O homem arregalou os olhos tamanha a surpresa que sentiu. Ele tinha certeza da morte daquela pobre jovem, e tudo se dava ao fato de que ele mesmo tinha se encarregado de fechar as portas e tranca-las por fora. O homem começou a tremer, acreditando com cada osso do seu corpo que aquela alma voltou para se vingar de uma injustiça a pouco tempo cometida. E por mais que tentasse se negar, o espírito zombeteiro ainda ria da sua desgraça e desespero nítido. Ele segurou nos ombros delicados da Sara Reese e a colocou a sua frente como um escudo de proteção contra qualquer mal que aquele ser maligno pudesse fazer contra ele. – Boo! – Ela zombou. Mas para a surpresa de todos, o antigo caseiro urinou nas próprias calças, mostrando o quanto podia se superar em sua evidente covardia. A Madison apenas riu do quanto ele podia ser patético, e embora fosse engraçado, seu coração ainda estava cheio de dor e rancor. Naquele momento, a Sara se afastou dele, o empurrando de tanto nojo, e sem que quis
O homem mal encarado caiu de lado no chão, se contorcendo de tanto tossir, e mesmo assim, diante do sofrimento visível, a Sara Reese não moveu um único músculo para ajuda-lo. Ela apenas o encarou ali, deitado no chão. Enquanto a mulher distinta passava logo ao lado com seus sapatos luxuosos que valiam mais que dois meses do salário que ganhava com tanto custo. O homem virou-se de bruços no chão e quase agarrou a perna da Madison Reese como alguém que clamava por ajuda, mas que poderia facilmente aplica-lhe uma rasteira que a derrubaria junto dele. Mas ela recuou. A Sara Reese teve certeza de que aquela era mesmo a mulher que se dizia ser a Verona, por que a Madison Reese era apenas uma garota idiota que sentia compaixão por qualquer pessoa. Ela nasceu com o dom de perdoar, e aquilo era definitivamente seu calvário. Mas naquele momento, a Madison Reese o encarou como uma barata, enquanto desviou seus pés do contato com o homem. – Não toque em mim. Você fede! A Sara Reese se ofendeu
O Cesare Santorini segurava a mão da vingativa jovem que tentava acompanhar os passos rápidos e visivelmente nervosos do homem distinto e sempre muito formal. O que havia de errado com ela? Não era a Madison. Não podia ser. A mulher que ele conhecia pouco a pouco era vingativa, zombeteira e o estava enlouquecendo aos poucos. Mas não era uma loucura boa. Seu coração estava cheio de dúvidas, paranoias e inquietação. Aqueles não eram os sentimentos leves que a mulher que ele tanto amou o proporcionou, mesmo com um olhar doce e singelo, de longe, enquanto sofria por tudo que ele fez. E não, o homem não sentia falta do que havia feito. Na verdade, se o preço que precisava pagar para que ela não chorasse o que ele sabia que ela havia sofrido, ele aceitaria qualquer coisa. Ele permitiria tudo. – Espera! Cesare, devagar. A Madison Reese implorou para que ele parasse de arrasta-la pela cidade, e apesar disso, ele a ignorou. Ele estava focado em algo que ela não sabia identificar, e isso tamb
Os olhos da Madison Reese se encheram de confusão ao percorrer os tempestuosos olhos do Cesare Santorini. Ele ainda esperava pela resposta como o homem mais atormentado do planeta. – Como você sabe sobre esse apelido, Verona? Somente pessoas muito próximas sabiam disso. – A Lady Lucy! Ela nem mesmo tinha a certeza de que a Mãe do Cesare sabia sobre aquilo, mas ela precisava acreditar que ele pensava que som. Era a sua única saída. Então ela esperou impaciente pela reação do homem em um conflito novamente. Ele passou a mão pelo cabelo e respirou fundo, embora não parecesse aliviado com a resposta, por que não era aquilo que ele mais queria ouvir. Então ele parou de encarar o rosto da mulher que pela primeira vez buscava por ele de verdade, como se suplicasse por atenção. – Eu pensei que... – Eu sei. Eu sei o que você pensou. – Desculpe. – Eu já estou acostumada a isso. E se ela era realmente tão boa como você diz, então eu fico feliz por parecer com ela. – Ela não era de gelo
