Laís acorda cedo para um sábado. Ao se levantar, ouve vozes na cozinha e um cheiro inconfundível vem de lá: café fresco e pão assado. Levanta-se da cama num pulo. Finalmente seu pai estava em casa. Na mesa da sala há um pequeno banquete
— Uai, tá lindo, pai!
Ela corre até a cozinha e encontra uma mulher loira, por volta de trinta anos, terminando de passar o café.
— Oi... Quem é você?
— Você deve ser a Laís, Meu nome e Glória, muito prazer! Sou a namorada do seu pai.
— Na verdade, noiva — diz Mario, entrando pela porta da cozinha.
O pai não tinha costume de trazer as namoradas para casa, e aquilo era, no mínimo, inusitado.
— Ah, muito prazer! Acho melhor eu me trocar. O senhor poderia ter avisado que teríamos visitas.
Mario sorri.
— Ela virá morar conosco em breve, não vai ser a primeira vez que vai te ver só de camisola, filha — explica e pousa um beijo na testa da filha.
A campainha toca.
— Vocês estão esperando alguém? — a mulher indaga.
— Não! — responde Mario.
Laís sai da cozinha em direção à porta e, ao abrir, dá de cara com Augusto. Seu constrangimento é bem maior que o anterior. Ele a olha de cima a baixo, sem disfarçar a cobiça, deixando-a vermelha, enquanto tenta cobrir as pernas, puxando a barra da camisola com as pequenas mãos.
— Desculpa, devia ter ligado antes, mas já que vou cozinhar pra você, queria ingredientes frescos e gostaria de te levar ao Mercado Municipal.
— Entra, vou me trocar — diz envergonhada.
Ao entrar, Augusto sente que está sendo observado por um home que julga ser o pai da morena.
— Esse é meu pai — ela esclarece. — E essa é a Noiva dele, Glória. Só um instante, já volto. — O senhor se apressa em se apresentar.
— Prazer, Mario!
— Muito prazer, Augusto Castro, me desculpem aparecer tão cedo.
— Sem problemas. Você conhece minha filha de onde?
— Do trabalho, trabalhamos juntos.
— Interessante, minha filha é muito inteligente e esforçada, assistente da presidência, coitada. É explorada por aqueles advogados há cinco anos. Eu falo pra ela sair desse emprego onde a cobram demais e pagam um salário inferior ao que ela merece, um verdadeiro “salário de fome”! Poderia trabalhar em qualquer empresa aqui perto de casa, mas não, tem que dirigir duas horas pra ir e voltar todos os dias. Um Ford Ka dos anos 2000, sai daqui às quatro horas da manhã, pois tem que chegar lá às 6h porque um dos chefes tem horror a poeira! Um absurdo! O pior que a coitadinha não me conta nada, fico sabendo pela irmã, que também trabalha lá. Você a conhece?
Nesse instante, Laís abre a porta, vestindo jeans e camiseta do Harry Potter. A jovem olha feio para o pai e sai arrastando o candidato à namorado para fora de casa.
— Vamos, Augusto! Bença, pai!
— Não vai tomar café? Vai acabar passando mal na rua.
— Obrigada, pai, mas não! — Laís espuma de raiva.
— Foi um prazer conhecê-los — Augusto diz sorrindo.
Os dois saem pela porta rapidamente.
— Seu pai é muito simpático — sorri.
— Me desculpe pelas coisas que ele fala. Às vezes esquece que não tenho 10 anos.
— Todos os pais não são assim? Mas achei importante ele me dizer que te pago tão mal, que você não consegue trocar de carro. — Ele ri alto — Quem, em 2019, dirige um Ford Ka bolinha?
— Não fale mal do meu carro, ele é um clássico!
— Querida, Lamborghini é um clássico. O Ford Ka bolinha é um saco de lixo ambulante que tem quase a sua idade.
— Então, me dê um aumento!
— Justo, não quero ninguém falando que te pago um “salário de fome”, mesmo sendo o salário de mercado.
— Eu estava brincando. Meu pai é um exagerado, e minha irmã não colabora.
— Olha, eu poderia até me sentir ofendido pelas palavras dele. O que você vai fazer para eu me sentir melhor? — Laís sorri e beija sua bochecha.
— Melhor?
— Por enquanto, sim.
— O que planejou pra hoje?
