Cap. 22: Um reciclador?Zen se aproximou dela, ainda segurando os livros e algumas canetas que havia recolhido do chão. — É cada coisa que se joga fora, não é? — ela balbuciou, desconfortável. — O que está fazendo aqui? — ele perguntou, ainda confuso. — Eu queria vir pessoalmente te dar o aviso. Meus pais estavam causando problemas, mas você não saiu da empresa, por isso precisa voltar ao seu posto para não ser demitido por justa causa. — Eu voltar? — Ele sorriu, desconcertado. — Eu nem me encaixo naquele lugar, não deveria estar lá e nem sei como fui parar. — Mas está. Se quiser essa oportunidade, ela ainda é sua. Caso contrário, apenas desista. Estou te avisando para que você escolha seu destino. — Ela avisou, dando-lhe as costas, mas voltou de repente, encarando-o de cima a baixo. — Ainda assim... acredito que você precise desse emprego. Não sei por que alguém ficaria recolhendo coisas velhas do lixo dessa forma. — Ela finalizou, dando de ombros e indo embora. — Só o que falt
Cap. 23: indícios de desequilíbrio.Ele não conseguiu ouvir tudo e correu para dentro de seu quarto, sentindo uma ânsia de vômito agressiva, a ponto de vomitar, enquanto um ódio crescente invadia seu peito. Seus pais ouviram um grito intenso e algo se quebrando, mas não entraram para ver como ele estava. Naquele momento, não só ele estava abalado, mas também sua mãe e seu pai, pois sabiam o quanto Zen protegia aquela menina.— Ele está tendo um surto de novo, deixe-o sozinho. — O pai de Zen segurou o braço de sua esposa quando ela tentou ir até o quarto.— Sei o quanto deve estar sendo difícil para ele, depois de passar por tanta coisa no passado... e nem mesmo se lembrar de nada, mas acredito que ele possa ter um pouco de apoio nesses momentos. — Ela comentou, apreensiva.— A menina que ele protegia foi morta após ter sido abusada. O que você acha disso? Não existem palavras para isso. — Ela disse, enquanto continuava a ouvir o barulho.Zen continuava a esmurrar o espelho com força,
Cap. 24: Amiga? Amiga da onça.A porta do elevador se abriu, revelando a sala de espera. Bayer, elegante e impassível, observava a cena. Samuel e Zara, encostados na parede, trocavam um olhar cúmplice, um sorriso malicioso curvando seus lábios. Zen, com passos firmes, atravessou a sala, seus ombros tensos.— Olá, senhora... — Cintia, a psicóloga tentou cumprimentar Lavínia como bayer., mas foi interrompida por Zara que, com um gesto rápido, a puxou para um abraço apertado e desesperado.Cintia estranhou a demonstração de afeto, aquilo era super incomum desde que não se davam tão bem, então seus olhos, por trás das lentes dos óculos, revelavam uma certa inquietação. Zara, aproveitando a proximidade, sussurrou algo no ouvido de Cintia, um segredo compartilhado que fez a psicóloga sorri encarando Lavínia. Zen, sentindo-se cada vez mais desconfortável, afundou as mãos nos bolsos do paletó mantendo seus olhos distante de Lavínia que estava o encarando com preocupação, mas ele não tinha p
Cap. 25: isso não é para mim.— O que está dizendo? — Lavínia questionou, erguendo uma sobrancelha com desafio. Seus olhos cintilaram com uma raiva contida.— Isso mesmo! — Zara sorriu, um sorriso falso e cruel. Escondendo-se atrás dos dois estagiários como se fossem escudos, ela continuou: — Como sua superior, eu ordeno que você lave o piso do pátio e tire todo o musgo. E como sabe, eu sou sua superior, mas se quiser deixar isso como está e desistir, será demitida antes mesmo de ser admitida oficialmente. Você tem liberdade para escolher.Lavínia riu, uma risada curta e amarga."Liberdade", pensou com ironia. "Que tipo de liberdade é essa?"— Eu sei qual liberdade eu queria agora, mas com certeza a lei me proíbe. — Ela se aproximou de Zara, seus olhos fixos nos dela. A sua amiga recuou um passo, surpreendida pela audácia de Lavínia. Com um sorriso perverso nos lábios, Lavínia se virou e saiu, deixando Zara e seus escudos atônitos.— Zara não sabe a merda que vai acontecer com sue com
