5 | Seu delicioso Professor

— Não fiquem com medo, não vão levar bronca. Podem se sentar — o psicólogo Torry indica os lugares mostrando um sorriso.

Jack olha desconfiado para ele, mas só decide se sentar quando eu me sento. A sala tem uma decoração bem minimalista construída em cima do cinza e do branco. Possui alguns vasos com plantas verde-escuras pelas mesas, quadros de diplomas e fotos de pássaros em preto e branco.

    — Soube que vocês estão tendo um relacionamento homoafetivo — o psicólogo sorri.

    — Foi o merda do seu professor — Jack diz em alto e bom som.

    — Mas a culpa foi sua — retruco.

    — Enfim, não importa quem é o culpado. Fico feliz por vocês dois — ele pega duas pastas e as abre. Coloca os óculos, lê por alguns segundos e depois coloca os óculos de volta na parte de cima da cabeça. — Ambos têm transtornos psicológicos. Angus tem bipolaridade tipo 2 e você, Jack, TDAH. Os dois tomam os remédios corretamente?

    — Eu tomo. Você sabe que Kira me dá todos os dias.

    — Sim, ela anota no calendário e me entrega — Torry se volta para mim. — E você, Angus?

    — Eu tomo de vez em quando, não acho tão necessário — olho para o teto já imaginando o que iria dizer.

    — Angus, o seu é preocupante igualmente. É preciso que você tome diariamente.

    — Eu tento, mas não consigo. Os remédios me deixam muito cansado. Só sinto vontade de dormir e… — dou três batidas na cabeça com o dedo — aqui não funciona direito, parece que estou em sono profundo.

    — Mas isso é no começo, eu já tinha te dito como funcionava os remédios, Angus.

Confirmo. Olho rapidamente para Jack que está observando o chão e apenas balançando a cabeça com cada frase do Torry.

    — Eu quero que você, Jack — ele diz apontando —, insista para o Angus tomar os remédios. Ok?

    — Está bem.

    Cruzo os braços, sabia que estava errado então não podia questionar ou discutir.

    — Como tinha dito, ambos têm transtornos e vou precisar que vocês venham frequentemente no consultório. Certo?

    — Não vai atrapalhar porque não temos nada além de ter dado um beijo — respondo.

    — Temos sim. Iremos vim — Jack me observa com a sobrancelha erguida.

    — Temos não.

    — Temos sim. Quando devemos vim?

    O psicólogo passeia com os olhos por nós até dar outro sorriso divertido.

— Quando acharem que estão prontos. Só não esqueçam de tomar os remédios.

    Saímos da consultoria para o corredor. Jack com as mãos dentro dos bolsos e com um olhar ligeiramente pensativo.

    — Nos vemos hoje à noite?

    Penso em responder não ou dar uma desculpa, uma desculpa do tipo: ah, não vai dá, tenho dever.

    — Preciso te contar o que Alice me contou ontem à noite.

   — Por que não me conta agora?!

    — Tenho aula agora, desculpe — o primeiro corredor que chegamos é o qual Jack entra. — Me encontra no banheiro do refeitório às 8 da noite. Um pouco mais cedo.

    Antes de ir de vez, primeiramente ele para, volta alguns passos e me dá um beijo no canto da boca. 

— Até de noite — Jack se despede.

     A segunda aula é de educação física. Estou tão animado que fui me arrastando do vestiário até a quadra como se fosse um saco de lixo.

    Encontro Heather sentada no topo da arquibancada com um cobertor envolta dos ombros enquanto bebe uma garrafa de gatorade.

    Vou subindo as escadas ao tempo que ela balança a cabeça em negativo para alguma pessoa que não está na arquibancada.

   — Romy me deu uma advertência por eu chegar atrasada, mesmo eu dizendo para ela que estava menstruada e por isso me atrasei — Heather tira o cabelo da boca, bebe um gole de gatorade, faz gargarejo e depois cospe em um canto entre os bancos.

    — Ela é muito vaca.

   — Sim, cara! — ela tira a bolsa de cima do banco, disponibilizando um lugar para eu sentar. — Mas adivinha? Eltery chegou bem mais atrasado que eu com a desculpa de “oh, Romy, eu acabei dormindo muito. Foi mal aí.” E ela simplesmente falou “tudo bem” e mandou ele para o vestiário.

    — Ele é o líder do time de baseball, o que espera?

    — Igualdade, mas essa puta não sabe o que é sororidade. Acredita que peguei ela falando com uma professora que eu precisava emagrecer?! — Heather se mexe completamente irritada no banco. — Eu queria não ter mais aula com ela. Eu odeio ela!

    Dou um sorriso e coloco o dedo em sua bochecha como costumava fazer quando éramos crianças. Heather tenta segurar o riso, mas não consegue.

   — Sai, Angus — ela dá um tapinha no meu dedo enquanto continua rindo.

    — Vamos dar um jeito nela. Fazer cartinhas a chamando de sapo pelos olhos esbugalhados ou a chamando de lésbica não assumida que assedia as garotas.

    — Boa ideia, mas quero que ela seja demitida e nunca mais consiga ser professora — Heather segue Romy com os olhos até a professora começar a se aproximar da arquibancada.

