Catarina Hernandez
Ultimamente, não consigo fazer nada por completo, sempre alguém me interrompe, até na porra do meu banho, ainda bem que não estou transando com ninguém, porque se interrompessem o sexo, aí sim dona Catarina viraria uma leoa.
- Como você entrou aqui? - pergunto para Enzo Lombardi - ou melhor, como você sabe que eu moro aqui?
- Só existe uma Catarina Hernandez em Londres, mas depois me falaram de uma tal de Vitória... - ele fala e eu ri.
- Ainda bem que veio para minha casa ao invés da dela, já que ela tem um marido muito ciumento.
Ele faz uma careta me fazendo rir alto, se não fosse pela minha completa nudez, eu estaria tranquila.
- Como você não quis jantar... - ele fala mas eu o interrompi.
- Você agiu igual um maníaco e invadiu minha casa? - falo em um tom sério.
- Talvez, mas não foi de todo mal - ele andando, até a borda da banheira e se senta, se não fosse pela espuma, que cobria o meu corpo, eu com certeza teria surtado e saído correndo igual uma louca.
Mas aí ele teria uma visão da minha bunda, não sei o que é pior, se eu ficar ou se eu correr. Bom... se eu ficar o bicho pega, mas se eu correr, o bicho come.
Ele brinca com a água e a espuma, não me mexi em momento nenhum, qualquer pessoa pensaria que eu estava paralisada, mas eu não quis esboçar reação quando ele tocou minha coxa.
- Então... - falo e ele me olha - qual a sua fixação comigo?
- Boa pergunta, acho que gostei demais de você - ele fala ainda com os dedos raspando de leve na minha coxa.
- O que você quer comigo? - pergunto vendo ele tirando a mão da minha coxa e dobrando a camisa social até o cotovelo, isso não vai acabar bem.
- Ótima pergunta, mas eu ainda não sei - ele coloca a mão de volta na minha coxa, mas desta vez aperta.
- Para quem invadiu a minha casa, você parecia bastante decidido um segundo atrás - falo prestando atenção na sua mão, que estava visível dentro d'água já que a espuma se dispersou.
- Eu estava decidido, mas ver você assim... - ele solta um rosnado e balança a cabeça em negação - mas não vou fazer nada.
Ele tira a mão, eu solto o ar que nem sabia que estava prendendo.
- Me espere lá em baixo, desço em 20 minutos - falo sabendo que vou descer antes.
- Tudo bem - ele fala e sai do banheiro, saio do banheiro pouco tempo depois, vou até o closet e pego um vestido rosa de alcinha, com um decote não muito grande e com o comprimento até a metade da minha coxa.
Assim que desço as escadas, começo a procurá-lo, não sei porque, mas ele não estava na sala, andei basicamente a casa toda, até que o encontrei na cozinha.
- Até que enfim - falo abrindo os braços - te procurei em tudo que é lugar.
- Estava exatamente aqui - ele fala e alguém bate na porta.
- Só um minuto - falo mas ele me segue até a porta.
Assim que a abro, vejo Gabriel com os braços cruzados sob o peito.
- Vejo que está ocupada. Que pena - ele fala e dá as costas.
- O que foi seu cretino? - falo e tenho certeza que Enzo está confuso.
- Vitória mandou te chamar, todos estão lá na casa do Henrique.
- Que é a casa da Vitória - falo para corrigir.
- Dá na mesma - ele fala.
- Já estou indo - falo e me viro para Enzo - você quer ir? - pergunto torcendo para que ele diga um belo de um não.
- Claro, porque não? - Enzo fala, bom, tenho vários motivos do porque não.
- Então vamos - falo e Gabriel me deu as costas caminhando até a casa da Vitória.
Gabriel vestia o seu típico terno azul, Enzo usava uma camisa social branca e uma calça social preta.
Assim que entrei, cumprimentei as meninas e pulei os meninos.
- Bom... esse é um amigo de Amsterdam, Enzo Lombardi - falo e as meninas se apresentaram e o cumprimentam.
Se alguém me perguntar o que está acontecendo agora, eu diria " muito boa pergunta ", porque eu não faço ideia.
- Vocês já jantaram? - Vitória pergunta e todos negamos.
- Antes do jantar, vamos fazer um jogo - Henrique fala.
- Puta merda - eu e Megan falamos ao mesmo tempo.
- Isso vai dar muito errado - Ana diz.
- A questão é que sempre dá errado - Morgan fala.
Enzo riu, mas todos os Mendonça ficaram sérios.
- Como isso vai funcionar? - Enzo pergunta.
- Alguém fala alguma coisa, se você já tiver feito, você bebe, caso contrário... você paga uma prenda depois - Gabriel explica.
- Eu começo - Megan fala - eu nunca beijei nenhum Mendonça.
