Cap. 54: Moramos juntos agora.— O que está pensando, senhor Obedon? — Valmont perguntou, o olhar penetrante fixo em Zen, que desviou o olhar, passando a mão nervosamente pelos cabelos.— Ela está dormindo? Você a dopou e a trouxe para cá? Ela vai me matar! Sabe o quanto essa mulher é brava?— Nunca vi ela te dando um tapa. — Valmont disse com indiferença, cruzando os braços.— Ela é advogada, Valmont! Ela pode me processar, quem sabe? — Zen bufou, exasperado.Valmont riu, um riso curto e amargo.— E você pode se defender, senhor R já disse para não desperdiçar seu curso de direito. Quantas coisas você já fez nesses seus vinte e quatro anos? Vai fazer vinte e cinco em um mês e ainda está com essa cabeça de vento, seu moleque idiota! — Valmont asseverou, dando um tapinha leve na nuca de Zen. — E eu ainda nem posso acreditar que tenho que servir um rapaz. — resmungou, balançando a cabeça.Zen revirou os olhos.— Curve-se, servo! — ele ironizou, um sorriso irônico nos lábios. — Tudo bem,
Cap. 55: Não preciso de amor.— Está acontecendo exatamente o que eu já esperava. — ela disse com satisfação, os olhos brilhando enquanto mostrava a notícia no celular para Zen. — Apartamento é incendiado e os bombeiros ainda não conseguiram controlar o fogo, prédio inteiro foi evacuado e uma pessoa está desaparecida.Zen franziu a testa, a notícia o pegou de surpresa. — Não me diga que é o apartamento onde você estava hospedada? — ele perguntou, a voz falhando um pouco.— Exatamente. Eu sabia que ele estava me investigando, pelas câmeras eu percebi que tinha alguém estranho sempre rondando meu apartamento e observando para se certificar que eu estava dentro. Então eu simulei tudo com travesseiros para parecer que estava em minha cama dormindo, e assim que o homem que estava me vigiando se afastou, eu sai disfarçada e desci a escadaria de vários andares, cheguei aqui exausta. A fumaça preta que se elevava no horizonte era a prova de que eu estava certa e ele estava tentando me matar.
Cap. 56: Vitoria de Bayer.— O que achou? — ele perguntou, colocando-se em postura ereta. — Está engraçado, porque está usando esses acessórios? — ela perguntou, mas ele foi em sua direção colocando os óculos escuros. — Porque vamos mexer com coisa errada, simples assim. O homem que vamos enfrentar não é fácil e ele já incendiou seu apartamento. Como vamos chegar vivos se ele tentar algo? — Verdade, não quero morrer na beira da praia depois de nadar tanto — ela confessou, ajeitando os óculos. Assim que chegaram ao prédio do tribunal, os dois pararam em frente à grande escadaria. O peito de Lavínia parecia querer gritar de empolgação, enquanto Zen olhava ao redor com ansiedade contida. Eles estavam parados em frente ao Tribunal de Justiça, um edifício imponente que exalava seriedade em cada detalhe. Zen observou o espaço ao redor, sentindo a tensão no ar. — Já que pensam que você está morta, ninguém vai aparecer para assistir, não é? — ele perguntou, tentando disfarçar a inquietaç
Cap. 57: Medo dele?— Então eles mandam uma advogada novata e acham que vamos aceitar uma provocação dessa? Onde está a senhora Bayer? — um dos advogados perguntou, cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha. O caos reinava no corredor, um turbilhão de pessoas, papéis espalhados e um ar de hostilidade.— Não era preciso a senhora Bayer vir... com uma carga criminal... que esse homem tem... — Lavínia comentou, sua voz carregada de ironia, enquanto observava os advogados com desprezo. A menção à acusação contra o homem pareceu atingi-los em cheio. — Além disso, ele vai morrer na prisão com os anos que ele foi penalizado.— Bom... tínhamos preparado isso para a derrota da Bayer, por ser uma mulher amarga que gosta de mexer com seu próprio grupo. — um dos advogados respondeu, um sorriso triunfante nos lábios. A satisfação era evidente em seus olhos.— Tudo bem, vocês já serão indiciados após sair daqui mesmo. — Lavínia debochou, mas a tranquilidade em sua voz foi quebrada quando um ov
