_ E então? Gostou?
Eles estavam no fundo da pick-up. Carlo parou o carro em um ponto alto onde podiam ver a pequena cidade lá embaixo, com as montanhas ao fundo. A paisagem era muito bucólica.
_ Muito. Da vista e disso - mordeu o hambúrguer _ Hum... Que delícia - tomou um gole do refrigerante _ Isso é muito bom.
Ele riu da empolgação dela em comer o trio de hambúrguer, fritas e refrigerantes. Algo bem simples e comum para ele. Nem ligava mais para isso.
_ Para alguém tão magra, você come muito.
_ Minha mãe diz que sou como um magróide.
_ O que acha de eu separar algumas coisas para você levar? Tem algum problema?_ Não. Eu posso levar o que quiser. Tenho uma câmara de esterilização na nave._ E uma lista - disse andando _ Vou fazer uma lista das coisas que gosto aqui na Terra. Vai poder usar como prova para o seu povo._ É uma ótima ideia, mas eu tenho outra melhor - disse baixinho._ Qual? - franziu os olhos._ O beijo que você me pediu e ainda não deu.Ela não esperou e uniu as bocas. Carlo sentiu o rosto aquecer com o beijo, enquanto Amina explorava com a língu
Abraçados no sofá, ela conseguia sentir as batidas do próprio coração em sua garganta. Carlo respirava fundo em cima dela, entre suas pernas.Ela puxou o cabelo dele e levantou sua cabeça. Ele sorriu e a beijou.Se apoiou nos cotovelos e beijou seu nariz._ Obrigado por confiar em mim._ E você também - ela beijou seu queixo _ De acordo com você, eu poderia virar uma lagartixa gigante e comer sua cabeça.Eles riram. Foi mesmo engraçado._ Não tenho culpa se é assim que os filmes mostram os seres de outros planetas.
Não tinha ideia do que procurar em um parceiro e apesar dos pedidos de seus pais, nunca pensou em se ligar a ninguém.Pelo menos, não até agora.No entanto, agora suspeitava que havia descoberto o parceiro ideal, talvez o amor de sua vida, mas eles tinham um espaço infinito entre eles.Talvez estivesse inventando esse amor para justificar essa louca aventura que vivia e um pouco de seu medo em tentar a volta.Quando o viu dormindo ao despertar pela primeira vez, ele era só um estranho, agora não. Ele beijou sua bochecha, guardou a pomada e continuou a tarefa de preparar o café para eles.As coisas estavam
Quase no fim da tarde, ele estava ao lado dela na nave. Sentia um pouco de frio, mas atribuía isso ás nuvens pesadas que fechavam o tempo e ao vento que soprava, mexendo as árvores lá fora.Puxou mais a gola da jaqueta de couro, mas ele sabia que esse frio vinha de dentro._ Já terminei de gravar o vídeo - ele se abaixou _ Vai demorar ainda?_ Não muito - parou o que fazia _ Estou ajustando alguns comandos e refazendo os códigos.Levantou. Ele parecia um pouco triste._ Se quiser voltar para cabana, pode ir._ Gostaria de ajudar.
Ele preferia se envolver, conhecer a mulher e só então criar um laço verdadeiro. Agora entendia porque suas ex-namoradas se irritavam e terminavam os relacionamentos.Ele não estava mesmo envolvido em suas vidas, era só o presente, não havia um plano para o futuro como um casal.Ele não se sentia flechado á elas pelo desejo de um amor que fosse eterno.Se isso existisse.Suspirou e coçou a cabeça. Havia isso sim, ele só não encontrara a pessoa certa para isso. E agora Amina o fez se apaixonar tão rápido quanto a velocidade da nave que a trouxe até aqui.Sorr
Podia ver o rosto expressivo dele pela luz tênue que vinha lá de fora, ajudada pela luz do abajur no canto do quarto.Jamais esqueceria esse rosto. Seus olhos castanhos estavam vidrados, com uma cor brilhante como mel, a boca apertada, a respiração agitada.Perfeito.Carlo pensou que poderia morrer agora só para não ter que vê-la se afastar. Ele estava cego por ela. Sentiu ser puxado pelas profundezas cálidas do corpo macio dela e se abandonou ao melhor sentimento que tinha agora.Logo seus pensamentos o abandonaram.*******
Ambos ficaram enrolando quando acordaram. Ela o tinha ajudado a preparar o café, mas não conversaram muito.Ela parecia preocupada, um pouco desligada. Ele estava na mesma, só não queria perguntar. Tinha medo de ouvir algo que não gostasse.Os dois eram a cara da procrastinação.Ela tinha que voltar á nave para continuar o trabalho e ele tinha que entrar em contato com a faculdade. No entanto, os dois continuavam sentados á mesa, remexendo na comida que deixaram no prato.Ele estava ficando maluco. Suspirou devagar. O amor o pegou e agora não sabia o que fazer direito. Precisava encorajá-la para que se animasse a continuar sua tarefa.
_ Por que está tão nervoso? _ O que acha? - gesticulou _ Eles não podem saber sobre a nave. _ Verdade - mordeu o polegar _ Mas, tudo bem, é só inventar uma história. Eles vão embora depois, não é? _ Aí é que está. Meu pai resolveu ficar aqui um tempo. _ Essa não... Temos que ter cuidado até que eu possa ir. Ele travou um pouco. _ E, você já sabe... Quando vai? - seu coração parou uma batida. _ Posso ir depois de amanhã. “Tão cedo assim”?
Último capítulo