— Ir ao Mercado Municipal, almoço... depois, um filme. E, se você quiser, preparo o jantar e o café da manhã de amanhã...
— Eu acho que suas expectativas são grandes demais.
— Não me culpe por tentar.
Tempos depois, eles estão no Mercado de São Paulo. Augusto realmente gosta daquilo, escolhe cada ingrediente minimamente, conversa com os donos das barracas como se eles fossem velhos amigos, responde a cada um que pergunta se Laís é sua namorada. Sorridente, ele responde:
— Por mim, sim, só depende dela me escolher.
Cada vez que o advogado responde dessa forma, o coração de Laís sai pela boca.
Duas horas depois, eles tinham comprado tudo.
Ao chegar ao apartamento, ainda na saída do elevador, são recebidos pelo cachorrinho de Augusto. Ele dá pulos altos, tentando chamar a atenção do dono, o homem coloca as sacolas na pia e pega o pequeno no colo.
— Sentiu minha falta, foi? — O cachorro late alegremente.
Voltando-se para a jovem, falsa:
— Vou tomar uma ducha. Você se importa de esperar um pouco?
— Não, de forma alguma. Enquanto isso, vou tirar as coisas das sacolas.
Minutos depois, Augusto está de volta de camiseta e calça de moletom.
— Quer se refrescar? Posso te emprestar uma camiseta.
— Não, estou bem.
— Bom, então, vamos começar; vou precisar da sua ajuda. Por favor, corta essas ervas pra mim, bem fininhas.
— Desse jeito?
— Não, assim...
Ele a abraça pelas costas, pegando a mão em que a faca está, e cortando bem pequenininho. O cheiro de banho recém-tomado entra pelas narinas, a respiração quente no seu pescoço, se ele tentasse beijar Laís naquele momento, com certeza ela não iria se opor, porém, assim que ensina a jovem a cortar a cebolinha, Augusto dá as costas e volta para as panelas. Quarenta minutos depois o almoço está servido.
— Está delicioso — a morena não para de repetir.
— Não disse? Sou um bom dono de casa, sou pra casar!
— É mesmo!
— Então, casa comigo?
— Oi? — ela engasga.
— É brincadeira. Augusto diz, mas em pensamentos repete: não é não!
— Você mora aqui há muito tempo?
— Três anos.
— Como eu disse, eu e Allana estamos procurando apartamento. Principalmente agora, com meu pai se casando novamente, ele vai precisar de espaço.
— Seu pai e ela estão juntos há muito tempo?
— Não sei. Só a conheci nessa manhã. Imagina minha surpresa de acordar e ter uma loira no lugar do meu pai, passando o café. — Eles riem. — Mas tá ótimo, quero que ele seja feliz. Segurou tudo sozinho depois da morte da minha mãe. Ainda assim, queria que ele ficasse mais perto de nós, mais perto de mim. Sei que papai tem que ter a vida dele e eu a minha, mas é muito estranho vê-lo tão distante.
— Não posso fazer nada em relação a seu pai, mas posso te passar o contato de alguns corretores.
— Eu não posso pagar nada muito caro, você sabe disso, paga meu salário...
— Ai, outra punhalada no coração! — o homem brinca e ambos sorriem, descontraídos.
— Não precisa sofrer tanto.
— Terminou?
— Hum rum.
— Vamos ver um filme? Depois eu lavo a louça.
— Nossa, faz comida, lava louça... que delícia!
— Eu disse que sou pra casar! Podemos ver o filme no meu quarto, tenho um telão lá.
— No seu quarto? Eu... Eu não me sentiria à vontade lá.
— Prometo que não vou tentar nada, a não ser que você queira.
— Não, eu sei que não.
Ao entrarem no quarto, Augusto usa o controle remoto para descer as cortinas. Em seguida, surge o grande telão, ele se senta na cama, segurando a garrafa de vinha que tomaram durante o almoço e sua taça. Laís fica de pé, olhando pra ele.
— Vem, eu não mordo. — Ela se senta na beirada, ele coloca a taça e a garrafa no chão e puxa a morena, colocando-a de encontro ao seu peito. A pequena fica ali, imóvel; ele dá o play no filme. É uma comédia romântica: “Como eu era antes de você”.
De vez em quando, ele leva a taça de vinho branco à boca e sorve um gole da bebida.
