A Madison Reese caminhou pelo jardim vasto sem pensar muito para onde estava indo ou os perigos que podia estar correndo por que já tinha se acostumado com o ambiente tranquilo de onde morava. Então, sem pensar muito no frio que estava sentindo ou na falta de roupas apropriadas para sair de uma mansão com aquecimento e uma lareira elegante, ela avançou cega de raiva, resmungando sozinha. Como ele tinha a audácia de dizer a ela o que podia ou não fazer? Porque ele achava que tinha esse direito se nunca foi marido dela? A Madison pensou que deveria ter anulado o casamento nunca consumado e tudo que passou teria se resolvido rapidamente, sem todo o sofrimento. Sem o risco de que ele descubra sobre os próprios filhos e a castigasse levando-os para a fazenda como seus herdeiros. Ela jamais conseguiria suportar ficar longe dos próprios bebês tão amados. Ela não poderia suportar voltar a cena de humilhações e tristezas atrás deles também. Mas apesar de toda a aflição que sentia, ela ainda
A Madison Reese abriu seus lindos olhos e fitou a paisagem em uma grande janela do quarto que dava para o lado de fora, onde a neve finalmente havia cessado. Ela respirou fundo aliviada pela bela noite de sono como não havia tido a muito tempo, antes de se dar conta do silêncio estranho naquele ambiente. Assustada, ela jogou suas pernas para o lado e vestiu o robe, indo rapidamente até o berço dos bebês para verificar o que estava acontecendo. Seus olhos se encheram de pavor no momento em que ela os viu vazios. Então, sem sequer trocar de roupa ou se preocupar com o horário, a mulher desceu correndo pelos degraus da escada, em busca da mulher responsável por cuidar dos seus filhos quando ela estivesse ocupada por algum motivo, mas antes de pisar no ultimo degrau, os passos diminuíram até se tornarem tão sutis que mal se podia ouvir a distância. O homem sentado em um tapete felpudo no meio da sala ria com gestos de dois bebês que se divertiam com um brinquedo pendurado na altura de s
– Vocês deveriam vir me visitar algum dia. A lady Lucy pareceu animada demais para o gosto da Madison Reese que esperava a recusa da sogra, mas tudo aconteceu exatamente ao contrário do que ela desejou, e no momento em que a senhora se levantou tão eufórica que até mesmo o Cesare estranhou o comportamento da mãe, ela soube que estava perdida. – Eu tive uma ideia. Nós vamos voltar com você. Vamos passar uma temporada na sua casa. O que você acha? O homem sério desviou seus olhos curiosos do bebê que estava em seu colo e encarou a mãe apenas por tempo suficiente para estabelecer contato e sorriu ainda distraído. – Eu acho uma ótima ideia. – Eu acho a ideia péssima, lady Lucy. Não temos nada para fazer naquele lugar. – Verona, minha querida, você ainda não conhece a fazenda. Mas você vai amar tudo. É muito lindo por lá, e além disso, nós já estamos cansadas das mesmas festas, com as mesmas pessoas. Você sabe que é tedioso. – Mas nós não precisamos de mais festas. – E o que? Morre
A Madison Reese sentiu o coração praticamente explodindo de tanto nervosismo quando o avião pousou na pacata cidade em que tinha cultivado as piores lembranças que uma pessoa poderia ter. E rapidamente todas as memorias vieram a tona assim que ela tentou se levantar para desembarcar. Ao se apoiar na poltrona, ela notou que suas mãos tremiam demais para conseguir desafivelar o cinto de segurança que a prendia ao banco. E de tão nervosa por estar ali, seu pequeno surto tornou-se bastante perceptível por que ninguém bateria num item imóvel enquanto liberava um agudo grito sem razão para tal façanha. Ela praguejou no momento em que percebeu que não apenas havia chamado a atenção que não desejava, como também receberia a ajuda de quem ela menos queria ver naquele momento. E mesmo assim, ela estampou um sorriso gentil de agradecimento quando ele finalmente a libertou da sua prisão. – Você está bem, Madison. Você parece nervosa. A Madison Reese revirou os olhos de tanta insatisfação que se
