Ethan afastou a cadeira novamente em direção à janela e ficou olhando para fora em silêncio. No entanto, percebi que, em alguns momentos, ele apertava com força os braços da cadeira e fechava os olhos. Notei também que começava a transpirar. Aquilo, definitivamente, não era um bom sinal.— Ethan, o que você tem? E não tente me dizer que não é nada, porque já percebi que algo está acontecendo. Você está com dor? — Perguntei, preocupada.Ele me olhou e somente confirmou com a cabeça, em silêncio.— Venha até aqui e se transfira para a cama. Vou pegar um óleo e fazer uma massagem em você. — Disse, já me levantando para ajudá-lo.Ele veio até a cama enquanto fui até o banheiro buscar o óleo. Quando voltei, ele já estava deitado, então o ajudei a se virar de costas e comecei a massageá-lo. A cada toque das minhas mãos em suas costas, ele soltava pequenos sons de alívio. Pela forma como transpirava, percebi que a dor não devia estar nada leve.Fiquei ali por quase meia hora, concentrada em
Já no fim da tarde, Ethan bateu à minha porta e, assim que saí, ele se dirigiu diretamente à porta do quarto dele, o que me surpreendeu. Imaginei que iríamos para a sala.Ao entrar, fiquei ainda mais surpresa. Havia uma mesa cuidadosamente posta para duas pessoas e um aparador repleto de comidas e sobremesas. Um pequeno frigobar também havia sido colocado ali. Era evidente o quanto ele havia se esforçado. E, se a intenção era me surpreender, ele havia conseguido.— Podemos jantar agora, se desejar. — Disse ele com um leve sorriso. — Ou assistir ao filme primeiro e jantar depois. A escolha é sua. Mas... eu havia programado assistir primeiro.Decidi seguir a programação dele — estava amando cada detalhe. Ethan se acomodou no sofá, e eu me sentei ao seu lado. Depois de colocar o filme, ele ajustou a luz ambiente e regulou o ar-condicionado. Juro que me senti no cinema.Em determinado momento, comecei a sentir frio, então me aconcheguei a ele. Ethan passou o braço sobre mim e começou a fa
ETHANOlhei para Sarah ainda sobre mim, suada, mas com um sorriso que deixava claro o quanto estava satisfeita. Seu olhar apaixonado me encarava, e era exatamente aquilo que eu desejara durante semanas. Levei uma mecha de seu cabelo para trás da orelha e acariciei suavemente seu rosto.— Se dissesse que não havia planejado isso para nós hoje, estaria mentindo. Mas não imaginei que aconteceria nessa ordem… ainda assim, foi maravilhoso! — Falei. Ela me olhou e seu sorriso se alargou ainda mais.— Então, você já tinha tudo planejado para a nossa noite? E ainda estava certo de que isso ia acabar acontecendo? Que convencido! — Respondeu, rindo. — Mas tenho que admitir… foi mesmo maravilhoso — completou, colando novamente seus lábios nos meus.Ela saiu de cima de mim, deitou ao meu lado e me abraçou. Aquele era, sem dúvida, o melhor lugar do mundo para se estar. Ficamos ali por alguns minutos, cada um imerso em seus próprios pensamentos, até que o estômago dela roncou, nos fazendo rir.— Va
SARAHNunca tive vício algum na vida, mas estava completamente viciada no Ethan. Não sei se era saudade ou simplesmente a intensidade entre nós dois, mas bastava um simples toque para que nossos corpos entrassem em combustão. A conexão era incontrolável.Eu estava radiante com o pedido dele. Não conseguia parar de sorrir. A cada instante, meu olhar era atraído pela aliança em meu dedo, como se precisasse daquela prova física para acreditar que tudo aquilo era real — que eu não estava sonhando.Quando saímos do quarto, era impossível esconder a felicidade estampada no meu rosto. Ethan também sorria, visivelmente encantado. Assim que entramos na cozinha, fomos imediatamente notados por Guadalupe e Grace. Tentamos, em vão, manter a seriedade, mas bastou um olhar cúmplice para o riso escapar.No instante em que Grace reparou na aliança na minha mão, levantou-se num pulo e, para o espanto de todos que ainda não entendiam nada, gritou de alegria e correu para me abraçar, me parabenizando co