— Esse é meu filme favorito. Como sabia? — Como ele iria explicar que stalkeou a rede social dela até descobrir uma foto na estreia do filme com os ingressos nas mãos? — Amei os livros, devorei todos os três em menos de uma semana.
— Eu não sabia que era um livro, ou melhor, livros. E sobre eu saber sobre o filme, você sabe tanto sobre mim, que eu só quis mostrar que sabia algo sobre você... Quer um pouco de vinho?
— Eu deixei minha taça na mesa.
— Não seja por isso.
Ele dá um grande gole, segura o rosto dela e transfere o líquido da sua boca para a dela, que fica paralisada. Aos poucos, desenha-se o beijo doce, os lábios vão acompanhando os movimentos quase inexistentes. Ele morde o lábio inferior de Laís, que solta um gemido fraco.
As línguas se encontram suavemente, a morena retribui o beijo com mais ênfase que o ele esperava. Apesar de não ter prática e com tantas dúvidas, ela quer aquele beijo. O ritmo vai aumentando, em questão de segundos, as bocas se devoravam.
Augusto sente o coração dela batendo cada vez mais rápido, ele vai diminuindo a intensidade do beijo até que se soltam.
— É melhor a gente parar por aqui, mas vou acabar enlouquecendo se não te beijar de novo.
— Beija!
Augusto morde os próprios lábios e, em seguida, ele a beija novamente com mais fome que antes, suas mãos descem pelas costas da morena, apalpando sua bunda com força, mordendo seu pescoço e a fazendo gemer baixinho. Ele j**a seu corpo em cima da jovem, que sente o membro rijo pela calça de moletom. A mão dele sobe por debaixo da camiseta, alcançando seu seio e apertando o bico por cima do sutiã.
— Deixa eu ver você!
— Augusto! — ela diz choramingando.
— Eu ficava imaginando cada vez que você se debruçava sobre mim com seus decotes comportados, que sempre deixavam margem para minha imaginação... Adoro seios volumosos como os seus! Tenho certeza de que você não sabia disso — ele confessa, descendo a mão para sua barriga e subindo.
O homem enche a mão nos seios fartos, apertando de baixo pra cima. Laís geme alto e se senta na cama, puxando a camiseta pela cabeça. Ele a abraça com cuidado, beijando-a carinhosamente, enquanto abre seu sutiã de malha branca.
A morena ainda pensa:
— Péssima hora pra estar vestindo lingerie de vovó.
Mas Augusto não parece se importar, delicadamente ele traz a alça do sutiã para baixo, deixando à mostra dois montes morenos e seus bicos eriçados.
— Você é perfeita! — ele a beija, puxando-a novamente para debaixo de si.
As mãos e lábios do homem passeiam pelos seios fartos, e ela sente seu pau pulsar em sua cintura.
Apertos, mordidas, chupões e gemidos... Por Deus, como ela iria saber que ter um homem sugando seus seios seria tão bom? Mil vezes melhor que qualquer livro.
Augusto pára e diz ofegante:
— Eu preciso de um tempinho — ele se levanta da cama e vai para o banheiro.
Por alguns minutos, Laís escuta seus gemidos de longe, e, por fim, um urro de alívio. Resolve ir até a porta aberta do banheiro, o alfa ainda está com seu membro melado na mão, ela o observa tirar o restante das roupas e ir até o chuveiro. O corpo moreno era absolutamente gostoso, bunda empinada, barriga tanquinho, ombros largos, braços musculosos...
Ela volta, senta-se na beirada da cama e se veste, enquanto ele sai do banheiro enrolado em um toalha.
— Gostou do que viu? — diz rindo. — Fique sabendo que não é a primeira vez que faço isso... Você sempre me tirou dos trilhos!
— Eu... É melhor te esperar na sala.
Minutos mais tarde, ele aparece vestindo jeans e camiseta.
— Quer ir pra casa?
— Já está tarde.
— Ainda não são nem 18h, provei que consigo me controlar — ele fala e sorri.
— Quem não vai conseguir se controlar sou eu — pensa a jovem, que também sorri, enquanto Augusto pega as chaves do carro.