A Madison Reese olhava pela janela, enquanto o Cesare Santorini se apegava cada vez mais aos seus filhos, com quem insistia em brincar do lado de fora da casa, e a sensação que a imagem causava nela era quase irreparável. Parecia estranho que por mais que ele se abrisse com a Verona, nada era revelado sobre o passado. Ele realmente matou a Madison Reese? A dúvida a consumia por dentro com tanta violência que ela já não podia ficar parada no mesmo lugar por muito tempo, então ela começou a forçar seus pés a andar pelos cantos daquele quarto, enquanto a imagem por trás da janela do segundo andar da mansão expunha apenas uma cena de comercial de uma família feliz. Ela quase roeu as unhas perfeitas de tanto pensar se deveria resolver aquela situação de uma vez. Porque todo aquele jogo? Para que fingir? Ela nem mesmo começou com aquela história. Aquilo não foi sua livre vontade, mas sim o desejo de uma senhora que desejava castigar o filho como ele merecia. E quem poderia saber mais sobr
A lady Lucy saiu da casa apressada sem que as pessoas soubessem. Então ela partiu em direção ao carro da família que estava estacionado em frente a mansão, a sua disposição, como o Cesare havia ordenado que fosse feito. Ela esperou que a porta fosse aberta e se sentou com seu olhar distinto e distante de tudo, por que estava perdida em pensamentos. Ela estava preocupada com a Verona, ou com a Madison... Então, ela ajeitou seu casaco de visons importados e observou a paisagem da fazenda se tornar cada vez mais distante dos seus olhos claros. Não demorou muito para que a paisagem pacata e cheia de tons verdes fossem substituídos pelos distintos tons dos estabelecimentos e casas de luxo da cidade. E assim que o carro parou, sem demorar, ela desceu com a ajuda do motorista que deu-lhe suporte segurando-a pelas mãos. Mas ela sequer olhou para ele para agradecer. Estava focada demais em resolver o problema para lidar com qualquer outra naquele momento. A mulher caminhou alguns quarteirõe
O homem embriagado encarou a mulher cheia de luxos como se ela fosse apenas mais uma miragem. Uma de muitas peças que sua visão embaçada pelo álcool lhe causara ao longo das noites mal dormidas de farras. Mesmo assim, ele entrou na casa caindo aos pedaços, deixando a porta escancarada atrás dele. – Senhora Lucy? O que você faz aqui? – Preciso conversar com você. É muito urgente. – Então vocês realmente tem algum segredo? Você guardou isso esse tempo todo? Nós poderíamos ter usado. Porque não me disse nada?– Saia! – O que disse? – Vai dar uma volta por ai. Eu me resolvo com você mais tarde. – Porque? Porque você não quer que eu fique aqui? Porque você tem medo que eu escute essa conversa? O homem direcionou-lhe um olhar enviesado tão monstruoso que ela esbarrou num abajur ao recuar seus passos. – Eu não vou falar outra vez! Vai agora. – Si-sim... Ela direcionou um ultimo olhar de ódio a Lady Lucy antes de sair. Aquilo era culpa dela. Ela era a causadora da interrupção do s
A Madison Reese parecia mais inquieta que o normal naquela manhã quente. Mesmo assim, ela tentou disfarçar seu descontentamento por se sentir presa a uma personalidade que não era a dela. O Cesare entrou na casa e se sentou no sofá. Os bebês estavam com ele como de costume e a Madison praguejou ao vê-los ali, no que parecia muito divertido. Ela, no entanto, estava muito brava por mais uma vez acordar e não ver seus filhos ao seu lado. Aquele homem simplesmente entrava em seu quarto quando bem queria e simplesmente levava os filhos que pensava não serem dele para passear sem consentimento. Os passos largos anunciavam a discussão acalorada que ela provavelmente teria com ele de uma vez por todas. Mas o homem a fez perder a compostura no momento em que se sentou com os dois bebês, cada um em uma perna e abriu um livro, tentando equilibrar tudo ao mesmo tempo, enquanto as mãos rápidas dos inocentes bebês tentavam rasgar as paginas do seu livro favorito. Os olhos da Madison se emocionar