Depois de algum tempo deitados na cama, conversando sobre assuntos aleatórios, Guadalupe bateu à porta para avisar que Victória estava na portaria e queria falar com Ethan. Eu e Grace trocamos um olhar.— Ethan, depois do que aconteceu aqui naquele dia, acredito que o melhor seja ignorá-la. Essa mulher não tem nada a acrescentar à sua vida. — Disse Grace ao filho. Eu apenas observei em silêncio.— Você se incomodaria se eu falasse com ela, só para deixar claro que não temos mais nada a tratar? — Ele me perguntou, e eu apenas balancei a cabeça em negação.— Guadalupe, informe que pode deixá-la entrar. Vou recebê-la na sala. — Completou Ethan. Grace claramente não gostou da decisão.Guadalupe se retirou, e Ethan se levantou da cama, sentando-se na cadeira ao lado. Para minha surpresa, ele nos convidou para acompanhá-lo até a sala.Pouco tempo depois, Victória entrou. Estava visivelmente retraída, com uma postura completamente diferente daquela que demonstrara da última vez.— Você gosta
Ethan me encarou, surpreso, como se o chão tivesse começado a desmoronar sob seus pés. Em seguida, seu olhar se voltou para Victória e era um olhar que eu nunca vi nele antes. Frio. Letal.— Quem era, Victória? — Sua voz saiu baixa, mas carregada de raiva. — Com quem você me fez de idiota, porra? Eu quero saber! Eu tenho o direito de saber!— Isso é mentira, Ethan! Estão dizendo isso só porque não querem que você fique comigo. Elas estão inventando histórias! — Victória exclamou, fazendo a maior cena, com os olhos marejados e a voz embargada. Mas seu desespero soava mais forçado do que real.Ethan virou-se para a mãe, visivelmente magoado.— A senhora tem um nome? — Perguntou, a voz baixa, carregada de dor.— Não — Grace respondeu com sinceridade. — Seu tio só disse que, depois do acidente, o rapaz conseguiu contrato com outro time... e ela foi com ele.Ethan ficou pensativo por um instante, revirando memórias que talvez estivesse tentando esquecer. E então, como se algo se encaixasse
Fiquei observando Ethan em silêncio por alguns instantes, sentindo a dor que ainda pairava sobre ele. Era como se o mundo dele tivesse desmoronado, e tudo o que restasse agora fosse escombros de um amor que só ele havia vivido de verdade.A verdade era que não existia maneira certa de reagir à decepção. Cada um tentava sobreviver como podia. E Ethan... ele sempre foi forte demais para admitir quando estava quebrado.Respirei fundo e passei a ponta dos dedos por seus cabelos, em um gesto calmo, buscando trazer a ele algum tipo de paz.— Sabe por que a decepção doí tanto, Ethan? — Ele me fitou por um instante. — Porque ela nunca vem de um inimigo. A partir do momento em que colocamos nossas expectativas em alguém, corremos o risco de nos decepcionar.— Nunca imaginei me sentir tão decepcionado quanto agora. — Disse ele, abatido.— Mas o erro, meu amor, não foi seu, e sim dela. Você não precisava se lamentar pelo que fez por ela. É ela quem deveria se arrepender pela forma como agiu com
ETHANNo jogo, quase sempre a felicidade de um começa na queda do outro. E não existe nada mais emocionante do que vencer a NFL. Coração acelerado, pupilas dilatadas, pressão nas alturas. Esse é o carrossel de emoções que o jogador vive ao marcar um touchdown. A euforia se traduz em comemoração. E nada mais justo do que comemorar.— Cara, vamos para a casa do James. A comemoração vai ser lá. — Caleb gritou para mim.— Beleza! Vou pegar a Victória e nos encontramos lá! — Afirmei.Ao sair do vestiário, encontrei minha linda namorada me falando ao telefone, e descrevendo a emoção que sentiu ao me ver fazendo o touchdown que nos garantiu a vitória.Assim que me viu, se despediu da amiga e correu para me abraçar, pulando alegremente nos meus braços. Precisei soltar a bolsa, para que nós dois não fossemos parar no chão, de tanto que era a euforia da Victória.— Meu amor, estou tão feliz por você! — Disse ela, me beijando.Eu e Victória namoramos há três anos, mas nos conhecemos desde a époc