- Quem foi a louca? Fora Vitória - pergunto, Vitória finge limpar uma lágrima.
- Isso nunca nem passou pela minha cabeça - Ana diz irônica, todos sabem que ela já beijou o Arthur, mas eu jamais falaria.
- Somos duas - falo.
- Somos três - Megan diz.
Ambas brindamos e bebemos.
- Porque vocês beberam? - Júlio pergunta tirando o paletó.
- Para comemorar... - falo.
- Porque esse erro nós não vamos cometer - Ana completa.
- Eu nunca transei hoje - Gabriel fala.
- Contraditório - falo e aponto para ele.
- Ele faltou às aulas de gramática - Ana diz - porque a interpretação de texto é péssima.
Júlio, Enzo, Gabriel, Arthur e Henrique bebem.
- Puta que porra - Vitória fala.
- Partiu balada - falo me levantando.
- Só precisamos de uma hora - Morgan diz.
- Vocês não vão transar em uma hora - Júlio reclama.
- Vamos ver? - Ana diz.
- Senta aí porra - Vitória fala - ninguém vai transar com ninguém.
- Já que você diz - falo levantando as mãos em rendição.
Vitória não estava bebendo já que está amamentando, mas quando fazia alguma coisa, ela soltava um sorrisinho feliz.
- Eu nunca tive submissas - falo.
- Quem tem submissas? - Enzo pergunta e eu sorri para Júlio.
- Eu não tenho submissas... - ele fala e Henrique interrompe.
- Bebe logo - Júlio obedece a ordem do Henrique.
- Eu nunca peguei ninguém transando - Vitória fala sorrindo para mim.
- Sua vadia - eu falo e ela gargalha.
- Está na hora dele saber - Megan fala.
- TUDO BEM - grito e me levanto - eu vi Júlio transando, em um carro, com alguma vadia, por isso não trabalho com os Mendonça.
- Eita porra - Arthur fala.
- Quando foi isso? - Júlio pergunta.
- Acho que isso não deveria interferir no seu julgamento geral - Gabriel falou.
- Só um momento - falo e pego meu celular - aqui no meu calendário diz que foi no dia do caralho.
- Ah vai se foder - ele fala e me dá as costas.
- Mas porque você não gosta dos Mendonça? - Henrique pergunta.
- O motivo do Júlio vocês já sabem, Gabriel é irritante, você roubou a minha melhor amiga, - aponto para Henrique - e Arthur é um cafajeste, fora que teve aquele incidente no natal.
Todos ficaram em silêncio, absorvendo os fatos, Júlio já sabia que eu não vou com a cara dele.
- Por mim... foda-se - Gabriel fala.
- Muito maduro - Megan diz e se levanta.
- Olha... já deu - Ana diz.
- Por mim também - digo.
Saímos da casa da Vitória, quase esqueci do Enzo, mas ele saiu junto com a gente, fomos para minha casa, Ana falou que tinha que ir, Megan decidiu ficar mas falou que seria só um pouco.
- Já sabe quem vai morar na casa do lado? Gabriel falou que trocou com alguém mas não prestei atenção.
- Não sei Megan, achei que fosse Júlio, mas não me importo, seja lá quem for, não terei intimidade.
- Ainda estão à venda? - Enzo pergunta parecendo interessado.
- A mãe dos Mendonça comprou todo o condomínio, essa rua parece que vai ser a dos Mendonça - falo com tédio.
- Preciso beber, eu, você e muita bebida, amanhã? - Megan pergunta.
- Com certeza - falo e ela me dá um abraço, depois sai.
Me viro para Enzo e me sento no sofá, ou melhor, me jogo no sofá.
- Você bebe? - ele pergunta.
- Talvez - falo.
- Sim ou não? - ele pergunta em um tom mais firme.
- Não - minto.
- Não minta para mim - ele diz.
- Sim - falo.
- Vamos jantar? - ele pergunta.
- Perdi a fome - falo e me lembro da comida que Chloe havia feito.
- Então eu fico ou vou? - ele pergunta com um tom sugestivo.
Eu podia transar com ele só por transar, mas depois não daria certo, ele se apegaria e eu mais ainda.
- Melhor você ir - falo me levantando.
Ele se levanta e me puxa para si.
- Eu não vou desistir - ele fala com a boca a um sopro de distância da minha.
