“Não, não é isso!”Eu gritei em pensamento, balançando a cabeça apressadamente.Amélia se aproximou com um sorriso travesso.— Ai, irmão, para que perder tempo falando? É só abraçar a Kiara e beijá-la logo!Antes mesmo de terminar a frase, Amélia me empurrou direto para os braços do irmão. Sem que eu pudesse reagir, Jean me segurou, apertando-me contra seu peito.Ao nosso redor, todos começaram a rir e a fazer barulho, incentivando com gritos e risadas. Pablo, sempre brincalhão, perguntou:— Querem que eu traga duas taças de vinho para vocês, só para dar um pouco mais de coragem?Eu, com o rosto molhado de lágrimas, não consegui segurar o riso e acabei soltando uma risada abafada. Logo em seguida, senti o constrangimento me alcançar e escondi o rosto no peito de Jean, tentando me acalmar.Antes que eu pudesse organizar meus pensamentos ou controlar minhas emoções, alguém gritou:— Olhem! O show de fogos de artifício começou!Jean e eu viramos a cabeça ao mesmo tempo para olhar pela jan
Jean estava com a cabeça baixa, um leve constrangimento visível em seu rosto. Mas quando ouviu as palavras que saíram da minha boca, ele congelou por um momento e levantou os olhos para mim.Logo em seguida, o semblante sério e contido deu lugar a um sorriso radiante, iluminando seus traços marcantes. Seus lábios finos se comprimiram levemente, como se tentassem conter a alegria, mas o sorriso acabou se alargando de forma irresistível.Eu o observei sorrir, e aquele brilho em seus olhos parecia uma chama que iluminava tudo ao redor, dissipando as sombras da minha vida marcada por tantas dores e decepções. Meu coração, que antes estava pesado, agora também se enchia de luz e alegria.Enquanto isso, a voz de Bela continuava saindo do celular que eu segurava, mas eu já não conseguia prestar atenção no que ela dizia. Meu foco estava completamente nele. Só percebi que ela havia desistido de falar quando ouvi sua última frase:— Esquece, você com certeza não tá me ouvindo agora. Depois a gen
Eu olhava para as mensagens no celular, sem saber qual responder primeiro.Jean percebeu meu desconforto e se aproximou, perguntando:— O que foi?Inclinei o celular na direção dele, fazendo um leve bico de reclamação:— Olha só, como é que eu respondo tudo isso?Ele riu, tranquilo:— Responde a verdade, simples assim.— Então você já sabe que vai acabar nos trending topics nos próximos dias, né? — Eu provoquei, olhando de canto para ele.Jean deu de ombros, sem se importar:— Não fiz nada errado. Por que eu teria medo?Eu mordi os lábios, tentando conter um sorriso tímido, e o encarei com um olhar meio brincalhão:— Isso não combina nada com o seu jeito discreto e misterioso. Parece até outra pessoa.Ele respondeu com sinceridade e calma:— Se ser mais explícito uma vez for suficiente para te proteger, então vale a pena.Fiquei olhando para ele, completamente atônita. Mais uma vez, me peguei pensando: "Como é que eu mereci encontrar alguém tão perfeito? Um homem tão íntegro, tão dedic
— Certo, entendi. — Ele finalmente respondeu, levantando a mão para bagunçar levemente o topo da minha cabeça. Porém, em seguida, acrescentou. — Mas, se eu for procurá-lo, será por você. Isso não é gastar tempo ou energia à toa.Fiquei surpresa e levantei o olhar para ele, sentindo uma onda de calor aquecer meu coração. A forma como Jean sempre via as situações era tão única e, ao mesmo tempo, tão convincente.Murmurei, quase como uma criança teimosa:— Mesmo assim, não precisa. Pessoas como ele, a gente só ignora.— Tudo bem, farei como você quiser.Nossos olhares se encontraram, e por um momento nenhum de nós disse nada. O silêncio parecia estranho, mas ao mesmo tempo carregado de algo que não precisávamos verbalizar. O jeito como ele me olhava, com seus olhos profundos e intensos, fez meu coração disparar sem motivo aparente.Aquela atmosfera, aquele olhar... Era o tipo de cena que, em filmes, levaria a um beijo inevitável: as duas pessoas se aproximariam lentamente, até que o homem
