A lady Lucy saiu da casa apressada sem que as pessoas soubessem. Então ela partiu em direção ao carro da família que estava estacionado em frente a mansão, a sua disposição, como o Cesare havia ordenado que fosse feito. Ela esperou que a porta fosse aberta e se sentou com seu olhar distinto e distante de tudo, por que estava perdida em pensamentos. Ela estava preocupada com a Verona, ou com a Madison... Então, ela ajeitou seu casaco de visons importados e observou a paisagem da fazenda se tornar cada vez mais distante dos seus olhos claros. Não demorou muito para que a paisagem pacata e cheia de tons verdes fossem substituídos pelos distintos tons dos estabelecimentos e casas de luxo da cidade. E assim que o carro parou, sem demorar, ela desceu com a ajuda do motorista que deu-lhe suporte segurando-a pelas mãos. Mas ela sequer olhou para ele para agradecer. Estava focada demais em resolver o problema para lidar com qualquer outra naquele momento. A mulher caminhou alguns quarteirõe
O homem embriagado encarou a mulher cheia de luxos como se ela fosse apenas mais uma miragem. Uma de muitas peças que sua visão embaçada pelo álcool lhe causara ao longo das noites mal dormidas de farras. Mesmo assim, ele entrou na casa caindo aos pedaços, deixando a porta escancarada atrás dele. – Senhora Lucy? O que você faz aqui? – Preciso conversar com você. É muito urgente. – Então vocês realmente tem algum segredo? Você guardou isso esse tempo todo? Nós poderíamos ter usado. Porque não me disse nada?– Saia! – O que disse? – Vai dar uma volta por ai. Eu me resolvo com você mais tarde. – Porque? Porque você não quer que eu fique aqui? Porque você tem medo que eu escute essa conversa? O homem direcionou-lhe um olhar enviesado tão monstruoso que ela esbarrou num abajur ao recuar seus passos. – Eu não vou falar outra vez! Vai agora. – Si-sim... Ela direcionou um ultimo olhar de ódio a Lady Lucy antes de sair. Aquilo era culpa dela. Ela era a causadora da interrupção do s
A Madison Reese parecia mais inquieta que o normal naquela manhã quente. Mesmo assim, ela tentou disfarçar seu descontentamento por se sentir presa a uma personalidade que não era a dela. O Cesare entrou na casa e se sentou no sofá. Os bebês estavam com ele como de costume e a Madison praguejou ao vê-los ali, no que parecia muito divertido. Ela, no entanto, estava muito brava por mais uma vez acordar e não ver seus filhos ao seu lado. Aquele homem simplesmente entrava em seu quarto quando bem queria e simplesmente levava os filhos que pensava não serem dele para passear sem consentimento. Os passos largos anunciavam a discussão acalorada que ela provavelmente teria com ele de uma vez por todas. Mas o homem a fez perder a compostura no momento em que se sentou com os dois bebês, cada um em uma perna e abriu um livro, tentando equilibrar tudo ao mesmo tempo, enquanto as mãos rápidas dos inocentes bebês tentavam rasgar as paginas do seu livro favorito. Os olhos da Madison se emocionar
A Madison Reese não saia do quarto desde a maldita discussão acalorada que tivera com a lady Lucy. E ao se isolar naquele cômodo com os filhos tão pequenos, ela despertou a curiosidade e a desconfiança do Cesare Santorini. E apesar da semelhança entre as mulheres, imaginar que ela realmente era a Madison já não lhe passava mais pela cabeça. De toda forma, ele esta a preocupado por temer que ela fosse embora e o deixasse ali, sem sua presença e sem os bebês.Aquele misto de sentimentos o faziam se sentir péssimo, e ele tinha plena ciência de que não suportaria ficar longe deles um único dia sequer. Por algumas horas do dia, ele acabava por se recriminar em relação a promessa que fez a Madison. Ele sabia que a amava, e também sabia que não queria mais ninguém além dela, no entanto, ele queria as crianças. E como explicar a si mesmo que sentia o mesmo pela Verona, que também ainda sentia pela Madison. Aquela confusão o fez acreditar que estava misturando os sentimentos. E não seria cert
