– Vocês deveriam vir me visitar algum dia. A lady Lucy pareceu animada demais para o gosto da Madison Reese que esperava a recusa da sogra, mas tudo aconteceu exatamente ao contrário do que ela desejou, e no momento em que a senhora se levantou tão eufórica que até mesmo o Cesare estranhou o comportamento da mãe, ela soube que estava perdida. – Eu tive uma ideia. Nós vamos voltar com você. Vamos passar uma temporada na sua casa. O que você acha? O homem sério desviou seus olhos curiosos do bebê que estava em seu colo e encarou a mãe apenas por tempo suficiente para estabelecer contato e sorriu ainda distraído. – Eu acho uma ótima ideia. – Eu acho a ideia péssima, lady Lucy. Não temos nada para fazer naquele lugar. – Verona, minha querida, você ainda não conhece a fazenda. Mas você vai amar tudo. É muito lindo por lá, e além disso, nós já estamos cansadas das mesmas festas, com as mesmas pessoas. Você sabe que é tedioso. – Mas nós não precisamos de mais festas. – E o que? Morre
A Madison Reese sentiu o coração praticamente explodindo de tanto nervosismo quando o avião pousou na pacata cidade em que tinha cultivado as piores lembranças que uma pessoa poderia ter. E rapidamente todas as memorias vieram a tona assim que ela tentou se levantar para desembarcar. Ao se apoiar na poltrona, ela notou que suas mãos tremiam demais para conseguir desafivelar o cinto de segurança que a prendia ao banco. E de tão nervosa por estar ali, seu pequeno surto tornou-se bastante perceptível por que ninguém bateria num item imóvel enquanto liberava um agudo grito sem razão para tal façanha. Ela praguejou no momento em que percebeu que não apenas havia chamado a atenção que não desejava, como também receberia a ajuda de quem ela menos queria ver naquele momento. E mesmo assim, ela estampou um sorriso gentil de agradecimento quando ele finalmente a libertou da sua prisão. – Você está bem, Madison. Você parece nervosa. A Madison Reese revirou os olhos de tanta insatisfação que se
De frente para suntuosa e luxuosa mansão digna de um dono da maior indústria de diamantes da região, a Madison Reese encarou a propriedade outra vez. E aquilo deixou o Cesare Santorini confuso. Porque ela estava agindo daquela maneira, como se estivesse vendo tudo pela primeira vez se conheceu aquela casa como a palma da mão? Ele não conseguiu entender como ela podia fingir tão bem. Mas a verdade é que e a Madison Reese estava apenas recordando tudo enquanto olhava para cada pedaço daquele lugar como o seu cativeiro e martírio. Ele encarou a mulher que usava um vestido esvoaçante muito formal para o lugar em que estava naquele momento, e as faces rosadas que estavam escondidos sob a sombra de um chapéu preto que a deixava ainda mais sofisticada como uma italiana da alta sociedade. O bebê no colo da mulher também parecia bastante curioso, especialmente quando viu o som dos cavalos que passaram pelo local. O Cesare sorriu ao ver como aquelas pequenas pessoas tentavam interagir como o
O Cesare Santorini seguiu cada passo que a Madison Reese deu naquela mansão, em busca de qualquer pista ou erro que ela pudesse cometer para se revelar naquela noite, mas nada aconteceu. Era como se de fato fossem duas mulheres totalmente diferentes. E depois de quase uma semana em que ela havia chegado a cidade, ele se frustrou. A esperança de que pudesse seduzi-la ou voltara beijar a doce mulher se esvaiu quando ela se recusou veementemente, ameaçando ir embora se ele voltasse a toca-la, e agora, tudo que restou foi vê-la de longe. Isso não o impediu de admira-la o quanto fosse necessário para ela perceber que ele havia mudado. Então, ele se sentou na varanda e começou a fumar, enquanto tentou se focar em não beber ao menos uma dose. Mas a idéia de não se anestesiar parecia quase tão insuportável quanto ficar longe da mulher que parecia infeliz naquele fim de mundo. E mesmo combinando com a paisagem destoante das roupas elegantes, o Cesare sabia reconhecer quando alguém não se enca