Augusto para o carro na porta da casa de Laís e lhe dá um leve beijo de despedida.— Nós nos vemos segunda.— Até!Ela entra em casa e vai direto para o seu quarto, seguida por sua irmã.— Que beijo foi aquele, me conta?!— Para!— Conta!— Eu tô muito ferrada!A morena se joga na cama com as mãos no rosto.— Tá, conta tudo do início.— Bom, um belo dia cheguei pra trabalhar, e os irmãos me fizeram uma proposta.— Que proposta?— Se declararam...— Os dois?— Os dois! E me pediram cinco encontros cada. No final, quem eu escolhesse, o outro aceitaria.— E você concordou.— CLARO, eu tenho uma queda pelos dois.— Uma queda só se for no precipício, você é totalmente louca pelos dois, mas continua.— Augusto me levou ao encontro mais perfeito que podia ter imaginado, e Arthur me beijou em cima da roda-gigante, enquanto fogos com as nossas iniciais explodiam no ar.— Hummm, que lindo! Ahhh! O mulherengo é fofo... Então, qual o problema?— Augusto cozinhou pra mim e... fomos ver um filme...
Laís havia avisado que iria chegar tarde na segunda-feira, precisava ir ver alguns apartamentos com a irmã. Ao chegar à sua casa no domingo, teve uma conversa séria com o pai e descobriu que a tal noiva estava grávida. Não tinha discussão, ela já estava morando na casa. Era o que faltava pra ela tomar o rumo de sua própria vida. Andaram por toda manhã, por fim, às 14h, acharam um apartamento de dois quartos, que cabia no orçamento. O imóvel era confortável e próximo ao trabalho. O prédio era simples, porém limpo e bem-localizado e, o melhor de tudo, já vinha mobiliado. Allana prometeu pagar a metade do aluguel.Laís ligou para a sua substituta, informando que não iria trabalhar hoje, e isso causou uma estranha insatisfação em Augusto.— Como assim não vem? — pensou furioso!Passa a mão no telefone, algumas vezes queria vê-la, queria beijá-la de novo, toca nos próprios lábios... Droga! Que agonia! Por que não conseguia pensar em alguma coisa, uma desculpa, qualquer coisa servia. Talve
Arthur entra no apartamento, carregando as malas de Allana, e as coloca do lado da porta, então, ele se aproxima de Laís, dando-lhe um selinho nos lábios.— Sua irmã disse que se mudavam hoje. Eu vim ajudar se não se importa.Augusto sai do banheiro só de boxer, com a toalha no pescoço.— Bem, eu já estou aqui, Arthur, pode voltar. — Augusto passa as mãos pelos ombros de Laís, puxando-a para si.O ódio no rosto de Arthur é evidente, enquanto Augusto está tranquilo e, nos lábios, traz um riso sarcástico.— Bem — diz Allana —, o bom da minha irmã ter dois namorados fortes é que não precisamos pegar nada pesado né, mana?Laís treme igual vara verde, tem medo de que os irmãos se matem por sua causa, ou pior, façam-na escolher entre eles. Entretanto, com a piadinha de Allana, consegue forças pra tentar amenizar a situação.— Então, vamos de trabalho, meninos. Augusto, se vista e traga o restante das minhas coisas. Arthur, faça o mesmo com as coisas da minha irmã, por favor! Eu vou fazer o
Laís e Arthur se agarravam dentro do carro, os vidros embaçados; os lábios dele sugam os mamilos, enquanto massageava seu clitóris. Era pra ser uma simples ida ao cinema até que ela aparecer com uma microssaia e botas. Como a chapeuzinho vermelho se arriscava a ir a um encontro com o lobo mau de microssaia e botas?Até aquele momento, ela não sabia como tinha chegado ao estacionamento de casa e, muito menos, como eles tinham passado para o banco de trás.O que aconteceu desde quando eles se encontraram na porta do cinema, as luzes se apagando, o início do filme até ali... tudo era um borrão cheio de gemidos e sussurros. Allana bate no vidro do carro.— Eu não queria interromper mas, papai está lá em cima com a noiva, chegou sem avisar. A síndica foi lá em cima reclamar duas vezes de vocês se agarrando aqui.Arthur cobre Laís com seu casaco. — Nos desculpe, Allana, é que … — diz Arthur— Por mim, está tudo bem, mas meu pai não está nada feliz lá em cima. Ou vocês encaram nosso pai e
