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Um panorama acinzentado apareceu em nossas vidas, borrando as janelas, tirando a claridade fugaz que tão pouco nos iluminava. O presságio, o palpite de saber que tudo estava pendurado por um fio, atiçando minha alma. A tranquilidade me deixou sem intenção de voltar. Perdi a conta do quanto derramei lágrimas nos travesseiros. Enrolado em sua cama, afundei na tristeza, nos abismos escuros do lamento incessante.

- Não pode continuar assim.

- Não consigo me sentir de outra forma, sinto mais a falta dele a cada dia.

- Mas ele está se recuperando. Os médicos farão o melhor…

"Embora ele esteja melhorando com a lesão nas costas, seu estado ainda é desfavorável—" apontei com um imenso nó na garganta, enquanto fixava os olhos nos exames espalhados pela Secretaria.

Dane - se os resultados, desencadeando o inferno em mim!

"Ele tem um tumor cerebral -" lembrei no martírio hostil. Não é qualquer coisa, a cirurgia pode dar errado. Correr o risco de morrer no processo, isso me desvanece. Ismael.
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