Gustaf Cambaleei pelas ruas próximas a pousada sem saber exatamente para onde ir, minha mente parecia nublada e desnorteada, aquele tormento não me deixava desde que deixei a cabana alguns minutos antes.Eu tinha chegado a considerar a possibilidade de pegar o carro e ir para Fairbanks em busca do meu conforto, mas eu descartei a possibilidade de dirigir em seguida, me contentando em ir até a mercearia ver o que poderia conseguir ali.Uma semana era tudo o que eu precisava aguentar para completar dois anos de sobriedade, e eu me sentia péssimo por não ser capaz de suportar, mas eu precisava daquele alívio. Mas antes que eu pudesse chegar ao meu destino, uma mini van parou ao meu lado, abaixando o vidro.— Gustaf, que bom que eu te encontrei — Gwen me cumprimentou sorrindo, parecendo alheia a tudo o que se passava em minha mente — eu preciso buscar um hóspede no aeroporto, e o Zach está ocupado, você pode ir comigo? Eu pisquei atordoado, e por um momento pensei em negar seu pedido.
GustafGwen conseguiu uma vaga e logo estacionou, se virando para mim em seguida, olhando em meus olhos.— Izzy sabe que você é um cara maravilhoso, Gustaf. E ela valoriza isso. Mas tem muita coisa acontecendo dentro dela. E você pode me odiar por te impedir hoje, mas eu não posso deixar que ela sinta a culpa pela sua recaída.Eu me senti a pior pessoa do universo naquele momento por sequer ter cogitado a hipótese de beber. Eu havia prometido a ela que a esperaria e a aceitaria como fosse. Como eu posso ser tão fraco?Eu desviei o olhar, me sentindo um fracassado. Se não fosse pela intervenção da minha amiga, meu arrependimento seria bem maior. Uma notificação chegou ao celular dela, fazendo ela franzir o cenho enquanto encarava a tela do aparelho.— Tudo bem?— Sim, o voo adiantou, o grupo que viemos buscar já desembarcou — ela balbuciou — Gustaf, eu tenho algo urgente para resolver e pensei que daria tempo, você se importa de encontrá-los?Grupo? Pensei que era apenas um homem. Ma
Gustaf— Por falar nela, vocês viram o vídeo? — eu me recuperei depressa, ignorando o olhar questionador de minha mãe sobre mim.— Acho que todo mundo viu o vídeo — Gwen suspirou.Minha família trocou olhares confusos até que meu tio resolveu se manifestar.— Sobre o que vocês estão falando?— Você se lembra da Izzy, certo, pai? — Stefan se virou para o pai.— Ahh as garota que roubou o coração do seu primo? — Brianna soltou em um tom sugestivo, me deixando um pouco desconfortável diante do olhar da minha família.Não que eu pretendesse esconder Izzy deles ou algo assim, eu só preferia falar que estava com alguém quando tivesse nossa relação resolvida, e eu não sabia nada sobre ela há dias.— Você tem uma namorada? — Greta me observou.— Não exatamente — eu forcei um sorriso.— Enfim, ela viralizou em um vídeo ontem — Gwen tentou mudar o assunto.— Que tipo de vídeo? — Blenda quis saber.Porém, antes que eu pudesse responder, Danny, que estava brincando com Declan, se manifestou.— A
IsabelleEu encostei minha cabeça no banco do táxi, respirando aliviada por finalmente estar em Fairbanks. Eu não podia acreditar na bagunça que tomou conta da minha vida nos últimos dias, logo que saí do restaurante eu me sentia perdida, não sabia o que fazer e qual atitude tomar a seguir, a única pessoa com quem eu podia contar naquela cidade era meu sub chef, e de certa forma ele estava envolvido em tudo. Eu estava sozinha.Foi quando eu vi a passagem que Gustaf me deu, e não foi difícil tomar aquela decisão, principalmente quando eu comecei a receber inúmeras mensagens me avisando que alguém havia filmado toda a confusão e o vídeo tinha viralizado. Eu precisava da minha família, era o único lugar onde eu sabia que encontraria apoio e eu também queria acompanhar de perto a nova gravidez da Gwen.Pelo menos essa foi a mentira que eu contei para mim mesma ao me convencer que esse era o melhor caminho, mas ainda assim, foi o endereço de Gustaf que eu dei ao Taxista. Eu adorava meu
