As chamas se espalharam rapidamente pelo corpo de madeira, terra e folhas da gigantesca criatura. Chamas negras que apreciam consumir tudo em seu caminho.
Aquele ataque fez com que o guardião das frutas erguesse o corpo, interrompendo o contato de seus grossos braços com o chão e parando de vez com o ataque das estacas de madeira que saíam do solo.
Por um momento todos provavelmente pensamos que aquele era o fim, que as coisas tinham sido resolvidas simples assim, mas já deveríamos esperar que não seria tão fácil.
O corpo da criatura explodiu, lançando cascas de madeira em chamas para todos os lados, quase acertando muitos dos convocados ali naquela clareira. Todos se moveram rápido, desviando das madeiras em chamas ou usando alguma habilidade ou item para bloqueá-los.
Consegui esquivar por poucos de um pedaço do tamanho de uma pessoa que veio voando em minha dire&c
Pisquei os olhos, afastando o sangue que escorria de meu rosto. Não sei dizer se sou sortudo ou azarado, não depois dos últimos momentos.Bem talvez você esteja um pouco confuso, ou fique, já que estou pulando alguns acontecimentos depois de vencer a criatura arvore. Não faço isso por mal, não, não pense que faço. Simplesmente tudo aconteceu tão rápido, inesperadamente e de forma tão desesperadora que não tive como me acalmar para recapitular os acontecimentos até agora.Momentos atrás eu estava com os outros sobreviventes daquela maldita luta, olhando os frutos que tínhamos conseguidos e vendo como dividiríamos eles, foi quando nos cercaram, os malditos assassinos.A mana gelada deles nos acertou, nos deixando meio lerdos e desnorteados, então avançaram sobre nós, iniciando uma luta sangrenta que colocou meu lado clar
Coloquei minha última carga no galpão e limpei o suor da testa. Hoje o dia estava sendo bem movimentado para compensar o feriado de amanhã e mais ainda porque muitos dos funcionários mais novos tinham faltado. Bem, não os funcionários mais novos, mas sim aqueles que estavam para fazer vinte anos no momento, aqueles iguais a mim.Apesar de que eu não sou tão impulsivo como eles.- Ei, Miguel, que bom que você não se juntou aos irresponsáveis – uma voz rouca falou vinda de um andar acima de mim no galpão como se estivesse lendo meus pensamentos.Olhei para cima e dei um sorriso amarelo para o supervisor que estava passando e voltei a focar no trabalho.Diferente dos outros, eu prefiro seguir com cautela e não apostar todas as minhas fichas em um evento sobrenatural como aquele que acontecia todo o ano novo. Não, esse não era mais seu nome, agora n&o
Tento não pensar muito no que Fabinho disse e bato na porta diante de mim, espero um pouquinho e uma voz rouca e cansada responde me permitindo entrar.Atrás daquela porta está um pequeno escritório com estantes repletas de livros nas paredes dos dois lados. Um tapete vermelho sangue no chão e uma escrivaninha de madeira abaixo de uma grande janela.Aquela era a sala do Mestre Jorge e o velho estava sentado atrás de sua escrivaninha, o rosto mergulhado dentro de um livro.Já estou acostumado o bastante com ele para saber que não devo interromper enquanto ele termina o que quer que ele esteja lendo.O tempo passa, segundos, minutos e quase meia hora depois de minha chegada o maldito velho finalmente ergue a cabeça e abaixa o livro com um suspiro cansado. Me pergunto o que diabos ele está lendo.- Então finalmente está chegando o dia. – Sua voz está mais