Como da primeira vez, a Madison se sentiu desconfortável numa festa onde os convidados não eram amigos dela e por isso ainda não havia descido para o andar de baixo. Mas após pensar bastante na frente do espelho, ela decidiu que colocaria um fim em tudo. Ela precisava terminar com toda a farsa, e ela precisava ainda mais saber quem tentou mata-la. Então, a mulher andou até o armário e analisou vestidos elegantes que a modista havia preparado exclusivamente para ela. Não havia nada que a fizesse lembrar da mulher que ela era antes, mas o par de luvas talvez fosse o suficiente para faze-la se lembrar de como precisava voltar a ser. Então ela as vestiu e deixou o cabelo solto e livre como uma mulher selvagem, embora estivesse perfeitamente alinhado. Ela se olhou no espelho e ponderou a maquiagem forte, mas no fim, optou por algo leve e sereno como costumava fazer antes de assumir a personalidade de outra mulher. Então ela virou seu corpo e respirou com grande pesar, sentindo a dor proe
O Cesare pensou em como aquela mulher parada a sua frente podia ser tão cansativa daquela maneira. Como se livrar de um problema que ele mesmo procurou? Mesmo se sentindo desconfortável com a presença da Sara Reese na festa da Verona, a atenção dele não estava nela. Ele não estava conseguindo se concentrar em mais nada além do fato de que a mulher propositalmente vestiu-se igual a sua falecida esposa. Que tipo de jogo ela pretendia fazer com aquela atitude? Sem pensar direito, ele desistiu da Sara Reese sem expulsa-la da casa para se aproximar da Verona, que também parecia nervosa. Ele observou a mulher de longe, e a forma como sua mãe olhava para os dois, o alarmou. Parecia que a Lady Lucy não queria que eles se encontrassem. Então ele apressou os passos em direção a ela, mas foi interrompido pelo antigo caseiro da fazenda. O homem o cumprimentou como se merecesse estar ali, no meio de pessoas selecionadas e de todo aquele luxo, mas o Cesare ignorou a mão suspensa no ar e o olhou
Os pés do homem pararam diante da bela jovem que tocava o piano graciosamente, embora o coração estivesse sofrendo tanto quanto seu rosto podia demonstrar. Ela fechou os olhos e tocou a música enquanto sentiu o olhar de julgamento queimando sobre sua pele macia, mas não ousou olhar o Cesare Santorini ao seu lado, tão paralisado quanto ela imaginou que ele estaria ao saber da verdade. Ela não queria revelar daquela maneira, mas não havia outra escolha, por que ela sabia que não importava o que tentasse fazer, a Lady Lucy a impediria. A verdade é que a pobre mulher viveu sua vida inteira rodeada de segredos monstruosos que a transformaram na jovem que não costumava se expressar. Talvez o fato de tentar aguentar tudo que o mundo jogou para ela fosse o causador de todos os problemas que enfrentou na vida. Talvez se ela tivesse protestado desde o início e mostrado que seu coração não era de gelo, as coisas pudessem ser diferentes. As lágrimas jorraram pelo rosto delicado que expressava a
O Cesare e a Madison permaneceram parados, olhando um para o outro por um certo tempo. Ela transmitia certeza e dor no olhar, e ele pareceu tão surpreso quanto decepcionado ao receber aquela afirmação de uma forma tão escancarada. – O que? O que você disse? A voz de um timbre tão forte saiu quase como um som inaudível de tanta dor que ele sentiu quando ela revelou aquelas palavras. – Você me matou, Cesare Santorini. – Porque? – ele não conseguiu completar a pergunta. Sua garganta queimava devido ao nó que havia se formado, e que tentava impedir com todas as forças que as lágrimas continuassem a avançar. – Porque você acha que eu seria capaz de tamanha monstruosidade? A mulher se sentiu tão abalada quanto ele. Havia uma dor na alma que ele transmitiu pelos olhos que somente ela podia conhecer, por que também havia sofrido mais do que considerava capaz de suportar. – Não precisa mais mentir. Eu escutei tudo. – Você escutou? O que? O que você escutou, Madison... Ele sorriu parcia