Cap. 26: sempre a auxiliar.Seus olhos se arregalaram de horror. Sem hesitar, Zen avançou a empurrando com seu corpo e ela caiu sobre seu corpo distante da área. O vaso se estilhaçou em mil pedaços, a terra úmida espalhando-se pelo chão. Lavínia, ainda atordoada, o olhou nos olhos sem perceber o que tinha acontecido.— Você ficou louco? — ela perguntou, ainda deitada sobre o corpo de Zen, batendo contra seu peito com a palma da mão. Os olhos arregalados, ela seguiu a direção do olhar dele, encontrando o vaso de barro estilhaçado no chão. Um tremor percorreu seu corpo. — Isso ia cair em cima de mim?— Não comigo aqui. — ele sussurrou, aliviado, mas com um nó na garganta. A adrenalina ainda o mantinha em alerta.Lavínia se levantou, ainda tensa e sem reação. O susto a havia deixado sem palavras.— Pode ter sido um acidente. — ela murmurou, mais para si mesma do que para ele.— Pode ser. — ele confirmou, sem acreditar em suas próprias palavras. Sabia que não havia sido um acidente. Algu
Cap. 27: Asssitente de bayer?Lavínia não teve escolha. Mesmo que quisesse se afastar de Zen, era como se ele tivesse colado nela como uma sombra.— Você não precisa me apertar tanto, ok? — ela resmungou, tentando se soltar, mas ele a manteve firme contra si. Finalmente, conseguiram entrar na cabine do elevador e ela o empurrou com força, criando um pouco de distância entre eles.— Não é culpa minha se você ficou a tarde inteira agredindo o chão com uma vassoura por causa da sua amiga. Só estou te ajudando. — ele respondeu com indiferença, a voz carregada de ironia. Os saltos dela bateram com força no chão do elevador, um eco alto no espaço confinado.— Por que você é tão irritante? — ela perguntou, desafiadora. Mas Zen apenas a encarou com um sorriso irônico, comprimindo os lábios. A porta se abriu e eles saíram.Lavínia saiu emburrada, jogando os saltos no chão. Zen os pegou com um suspiro exagerado.— Desse jeito, fica parecendo uma criança. — ele comentou, a voz suave, enquanto a
Cap. 28: cabos cortados.— Por um momento pensei que você fosse me decepcionar. — ela sussurrou para Zara, seus olhos fixos nos da outra. A confiança em sua voz era evidente.— Não se preocupe, eu mudei suas credenciais. Você não será a Bayer nesse dia, levando em conta que eles te veem tão pouco, acredito que somente o juiz será um problema para você. — Zara respondeu, inclinando-se para mais perto, seu sorriso era quase malévolo.— Relaxa, o juiz é meu amigo. — Lavínia disse, piscando de volta. A cumplicidade entre as duas era evidente.— Então boa sorte, porque o garotão é que vai ser seu assistente, gostou? — Zara provocou, um brilho de satisfação em seus olhos.— Sobre isso, eu vou te matar. — Lavínia rosnou, seus dentes cerrados. Zara se afastou, um sorriso divertido nos lábios.— Sempre tão brava! — ela provocou, se retirando antes que Lavínia pudesse responder.Lavínia suspirou, encarando Samuel. Uma semana. Uma semana para lidar com Zen como seu assistente e ainda ter que enf
Cap. 29: Carro em chamas.No entanto, antes de dar partida, ela viu Samuel tirar um bilhete preso entre o vidro da frente do carro. Sua expressão de curiosidade mudou para pânico rapidamente. Abrindo a porta do carro de Lavínia, a puxou para fora. — Saia de perto do carro! — ele avisou, puxando-a para longe. Em seguida, uma chama se acendeu debaixo do carro, alastrando-se rapidamente pelos rastros de gasolina. Samuel, com a agilidade de um raio, chamou os bombeiros antes que o pior acontecesse e o fogo causasse uma explosão. Os bombeiros conseguiram conter as chamas enquanto Lavínia, pálida e trêmula, observava a cena do outro lado da rua. Sentada em um degrau, ela apertava a minúscula folha de papel, a mensagem que havia lhe avisado antes que todo aquele caos se tornasse em tragedia. Seus olhos refletiam medo, confusão e uma crescente sensação de perigo.Seu carro vai pegar fogo se você o ligar.Ele suspirava diversas e diversas vezes, sentindo-se esgotada. Samuel, mais uma vez, est