Meus pensamentos foram interrompidos pelos gritos de uma criança. Virei rapidamente e vi os paramédicos trazendo mais uma vítima do acidente. O menino estava muito agitado, gritando toda vez que alguém tentava tocá-lo para mantê-lo na maca.Já havia presenciado uma situação parecida no Brasil… na época, foi difícil até entendermos o que realmente estava acontecendo com o garoto. Caminhei decididamente em direção ao aglomerado de profissionais ao redor da maca, tentando tranquilizar a criança.— Por favor, se afastem da maca! — Pedi em voz firme. Todos me olharam surpresos, já que o menino estava com um ferimento visível na cabeça. — Por favor, afastem-se! — Repeti com mais suavidade e, mesmo sem entenderem de imediato, todos obedeceram, inclusive a pediatra de plantão.Me aproximei devagar, respeitando o espaço dele, e me abaixei um pouco para ficar mais próxima do seu campo de visão.— Olá, meu amor… me chamo Sarah. — Disse com a voz mais calma e doce que consegui, sem o tocar nem in
Ela nos deixou em uma sala apropriada para crianças. No entanto, Luke não demonstrou interesse por nada ali, continuava agarrado à minha mão. Entrei com ele e me sentei em um canto da sala. Ele me acompanhou e sentou ao meu lado.Perguntei se queria beber ou comer alguma coisa, mas ele apenas balançou a cabeça, recusando. Foi então que me lembrei de uma barrinha de chocolate que guardava no bolso do jaleco. Peguei-a, abri e a ofereci a ele, dessa vez, ele aceitou.Permanecemos ali por algum tempo, até que a assistente social retornou, acompanhada por um homem que exibia um olhar aliviado ao ver Luke. No entanto, a criança não esboçou nenhuma reação e continuou comendo a barra de chocolate que eu havia lhe dado.O homem se aproximou com cuidado. Embora fosse visível sua vontade de abraçar o garoto, conteve-se, respeitando o espaço dele. Olhou para mim e, ao perceber que Luke ainda segurava firme minha mão, esboçou um pequeno sorriso agradecido.— E aí, campeão... preparado para ir para
Já havia tirado a roupa e usava apenas as peças íntimas quando me aproximei e o beijei, tentando acalmá-lo. Ethan me puxou para seu colo e aprofundou o beijo, como se quisesse se ancorar na certeza de que eu estava ali, segura.Suas mãos percorreram meu corpo com intensidade, apertando-me com firmeza, como se quisesse memorizar cada parte de mim. O toque dele despertou em mim sensações intensas e involuntariamente, um gemido escapou de meus lábios.Ethan sabia exatamente como me conduzir até ele, e naquele momento usava isso ao seu favor. Suas mãos deslizaram para o meio das minhas pernas, tocando aquele ponto sensível que já implorava por ele. Outro gemido escapou, ainda mais carregado de desejo.— Ethan, sua mãe está nos esperando. Preciso tomar um banho. — Avisei, tentando conter o sorriso.— Eu vou com você! — Ele respondeu de imediato, me arrancando uma risada divertida.— Se você entrar nesse chuveiro, vamos demorar bem mais do que o normal para sair. — Brinquei, encarando o bri
ETHANEu estava completamente apaixonado por aquela mulher. A Sarah fazia com que, a cada dia, eu enxergasse que a vida realmente valia a pena.Meu trabalho como auxiliar do treinador no Los Angeles Chargers ia de vento em popa. Tivemos quatro jogos até agora — todos com vitórias expressivas. Às vezes, percebia certa resistência do Kael em aceitar minhas sugestões, mas o treinador era direto, ou ele aceitava, ou estava fora. E isso me dava ainda mais confiança. Eu me sentia como um capitão fora de campo.No dia do primeiro jogo em que atuei nessa nova função, prepararam uma grande homenagem para mim. Fui ovacionado em campo. Aquela sensação... foi indescritível. A melhor da minha vida.E com as vitórias, o público passou a me ver como parte essencial do time. Começaram a me chamar de “o jogador extra”, porque minhas dicas estavam fazendo diferença. E eu sabia do que falava. Já recebi propostas de outros times para assumir o mesmo papel, mas recusei.Enquanto o Los Angeles Chargers me