Catarina HernandezDepois que Enzo foi embora, eu tentei dormir, mas foi algo quase impossível de ser feito, ele entrou na minha cabeça de um jeito estranho, não consegui entender o que ele quis dizer com "eu não vou desistir".Sem querer decepcionar, mas vai ter que desistir meu querido, fechei meu coração a algum tempo, nada além de sexo, mas não vou ser tão fácil, no mínimo uns 6 meses de enrolação.Vitória me ligou, falou que precisava falar comigo e que era algo urgente, não entendi e para falar a verdade, não quero entender, ultimamente pareço uma doida, nada tem dado certo, tudo muito complicado.Saio de casa toda embasba
Catarina Hernandez - Claro que não vamos, você desiste muito fácil - falo tomada pela raiva. Quando começo alguma coisa, não gosto de deixá-la pela metade, e não farei isso, se Júlio decidir realmente largar tudo, eu assumo 100% do projeto, não preciso de ninguém para me ensinar a trabalhar, com certeza não será ele que vai me fazer largar algo pela metade. - você não gosta de ordens... - ele fala e eu o interrompo. - porque? Você gosta de ser o grande fodão? Aquele babaca que manda em todo mundo? - falo, ele me olha com os olhos tomados pelo fogo da raiva. - você não sabe o que fala - ele diz e aponta para mim. Catarina Hernandez Megan estava jogada no chão do estacionamento, bom, ela deitou tecnicamente por que quis, não a joguei ali, mas neste momento só pensava em como sairíamos dali, Megan desmaiada, bêbada demais, e eu também bêbada, mas muito mais controlada do que ela. - o que aconteceu? - Gabriel Mendonça pergunta. - bebemos demais - Megan fala com a voz embargada pelo álcool. Me sento no chão ao lado dela, olho para o céu das três da manhã. - porque se sentou? - Gabriel pergunta e Júlio chega com duas chaves. - porque vocês estão no chão? - Júlio pergunta confuso. Capítulo 7
Catarina Hernandez Não, não, não, porque ressaca? Não podia simplesmente ser tudo de bom? Podia ser igual a água, bebeu e ficou tudo de boa, mas não, logo depois dor de cabeça e vômito, não sou a pessoa mais sexy nesse momento. Lista de hoje: correr, trabalhar, treinar, comer, comer mais, arrumar alguém para ficar de conchinha, me preparar psicologicamente para dois meses trabalhando com o babaca do Júlio, evitar de todas as maneiras encontrar com ele e por fim matar a Vitória. Mas aí Aurora e Oliver ficariam órfãos, eles não merecem, então talvez apenas torturar, ou eu posso bater nela, ou posso matar o marido que ela tanto ama, seria um prazer matar algum Mendonça, mas não posso contar para ninguém. Já vomitei três vezes,
Catarina HernandezA essa altura do campeonato, já não sei mais quais eram os meus planos para o dia de hoje, achei necessário aproveitar que Jorge passou por aqui, para falar sobre aquele beijo ridículo.- quem é? - perguntei assim que bateram na porta do meu escritório.Coloquei o indicador na boca do Jorge, achei que ele fosse falar alguma coisa mas ele não falou nada, simplesmente se levantou e sentou no sofá, o acompanhei com o olhar mas não me mexi.- sou eu senhorita Hernandez - Beatriz a irmã do Jorge falou, dessa vez ele colocou o polegar na boca e me olhou com medo.Tive certeza que a irm&atild
Catarina HernandezDepois do banho decidi prender o cabelo em um rabo de cavalo, coloquei uma calça moletom branca e um moletom cinza, coloquei um tênis branco que tinha uns detalhes em azul clarinho e sai para casa da minha melhor amiga.- você vai dirigir a toro - foi isso que Vitória falou assim que eu entrei, ela me entregou a chave e passou por mim.Definitivamente não faço ideia do que está acontecendo, sempre soube que minhas amigas são loucas, mas isso? Limites, limites galera, é exatamente isso que falta.Entrei na Toro, Vitória nunca me deixou dirigir essa caminhonete, algo de errado está extremamente errado, me sentei no banco do motorista, Vit&oa
Catarina Hernandez Definitivamente este sufoco não vale a pena por causa da porra de uma maleta rosa com princesas na parte de fora. - liga para a Megan! - falei para Vitória. As mãos dela tremiam enquanto digitava o número da Meg, Ana só faltava engolir os dedos, estávamos apavorados, nunca deixaríamos Megan para trás, precisamos encontrá-la. - ela não atende - Vitória falou. - continua tentando porra! - Ana falou. Megan e Ana ficaram muito próximas, eu e Vitória éramos próximas desde sempre, mas Ana e Megan se conheceram ano passado, aí o surto foi coletivo, mesmo depois que Vitória teve os bebês, ai
Catarina Hernandez Só de lembrar que a ideia de jogar algum jogo, saiu da minha boca, tenho vontade de cortar a minha própria língua, se eu soubesse que íamos passar mais tempo discutindo do que realmente jogando, nem teria parado o carro. - vai começar a escurecer, porque não vamos logo com isso? - Gabriel perguntou. - vamos fazer assim, meninos contra meninas - Henrique sugeriu. - claro, porque não? - perguntei sarcástica. - vamos dividir os grupos igualmente - Megan falou. - eu tiro o grupo - falei levantando a mão. - e eu tiro o ou