Eu o olhei, sentindo um calor suave irradiar do coração. Sem conseguir evitar, murmurei:— Mas eu me importo ainda mais em te poupar de qualquer julgamento moral.Assim que terminei de falar, desviei o olhar para a janela. Meu rosto queimava de vergonha, e eu não tive coragem de encará-lo.Mas Jean não parecia se importar. Ele se aproximou, me abraçando por trás. Sua voz baixa e quente ecoou ao pé do meu ouvido:— Só de ouvir isso de você, já valeu a pena.Eu sorri sem dizer nada, sentindo uma doce felicidade inundar meu peito. Durante todo o caminho de volta para casa, eu ainda estava em êxtase.Bela me enviara várias mensagens pelo Line. Ao abri-las, percebi que o show de drones já havia viralizado em toda a internet.Como era de se esperar, os comentários eram uma mistura de emoções: alguns estavam emocionados, outros invejosos, alguns nos parabenizavam, enquanto outros lançavam críticas ou insultos. Mas, naquele momento, nada disso me incomodava. Meu bom humor era imune a qualquer
De fato, já era hora do almoço. A voz de Jean era calma e carregava um tom divertido:— Vi que você passou a noite inteira discutindo com pessoas na internet. Nem tive coragem de te ligar mais cedo. Mas agora já é meio-dia. Ontem à noite, não combinamos de almoçar juntos?Eu tinha me esquecido completamente do nosso combinado, mas meu cérebro captou algo na primeira frase dele. Curiosa, perguntei:— Como você sabe que passei a noite discutindo com pessoas?— Você ficou famosa. Como eu não saberia? — Jean riu do outro lado da linha e explicou. — Alguns perfis de fofoca tiraram prints das suas discussões com os haters e postaram online. Viralizou. Tem muita gente dizendo que sua língua é afiada demais.— O quê? — Sentei-me na cama com esforço, ainda meio sonolenta, mas em choque. — Não pode ser! Quem tem tanto tempo sobrando assim?— Calma. Na verdade, até que foi bom. Pelo menos agora ninguém tem coragem de te insultar mais. Estão com medo de levar uma resposta sua, direto e reta.Ele f
Depois de combinar o local do almoço com Jean, levantei, tomei banho e comecei a me arrumar. Aproveitei também para dar uma olhada na internet e conferir os "feitos gloriosos" que os perfis de fofoca estavam explorando à minha custa.Olhar aquilo foi um choque. Eu quase não conseguia acreditar que aquelas respostas afiadas tinham saído da minha boca. Será que eu tinha perdido completamente a cabeça na noite passada?Por exemplo:Um hater me insultou dizendo que eu parecia uma súcubo e que devia ser especialista em seduzir homens.Eu rebati:[Está com inveja? Sua aparência é tão horrível que nem consegue se olhar no espelho, né? Deve ter medo de ter pesadelos à noite.]Outro disse que eu tinha acabado de me divorciar e já estava com outro homem, insinuando que eu era viciada em sexo e não conseguia ficar sozinha nem por um dia.Minha resposta foi:[Você deve ser muito infeliz. Os homens provavelmente fogem de você. Que tal comprar uns brinquedos? Pelo menos se diverte sozinha.]Teve tam
Fiquei sem palavras e apenas permaneci em silêncio.Jean arqueou as sobrancelhas, me olhando com curiosidade:— Kiara, você não está pensando em desistir, está?— Hã? — Voltei minha atenção para ele e, ao entender o que ele quis dizer, balancei a cabeça rapidamente. — Claro que não! Eu jamais faria isso. Seria uma falta de respeito enorme com você.— Que bom. — Ele soltou um suspiro de alívio.Tentei explicar:— É que, no momento, minha reputação não está muito boa, sabe? Estou famosa na internet, mas de uma forma negativa. E você ainda assim se orgulha de me apresentar como sua namorada...Jean deu uma risada abafada e respondeu:— Quero que todos saibam que minha namorada não é alguém fácil de ser intimidada. Assim, ninguém vai ousar mexer comigo.— O quê? — Olhei para ele com os olhos arregalados. — Você é o Mestre Jean! Quem teria coragem de te provocar? Está brincando, não é?Na verdade, o mais lógico seria as pessoas saberem que meu namorado é o Mestre Jean e, por isso, ninguém o