Parte:2— Então vai aceitar? — o juiz perguntou, seus olhos fixos em Lavínia, enquanto um sorriso leve curvava seus lábios. Aquele sorriso a deixava desconfortável; a sensação de estar sendo avaliada era evidente.— Ela não vai a lugar algum com você, até parece que você fez alguma coisa — Zen resmungou, observando os dois com ciúmes. A posse em sua voz era inegável.— O quê? Você agora manda na minha vida? — ela perguntou, cética, mas um sorriso brincava em seus lábios. A provocação era evidente.— Eu só acho que você não deveria sair assim, simplesmente aceitar o convite de um cara — Zen insistiu, sua voz firme.— Ah... assistente Zen Obedon — o juiz disse, estendendo a sacola. — Tenho algumas peças de roupas que sempre trago, estão limpas, acredito que possam servir em você. — Zen a recusou com um gesto de cabeça.— Não quero, obrigada, vamos embora agora? — Zen perguntou a Lavínia, sua voz firme, segurando seu braço com mais força.— Não se preocupe com ela, eu posso cuidar bem de
Cap. 58: apenas eu.Lavínia encarou a vermelhidão em sua mão sentindo a pele um pouco irritada. Seus olhos buscaram Zen no corredor, mas ele já havia desaparecido com a moça ao virar o corredor.— Paulinha? — ela murmurou, seus dedos apertando a mão, um rubor subindo por suas bochechas.— A senhora Bayer está com ciúmes? É isso que estou vendo? — Houston perguntou, um sorriso malicioso nos lábios. Lavínia hesitou, seus olhos se desviando dos dele.— Claro que não! — ela respondeu, sua voz mais alta do que gostaria.— Estaria bastante surpreso que uma mulher do seu nível, em questão não só de beleza, esteja com ciúmes de um assistente. — Houston continuou, inclinando-se para mais perto.— Não estou com ciúmes, o que está dizendo? — ela insistiu, tentando parecer indiferente.— Verdade, você o repreendeu bem. Você deve criar limites para caras como ele. — ele disse, um brilho nos olhos.— Que tipo? — ela perguntou, sentindo uma pontada de irritação.— Ele parece do tipo que consegue tud
Cap. 59: Sempre invadindo.— O que eu fiz nenhum novato conseguiria, então não é para nenhum novato. Eu tenho cara de novata para você? — Lavínia indagou, a voz firme e desafiadora. Seus olhos cintilaram com uma raiva contida, fixos em Paula. A proximidade entre as duas mulheres carregava uma carga de tensão evidente.— Mas você não é novata? — Paula gaguejou, visivelmente intimidada pela postura de Lavínia. A confiança da mais nova parecia abalar a segurança da mais velha.— Olhe para mim e diga por si própria — Lavínia desafiou, aproximando-se um pouco mais. Paula engoliu em seco, desviando o olhar..— Você... você está certa. É para poucos, por isso parabéns — Paula concordou, a voz baixa.— O que você tem aí na bolsa? — Lavínia perguntou, sua voz fria como gelo. A curiosidade misturada com a desconfiança era evidente em seu tom.— Eu trouxe uma camisa nova para ele se trocar. Foi o que ele pediu — Paula respondeu, tentando parecer calma, mas a insegurança em sua voz era perceptíve
— Ok... eu vou deixar você passar, tocar em mim, mas não pense nada errado. Só estou com os braços ardendo e preciso de ajuda. — Lavínia disse, entregando os braços, mas mantendo uma distância segura.— Eu só estou tocando em seu braço, para que tanto drama? Eu nunca ultrapassei a linha como você, agora e de novo invadindo o banheiro como se fosse uma pervertida. — Zen retrucou, um sorriso irônico nos lábios.— Mas naquele dia você estava mal de verdade, falando nisso, o que tinha acontecido com você naquele dia? Você sempre faz coisas suspeitas. Roubou minha foto de formatura e, ainda por cima, levou minhas toalhas de rosto.— Fala das toalhas aveludadas que têm a sigla L e B? — ele perguntou, franzindo o cenho. — Elas são especiais para mim, então devolva. — E se eu não quiser? — Zen desafiou, seus olhos cintilando.— Vou te acusar de furto. — Lavínia ameaçou, mas sua voz saiu mais fraca do que ela gostaria.— Eu não preciso roubar nada, mas tem um bom motivo para eu ter pego aque