Cap. 23: indícios de desequilíbrio.Ele não conseguiu ouvir tudo e correu para dentro de seu quarto, sentindo uma ânsia de vômito agressiva, a ponto de vomitar, enquanto um ódio crescente invadia seu peito. Seus pais ouviram um grito intenso e algo se quebrando, mas não entraram para ver como ele estava. Naquele momento, não só ele estava abalado, mas também sua mãe e seu pai, pois sabiam o quanto Zen protegia aquela menina.— Ele está tendo um surto de novo, deixe-o sozinho. — O pai de Zen segurou o braço de sua esposa quando ela tentou ir até o quarto.— Sei o quanto deve estar sendo difícil para ele, depois de passar por tanta coisa no passado... e nem mesmo se lembrar de nada, mas acredito que ele possa ter um pouco de apoio nesses momentos. — Ela comentou, apreensiva.— A menina que ele protegia foi morta após ter sido abusada. O que você acha disso? Não existem palavras para isso. — Ela disse, enquanto continuava a ouvir o barulho.Zen continuava a esmurrar o espelho com força,
Cap. 24: Amiga? Amiga da onça.A porta do elevador se abriu, revelando a sala de espera. Bayer, elegante e impassível, observava a cena. Samuel e Zara, encostados na parede, trocavam um olhar cúmplice, um sorriso malicioso curvando seus lábios. Zen, com passos firmes, atravessou a sala, seus ombros tensos.— Olá, senhora... — Cintia, a psicóloga tentou cumprimentar Lavínia como bayer., mas foi interrompida por Zara que, com um gesto rápido, a puxou para um abraço apertado e desesperado.Cintia estranhou a demonstração de afeto, aquilo era super incomum desde que não se davam tão bem, então seus olhos, por trás das lentes dos óculos, revelavam uma certa inquietação. Zara, aproveitando a proximidade, sussurrou algo no ouvido de Cintia, um segredo compartilhado que fez a psicóloga sorri encarando Lavínia. Zen, sentindo-se cada vez mais desconfortável, afundou as mãos nos bolsos do paletó mantendo seus olhos distante de Lavínia que estava o encarando com preocupação, mas ele não tinha p
Cap. 25: isso não é para mim.— O que está dizendo? — Lavínia questionou, erguendo uma sobrancelha com desafio. Seus olhos cintilaram com uma raiva contida.— Isso mesmo! — Zara sorriu, um sorriso falso e cruel. Escondendo-se atrás dos dois estagiários como se fossem escudos, ela continuou: — Como sua superior, eu ordeno que você lave o piso do pátio e tire todo o musgo. E como sabe, eu sou sua superior, mas se quiser deixar isso como está e desistir, será demitida antes mesmo de ser admitida oficialmente. Você tem liberdade para escolher.Lavínia riu, uma risada curta e amarga."Liberdade", pensou com ironia. "Que tipo de liberdade é essa?"— Eu sei qual liberdade eu queria agora, mas com certeza a lei me proíbe. — Ela se aproximou de Zara, seus olhos fixos nos dela. A sua amiga recuou um passo, surpreendida pela audácia de Lavínia. Com um sorriso perverso nos lábios, Lavínia se virou e saiu, deixando Zara e seus escudos atônitos.— Zara não sabe a merda que vai acontecer com sue com
Cap. 26: sempre a auxiliar.Seus olhos se arregalaram de horror. Sem hesitar, Zen avançou a empurrando com seu corpo e ela caiu sobre seu corpo distante da área. O vaso se estilhaçou em mil pedaços, a terra úmida espalhando-se pelo chão. Lavínia, ainda atordoada, o olhou nos olhos sem perceber o que tinha acontecido.— Você ficou louco? — ela perguntou, ainda deitada sobre o corpo de Zen, batendo contra seu peito com a palma da mão. Os olhos arregalados, ela seguiu a direção do olhar dele, encontrando o vaso de barro estilhaçado no chão. Um tremor percorreu seu corpo. — Isso ia cair em cima de mim?— Não comigo aqui. — ele sussurrou, aliviado, mas com um nó na garganta. A adrenalina ainda o mantinha em alerta.Lavínia se levantou, ainda tensa e sem reação. O susto a havia deixado sem palavras.— Pode ter sido um acidente. — ela murmurou, mais para si mesma do que para ele.— Pode ser. — ele confirmou, sem acreditar em suas próprias palavras. Sabia que não havia sido um acidente. Algu
