"João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém." (Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade)
Por Alex Alex jamais imploraria a uma mulher, ele não se curvou aos pais, não o fez diante Anna e não se curvaria diante de Ella. O que mais ela queria? Ele havia confessado o seu amor, ela o tinha praticamente de joelhos aos seus lindos pés. — Sim, seu idiota bastardo, você está amarrado até as bolas por essa garota — grunhiu socando o volante. — Mas não serei domado por um pequeno demônio de cabelos vermelhos. Ele não imploraria novamente, ele esteve a noite toda como um tolo sentado à porta dela, mas ela se recusou a ouvi-lo. O amor dele não foi o bastante para ela e ele não sabia se poderia lidar com o sofrimento do irmão. Alex desejou não ter saído da Espanha, desejou não ter ido à casa do senador, sua vida livre e descomplicada, jamais seria a mesma sem a pequena de cabelos vermelhos e olhos da cor de avelã. Jamais tivera que lutar por uma mulher antes, elas caiam aos seus pés, às vezes imploravam para ter mais do que uma noite com ele, Alex sempre as manteve longe para que e
Ella não pensou que doeria tanto não os ter por perto, Yago não estaria mais na mesa do canto no Holiday Hotel, ela não teria mais um lindo cravo vermelho esperando por ela em seu camarim antes do concerto. Ella sentiria falta dos bilhetes picantes de Alex, que a deixavam desconcertada e excitada antes de cada apresentação no Bucanero's. Por que era tão difícil aceitar que ficar sem eles era muito pior do que qualquer estigma social? Ela sonhava com eles, com as mãos deles explorando seu corpo, as mãos delicadas e carinhosas de Yago tocando seus seios, enquanto o calor possessivo das mãos de Alex a tomavam cobrindo o seu sexo. Todas as noites desde que os viu pela primeira vez no clube, Ella tinha duas bocas e quatro mãos sobre o seu corpo. Tinha Alex a tomando por trás enquanto ela se sentava sobre Yago, recebendo-o por inteiro dentro de si. Em seus sonhos eróticos e quentes, ela pedia por mais, implorava para tê-los mais fundo. Era excitante, proibido… Pecaminoso. Em seus sonhos el
A estação de Atocha é a estação de trem mais importante, não só de Madri, mas da Espanha toda. Para quem visita Madrid, Atocha é ponto de chegada e partida do trem e do ônibus do aeroporto de Barajas, além de ser a base da qual partem a maioria dos trens-bala com destino a outras cidades do país. A viagem até Girona levaria aproximadamente quatro horas em um trem-bala, Ella observava encantada cada detalhe da paisagem, embora toda a sua atenção fosse uma vã tentativa de fugir do torvelinho de emoções em seu interior. — E se eles já seguiram em frente? E se eles não estiverem na fazenda? E se ela se perdesse? E se… E se… — Era impossível não sentir medo, o inglês de Ella era fluente, afinal ela estudou a língua desde os onze anos por imposição da avó, mas o espanhol era apenas o básico, e algumas lições intensivas dadas pelo Capitão Bucanero. Quando o trem parou na estação de Girona, na Catalunha, Ella sentiu o frio correr em sua espinha, e nada tinha a ver com o clima de outono no paí
Os gêmeos voltaram para Madrid dispostos a continuar as suas vidas de onde haviam parado, retomaram os projetos, os eventos sociais que só Yago participava, pois Alex se recusava a ser manchete de qualquer jornal ou revista, não importava a causa. Ele bebeu até cair e Yago se trancou em seu escritório por dois dias seguidos. — Preciso tirar essa mulher do meu sistema, vou a uma festa no Triángulo você vem? — Alex perguntou quando o irmão desceu para o café após dias sem trocarem mais do que duas palavras. O clube Triángulo era um espaço exclusivo e seleto para praticantes e adeptos a prática de swing, não era uma casa com espaços destinados à diversidade, jogos sexuais, o local possuía apenas um ambiente, nele valia tudo. Como era aberto a um número limitado de clientes por vez, quem entrava não tinha muito a fazer senão partir para a ação. Eles pediam antecipadamente o que queriam para a noite, e Alex precisava extravasar suas energias com uma boa sub e Yago estava mais que pronto p
