"Diga-me agora doutor, não suporto mais esse silêncio—" implorei, farto que ele ainda não tivesse me contado. Ajeitou os óculos, sentou-se na cadeira giratória, apoiou os braços na enorme mesa e começou a olhar uma pasta, presumi que fosse o histórico médico de Ismail. - Ismail está estável, Marian - só de ouvi-lo dizer isso, me encheu de paz -. O acidente que sofreu o deixou com uma lesão na altura da coluna, que também é conhecida como entorse cervical ou chicotada. É uma lesão muito comum que ocorre na altura do pescoço e que costumam ser mais frequentes em acidentes envolvendo outro veículo. A recuperação nesses casos costuma demorar mais, na maioria dos casos requer imobilização e uso de coleira. "Não pode ser", respirei perplexa. Ele foi imobilizado? - Não era necessário, mas colocamos um colar cervical nele. Eu também queria falar sobre outro assunto-acrescentou ela me deixando com frio, senti que más notícias estavam chegando. Assenti com medo. Quando ele acordou reclamou
Bati duas vezes na porta do Dr. Evanson. Aguardei seu passe, ao recebê-lo entrei em seu consultório no horário exato que ele indicou. Minhas palmas suavam, meu coração em sua caixa pulava com ferocidade; um alto torceu minhas entranhas enquanto eu me sentava sob seu olhar indecifrável. - Qual é o diagnóstico? Por favor me diga. - Marian Mitsubish, como tem passado? - Mal, Eu não poderia ter sido de outra forma, o que Ismail tem? Chega de rodeios, doutor-implorei. - Smith ainda não chegou, ele vai te explicar tudo. De minha parte, posso informar que ele está se recuperando bem da lesão, e estou muito surpreso que ele esteja progredindo rapidamente. - Fico feliz em saber, é uma notícia reconfortante. - Senhorita Lombardi-eles me ligaram. Eu me virei encontrando outro homem de jaleco branco, mas mais novo que Marc. Assenti sem reconhecê-lo, olhei para Evanson. - É o médico que cuida do caso do Ismail. Ele se aproximou me estendendo a mão, aceitei recebendo um aperto cuidadoso.-
Um panorama acinzentado apareceu em nossas vidas, borrando as janelas, tirando a claridade fugaz que tão pouco nos iluminava. O presságio, o palpite de saber que tudo estava pendurado por um fio, atiçando minha alma. A tranquilidade me deixou sem intenção de voltar. Perdi a conta do quanto derramei lágrimas nos travesseiros. Enrolado em sua cama, afundei na tristeza, nos abismos escuros do lamento incessante. - Não pode continuar assim. - Não consigo me sentir de outra forma, sinto mais a falta dele a cada dia. - Mas ele está se recuperando. Os médicos farão o melhor…"Embora ele esteja melhorando com a lesão nas costas, seu estado ainda é desfavorável—" apontei com um imenso nó na garganta, enquanto fixava os olhos nos exames espalhados pela Secretaria. Dane - se os resultados, desencadeando o inferno em mim! "Ele tem um tumor cerebral -" lembrei no martírio hostil. Não é qualquer coisa, a cirurgia pode dar errado. Correr o risco de morrer no processo, isso me desvanece. Ismael.