Cap. 27: Asssitente de bayer?Lavínia não teve escolha. Mesmo que quisesse se afastar de Zen, era como se ele tivesse colado nela como uma sombra.— Você não precisa me apertar tanto, ok? — ela resmungou, tentando se soltar, mas ele a manteve firme contra si. Finalmente, conseguiram entrar na cabine do elevador e ela o empurrou com força, criando um pouco de distância entre eles.— Não é culpa minha se você ficou a tarde inteira agredindo o chão com uma vassoura por causa da sua amiga. Só estou te ajudando. — ele respondeu com indiferença, a voz carregada de ironia. Os saltos dela bateram com força no chão do elevador, um eco alto no espaço confinado.— Por que você é tão irritante? — ela perguntou, desafiadora. Mas Zen apenas a encarou com um sorriso irônico, comprimindo os lábios. A porta se abriu e eles saíram.Lavínia saiu emburrada, jogando os saltos no chão. Zen os pegou com um suspiro exagerado.— Desse jeito, fica parecendo uma criança. — ele comentou, a voz suave, enquanto a
Cap. 28: cabos cortados.— Por um momento pensei que você fosse me decepcionar. — ela sussurrou para Zara, seus olhos fixos nos da outra. A confiança em sua voz era evidente.— Não se preocupe, eu mudei suas credenciais. Você não será a Bayer nesse dia, levando em conta que eles te veem tão pouco, acredito que somente o juiz será um problema para você. — Zara respondeu, inclinando-se para mais perto, seu sorriso era quase malévolo.— Relaxa, o juiz é meu amigo. — Lavínia disse, piscando de volta. A cumplicidade entre as duas era evidente.— Então boa sorte, porque o garotão é que vai ser seu assistente, gostou? — Zara provocou, um brilho de satisfação em seus olhos.— Sobre isso, eu vou te matar. — Lavínia rosnou, seus dentes cerrados. Zara se afastou, um sorriso divertido nos lábios.— Sempre tão brava! — ela provocou, se retirando antes que Lavínia pudesse responder.Lavínia suspirou, encarando Samuel. Uma semana. Uma semana para lidar com Zen como seu assistente e ainda ter que enf
Cap. 29: Carro em chamas.No entanto, antes de dar partida, ela viu Samuel tirar um bilhete preso entre o vidro da frente do carro. Sua expressão de curiosidade mudou para pânico rapidamente. Abrindo a porta do carro de Lavínia, a puxou para fora. — Saia de perto do carro! — ele avisou, puxando-a para longe. Em seguida, uma chama se acendeu debaixo do carro, alastrando-se rapidamente pelos rastros de gasolina. Samuel, com a agilidade de um raio, chamou os bombeiros antes que o pior acontecesse e o fogo causasse uma explosão. Os bombeiros conseguiram conter as chamas enquanto Lavínia, pálida e trêmula, observava a cena do outro lado da rua. Sentada em um degrau, ela apertava a minúscula folha de papel, a mensagem que havia lhe avisado antes que todo aquele caos se tornasse em tragedia. Seus olhos refletiam medo, confusão e uma crescente sensação de perigo.Seu carro vai pegar fogo se você o ligar.Ele suspirava diversas e diversas vezes, sentindo-se esgotada. Samuel, mais uma vez, est
Cap. 30: Salva por ele mais uma vez?— Não me diga que foi ele? — ela perguntou assustada, mas Samuel apenas sinalizou para que ela ficasse em silêncio, assistindo ao vídeo.Os três ficaram tensos, observando sem entender o que estava acontecendo, até que Zen se escondeu atrás de uma pilastra, como se fugisse de alguém. Então, eles viram um homem saindo de debaixo do carro, levando consigo uma caixa de ferramentas. Em seguida, viram Zen indo em direção à saída, mas ele recuou e voltou, caminhando até o carro e analisando cada parte.Lavínia ficou ainda mais sem reação quando o viu tirar do bolso um bloco de notas e o celular. Enquanto atendia o telefone, ele escrevia no bloco de notas, saindo apressado logo em seguida.Tanto ela quanto seus amigos ficaram sem reação.— Ele de novo... — ela suspirou, resignada, sem saber o que pensar, enquanto as lágrimas escapavam e seus pensamentos gritavam.— Isso é muito sério. Porque tudo não passou de um acaso para ele, mas... dessa vez, alguém e