ETHANOlhei para Sarah ainda sobre mim, suada, mas com um sorriso que deixava claro o quanto estava satisfeita. Seu olhar apaixonado me encarava, e era exatamente aquilo que eu desejara durante semanas. Levei uma mecha de seu cabelo para trás da orelha e acariciei suavemente seu rosto.— Se dissesse que não havia planejado isso para nós hoje, estaria mentindo. Mas não imaginei que aconteceria nessa ordem… ainda assim, foi maravilhoso! — Falei. Ela me olhou e seu sorriso se alargou ainda mais.— Então, você já tinha tudo planejado para a nossa noite? E ainda estava certo de que isso ia acabar acontecendo? Que convencido! — Respondeu, rindo. — Mas tenho que admitir… foi mesmo maravilhoso — completou, colando novamente seus lábios nos meus.Ela saiu de cima de mim, deitou ao meu lado e me abraçou. Aquele era, sem dúvida, o melhor lugar do mundo para se estar. Ficamos ali por alguns minutos, cada um imerso em seus próprios pensamentos, até que o estômago dela roncou, nos fazendo rir.— Va
SARAHNunca tive vício algum na vida, mas estava completamente viciada no Ethan. Não sei se era saudade ou simplesmente a intensidade entre nós dois, mas bastava um simples toque para que nossos corpos entrassem em combustão. A conexão era incontrolável.Eu estava radiante com o pedido dele. Não conseguia parar de sorrir. A cada instante, meu olhar era atraído pela aliança em meu dedo, como se precisasse daquela prova física para acreditar que tudo aquilo era real — que eu não estava sonhando.Quando saímos do quarto, era impossível esconder a felicidade estampada no meu rosto. Ethan também sorria, visivelmente encantado. Assim que entramos na cozinha, fomos imediatamente notados por Guadalupe e Grace. Tentamos, em vão, manter a seriedade, mas bastou um olhar cúmplice para o riso escapar.No instante em que Grace reparou na aliança na minha mão, levantou-se num pulo e, para o espanto de todos que ainda não entendiam nada, gritou de alegria e correu para me abraçar, me parabenizando co
Depois de algum tempo deitados na cama, conversando sobre assuntos aleatórios, Guadalupe bateu à porta para avisar que Victória estava na portaria e queria falar com Ethan. Eu e Grace trocamos um olhar.— Ethan, depois do que aconteceu aqui naquele dia, acredito que o melhor seja ignorá-la. Essa mulher não tem nada a acrescentar à sua vida. — Disse Grace ao filho. Eu apenas observei em silêncio.— Você se incomodaria se eu falasse com ela, só para deixar claro que não temos mais nada a tratar? — Ele me perguntou, e eu apenas balancei a cabeça em negação.— Guadalupe, informe que pode deixá-la entrar. Vou recebê-la na sala. — Completou Ethan. Grace claramente não gostou da decisão.Guadalupe se retirou, e Ethan se levantou da cama, sentando-se na cadeira ao lado. Para minha surpresa, ele nos convidou para acompanhá-lo até a sala.Pouco tempo depois, Victória entrou. Estava visivelmente retraída, com uma postura completamente diferente daquela que demonstrara da última vez.— Você gosta
Ethan me encarou, surpreso, como se o chão tivesse começado a desmoronar sob seus pés. Em seguida, seu olhar se voltou para Victória e era um olhar que eu nunca vi nele antes. Frio. Letal.— Quem era, Victória? — Sua voz saiu baixa, mas carregada de raiva. — Com quem você me fez de idiota, porra? Eu quero saber! Eu tenho o direito de saber!— Isso é mentira, Ethan! Estão dizendo isso só porque não querem que você fique comigo. Elas estão inventando histórias! — Victória exclamou, fazendo a maior cena, com os olhos marejados e a voz embargada. Mas seu desespero soava mais forçado do que real.Ethan virou-se para a mãe, visivelmente magoado.— A senhora tem um nome? — Perguntou, a voz baixa, carregada de dor.— Não — Grace respondeu com sinceridade. — Seu tio só disse que, depois do acidente, o rapaz conseguiu contrato com outro time... e ela foi com ele.Ethan ficou pensativo por um instante, revirando memórias que talvez estivesse tentando esquecer. E então, como se algo se encaixasse
