Catarina Hernandez
Eu tenho certeza que a Morgan foi produzir o teste de gravidez na própria fábrica.
Eu já tirei uma soneca, Chloe veio com um picolé de laranja e outro de uva, Júlio não saiu do meu lado, passando a maior parte do tempo, com a cabeça na minha coxa, enquanto observava atentamente qualquer movimento da minha barriga, acho que ele estava esperando algum chute, alguma coisa assim.
- cheguei! - ouço a voz da Morgan no andar de baixo, mas só abro um olho, olhando desinteressada para a porta, Júlio se levanta em um pulo, correndo para abrir a porta.
Que nem sequer estava fechada.
- entre logo! - ele grita para ela, que ainda deve estar subindo as escadas.
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Júlio Mendonça Morgan foi afastada do caso por conflito de interesses, Catarina se trancou na porra do quarto, estou com as mãos atadas, não tenho quem recorrer, todas as provas de que a tal irmã da Lia não era capaz de ter sua guarda, foram jogadas pelos ares, parece que tudo foi desconsiderado. Existe uma lenda japonesa que diz que as pessoas estão unidas por uma linha vermelha - alguns chama de destino - mas o que eu quero dizer é que a linha da Lia, está entrelaçada na minha, no mesmo jeito que a da Catarina, elas fazem minha vida colorida, independente do que acontece ou deixa de acontecer. Ontem, quando eu recebi a notícia de que a Lia não estaria mais em casa, foi como se esse fio tivesse sido cortado, e a minha vida estivesse parcialmente de volta ao preto e braço de sempre. Não dor
Júlio Mendonça Quando eu ouvi aquele choro começar, a minha vontade foi sacar a arma e matar esses dois desgraçados, a casa obviamente não era apropriada para receber uma criança, tinha cocaína na mesa de centro, copos vermelhos - de restos das festa - pelo chão, televisão no futebol, típica casa de viciados, mas mandei tudo isso para o inferno quando corri até as escadas. Só ouvi barulho de armas sendo destravadas e por Deus! Eu espero que tenham sido a minha família. Paro em frente a porta de onde vem o choro, respiro por alguns segundos antes de abrir a porta com o pé, o quarto está vazio, a não ser pela princesinha, Lia está deitada de costas para a porta, em posição fetal, o único movimento que ela faz é quando tenta controlar o choro mas não consegue, ando até ela, me sentando no chão
Catarina Hernandez Não sei como expressar a felicidade que eu senti, quando a Vitória me mandou uma mensagem falando que a Lia estava bem e que Laiana abdicou dos direitos pela irmã, acho que me senti a pessoa mais feliz do mundo, aparentemente minha vida pode começar a dar certo de agora em diante. Sinto uma certa mão deslizar das minhas costas para acima da minha bunda, calmamente a mão vai abaixando, até estar bem na minha carne, a mão grande aperta a parte de trás da minha coxa e depois sobe, segurando minha cintura com força contra si, meu corpo parece querer pegar fogo, olho para o Júlio, com um olhar acusador, mas ele está com os olhos fechados. Cretino. Com a mão, tranquila ele faz círculos nas minhas costas, quase tranquilizante, se ele não estivesse com a mão dentro da minha
Catarina Hernandez - eu odeio agulhas! - eu grito quando Júlio segura minha mão. - só para refrescar a memória, você usava o anticoncepcional em injeção, não é? - palhaço - falo fazendo-o cair na risada. Uma mulher entra na sala branca - ah, falando nisso, estamos em uma clínica que o Júlio conhece o dono, por isso ele abriu tão cedo, enfim, a sala é toda branca, para total terror de uma pessoa que não gosta tanto de branco, eu prefiro vermelho - a mulher entra com uma furadeira na mão, porque não é possível existir uma agulha deste tamanho. - isso é maior que o meu braço - sussurro para ele, sua mão aperta mais a minha quando ele sufoca uma risada - que ti
Júlio Hernandez Puta que me pariu, o dia do meu casamento, não poderia simplesmente ser o dia do meu casamento olho para Sarah, ela está exatamente igual, sem ser as marcas escuras embaixo dos olhos, meu corpo está tão tenso, que sinto minha mandíbula tremer, juro por tudo, essa mulher não poderia simplesmente desistir? Achei que nessa altura do campeonato, ela já estivesse bem longe de mim. Com qualquer outro homem, mas não, ela está aqui, na porra do tapete vermelho, que foi colocado para mulher de branco ao meu lado e não para ela vir aqui e tentar acabar com tudo, não sei o que ela acha que pode fazer para impedir o meu casamento. Os sussurros se espalham rapidamente pela pequena - palavras da minha mãe - plateia, pessoas relacionadas a toda elite de Londres, que resolveram vir de
Catarina Mendonça Hernandez Eu achei que não conheceria amor maior ao que eu sinto por Júlio e Lia, mas agora eu vejo que eu poderia sim, conhecer um amor tão grande quanto, a Lily nasceu, perfeitamente bem e com saúde para dar e vender, sim eu estava grávida, na verdade eu descobri isso no jantar logo depois o meu casamento, e novamente eu estava enganada. Achei que não poderia existir um dia mais feliz que aquele, - mesmo sendo interrompido pela Sarah - mas quando a Lily nasceu e veio para o meu colo, quando eu olhei aqueles olhinhos brilhantes, eu percebi que meu amor ia muito além de coisas materiais, comecei a chorar quando Lia pediu para segurar a irmã, eu achava que ela não fosse se adaptar com os novos padrões, um bebê novo não dorme direito, mas Lia pediu para ficar com a Lily, então colocamos ambas no mesmo quarto.
Catarina Hernandez Estava no avião a caminho de Amsterdam, pensando em como meu mundo virou de cabeça para baixo no ano passado, quando meu pai morreu. Londres era um lugar incrível para se viver, quando me mudei para Nova Iorque, cogitei me mudar para Londres, com o tempo fui desistindo, quando Vitória me chamou, tive que aceitar, ela sabe vender alguma coisa, quando quer. Além do que Londres é considerado muito seguro, ainda tem todas as vantagens, clima bom, diversidade gastronômica e algo de outro mundo. Já Amsterdam mantém um estilo mais reservado, antigo, acho que uma das categorias mais notáveis, é o sistema de saúde, que é impecável. Quando meu pai morreu, eu tentei de todas as formas convencer minha tia a se mudar comigo, já que sang
Catarina HernandezPode me chamar de mania de brasileira, mas se tem uma coisa que eu amo, é com certeza poder usar shorts curtos, além de ficar lindo em mim - modesta parte - ainda é confortável.Cheguei de Amsterdam já faz um dia, vim direto para casa, penso em falar com Vitória, já que ela é minha vizinha, depois que ela se casou com Henrique, resolveram morar na casa dela, por sorte, antes que a mãe do Henrique comprasse todo o condomínio.Eu consegui comprar a casa ao lado da casa branca, que no caso era a de Vitória, a minha é cinza, com prata e uma porta preta.Depois de muita briga, decidimos que o quintal seria como o estacionamento, se juntar os dois, essa decisão foi mais por conta da Vit&oac