Tudo indica que ela é a senhora Bayer, ela tem todo esse dinheiro, paga milhões pelos tratamentos e ninguém nunca a vê no escritório. Minha cabeça já está doendo, mas eu tenho meios de descobrir isso sem precisar esquentar a cabeça. — Ele resmungou, se levantando e indo para o quarto.— Será que ele está apaixonado por aquela mulher? — Zacarias perguntou à sua esposa, sentando-se ao seu lado.— Eles não podem ficar próximos, ainda mais sabendo o que aquele homem falou no dia que foi preso. Zen não pode saber que acompanhamos tudo até o final e como foi complicado para ela ganhar o caso.— Não precisamos falar sobre isso. Além disso, ele ainda está na cadeia, não vai sair tão cedo.— Mesmo assim... pode ser que a promessa que ele fez no passado acabe vindo à tona. — Liliam comentou apreensiva.— Como ele vai descobrir que é ele? Nós demos um novo nome a ele. Usar o nome de nosso falecido filho e to
— Para onde você pensa ir? — perguntou Zara, sentando-se ao seu lado.— Nenhum lugar especial, só quero um lugar onde eles não vão me encontrar. — Ela suspirou, pensativa.— Pensa em ir para Dubai, Paris, Hong Kong... tem tantas possibilidades. Mesmo que você não consiga ter êxito nesse caso, você ainda será bilionária, então...— Você também? Até parece que não me conhece. Eu nunca perco um caso! A senhora Bayer é conhecida por ser invencível, lembra? E eu não vou perder esse título para um promotor corrupto. — Ela asseverou, aborrecida. — Me deixem em paz! — repetiu firme.— Eu não disse que você perderia, mas temos que pensar em todas as possibilidades. Levando em conta as informações que tenho, é até loucura você ir ao tribunal só com suposições.— Claro, você está certa. Podem sair agora, eu cuido dessa bagunça depois.— Vai mesmo se mudar?— Vou tirar uma folga desses dois. Não quero que me incomodem por um tempo. — Lavínia respondeu com frieza.— Talvez você precise, mas não va
Cap. 54: Moramos juntos agora.— O que está pensando, senhor Obedon? — Valmont perguntou, o olhar penetrante fixo em Zen, que desviou o olhar, passando a mão nervosamente pelos cabelos.— Ela está dormindo? Você a dopou e a trouxe para cá? Ela vai me matar! Sabe o quanto essa mulher é brava?— Nunca vi ela te dando um tapa. — Valmont disse com indiferença, cruzando os braços.— Ela é advogada, Valmont! Ela pode me processar, quem sabe? — Zen bufou, exasperado.Valmont riu, um riso curto e amargo.— E você pode se defender, senhor R já disse para não desperdiçar seu curso de direito. Quantas coisas você já fez nesses seus vinte e quatro anos? Vai fazer vinte e cinco em um mês e ainda está com essa cabeça de vento, seu moleque idiota! — Valmont asseverou, dando um tapinha leve na nuca de Zen. — E eu ainda nem posso acreditar que tenho que servir um rapaz. — resmungou, balançando a cabeça.Zen revirou os olhos.— Curve-se, servo! — ele ironizou, um sorriso irônico nos lábios. — Tudo bem,