Depois de uma noite longa e mal dormida, Laís chega ao trabalho às 6h. Entra na sala de Augusto às 7h10 e se depara com o moreno sentado junto à sua mesa, trabalhando.— Chegou cedo!— Precisava terminar umas coisas. Venha cá, senta aqui. — Ele se afasta um pouco da mesa, deixando espaço pra ela se sentar em seu colo, encostando a cabeça em seu pescoço.— Alguém pode ver a gente.— E daí? Eu sou o chefe! — diz e beija o pescoço da morena. — Seu cheiro é tão viciante, ficar longe de você é tão injusto! — Ela o sente mordendo sua orelha.— Guto... — a assistente fala em um gemido.— Shiiiii!! Fica quietinha — Augusto puxa o quadril dela para cima e pra baixo, esfregando no seu membro. — Rebola pra mim!Ela começa a mexer o quadril, sentindo a mão dele acariciando seus seios.— Sabe o que eu mais quero agora? Te deitar nessa mesa e enfiar meu pau em você até gritar meu nome.— Promessas, promessas… — a morena desliza para debaixo da mesa, abre a calça dele e passa a língua na cabecinha d
Arthur a pega no colo e a leva para a cama com cuidado.Ela se ajeita entre os travesseiros, e os três se entregam a paixão pela primeira vez.No dia seguinte, Laís acorda sem ter noção de tempo ou espaço. Seu corpo, sua cabeça... tudo dói. Ao abrir os olhos, o quarto parece um cenário de guerra, e, ao seu lado, dois soldados abatidos dormem feito anjos caídos.A jovem sente dificuldades para sair da cama, não conseguindo ficar em pé, pois suas pernas não obedecem. Ela se sente tonta, confusa, nervosa.As imagens confusas sobre a noite anterior pairam por sua cabeça.Ora dela com Arthur, ora dela com Augusto... Ora dela com os dois. Um arrepio frio cruza sua espinha!— Meu Deus! Perdi minha virgindade numa dupla penetração!!!As lágrimas rolam pelo seu rosto.Augusto acorda e a abraça.— O que foi Baby, nós te machucamos?Ela enterra a cabeça no ombro do moreno, que beija seus cabelos com carinho.— Não consigo me levantar, minhas pernas estão tremendo! Tudo dói!O homem leva Laís até
Três anos depoisEram onze horas da noite, Laís chega à sua casa exausta, havia feito mais uma vez, era o terceiro naquela semana e, definitivamente, precisava de férias. Coloca a pasta em cima do sofá e se deita de olhos fechados.Ela só precisava dormir. Segundos depois, muita gritaria e pezinhos correndo pelo corredor. Ela abre os olhos e estende os braços.— Venham, meus amores!— Manheeee chegou!— Mãeeeeeeeee!Dois pares de pés travessos sobem em cima dela, querendo atenção.— Cadê o beijo da mamãe?— Bejo.— Beijinho.Os dois pequenos monstrinhos fazem um bico enorme pra dar um beijinho na mãe.— Vocês deveriam estar dormindo. Onde está Mariana?— Mari mimindo.— Mimindo no cato.— Mariana está dormindo no quarto? — os dois balançam a cabeça que “sim”. — Vamos lá!A morena pega uma criança no colo e puxa a outra pela mão.Ao chegar ao quarto, Mariana está dormindo no chão emborrachado, entre mamadeira, chupetas e bichos de pelúcia, com um livro do ursinho panda nas mãos.— O qu
Meses depois ao desaparecimento de Laís.Arthur estava deitado na cama de bruços, a cabeça doía, a privação do sono para ele era terrível, e há anos não tinha uma boa noite de sono. Há meses ele acordava no meio da noite e não conseguia dormir novamente, mesmo com remédios.Para ser mais exato, isso começou no dia em que ele saiu correndo do apartamento atrás de Laís, procurando-a em todos os lugares possíveis, mesmo sentindo raiva, angústia e dor de ser abandonado sem nenhuma palavra, sem que Laís lhe tivesse dado uma chance.E esse sentimento corroía seu peito, tirando-lhe o sono, a vida, a paz..., mas aquela manhã havia um motivo mais irritante: Augusto!O irmão dera uma big festa no andar de cima, à qual ele se negou a aparecer.Isso havia virado hábito de uns tempos pra cá. Tinha começado com noitadas regada a bebidas em boates, e agora ele fazia da sua casa a boate.Arthur subiu no elevadorNa sala do irmão, algumas pessoas que ele nunca tinha visto antes estão deitadas pelo chã