    — Vocês estão com dispensa médica? Se não tem dispensa, podem vir para a quadra — ela demanda se posicionando aos pés da escadaria da arquibancada.

    Heather revira os olhos e se levanta. Descemos juntos até a quadra e, quando chegamos, Romy fica nos rodeando com os braços para trás como se fosse um general.

    — Não quero mais ver nenhum dos dois sentados enquanto o resto da turma faz exercícios. Entendeu? Não sabem o que fazer? Pergunta que arranjo rapidamente algo para vocês — os cabelos cacheados de Romy ficam balançando de um lado para o outro no rabo de cavalo. Se eu não prestasse muita atenção poderia realmente levar uma chicotada.

    — Sim, entendemos — Heather revira os olhos outra vez e faz bico.

    — Ok, Wesler vai ajudar os meninos do baseball carregando os tacos e Reezer vai dar cinco voltas pela quadra. Tudo bem?

    — Não — Heather diz. — Vou voltar a ficar sentada na arquibancada.

    — Você já pode ir, Wesler — Romy mexe a cabeça indicando a saída da quadra. — Eu consigo me resolver com a Reezer.

    Todos os meninos estão agrupados em um banco único e extenso bebendo gatorade ao tempo que terminam de se vestir para começar a jogar.

    Pego três tacos e dou para os garotos que estão nos últimos lugares do banco. Ouço algumas piadas bem típicas enquanto passo por eles, mas apenas dou um sorriso para não pensarem que conseguiram me afetar.

    Entrego mais alguns tacos até começar a chegar nos primeiros lugares do banco, onde se encontram os garotos mais importantes do time. “As celebridades”.

    — Já percebeu o tamanho dos peito da Romy? — um desses garotos comentam entre eles mesmos. Ambos estão de costas para mim, olhando para o campo enquanto esperam Eltery.

    — Foder ela seria como foder um cavalo. Olha o tamanho dela, parece um clydesdale — o garoto da direita diz e o da esquerda ri.

    — Foder um clydesdale. Aposto que seu pau não entra nem em um pombo quanto mais um cavalo clydesdale.

    Observo a conversa completamente enjoado, se estivesse com coragem com certeza diria para eles calarem a boca.

    — Olha a Heather ali — um deles diz. 

    Entrego o taco restante justamente para o Eltery, que é o último a chegar. Olho pelo campo procurando por Heather até vê-la no uniforme de baseball vindo na nossa direção.

    — Que inferno a Romy fez com você? — Eltery questiona.

    — Sou do time agora, fiz um acordo com ela. Me dê um taco, Angus.

    Não consigo ter reação até que ela pede novamente o taco.

    — E desde quando garotas podem jogar? — um dos nojentos  pergunta.

   — Desde de agora — Heather passa a língua pelos lábios e estende a mão.

   — Ah… bem — coço a nuca. — Acabou os tacos.

  — Não tem problema, ela usa o meu — Eltery entrega para ela. — Pode ir.

— Obrigada, Eltery Mário. Prepare-se que vou tirar a sua liderança — Heather dá um sorrisinho e uma piscada para mim antes de correr para o centro do campo.

    — Até que Heather é bonitinha de rosto, só precisa emagrecer — um dos fimosentos retorna a falar.

    Chego mais perto, cutuco o ombro dele e o espero se virar. — Se continuar batendo punheta para animais vai continuar com fimose.

    — Como? — ele pisca duas vezes os olhos. 

    — É o que você ouviu — abro um sorriso e os garotos ao redor começam a gargalhar.

____∞____

Apalpando firmemente meu pau, sua mão inicia movimentos delicados e rígidos. Seus olhos escuros estão brilhando. São intensos e perversos, com resquícios tímidos. Resquícios que eu já experienciei por completo.

Agarro com força o braço da poltrona, contorcendo-me enquanto mordo os lábios. Angus olha para mim e volta a levar a boca até a minha glande.

De momento, ele passa a língua como provocação, e, em seguida, sem tirar os olhos dos meus, ele desliza a língua por todo o lado direito do meu pau. Faz o mesmo movimento com o lado esquerdo, descendo e subindo com a língua. Mas logo envolve meus testículos com as mãos e engole todo o pau.

“An…” murmuro.

Angus acaba se engasgando, porém, volta a abocanhar. Sua boca cobre quase todo o membro, similarmente como sua saliva escorre por toda minha virilha. Tento sutilmente me movimentar em sua boca, com o esforço de erguer as nádegas da poltrona e entrar mais fundo em sua garganta, mas ele começa a subir com os lábios para fora do meu pau. No entanto, acabo conseguindo segurar sua cabeça com as mãos e o forço a não deixar de engolir, porém, Angus acaba se engasgando outra vez, então sou obrigado a liberá-lo.

Seus olhos estão vermelhos e a saliva escorre pelo canto dos lábios. Eu não paro de suspirar pesadamente e de sentir um alívio por estar sentado e não se roendo de dor. E uma das melhores coisas é ver Angus abaixo de mim com a boca molhada e observando meu pau com desejo.

“Você não é virgem, estou certo?” desfaço o silêncio.

“Acertou, professor” desdenha, passando a língua ao redor dos lábios e voltando a me chupar carinhosamente.

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