Cap. 44: Sem humanidade?— Ah, claro! — ela respondeu, gaguejando um pouco. — Mas eu acabei de acordar, ainda não ajeitei nada para o café da manhã... — disse, olhando ao redor da sala, como se procurasse algo suspeito ou fora do lugar."Primeira regra, entre na casa. Segunda regra, analise o ambiente sem chamar atenção. Terceira regra, acomode-se e faça um trabalho limpo." Pensou, revivendo mentalmente o protocolo que guiava suas ações. Nunca imaginou que aquela garota seria a porta de entrada para sua próxima missão.— Tudo bem, não vim pelo café. Só queria te ver e conversar. Sei que a perda foi muito dolorosa, e eu não poderia deixar de me importar com você, sabendo que é irmã de alguém que significava muito para mim — respondeu, tentando suavizar o ambiente com sua presença.— É... Está sendo bem difícil mesmo — ela suspirou, tentando escolher as palavras, mas sem conseguir expressar o que realmente sentia. Ele percebeu que ela se esforçava para aparentar normalidade.— Por que n
Cap:45: Moça desprotegida?Zen chegou um pouco depois, enquanto ela tentava disfarçar o rasgo em sua saia, segurando o tecido enquanto seguia para o elevador. — Droga... o que vou fazer agora? — ela murmurava baixinho, apertando o botão do elevador com pressa, torcendo para que ninguém a visse naquela situação. — O que aconteceu com você? — Zen perguntou, fazendo-a travar. Ela apertou os olhos e fingiu um sorriso, mesmo estando com a cara vermelha de vergonha. — Parece que tenho que comprar roupas melhores. Espero que com esse salário eu consiga comprar coisas tão boas. — Ela comentou com a voz trêmula, sentindo-se uma piada com esse discurso, enquanto mordia o lábio inferior e encarava o painel do elevador. — Venha comigo. — Ele a chamou repentinamente, segurando seu braço. — O que está fazendo? — Vou te levar para comprarmos uma nova roupa. Como você vai entrar aí assim? — Ele perguntou demonstrando preocupação. Lavínia desviou o olhar, constrangida, de repente sentindo-se ain
Cap. 46: encontrei a senhora Bayer?— Ele deve estar se afundando em dívidas para parecer bem para você. — Zara sorriu. — Onde ele está? Eu quero devolver esse blazer. — Ela disse desconfortável. — Por que não dá uma chance a ele? Ele parece muito mais maduro do que qualquer homem mais velho que eu já vi. — Por Deus, a gente não combina em nada! — Ele é bem promissor, vamos concordar, uhm? — Sei lá... é estranho, você sabe... Depois de ter me casado, o único homem que eu tive foi Evandro e... — Ele nunca te tratou da forma que você merecia. Na verdade, ele nem se importava em te proteger ou cuidar de você como esse cara faz. Vamos admitir, você fica bem mexida, né? — Zara perguntou com um sorriso cínico. — Não se engane, todos eles são iguais. Assim que ele souber quem eu sou, com certeza vai querer barganhar em cima de mim. — Só se for na cama. — Zara brincou enquanto Lavínia saía levando o blazer abraçado ao corpo. Enquanto elas seguiam para casa junto com Samuel, Zen tinha
Cap. 47: Essa é sua nova casa?Lavínia acordou mais cedo que o habitual, se arrumou e saiu sem avisar a Zara ou Samuel. Também não podia pegar o carro, então chamou um táxi e seguiu viagem. Seguiu até um bairro que ela já conhecia um pouco.— Siga um pouco devagar. — Pediu enquanto analisava o bairro de forma minuciosa, até avistar Zen. Ele já estava arrumado, e ela continuou apenas o observando, vindo em direção contrária ao que ela estava. — Pare o carro, por favor! — Pediu com a voz baixa, em seguida se abaixando para que ele não a visse.Ela o acompanhou com os olhos, percebendo que ele balançava uma chave no dedo, até que ele parou em frente a uma casa e entrou.— Parece que não está tão mal agora. — Ela suspirou, encarando ao redor. Não havia mais móveis; eles tinham limpado a casa completamente naquela mesma madrugada, enquanto todos dormiam.— Não está tão mal? — Lavínia entrou, deixando-o sem reação, ao mesmo tempo em que olhava ao redor com curiosidade.— Você? — Ele murmuro
