Ele encarou a garota com o rosto ensanguentado. Os joelhos sangravam tanto e ela esta a com as roupas rasgadas. Mas sentar-se no chão? Por que isso? Ela estava realmente tão cansada? Então ele analisou se deveria ajuda-la ou não. E se ela estivesse mentindo mais uma vez como fizera desde a primeira vez que se conheceram? Ele estava cansado de ser manipulado. Mas ele não pôde deixar a consciência daquela forma, gritando como se ele fosse o culpado por deixa-la na estrada tão sozinha. Por não ter a levado quando ela pediu socorro. – Como você descobriu que eu estava aqui? Mas ela pareceu não querer responder mais nada além da própria dor, e isso ele podia entender. Então ele desceu os olhos para o corpo e viu a forma como ela parecia segurar as alças do vestido rasgado para que não ficasse com os seios expostos. – Eu fui... Eu... Eu fui atacada, Cesare. Eu posso entrar? Mas ele ainda não queria deixar, e ele sabia que seria um grande risco. O que mais ele poderia fazer? Merd
Madison Reese andou até o escritório daquele homem mal encarado e bastante suspeito pensando que não deveria estar ali realmente. O que ela estava pensando ao contrata-lo assim? Aquele não era um homem confiável. Ele estava fumando do lado de fora como se fosse imune aos olhares e aos comentários que as pessoas direcionavam-lhe e a Madison Reese sentiu inveja dele. Ela queria saber como ele conseguia tal façanha. Por que para ele parecia tão fácil ignorar os comentários maldosos se ela mal conseguia andar de cabeça erguida agora que todos cochichavam sobre a nova separação? – Você não foi me procurar. – Madison encarou o homem. Ele rapidamente a olhou, mas não pareceu surpreso por ela estar ali. – Eu sabia que você viria, madame. Vocês sempre voltam para mim. – E ele sorriu ao parecer tão sugestivo. Mas a Madison Reese não encarou aquilo como uma piada, além do que de fato era: uma frase bastante ofensiva. Então ela fez o que somente uma mulher da classe dela faria. Ignorou. E
Cesare Santorini acordou com a polícia batendo a porta. Ele não pode entender por que e como haviam chegado ali. Tudo que ele processou foi que aqueles homens sabiam seu nome e onde estava. Mas por que? Por que o queriam a aquela hora da manhã? O escândalo estava formado independente de que ele soubesse o motivo para estarem ali. Mas ele ainda sentiu a angústia de ver as pessoas do hotel que sairam para observa-lo como se o homem fosse uma atração de circo. E o Cesare nem mesmo trajava uma camisa ao abrir a porta. Os olhos ainda estavam tão vermelhos e os rastros de destruição causados pela briga com a Amélia ainda estavam ali, intactos. – O que vocês querem? – ele perguntou. Mas o policial não pareceu receptivo ou amigável enquanto olhava o quarto bagunçado. E no momento em que o Cesare percebeu isso, também soube que havia sido denunciado. Ele repudiou cada um dos rostos curiosos por olha-lo daquela forma como se tudo fosse uma surpresa. Como se nenhum deles tivesse ligado
– Senhora Carmem Lúcia? – Oi, querida? O que aconteceu? – Ela olhou para a jovem mulher segurando um papel como se fosse algo muito importante e analisou o rosto aflito. – Eu e a senhora precisamos conversar. Pode me acompanhar até a sala? – Madison Reese Santorini não deixou claro se aquilo se tratava de um convite.Mas a funcionária entendeu bem o recado da imposição que ela acabara de fazer. E no fundo do coração ela sentiu que estava enrascada. Aquela mulher a colocaria para fora pela mentira? O coração estava tão acelerado como se ela fosse desmaiar a qualquer momento e ela suava tanto que mal podia disfarçar o claro medo da demissão– O que foi, minha filha? Não me diga que a Amélia aprontou mais uma vez. Mas a Madison Reese Santorini a encarou como se a estivesse julgando ainda mais. E quem aquela senhora pensava que era para continuar mentindo daquela forma? – Eu quero que me fale sobre como a Amélia nasceu. – Ah, é isso? Mas por que? A senhora esta gravida mais um