Procurei por Lizzy em todos os lugares, estava preocupado em não vê-la em seu quarto. Liguei para ela pela quinta vez, nada, ela não atendia minhas ligações. Perguntei a Isaac sobre isso, mas não obtive resposta. Meu próprio filho estava me ignorando. - Estou falando com você, Isaac. "Eu só não a vi, não sei onde ela poderia estar", ele deu de ombros. - Ei, preciso falar com vocês dois. - Mamãe? - Eu me virei e encontrei Kelly com a pequena Lizzy segurando sua mão, ela tinha um balão Rosa. Então me lembrei de tudo, minha amiga a havia levado para passear pela manhã. Como eu poderia esquecer? Acho que tudo o que estava acontecendo ao redor de Ismael me deixou sobrecarregado. Sabendo que ela estava saudável, exalei e me aproximei dela, recebendo seu terno abraço. "Olha, Tia Kelly me comprou um belo balão -" ela comentou animada, esboçando o sorrisinho mais doce que já vi. Acariciei suas bochechas rechonchudas.- É lindo, princesa. Agradeceu a tia Kelly? - Sim, eu já te disse. Ele
Ele estava vivo, e logo cruzaria a corda da vida e death.It coube a ele manter o equilíbrio, lutar, aguentar. Ele estava confiante de que conseguiria. Apesar das falhas, a oscilação pode aparecer e mudar tudo. Respirei fundo, observando meu reflexo no espelho de seu quarto. Desde o acidente dele, eu só dormia na cama dele, parte que se tornou fundamental na minha vida. A única maneira de se sentir perto, apesar de estar a poucos quilômetros de distância. - Mãe, estou pronto. - Isaac falou, saí imediatamente. - E eu também, vamos encontrar a Lizzy. —Eu vou buscá-la - " ele se apressou em dizer a caminho de seu quarto. Fiquei no meio do corredor e descemos as escadas juntos. Pegamos o elevador direto para o estacionamento subterrâneo. Lá embaixo, Hank chegou com o carro, Brenda saiu da parte de trás, ela estava voltando de sua partida de manhã cedo. Cercou as crianças, deixando um beijo na bochecha de cada uma. Fiquei de pé, esperando para olhar nos olhos dela e cumprimentá-la com
No caminho para casa, fizemos uma parada no Mcdonald's, pedimos comida para viagem, tudo a pedido da pequena Lizzy. Meu filho não era tão inclinado a junk food, mas desde que foi ao local com Aaron uma vez, ficou mais flexível na hora de aceitar levar um delicioso hambúrguer na boca, sem esquecer das batatas fritas com ketchup. Pedi tudo isso, e refrigerantes também. Mas antes de sairmos do lugar fiquei com vontade de tomar um daqueles sorvetes, e comprei para todos, até para Hank e Marcus, que estavam com a gente. …Para me distrair pelo resto da tarde, comecei a borrifar as flores com o atomizador. Embora parecesse estranho que o homem viciado em cristais, arte e Negócios, estivesse até um pouco interessado em plantas com flores. Minha assistente, a pequena Lizzy me imitou, cuidando da linda flor rosa. Eu a parabenizei pelo trabalho, ela me olhou sorrindo, usando óculos amarelos. Eu me perguntava O Que Isaac estaria fazendo naquela época, antes de começar a fazer seus brincos esc
O dia voou, ao anoitecer passei pelo quarto da menina. Espiei um pouco, consegui ver Brenda na cama com Lizzy; ele estava atendendo com o sorriso animado em seu rostinho, enquanto ela lhe contava uma história como na noite anterior. Eu ia dar um beijo de boa noite nela, e preferi deixá-los sozinhos. Em vez disso, fui para o quarto que Isaac ocupava. No caminho parei em minhas trilhas quando senti meu celular tocar. Eu não sabia quem poderia estar ligando naquela hora. Talvez Kelly que nunca apareceu no hospital. De qualquer forma desbloqueei a tela, descobrindo que era apenas um remetente desconhecido. - Sim? - Eu respondi com uma carranca na testa. "Esta é a Alexa", disse ele de repente, sem mais nem menos. Depois de dois segundos meu cérebro se lembrou da loira com lábios de pinhão, vestidinho apertado e olhos azuis. O que diabos ele estava fazendo me chamando? E a maior incógnita, como ele poderia encontrar meu número de telefone? A incerteza me atravessou em forma de calafrio
Minhas pálpebras estavam pesadas, mal abri os olhos completamente, recebendo o impacto da claridade excessiva no meu globo ocular. Meu cérebro processou cerca de cinco segundos depois, o lugar onde eu estava. Tentei me levantar, no entanto, me senti fraco, sem vida; eu tinha um IV no braço esquerdo, franziei a testa, mas... O que tinha acontecido comigo? Tudo estava ficando confuso, eu tinha uma daquelas batas de hospital. O desconforto entre minhas pernas me jogou bruscamente de volta à realidade. - O paciente Marian Lombardi acordou-falou uma jovem enfermeira, que só então notei ali na sala com o Doutor Evanson. Marc se moveu em minha direção, me fazendo várias perguntas. À beira da confusão, demorei um pouco para construir a resposta para cada uma, demorei um pouco para girar uma palavra. "Terrível, me sinto mal -" emiti sentindo minha língua ficar presa. P-O que aconteceu? - Você desmaiou no corredor, felizmente, conseguimos estancar o sangramento. Então você e o bebê, vão fic