Lavínia o esperou do lado de fora, sem conseguir conter a ansiedade. Afinal... o que ele tinha conseguido? Também não conseguia deixar de sorrir, cética, pensando que ele estava tentando se aproveitar de alguma forma. — Está pronta? — ele perguntou, descendo da varanda e mostrando-lhe o envelope pardo, ao mesmo tempo que o portão da casa ao lado abria, saindo uma senhora encurvada. — Bom dia, senhor... — ela disse com a voz arrastada, aproximando-se dos dois. — A menina que morava nessa casa até ontem, o que aconteceu? — perguntou, e o pomo de Adão de Zen subiu e desceu agressivamente, mas ele logo se recompôs. — Ah... a moça que perdeu a irmã em uma fatalidade? — Você a conhece, eu te vi na casa dela duas vezes. — Sim, sim. Depois da morte da irmã, ela queria se mudar e vender a casa, você sabe... Era de se esperar que ela não quisesse continuar nesse bairro, na mesma casa onde vivia com a irmã. — Mas como isso é possível? — a mulher perguntou, indignada. — Ela nunca sentiria r
- Cap. 49: caso será ganho.— Onde comprou esses ternos? Eles são bem bonitos, feitos sob medida e... tão trabalhados. — Ela comentou, analisando-o.— Meu amigo comprou eles em um brechó.— O relógio de trinta mil também? — Ela perguntou com ironia no tom.— A verdade é que é tudo emprestado. Acha que eu teria essas coisas? Ele está feliz que eu estou em uma empresa tão importante e disse que a aparência importava, então me emprestou.— O que ele é? Bilionário?— É... acredito que sim. — Ele comprimiu os lábios, dando de ombros.— E ainda fala de mim? Porque sou beneficiada pela minha amiga rica?— Ele não me deu essas coisas, ele me emprestou. Mas não vivo às custas dele, eu ainda trabalho e cuido das minhas coisas. Além disso... pensei que você estivesse interessada em ler os documentos que eu consegui obter.— Claro! — Ela confirmou, sentando-se na cama e tirando as provas que estavam no envelope, jogando-as sobre a cama. Logo de cara, Lavínia ficou sem reação ao ver tudo o que Zen
Cap. 50: Você não se lembra?— O que você quer? — Lavínia perguntou, sentindo as mãos tremerem. — Eu sou a única que cuida dela. Se não fosse por vocês, a doença dela não teria avançado tão rápido. Sabe quantos milhões eu gasto em tratamentos e estudos para que, pelo menos, a doença não avance? — ela perguntou com a voz contida. — Tudo que você está tentando é lutar contra o inevitável. Apenas deixe isso pra lá, filha... Não é como se eu não me importasse com ela, mas todo esse dinheiro gasto é em vão. — E por isso você decidiu suspender o tratamento e deixá-la definhar sem meu consentimento? — ela perguntou, irritada. — Você está gastando tudo sem necessidade. Eu vou descobrir onde ela está e suspender esse tratamento absurdo e sem sentido! Não vê a sua situação? Vai perder aquele caso contra o promotor, sua empresa vai cair na mídia, e você será acusada de difamação. Ninguém mais vai te dar a mesma credibilidade! — ele asseverou. — Se você não acredita que eu posso vencer, entã
- Cap. 51: Uma doença cruel.Zen ficou em silêncio, seguindo para dentro acompanhado de sua mãe, que ainda estava surpresa. — Como você se lembra dela se você perdeu a memória naquele dia em que foi atacado? — sua mãe insistiu. — Não é como se eu me lembrasse de quem são meus pais, eu só lembro dela porque, antes de eu apagar, ela foi a última pessoa que eu vi. Ainda assim, ela não se lembra que era eu aquele rapaz que ela salvou um dia. — O que vamos dizer? O que exatamente vocês têm agora? — seu pai perguntou, preocupado. — Ainda nada, por enquanto. Entendo que ela não se lembre de mim. Foi apenas um encontro infeliz, e já se passaram dez anos, mas nunca pensei que a encontraria assim e que ainda trabalharíamos juntos. — ele comentou, sorrindo satisfeito. — Como o caminho de vocês se cruzou? — perguntou Lilian, demonstrando preocupação. — É muito irônico. É como se estivéssemos destinados a nos encontrar. Eu estava indo para um trabalho de meio período quando a encontrei, e ti