Por trás da maquiagem forte, havia um rosto escondendo marcas das noites mal dormidas e do cansaço de um trabalho árduo e indigno que mal lhe permitia ter algum luxo, além dos que o próprio cafetão permitia. Por baixo da luz que encadeava no palco, uma lágrima descia pelo rosto em traços marcantes da Sara Reese, e mesmo assim, sem que notassem sua dor, ela manteve aquele sorriso falso, enquanto sentia o gosto da agua salgada que escorreu pela bochecha e desceu até sua boca aberta. Os homens bateram palmas ao final de mais uma apresentação que de início ela amava, mas que com o tempo tornou-se seu grande martírio. Então ela se curvou e ao se levantar, seus olhos percorreram a plateia animada. Mas ela não pôde mais agradecer. Ela já não podia fazer gesto algum depois de desmaiar em frente a todas aquelas pessoas. Mesmo assim, diante de um súbito mal estar, ainda haviam pervertidos o suficiente para quere-la daquela maneira. E provavelmente a teriam conseguido, se não fosse a intervenç
O homem arregalou os olhos tamanha a surpresa que sentiu. Ele tinha certeza da morte daquela pobre jovem, e tudo se dava ao fato de que ele mesmo tinha se encarregado de fechar as portas e tranca-las por fora. O homem começou a tremer, acreditando com cada osso do seu corpo que aquela alma voltou para se vingar de uma injustiça a pouco tempo cometida. E por mais que tentasse se negar, o espírito zombeteiro ainda ria da sua desgraça e desespero nítido. Ele segurou nos ombros delicados da Sara Reese e a colocou a sua frente como um escudo de proteção contra qualquer mal que aquele ser maligno pudesse fazer contra ele. – Boo! – Ela zombou. Mas para a surpresa de todos, o antigo caseiro urinou nas próprias calças, mostrando o quanto podia se superar em sua evidente covardia. A Madison apenas riu do quanto ele podia ser patético, e embora fosse engraçado, seu coração ainda estava cheio de dor e rancor. Naquele momento, a Sara se afastou dele, o empurrando de tanto nojo, e sem que quis
O homem mal encarado caiu de lado no chão, se contorcendo de tanto tossir, e mesmo assim, diante do sofrimento visível, a Sara Reese não moveu um único músculo para ajuda-lo. Ela apenas o encarou ali, deitado no chão. Enquanto a mulher distinta passava logo ao lado com seus sapatos luxuosos que valiam mais que dois meses do salário que ganhava com tanto custo. O homem virou-se de bruços no chão e quase agarrou a perna da Madison Reese como alguém que clamava por ajuda, mas que poderia facilmente aplica-lhe uma rasteira que a derrubaria junto dele. Mas ela recuou. A Sara Reese teve certeza de que aquela era mesmo a mulher que se dizia ser a Verona, por que a Madison Reese era apenas uma garota idiota que sentia compaixão por qualquer pessoa. Ela nasceu com o dom de perdoar, e aquilo era definitivamente seu calvário. Mas naquele momento, a Madison Reese o encarou como uma barata, enquanto desviou seus pés do contato com o homem. – Não toque em mim. Você fede! A Sara Reese se ofendeu
O Cesare Santorini segurava a mão da vingativa jovem que tentava acompanhar os passos rápidos e visivelmente nervosos do homem distinto e sempre muito formal. O que havia de errado com ela? Não era a Madison. Não podia ser. A mulher que ele conhecia pouco a pouco era vingativa, zombeteira e o estava enlouquecendo aos poucos. Mas não era uma loucura boa. Seu coração estava cheio de dúvidas, paranoias e inquietação. Aqueles não eram os sentimentos leves que a mulher que ele tanto amou o proporcionou, mesmo com um olhar doce e singelo, de longe, enquanto sofria por tudo que ele fez. E não, o homem não sentia falta do que havia feito. Na verdade, se o preço que precisava pagar para que ela não chorasse o que ele sabia que ela havia sofrido, ele aceitaria qualquer coisa. Ele permitiria tudo. – Espera! Cesare, devagar. A Madison Reese implorou para que ele parasse de arrasta-la pela cidade, e apesar disso, ele a ignorou. Ele estava focado em algo que ela não sabia identificar, e isso tamb