Ele segurou nas grades quando sentiu o doce perfume familiar... Mas aquilo era coisa da cabeça dele... Madison Reese Santorini não colocaria os pés delicados naquele buraco em que ele se enfiou. O Cesare se sentou numa cadeira presa ao chão enquanto pensava no quanto havia dito burro, e o sentimento de vingança pareceu crescer cada vez mais dentro dele. – Amor? – Alguém disse ao bater o anel contra as grades de ferro. – Madison? – ele ergueu a cabeça tão rápido que quase sentiu uma tontura. Mesmo assim ele encarou a mulher grudada a cela. Ela tinha um semblante tão desesperado, mas um sorriso encantador nos lábios. E a forma apaixonada com a qual ela o encarava pareceu verdadeira pela primeira vez. Mas ela ainda olhava de um jeito estranho e sinistro que fazia toda a beleza se apagar. O Cesare sentiu o coração cada vez mais apertado. Aquilo não podia ser bom... Ela não estava ali por um bom motivo e ele sabia bem. – Sim, meu amor... – Eu estou aqui para você. – O que voc
– O que você faz aqui? O que você quer com o meu Cesare? Madison Reese Santorini colocou a mão na frente da boca para esconder o sorriso sarcástico, mas ela não conseguiu. Ela não podia esconder a própria personalidade. E a forma como ela encarou a mulher pareceu acha-la tão inferior a ponto de joga-la no chão e esmaga-la como uma barata. – Eu vim ver o Cesare. O que você faz aqui? A garota sorriu como se estivesse se sentindo vitoriosa sobre a esposa traída. – Eu vim dar as boas notícias. – Ah é... – Ela fez um biquinho de surpresa, embora aquilo também fosse nitidamente falso. – Hum, e qual é essa novidade... Eu posso saber? Amélia juntou as mãos e pensou um pouco. – Eu não deveria dizer, mas daqui a pouco, todo mundo já vai estar sabendo mesmo. Então eu acho que você vai descobrir de qualquer forma. – Ótimo, então parece muito interessante mesmo. – Ah, é maravilhoso... – Então diga... – Ela olhou para os policiais curiosos como se eles fossem os maiores fofoqueiros
– Oi, querida? Já vai embora? – Amélia olhou para a mulher de longos cabelos esvoaçantes que parecia bastante abalada como se algo a afligisse a ponto de roubar-lhe o sorriso do rosto. – Não vai responder? Ela se levantou da cadeira de interrogatório onde prestava o depoimento a polícia e correu atrás da Madison Reese. Mas a senhora Santorini estava fugindo dela. – Você não vai falar mais comigo? O que eu te fiz? Escuta, eu só queria saber se você tem roupas para bebês. Eu sei que o Cesare é muito rico, mas não quero que ele pense que eu só o quero pelo dinheiro, entende? Mas a mulher arregalou os olhos quando sentiu o cabelo ser puxado com tanta força que a fez gemer de dor. Amélia colocou a mão na barriga ao cair no chão e se encolheu completamente. – Não me chame nunca mais! – Ela apontou o dedo para a garota assustada. – Eu te quero bem longe de mim. Eu te quero bem longe dos meus filhos. E você nunca mais vai se aproximar do meu marido, Amélia. Eu juro... – Ok... Está
– O senhor pode ir! – O policial abriu a cela como se estivesse desgostoso com a situação. – Porque? Ele ainda coçava os olhos tentando acordar de uma péssima noite de sono. – O senhor quer ir embora ou prefere continuar aqui fazendo perguntas. Cesare Santorini vestiu o sobretudo e saiu pelos portões daquele lugar asqueroso esperando que não precisasse voltar para lá nunca mais. – Eu vou embora. Mas você tem que me dizer se a Amélia retirou as acusações. – Não. Eu só posso dizer ao senhor que novas evidências surgiram. Mais nada. E então? Cesare desistiu de perguntar. Já era bom o suficiente o fato de estar em liberdade mais uma vez. Então ele andou pelos corredores de tons frios daquele lugar esperando ver um pouco de luz. Esperando ver algum rosto conhecido que não fosse da mulher lunática que o colocou ali. Ele andou, e andou... E andou mais um pouco. E a esperança nos olhos dele foram o deixando aos poucos, tão lentamente quanto ele pensou que o tempo passava. E el