Daniella Guido era uma mulher inteligente e tinha um inglês fluente, só isso já era meio caminho andado para se chegar a qualquer lugar, mas saber disto não impediu que Yago sentisse um repentino pavor ao pensar que ela poderia estar em risco. Foram tantos os cenários que iam desde o tráfico de mulheres, a acidentes inesperados. Revoltado por não ter sido avisado pelo Capitão ou por Sonia, Yago praguejou alto. Ela poderia ter-se perdido para sempre.— Cabron, você pode ficar aí resmungando porque o capitão não nos avisou da chegada dela, ou pode agradecê-los por instruir bem a nossa menina e graças a isso ela está aqui e segura. — Yago teve que engolir suas neuroses e medos e aproveitar o presente que eles haviam recebido. Seu irmão tinha razão, primeiras coisas primeiro, e eles estavam famintos, desesperados por ela.Os medos de Daniella ainda eram os mesmos, ela temia que sua vida com eles fosse uma eterna orgia em uma festa de swing de terça a domingo. A ideia de que teria que rece
Ella acordou suando muito, seu batimento cardíaco acelerado, ela estava envolta entre pernas e braços. Alex, às suas costas, tinha as mãos bem fechadas em torno de seus seios nus, Yago mantinha seu braço largado em torno de sua cintura. No entanto, o calor não vinha deste contato tão íntimo, eram os sonhos eróticos a que vinha tendo com eles desde que os vira pela primeira vez. Ella não pode negar que estar como recheio de um delicioso sanduíche de homem, apimentou o sonho. Ela estremeceu ao se lembrar da textura e do peso deles em suas mãos, ela não tinha vergonha ou pudor. Ajoelhada entre eles, Ella testou o seu peso, e lambia os lábios sem tirar os olhos deles, Yago tinha uma expressão desejosa e apaixonada, ele a olhava como se ela fosse algo a ser venerado, enquanto Alex a olhava com fome, como se pudesse devorá-la em apenas uma mordida. Ela sorriu antes de passar a língua sobre aquela cabeça vermelha e inchada, Alex gemeu e toda a sua postura de macho alfa se desintegrou quand
Ella ainda estava nua quando acordou em algum momento no início da tarde, eles a esgotaram, embora não tivessem feito sexo propriamente dito.O cheiro de café a despertou e ela abriu os olhos preguiçosamente.— Uau, ninguém nunca me trouxe café na cama — ela disse com um sorriso encantador ao receber a xícara das mãos de Yago.— Então se acostume, você vai ter muitos desses mimos daqui para frente. — ele a beijou e a serviu de um prato com churros cobertos com canela e açúcar e uma xícara de chocolate quente espesso. Também experimentou um delicioso, Pa amb tomàquet ou pan con tomate. Embora simples, é um prato bem típico de Barcelona, muito presente nas mesas de café da manhã. Uma entrada clássica da culinária catalã.Ella gemeu ao sentir a textura do pão e o sabor do tomate temperado com azeite e um toque de alho.— Bom, não é? É uma das receitas prediletas do Juarez, nosso mordomo.— Jamais pensei que conheceria um mordomo, um dia, e muito menos ser servida por ele. — brincou, mas
Os dias que se seguiram foram os mais incríveis da vida de Ella, mas não pode negar a sua insegurança pela recusa deles em levá-la para cama. Ainda assim, ela se entregou ao romantismo e a tudo o que poderia significar namorar, ou melhor, ser namorada de dois homens tão intensos quanto Yago e Alex Sanz D'Alba. Ela teria que regressar ao Brasil em algum momento, faltava pouco tempo para conclusão do seu curso e teria que voltar para concluir os trabalhos finais na faculdade. Quanto mais próxima ficava a data da partida, mas triste ela ficava, pois, não queria deixá-los, mas sabia que não estava pronta para abrir mão de tudo para ficar com eles. Eles tentaram agir com toda tranquilidade que ela precisava para lidar com seus temores. Alex foi até o quarto dela durante a madrugada. Ele não queria acordá-la, só queria poder dizer que sentia muito por tê-la feito chorar, e também queria dizer que daria a ela todos os corações e flores que ela merecia. — Oi! Faz tempo que você está aí?