Assim como eu já previa, a cidade estava um inferno naquele dia.Eu e Antônio estávamos parados na entrada do orfanato, cada um com uma sacola de viagens nas costas.Antônio usava uma calça de moletom e tênis roxa, camisa de manga curta preta com um capuz que escondia seu rosto e tinha duas facas curtas presas uma de cada lado de seu cinto. Ele olhava em volta um pouco nervoso, provavelmente preocupado em ser reconhecido pelas pessoas que caçavam ele as vezes.Já eu estava usando uma calça de tecido grosso cheia de bolsos de uma cor verde escura com uma camisa de manga curta cinza escura. Uma faca de lâmina longa e curva estava presa ao meu cinto. Era uma arma de boa qualidade que tinha me custado quase todo o meu dinheiro, já que ela seria minha maior vantagem dentro da Torre.E sabe porque estou dizendo isso? Porque ela era feita para ser um ótimo condutor de mana,
O Bar Mercedes era um dos bares mais movimentados do nosso distrito. Ele ficava em uma encruzilhada que fazia fronteira com um dos cinco distritos principais e por isso você podia encontrar algumas pessoas da alta sociedade lá de vez em quando.Alguns malucos que gostavam de ver como era a vida dos menos afortunados.Assim que eu e Antônio chegamos na entrada do bar, um segurança se adiantou erguendo a mão e barrando nosso caminho.- Pagamento adiantado pela entrada. – Ele falou com uma voz rouca e desinteressada.- Como assim pagamento adiantado? – Eu perguntei confuso.- É o dia da Convocação, Miguel, eles sempre cobram adiantado para evitar os fujões que desaparecem.Eu reviro os olhos. Como eu tinha esquecido algo tão comum?Suspirando, eu olho para o lado e vejo uma placa avisando que estava custando vinte créditos a entrada e com uma risada de
Em um momento estava tudo normal. Nós encarávamos os membros da gangue que estavam perseguindo Antônio, mas de repente, de uma hora para a outra, um sino soou de repente em minha cabeça fazendo com que eu estremecesse.Eu não era o único, dava para ver que muitas outras pessoas no bar estavam passando pelo mesmo. Em sua maioria aqueles que tinham feito vinte anos, mas também era possível ver outros, aqueles que já tinham passado pela Convocação no passado.Afinal, a menos que você aceitasse ir para a Torre de Mana em sua primeira convocação, você nunca mais poderia ir.- Você deseja poder para conquistar? Você deseja poder para comandar? Você deseja poder para ser livre? O que você deseja? Venha criança! Venha para a Torre e se liberte das amarras do mundo. Tudo depende de você!A voz etérea soou em min
Eu sabia que isso iria acontecer. Tinha o Mestre Jorge e mais um punhado de livros para me falarem sobre o que acontecia quando entravamos na Torre, mas mesmo assim, eu tentei recuar assustado com aquilo.Vamos ser claros aqui, quem ficaria esperando uma maldita bola de fogo vir em sua direção?Quando ela me acertou e me engoliu em um mar de chamas coloridas, eu tentei gritar desesperadamente enquanto sentia meu corpo sendo consumido e as chamas invadiram minha boca.O Salão dos Fragmentos Divinos desapareceu e eu me vi novamente mergulhando em um vazio sem fim. Só que desta vez tudo parecia girar a minha volta enquanto as chamas me consumiam.Parecia que fogo liquido tinha sido mergulhado em minhas veias e que minha carne estava sendo fritada em óleo.Eu abri minha boca para gritas, mas nenhum som veio até mim.Tudo que restava era a dor. Um dor sem fim.Mas eu sabia, eu precisava resistir. D
Eu senti que estava caindo em um grande abismo sem fim. A falta de qualquer coisa naquele vazio além de mim mesmo deixava os sentidos muito atrapalhados para ter uma noção de velocidade e tempo.Tentei me acalmar. Respirei fundo e aproveitei esse momento para me focar em minha benção.As bênçãos de Luyr geralmente eram divididas entre poderes mágicos e conhecimento para produção.A minha benção estava focada no lado da magia, mas infelizmente não tinha sido nenhum tipo de magia ofensiva. Eu usaria a mana de uma maneira completamente diferente.Quando comecei a me aprofundar no entendimento de minha benção, minhas costas se chocaram com o chão.Não foi nada forte como uma queda de uma alta altura, mas ainda assim eu senti o chão surgindo de repente em baixo de mim e meu corpo estremeceu com o contato súb