De frente para suntuosa e luxuosa mansão digna de um dono da maior indústria de diamantes da região, a Madison Reese encarou a propriedade outra vez. E aquilo deixou o Cesare Santorini confuso. Porque ela estava agindo daquela maneira, como se estivesse vendo tudo pela primeira vez se conheceu aquela casa como a palma da mão? Ele não conseguiu entender como ela podia fingir tão bem. Mas a verdade é que e a Madison Reese estava apenas recordando tudo enquanto olhava para cada pedaço daquele lugar como o seu cativeiro e martírio. Ele encarou a mulher que usava um vestido esvoaçante muito formal para o lugar em que estava naquele momento, e as faces rosadas que estavam escondidos sob a sombra de um chapéu preto que a deixava ainda mais sofisticada como uma italiana da alta sociedade. O bebê no colo da mulher também parecia bastante curioso, especialmente quando viu o som dos cavalos que passaram pelo local. O Cesare sorriu ao ver como aquelas pequenas pessoas tentavam interagir como o
O Cesare Santorini seguiu cada passo que a Madison Reese deu naquela mansão, em busca de qualquer pista ou erro que ela pudesse cometer para se revelar naquela noite, mas nada aconteceu. Era como se de fato fossem duas mulheres totalmente diferentes. E depois de quase uma semana em que ela havia chegado a cidade, ele se frustrou. A esperança de que pudesse seduzi-la ou voltara beijar a doce mulher se esvaiu quando ela se recusou veementemente, ameaçando ir embora se ele voltasse a toca-la, e agora, tudo que restou foi vê-la de longe. Isso não o impediu de admira-la o quanto fosse necessário para ela perceber que ele havia mudado. Então, ele se sentou na varanda e começou a fumar, enquanto tentou se focar em não beber ao menos uma dose. Mas a idéia de não se anestesiar parecia quase tão insuportável quanto ficar longe da mulher que parecia infeliz naquele fim de mundo. E mesmo combinando com a paisagem destoante das roupas elegantes, o Cesare sabia reconhecer quando alguém não se enca
Por trás da maquiagem forte, havia um rosto escondendo marcas das noites mal dormidas e do cansaço de um trabalho árduo e indigno que mal lhe permitia ter algum luxo, além dos que o próprio cafetão permitia. Por baixo da luz que encadeava no palco, uma lágrima descia pelo rosto em traços marcantes da Sara Reese, e mesmo assim, sem que notassem sua dor, ela manteve aquele sorriso falso, enquanto sentia o gosto da agua salgada que escorreu pela bochecha e desceu até sua boca aberta. Os homens bateram palmas ao final de mais uma apresentação que de início ela amava, mas que com o tempo tornou-se seu grande martírio. Então ela se curvou e ao se levantar, seus olhos percorreram a plateia animada. Mas ela não pôde mais agradecer. Ela já não podia fazer gesto algum depois de desmaiar em frente a todas aquelas pessoas. Mesmo assim, diante de um súbito mal estar, ainda haviam pervertidos o suficiente para quere-la daquela maneira. E provavelmente a teriam conseguido, se não fosse a intervenç
O homem arregalou os olhos tamanha a surpresa que sentiu. Ele tinha certeza da morte daquela pobre jovem, e tudo se dava ao fato de que ele mesmo tinha se encarregado de fechar as portas e tranca-las por fora. O homem começou a tremer, acreditando com cada osso do seu corpo que aquela alma voltou para se vingar de uma injustiça a pouco tempo cometida. E por mais que tentasse se negar, o espírito zombeteiro ainda ria da sua desgraça e desespero nítido. Ele segurou nos ombros delicados da Sara Reese e a colocou a sua frente como um escudo de proteção contra qualquer mal que aquele ser maligno pudesse fazer contra ele. – Boo! – Ela zombou. Mas para a surpresa de todos, o antigo caseiro urinou nas próprias calças, mostrando o quanto podia se superar em sua evidente covardia. A Madison apenas riu do quanto ele podia ser patético, e embora fosse engraçado, seu coração ainda estava cheio de dor e rancor. Naquele momento, a Sara se afastou dele, o empurrando de tanto nojo, e sem que quis