IsabelleO tilintar da campainha na boqueta chamou minha atenção, eu corri até lá, lendo o pedido antes de colocá-lo na fila, e diferente de outra época da minha vida, eu não marchei o pedido. — Alguma coisa para mim, Zazie? — Gustaf perguntou do outro lado da cozinha que montamos juntos há alguns meses.— Não, parece que todos optaram pela codorna hoje — Eu respondi, voltando para a beira do fogão, me concentrando em finalizar os pratos que estava preparando.Nós estávamos no meio de agosto, fazia um pouco mais de dois meses que Gustaf e eu conseguimos abrir nosso bistrô juntos e nós não imaginávamos um movimento como aquele em tão pouco tempo.— Eu estou terminando os meus pedidos e já vou te ajudar — ele avisou, finalizando um prato com salmão.Juntando nossos recursos financeiros não foi difícil montar o restaurante, a parte física, pelo menos. Por que na questão do cardápio, nós discutimos muito até conseguir mesclar com perfeição todo o meu amor pela gastronomia clássica com a
Isabelle O tilintar de uma campainha na boqueta chamou minha atenção, eu caminhei até lá, pegando a nova comanda que havia sido entregue por um dos garçons. Retornei para a bancada central da cozinha que eu comandava em um restaurante na área nobre de Miami.— Atenção, marchando. Mesa dezessete, Uma vieira, Um lagostin, Duas lagostas com molho Champagne — eu li a comanda em voz alta.— Sim, chef — a resposta foi unânime.Com um pequeno sorriso eu peguei um prato que tinha acabado de ser deixado sobre o balcão esperando minha aprovação, eu o finalizei com o molho de laranja, limpando qualquer resíduo antes de colocá-lo na boqueta, tocando a campainha em seguida.Aquela era minha rotina pelos últimos dois anos, quando me tornei Chef do Le Petit Cuisine, um restaurante em Miami.Eu adorava minha profissão mas não podia dizer que era uma vida fácil. Eu passava cerca de dez horas em pé em um ambiente quente e abafado, muitas vezes abria mão de minhas folgas e mal tinha uma vida social, to
Isabelle Chequei o horário mais uma vez para garantir que não me atrasaria. Eu precisava sair de casa em vinte minutos se não quisesse perder o meu voo até Fairbanks, onde Gwen e Zachary estavam vivendo no Alasca pelos últimos anos. Há três anos, quando meus amigos decidiram deixar Missoula, onde vivíamos na época, eu considerei seriamente pedir um teste de sanidade, mas ao ouvir o quanto eles, principalmente Danny, tinham se adaptado bem à nova vida, eu senti que eles tinham tomado a decisão correta. Eu sempre falava com eles e com Danny por chamada de vídeo, mas não era a mesma coisa de tê-los ao meu lado. A última vez que os vi foi há quase dois anos, quando eles decidiram vir até Miami ao saber da minha mudança, e apesar de sempre me convidarem para visitá-los, essa era a primeira vez que conseguia uma folga para isso. Eu fechei a última mala, tendo a certeza que não tinha roupas de frio o suficiente para aguentar o inverno no Alasca, eu teria que comprar algumas peças lá. Com
Isabella — Obrigada. Em alguns minutos nós dois estávamos na estrada, eu não queria perder tempo para tentar conhecê-lo melhor, então, assim que deixamos a área do aeroporto, eu puxei assunto. — Então, Gustaf… Você conhece os Monaghan há muito tempo? — Eu os conheci logo que se mudaram — ele me lançou um rápido olhar. — Bom, eu poderia dizer que ouvi falar muito sobre você, mas estaria mentindo. Meus amigos nunca citaram seu nome, e acho que isso foi um erro imperdoável — eu lhe ofereci meu melhor sorriso. — Eu ouvi falar muito sobre você. — Mesmo? Eu acho difícil acreditar. — Isabella Dempsey, Izzy para os íntimos, vinte e oito anos, chef de cozinha em um restaurante francês chique e faz a melhor codorna do mundo — ele começou — ahh, e é a melhor tia do universo depois de comprar uma bateria para o pequeno Danny no último aniversário. Uau, eles falam tanto assim de mim? Por que nunca me falaram sobre ele? — Tudo bem, essa sou eu, mas não muda o fato de que eu não sei nada so