Fiquei observando Ethan em silêncio por alguns instantes, sentindo a dor que ainda pairava sobre ele. Era como se o mundo dele tivesse desmoronado, e tudo o que restasse agora fosse escombros de um amor que só ele havia vivido de verdade.A verdade era que não existia maneira certa de reagir à decepção. Cada um tentava sobreviver como podia. E Ethan... ele sempre foi forte demais para admitir quando estava quebrado.Respirei fundo e passei a ponta dos dedos por seus cabelos, em um gesto calmo, buscando trazer a ele algum tipo de paz.— Sabe por que a decepção doí tanto, Ethan? — Ele me fitou por um instante. — Porque ela nunca vem de um inimigo. A partir do momento em que colocamos nossas expectativas em alguém, corremos o risco de nos decepcionar.— Nunca imaginei me sentir tão decepcionado quanto agora. — Disse ele, abatido.— Mas o erro, meu amor, não foi seu, e sim dela. Você não precisava se lamentar pelo que fez por ela. É ela quem deveria se arrepender pela forma como agiu com
ETHANNo jogo, quase sempre a felicidade de um começa na queda do outro. E não existe nada mais emocionante do que vencer a NFL. Coração acelerado, pupilas dilatadas, pressão nas alturas. Esse é o carrossel de emoções que o jogador vive ao marcar um touchdown. A euforia se traduz em comemoração. E nada mais justo do que comemorar.— Cara, vamos para a casa do James. A comemoração vai ser lá. — Caleb gritou para mim.— Beleza! Vou pegar a Victória e nos encontramos lá! — Afirmei.Ao sair do vestiário, encontrei minha linda namorada me falando ao telefone, e descrevendo a emoção que sentiu ao me ver fazendo o touchdown que nos garantiu a vitória.Assim que me viu, se despediu da amiga e correu para me abraçar, pulando alegremente nos meus braços. Precisei soltar a bolsa, para que nós dois não fossemos parar no chão, de tanto que era a euforia da Victória.— Meu amor, estou tão feliz por você! — Disse ela, me beijando.Eu e Victória namoramos há três anos, mas nos conhecemos desde a époc
Sempre aproveitávamos muito esses tipos de festas, mas em particular hoje, não estava muito a fim de beber. Tomei algumas cervejas, mas há algumas horas estava somente no refrigerante.Olhei para Victória e percebi que ela bebera demais e estava um pouco embriagada, e vê-la feliz como estava me fez sorrir. Era completamente apaixonado por essa mulher, pela simplicidade dela levar a vida e pelo otimismo que cativava todos ao seu redor.Procurei Caleb com o olhar e o encontrei rodeado por duas mulheres lindas. Esse não mudaria nunca, mas o amava também. Ele já fazia parte da minha família e minha mãe já o considera como filho pelo tempo que ele passava em minha casa. Entramos juntos para o mesmo time, mas nossa amizade era de antes mesmo da faculdade.Na metade da madrugada, todos insistiram muito para irem a uma boate muito badalada próximo dali, cerca de meia hora de carro. Não estava muito a fim de ir, todos haviam bebido bastante e alguns não tinham condições de dirigir.No entanto,
SARAHMeus pais sempre foram pessoas admiráveis. Apesar de sermos pobres, eles sempre fizeram questão de nos incentivar a estudar, porque para eles, isso era algo que jamais ninguém poderia nos tirar.Meu pai costumava dizer que — A lâmina de uma gilete é afiada, mas não corta uma árvore com tanta eficiência. E minha mãe completava a frase dele dizendo — O machado é forte, mas não corta os cabelos com tanta delicadeza. Eles sempre repetiam isso para mim e para meu irmão Caio.Eles nos diziam que todo mundo é importante de acordo com seus próprios propósitos. E que jamais deveríamos olhar para alguém com desprezo ou de cabeça baixa, exceto se fosse para admirar seus sapatos.Eu tinha o maior orgulho dos meus pais, eles poderiam não ter completado seus estudos, mas tinham uma grande sabedoria. Meu pai, mal conseguia assinar seu nome, mas levantava uma casa da planta em poucos dias e sem erros.Minha mãe, era um pouco mais estudada, porém, não conseguiu concluir seus estudos porque engra