Como eu imaginava, minha saída com a Sarah se tornou o assunto mais comentado nos sites de fofoca. Todos queriam saber quem era a mulher misteriosa ao meu lado.Alguns diziam que ela havia tirado a sorte grande. Outros, em tons mais pejorativos, insinuavam que ela só estava interessada no que poderia lucrar por estar com alguém rico. E havia ainda os comentários mais cruéis, que duvidavam da minha capacidade de satisfazer uma mulher como ela por eu ser cadeirante.Aquilo me encheu de um ódio terrível. Meu humor naquela manhã falava por si só. Quando Sarah saiu do banheiro e me viu com aquela expressão fechada, logo perguntou o que estava acontecendo. Sem dizer nada, mostrei a ela as postagens.Ela olhou para mim, leu algumas manchetes e, para minha surpresa, soltou uma gargalhada, o que só serviu para me deixar ainda mais irritado.— Amor, dou graças a Deus por eles não fazerem ideia do quanto estou satisfeita como mulher. — Disse ela, rindo, com aquele brilho provocante nos olhos. —
SARAHSempre tive receio da calmaria por tempo demais. Já fazia algumas semanas que nada acontecia… Nossa rotina estava tranquila, quase silenciosa. Nem mesmo a Dra. Meredith apareceu mais no meu setor para insistir sobre a tal campanha com o Ethan.Foi numa tarde qualquer, quando menos esperava, que Nayara surgiu no meu setor, toda eufórica.— Você viu a entrevista do Ethan? — Perguntou, com o celular já em mãos. Neguei com a cabeça, um pouco confusa, e ela logo me passou o aparelho.Achei estranho… Ethan nunca gostou de se expor em mídia. Sempre evitou os holofotes. E agora, assim do nada, estava num canal de televisão? Ele sequer comentou que daria uma entrevista e isso me deixou um pouco triste. Sempre compartilhei tudo com ele, e achei termos esse tipo de parceria.A repórter então perguntou sobre o dia do acidente. Ele contou com detalhes, relembrou cada momento. Falou também sobre as lesões que sofreu e revelou que, quase há um ano, estava completamente imóvel do pescoço para b
Dois dias se passaram, e eu realmente acreditei que o burburinho teria se dissipado. Mas, ao chegar no hospital naquela manhã, levei um choque. O saguão de entrada estava repleto de pessoas em cadeiras de rodas, algumas com familiares ao lado, outras claramente em sofrimento físico ou emocional. O mais impactante era a esperança estampada nos olhos de cada uma daquelas pessoas — esperança em mim.Fui até a sala da Dra. Meredith, que me recebeu com um sorriso satisfeito no rosto. Informou, visivelmente empolgada, que o hospital vinha recebendo cada vez mais pacientes graças à citação feita por Ethan durante a entrevista.Aquela felicidade dela diante de uma situação tão delicada somente aumentou minha incredulidade. Eu não queria fazer parte daquilo.— Quero pedir minha demissão. — Anunciei diretamente, pegando-a completamente de surpresa.— Por que você quer se demitir justo agora, depois de tudo que seu noivo fez? As pessoas estão vindo até aqui por sua causa, Dra. Sarah.— Não, Dra.
A Dra. Meredith explicou todos os recursos que o hospital oferecia para aquele tipo de tratamento, enaltecendo os profissionais que faziam parte da equipe. Ainda assim, para alguns repórteres presentes, eu continuava sendo a peça mais importante daquela coletiva. Todos queriam saber mais sobre Ethan.— Dra. Sarah, a senhora é noiva do atleta Ethan Connor. Alguns afirmam que essa relação não passa de interesse. Gostaria de comentar algo a respeito?— Gostaria de entender que tipo de interesse exatamente. E por qual motivo o Ethan não poderia ter alguém que realmente goste dele e o valorize?— A senhora deve saber que com ele vem uma conta bancária muito farta. Ele está paralítico da cintura para baixo e alguns questionam a intimidade entre vocês e se não haveria algum tipo de interesse envolvido.— Mesmo esta coletiva não sendo para tratar desse assunto, permita-me esclarecer duas coisas. A primeira é que, sinceramente, acredito que a imprensa saiba mais sobre o patrimônio do meu noivo